segunda-feira, 14 de maio de 2007

Joel de Almeida

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Joel de Almeida, cantor e compositor, nasceu no Rio de Janeiro/RJ em 05 de novembro de 1913 e faleceu em São Paulo/SP em 01 de abril de 1993. Fez com o cantor Gaúcho uma dupla de sucesso principalmente nos anos 1940.
Em 1946 fazendo dupla com Gaúcho, gravou em disco solo, os sambas Promessa (de Jaime de Carvalho) e Trabalhar eu não (de Aníbal de Almeida). Nessa época, em excursão à Argentina, a dupla com Gaúcho se desfez e Joel permaneceu como cantor em Buenos Aires.
Em 1951 gravou de sua autoria o samba Hoje a coisa é diferente, e de sua autoria e Dom Roy o baião Ai! Que bom. Depois de um breve retorno, a dupla com Gaúcho desfez-se definitivamente e Joel prosseguiu sua carreira solo.
Em 1955 já com a dupla desfeita, gravou pout-pourri intitulado Reminiscências de Joel e Gaúcho, pela Odeon. No mesmo ano gravou outro pout-pourri Sucessos da velha-guarda, com músicas de Noel Rosa, Ismael Silva e outros compositores. Gravou ainda o fox Canção para inglês ver, de Lamartine Babo.
Em 1956 gravou a marcha Quem sabe, sabe, de sua autoria e que veio a ser uma das mais executadas em todo o Brasil naquele ano, e o fox Loura ou morena (Vinícius de Moraes e Haroldo Tapajós) composta em 1932.
Em 1957 gravou de sua autoria o samba Não quero mais amor, a marcha Isso não se faz. No mesmo ano regravou o grande sucesso do carnaval de 1927, o maxixe Cristo nasceu na Bahia (de Sebastião Cirino e Duque).
Em 1958 gravou a marcha Campeão do mundo e o samba Leonor. No mesmo ano gravou com a cantora Araci de Almeida as marchas Vai ver que é, de Carvalhinho, e A mulata é que é mulher. Ainda em 1958 obteve grande sucesso com o samba Madureira chorou, que homenageava a vedete do teatro de revista Zaquia Jorge, moradora de Madureira e mulher de Júlio Monteiro, o Júlio Leiloeiro.
Nesse período, começou a trabalhar como diretor artístico da gravadora Polydor, função na qual atuou por cerca de um ano e meio, tempo no qual lançou o jovem cantor Roberto Carlos, a princípio para concorrer com João Gilberto.
Em 1959 gravou a marcha Linda brincadeira (Jair Amorim e Nássara), e o samba Fita os olhos meus (de Antônio Almeida). Em 1961 gravou a marcha Pé de cana e o samba Eu gostava tanto dela. Em 1963 gravou as marchas Elza e Pau no burro. Atuou ainda como radialista, apresentando programas noturnos na Rádio Tupi de São Paulo.

Joel e Gaúcho

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Joel e Gaúcho

Joel e Gaúcho - Dupla vocal formada em 1930, no Rio de Janeiro, que teve sua fase principal até 1947, composta pelo cantor Joel de Almeida, nascido no Rio de Janeiro em 1913 e falecido em São Paulo em 1993 e o violonista e cantor Francisco de Paula Brandão Rangel, o Gaúcho nascido na cidade de Cruz Alta no Rio Grande do Sul em 1911 e falecido no Rio de Janeiro em 1971.
Em 1932 Joel trabalhava na Casa Edison, de Fred Figner, e da janela costumava ver compositores subirem a escada de um prédio próximo, a fim de que o pianista Freitinhas fizesse a escrita de suas músicas. Um dia resolveu apresentar suas composições a ele. Para sua surpresa Freitas marcou uma gravação na Odeon. Seu parceiro na ocasião foi Breno Bonifácio e nesse disco gravaram em dueto dois sambas, Eu quero é viver e Meu prazer, de autoria de ambos.
Ao chegar do Rio Grande do Sul Gaúcho conheceu Joel em 1933, nas rodas boêmias do bairro carioca da Tijuca, e logo começaram a se apresentar em festas e serenatas. No ano seguinte Renato Murce levou-os para seu programa Horas do Outro Mundo, na Rádio Phillips. Contratados pela emissora passaram a cantar no Programa Casé, com Gaúcho acompanhando ao violão e Joel batucando no chapéu de palha. Foram chamados de os irmãos Gêmeos da Voz por Alziro Zarzur, embora Cesar Ladeira tenha sido creditado com a invenção do apelido.
Em 1935 a dupla obteve seu primeiro destaque em disco com Estão batendo (Gadé e Valfrido Silva) gravado na Columbia. Em 1936, pela Victor, lançaram Pierrô apaixonado (Heitor dos Prazeres e Noel Rosa) marcha de grande sucesso no Carnaval, que marcou o início de uma série de êxitos carnavalescos. No mesmo ano a dupla participou do filme Alô, alô Carnaval passando também a se apresentar nos cassinos da Urca e Atlântico além do Copacabana Palace Hotel.
No Carnaval de 1940 a dupla obteve outro grande sucesso com “ Cai, cai (Roberto Martins) lançando no mesmo ano a marcha Maria Caxuxa (Antônio Almeida e Saint-Clair Sena) e, no carnaval de 1941, Aurora (Roberto Roberti e Mário Lago) com enorme êxito. No ano seguinte a dupla gravou o sucesso A mulher do padeiro (J. Piedade, Germano Augusto e Bruni) e em 1943 a marcha O Danúbio...azulou (Nássara e Eratóstenes Frazão).
Outro grande êxito da dupla foi o Boogie-woogie do rato (Denis Brean) lançado em 1947, ano em que também excursionou por Buenos Aires, Argentina, apresentando-se na boate Embassy e na Rádio El Mundo. Na capital argentina a dupla se desfez, tendo Joel lá permanecido como cantor e Gaúcho retornado ao Brasil.
De volta ao país em 1952, Joel tornou a formar dupla com Gaúcho, mas somente por breve período, pois no mesmo ano, após algumas apresentações, Gaúcho abandonou o rádio e foi morar em Itacuruça, Rio de Janeiro. Joel prosseguiu carreira sozinho, como cantor e compositor, principalmente carnavalesco, tendo obtido grande sucesso em 1956, com sua gravação de Quem sabe, sabe (com Carvalhinho).
Dois anos depois, outro destaque, com Madureira chorou (Carvalhinho e Júlio Monteiro) época em que também trabalhou como diretor artístico da gravadora Polydor durante um ano e meio. Nessa função resolveu lançar um cantor jovem para concorrer com João Gilberto: assim, 1959, produziu o primeiro disco de Roberto Carlos.
Em 1962 Joel e Gaúcho se encontraram novamente para gravar o LP Joel e Gaúcho, na RCA Victor, relançando antigos sucessos como Aurora, Cai, cai e Pierrô apaixonado, entre outras, com orquestração de José Meneses. Depois da morte de Gaúcho, Joel , conhecido como o Magrinho Elétrico, continuou sua carreira sozinho, como cantor compositor e radialista, apresentando programas noturnos na Rádio Tupi, de São Paulo.

Jonjoca

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Jonjoca ( João de Freitas Ferreira ), cantor e compositor, nasceu na cidade de Rio de Janeiro (RJ), no bairro de Botafogo no dia de 16 de Setembro de 1911, sendo o único dos nove filhos de um português comandante do Lóide a manifestar inclinação musical.
No curso ginasial, formou uma espécie de regional, que tinha apenas dois violonistas, um deles irmão do cantor Jorge Fernandes. Com 18 anos foi à Odeon, na Casa Edison, e perguntou a seu diretor-artístico Eduardo Souto como se fazia para gravar um disco. Souto mandou que cantasse, acompanhando-o ao piano, e disse que dentro de alguns dias podia gravar.
Esse disco, lançado em fevereiro de 1930, saiu com os sambas Não te dou perdão (Ismael Silva) e Não fui eu (Caninha). Gravou nesse ano mais dois discos pela Parlophon, antes de se encontrar com o cantor novato Castro Barbosa numa festa na casa de Jorge Fernandes, onde, por sugestão do cantor e compositor Paulo Neto de Freitas, cantaram em dupla.
Tendo dado certo a experiência, gravaram na Victor um disco, que saiu em Julho de 1931 com os sambas Sinto falta de você e A cana está dura, ambos de Jonjoca. Era a resposta que a Victor dava à Odeon, que desde setembro do ano anterior fazia enorme sucesso com o duo Francisco Alves e Mário Reis.
Até novembro de 1933, da nova dupla foram lançados 11 discos com 22 músicas, dentre elas os sambas Abandonado (Jonjoca), 1931, Adeus (Francisco Alves, Ismael Silva e Noel Rosa), 1932, Dona do Lugar (Francisco Alves e Ismael Silva), 1932, Cinco partes principais do mundo (Benedito Lacerda e Gastão Viana), 1933.
Paralelamente ambos desenvolveram suas carreiras solos como cantores. Sozinho, gravou o samba Rosalina (J. Tomás e Orestes Barbosa), 1931, e Azul e branco (Benedito Lacerda e Osvaldo Silva), 1932, numa discografia de 1930 a 1934, com cerca de 23 discos e 43 músicas, 13 das quais de sua autoria.
Em 1931, Carmen Miranda, sua amiga, gravou seus sambas Não tens razão e E depois. Interrompeu a carreira em 1934. Em 1937 voltou como locutor da Rádio Mayrink Veiga. Em 1938 ingressou na Rádio Nacional e, no ano seguinte na Rádio Clube do Brasil, na qual ficou até 1953, como locutor, apresentador e produtor de programas.
Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora - PubliFolha.

Jorge Fernandes

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Jorge Fernandes (Jorge de Oliveira Fernandes), cantor, nasceu no Rio de Janeiro/RJ em 5/6/1907 e faleceu em 19/3/1989. De família tradicional, cresceu em ambiente artístico e desde pequeno cantava musicas francesas, aprendendo piano e violão com os pais.

Quando começou a cantar músicas brasileiras, caracterizou seu estilo pela dicção cuidadosa, especializando-se em canções de inspiração folclórica. Apresentou-se pela primeira vez em público em 1929, cantando e acompanhando-se ao violão, no salão do Hotel Silva, em Cambuquira/MG, interpretando canções de Eduardo Souto, Denza e Tosti.

Em fevereiro do ano seguinte, começou a atuar na Rádio Sociedade, do Rio de Janeiro, onde também se apresentavam Inácio Guimarães, Ana de Albuquerque Melo, Gastão Formenti, Sílvio Salema e Paulo Rodrigues.

Em fins de 1929 gravou seu primeiro disco, na Odeon, A cabocla do arraiá (Pachequinho) e Amô de caboclo (Edite Lacerda e Celeste Gomes Filho), acompanhado ao violão por Tute e Luperce Miranda.

Formado em arquitetura em 1930, trabalhou como funcionário público até montar escritório com um amigo. Sem abandonar a carreira, em janeiro do ano seguinte deu seu primeiro recital, com Sônia Barreto e Homero Dornellas, acompanhado ao piano por Arnaldo Estrela.

Em 1932 lançou com sucesso e gravou na Columbia a canção Pierrot (Joubert de Carvalho e Pascoal Carlos Magno). A música foi apresentada como prólogo da peça de mesmo nome, de Pascoal Carlos Magno, estreada no Teatro João Caetano, do Rio de Janeiro. Nesse ano gravou várias músicas na Columbia, entre as quais os foxes-canção O dia em que te conheci (Aluísio da Silva Araújo) e Querer bem (Silvan Castelo Neto), as canções Dor (Joubert de Carvalho) e Pestinha (Silvan Castelo Neto), a valsa-canção Eu tinha um beijo para sua boca (Joubert de Carvalho e Cleomenes Campos).

Ainda nesse ano transferiu-se para a Victor, onde gravou, entre outras, a canção Caboclinho (Joubert de Carvalho e Olegário Mariano). No mesmo ano foi convidado a participar, como destaque, do Broadway Cocktail, no Cine Broadway, ao lado de Ary Barroso e Marília Batista. Apresentava-se também nas rádios Philips e Clube do Brasil.

Em 1933 casou e foi para São Paulo, gravando novamente na Odeon, onde ficou cinco anos, O que eu queria dizer ao teu ouvido (Hekel Tavares e Mendonça Júnior) e Minha terra (Valdemar Henrique).

Fez varias apresentações no Norte do país e em 1935 viajou para a Argentina, atuando na Rádio Stentor e em recitais em Buenos Aires. Retornou ao Rio de Janeiro para estrear na Rádio Tupi, gravando no ano seguinte, ainda na Odeon, as canções Querer bem não é pecado e Pingo d’água (ambas de Osvaldo de Sousa) e Pregões cariocas (João de Barro).

Em 1938 deixou a Rádio Tupi, do Rio de Janeiro, para trabalhar na emissora do mesmo nome, de São Paulo, transferindo-se depois para a Rádio Cultura. Por essa época resolveu mudar seu nome artístico para George Fernandes e no ano seguinte, 1939, gravou na Columbia um de seus maiores êxitos, Meu limão, meu limoeiro (do folclore), em arranjo de Gaó.

Em 1942 gravou para a Columbia outro êxito, a canção Rolete de cana (Osvaldo Santiago e Dilu Melo). Deixou a Rádio Cultura dois anos depois e foi para a Rádio Globo, do Rio de Janeiro, transferindo-se mais tarde para a Rádio Nacional.

Em 1954 excursionou, a convite do Itamarati, por alguns países da América Latina, ao lado de Valdemar Henrique. No mesmo ano gravou para a Sinter o LP Essa nega fulô (sobre texto de Jorge de Lima e em parceria com Valdemar Henrique).

Quatro anos mais tarde lançou na Columbia outro LP Momentos românticos, no qual interpretava composições de seu irmão Armando Fernandes. Em 1959 percorreu vários paises da Europa, apresentando-se na televisão em Portugal e U.R.S.S., gravando canções brasileiras.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e PubliFolha.

Jorge Goulart

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Jorge Goulart, nome artístico de Jorge Neves Bastos, nasceu em vila Isabel, na Rua Araripe Junior, cidade do Rio de Janeiro, em 16.1.1926, filho do conhecido jornalista Iberê Bastos e de Arlete Neves Bastos, cantora, que ao casar-se deixou de cantar.
É neto do Visconde de Niterói e fez o curso ginasial no Colégio Pedro II, onde começou sua participação política. Decidiu-se nessa época pela carreira artística. Desde garotinho vinha cantando. Nessa fase, no programa Escada de Jacó, do Prof. Zé Bacurau, ganhou o 1º prêmio. Começou antes dos 18 anos, aumentando por isso a idade, em circos e dancings.
Através do pai, que escrevia sobre o mundo dos espetáculos, teve contato com os nomes em evidência. Conheceu, em 1943, o compositor Custódio Mesquita e passou a divulgar com exclusividade suas músicas. Conheceria também o cantor João Petra de Barros e por ele seria levado à Rádio Tupi. É quando passa a adotar o Goulart, por sugestão da atriz Heloísa Helena, tirado de um fortificante, o Elixir de Inhame Goulart, bem de acordo com sua voz possante.
Entre as músicas de Custódio que divulgava, estava o samba Saia do caminho, em parceria com Evaldo Rui, que gravaria, em 1945, na RCA-Victor, mas não chegou a ser lançada. Custódio faleceu e Evaldo preferiu destiná-la a Araci de Almeida, com alterações pequenas na letra para que pudesse ser cantado por mulher.
Devido a compromisso com a gravadora, lançaria, nesse ano, dois discos, que foram fracasso de vendas, não devido à qualidade das músicas ou deficiência do acompanhamento: A Volta / Paciência / Coração e Nem Tudo É Possível / Feliz Ilusão. É que, sem nenhuma necessidade, fez um decalque absoluto de Nelson Gonçalves, que também era da RCA-Victor.
Durante quatro anos ficou longe do disco. Se a atuação nas rádios (Tupi, Globo, Tamoio) não rendia muito, no espetáculo Um Milhão de Mulheres, no Teatro Carlos Gomes, durante dois anos, foi figura destacada e com rendimentos muitas vezes superiores. Findo o mesmo, voltaria às casas noturnas, até ser levado pelo compositor Wilson Batista a gravar duas músicas dele na Continental, para o carnaval de 1950: Miss Mangueira (com Antônio Almeida) e Balzaquiana (Com Nássara), esta uma marcha que o Brasil inteiro cantou e foi 2º lugar, na categoria, no concurso oficial de músicas carnavalescas.
Daí em diante, torna-se rapidamente um grande astro. Realiza um de seus sonhos, atuar no cinema, quando participa do filme Também Somos Irmãos, da Atlântica, dirigido por José Carlos Burle. É contratado pela Rádio Nacional e atua em grande número de filmes musicais: Carnaval no Fogo (1949), Não É Nada Disso (1950), Aviso Aos Navegantes (1951), Tudo Azul (1952) e muitos outros.
No disco marca êxitos memoráveis: Mundo de zinco, Cais do porto, Samba fantástico, Laura, Cabeleira do Zezé, A voz do morro, e inclusive versões, Dominó, Jezebel, Smile. É eleito o Rei do Rádio de 1952.
Em 1958, a convite do presidente Juscelino Kubitschek, acompanhado de Nora Ney e outros artistas, organizou uma caravana artística com a finalidade de preparar a reaproximação com a U.R.S.S. e a China Popular. Os resultados são excelentes, tanto que nos dez anos seguintes retornariam seguidamente aos países socialistas, aí gravam vários LPs., bem como estenderiam suas excursões à Bélgica, Áustria, França, Portugal e África.
Foi um longo e importante trabalho de divulgação da música brasileira, com a preocupação em muitas ocasiões, de levar outros cantores, instrumentistas, dançarinas e passistas. Colaborou por seis anos com o Império Serrano. Puxava seus sambas só com o megafone, dispensando quaisquer pagamentos em favor da mesma e contribuindo para a divulgação dos compositores do morro. Fez o mesmo na Imperatriz Leopoldinense e na Unidos de Vila Isabel.
Por causa de sua participação no Sindicato dos Radialistas, foi impedido, pelo movimento de 1964, de continuar na Rádio Nacional, tendo a única saída de atuar no exterior: Portugal, Israel e outros países da Europa.
Em 1983 teve de extrair a laringe. Ficou curado, mas sem "seu instrumento de trabalho". Chegava ao fim sua notável carreira. Ficaram, porém, os discos para perenizar sua arte. Casou-se muito jovem, com 18 anos, e teve uma filha, Maria Célia. Já estava desquitado, quando conheceu Nora Ney no camarim do Copacabana Palace Hotel, numa data que não esquece: 1º. 5.1952.
Nora Ney, já estrela ascendente, vivia tumultuada separação de seu marido, que repercutia na imprensa, por causa do inconformismo e das concretas ameaças do mesmo. Nora tinha dois filhos, Hélio e Vera Lúcia, mais tarde eleita Miss Brasil, em 1963.
Um casamento perfeito, que viriam a formalizar, no civil e no religioso, em 1992, na Igreja Presbiteriana Unida, conforme o convite, "consagrando 39 anos de longa e feliz união". Jorge Goulart conta que um dos segredos está em dormir em camas e quartos separados. Assim de manhã os dois "estão sempre bonitos".
(Abel Cardoso Junior)

José Menezes

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José Menezes (José Menezes França), instrumentista, compositor, nasceu em Jardim/CE em 6/9/1921. Criança comprou de um amigo um cavaquinho de uma corda e começou a tirar de ouvido as músicas em voga. Aos oito anos foi convidado pelo maestro Arlindo Cruz para tocar como profissional no cinema de Juazeiro do Norte/CE, sendo logo apelidado de Zé Cavaquinho.
Compôs então sua primeira música Meus Oito anos. Apresentou-se depois com a orquestra do maestro Arlindo Cruz no teatro da cidade do Crato/CE, e já em 1932, com 11 anos, tocava na Banda Municipal de Juazeiro. Seguiu então com o primo Luís Rosi para Fortaleza-CE, onde trabalhou um ano no serviço de alto-falantes de João Dumman. De volta a Juazeiro, retomou as atividades de músico de cinema e bailes.
Em 1938 reencontrou o primo, de passagem pela cidade e liderando uma jazz-band; entusiasmado, acompanhou-o novamente à capital do Estado e durante dois anos dedicou-se ao aprendizado de alfaiate. Foi então contratado pela Ceará Rádio Club como segundo violonista, e rapidamente formou seu próprio regional, que trabalhou na emissora durante quatro anos.
Em 1943 o radialista carioca César Ladeira visitou Fortaleza para inaugurar as ondas curtas da Ceara Rádio Club e ofereceu-lhe um contrato para a Rádio Mayrink Veiga, do Rio de Janeiro, onde manteve dois programas semanais, adquirindo grande prestígio como solista. Atuou na boate do Hotel Quitandinha, em Petrópolis-RJ, ao lado de Djalma Ferreira (piano), Oscar Belandi (percussão) e Chuca Chuca (vibrafone), passando, em 1945, a integrar o Conjunto Milionários do Ritmo, com essa mesma formação.
Atuou em 1946 na boate Casablanca e na Rádio Globo, do Rio de Janeiro, ingressando em 1947 na Rádio Nacional, onde se apresentou inclusive em dupla com Garoto, no programa Nada Além de Dois Minutos. Permaneceu nessa emissora até a década de 1960.
Compondo sempre em parceria com Luis Bittencourt, sua primeira música gravada foi Nova ilusão, lançada por Os Cariocas em 1948, que acabou tornando-se prefixo desse conjunto. No ano seguinte, gravou como solista o choro Sereno, na Todamérica, enquanto a Musidisc lançava Mais uma ilusão, na voz de Nuno Roland; de 1950 é Comigo é assim, lançado por Os Cariocas na Continental bem como a gravação do grande sucesso de Joubert de Carvalho e Olegário Mariano, De papo pro ar, feita por ele na Sinter.
No ano seguinte, seu baião Não interessa não (com Luis Bittencourt) foi registrado em disco Sinter por César Ladeira e Heleninha Costa, enquanto gravava em solo de cavaquinho os choros Vitorioso e Encabulado na mesma fábrica; também de 1951 são os seguintes lançamentos: Tudo azul, choro gravado nor Zezé Gonzaga e As moreninhas, selo Sinter; Viola do Zé, polca interpretada por ele na Sinter e por Carmélia Alves em disco Continental, e Castigo, samba cantado por Gilberto Milfont em gravação da Victor.
Em 1952 novas composições suas em parceria com Luis Bittencourt tornaram-se conhecidas: Cinzas, com o cantor Ernani Pilho, na Sinter; Caititu, choro gravado em solo de flauta por Ari Ferreira, na Sinter; Pau-de-arara, baião interpretado por Carmélia Alves, na Continental, Polquinha do pica-pau, por Luís Bittencourt e seus solistas, na Sinter.
No mesmo ano, utilizando o play-back gravou Copacabana (João de Barro e Alberto Ribeiro) e Um domingo no Jardim de Alá (Lirio Panicalli). Sua composição Caixinha de música saiu em disco Continental em 1954, interpretada pelo autor, que deixou ainda na Sinter dois LPs de 10 polegadas: Dançando com José Menezes e seu Quarteto e A voz do violão, com solos desse instrumento.
Seguiu com o Sexteto de Radamés Gnatalli para a Europa em 1959, apresentando-se em Paris, França, Londres e Oxford, Grã-Bretanha, Roma, Itália, Lisboa e Porto, Portugal, ao lado de Nelsinho do Trombone, Chiquinho do Acordeom, Gilberto do Pandeiro e Pereirinha, contrabaixo.
No mesmo ano formou o conjunto Velhinhos Transviados, que gravou 13 LPs na RCA até 1971, entre os quais Velhinhos transviados, Velhinhos transviados embalados, Velhinhos transviados na paquera, Velhinhos transviados tropicalissimos, Velhinhos transviados pra frente, sempre com sucessos do momento.
Participou tocando guitarra em algumas das primeiras gravações de Roberto Carlos, The Fevers e outros. Em 1995 lançou o disco Chorinho in Concert, pela CID, incluindo um choro inédito de sua autoria, Tô querendo.

Lauro Maia

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Lauro Maia (Lauro Maia Teles), compositor, instrumentista e arranjador, nasceu em Fortaleza/CE em 06/11/1912 e faleceu no Rio de Janeiro/RJ em 05/01/1950. A mãe era professora de teoria musical e lhe ensinou as primeiras noções de música. Ainda ginasiano, freqüentemente apresentava-se tocando piano no Cine-Teatro Majestic, sendo depois convidado a substituir pianista que adoecera.
Em 1938, formou o Quinteto Lupar, com Paulo Pamplona, Ubiraci de Carvalho, Roberto e Antônio Fiuza, estreando no ano seguinte na Ceará Rádio Clube. Na época, era diretor artístico da emissora, alem de ocasionalmente integrar a orquestra da casa como pianista ou acordeonista. Além disso, liderava a Escola de Samba Lauro Maia, fazia pesquisas sobre o folclore cearense e arranjos de musicas para gravações. Casado com Djanira Teixeira, irmã do compositor Humberto Teixeira, transferiu-se para o Rio de Janeiro, sendo contratado pelos editores Irmãos Vitale.
Passou também a trabalhar em cassinos, e em 1942 sua composição Eu vi um leão foi gravada na Odeon pelos Quatro Ases e Um Curinga, mesmo conjunto que lançou em 1944 a marcha de sua autoria Trem de ferro, um de seus maiores sucessos. Em parceria com Humberto Teixeira compôs outros grandes êxitos, como Só uma louca não vê, gravado por Orlando Silva na Odeon em 1945, e, no ano seguinte, Deus me perdoe, lançada em disco por Ciro Monteiro na Victor, obtendo muito sucesso no Carnaval.
Criou um novo ritmo, o balanceio, que fazia prever o baião urbanizado, como nas músicas Marcha do balanceio, gravada por Joel e Gaúcho, e Tão fácil, tão bom, interpretada pelos Vocalistas Tropicais, ambas na Odeon, também em 1946.
Adoecendo, regressou a Fortaleza no ano seguinte, retornando ao Rio de Janeiro em 1948, onde faleceu dois anos depois. Duas músicas de sua autoria foram lançadas postumamente: Trem ô lá lá (com Humberto Teixeira), em 1950, por Carmélia Alves, e o choro Faísca, gravado por Raul de Barros, na Odeon, um ano depois, obtendo êxito. Sua música Trem de ferro foi regravada por João Gilberto em 1961, com sucesso, constando do terceiro LP desse cantor na Odeon.
Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora - Publifolha.

Lina Pesce

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Lina Pesce (Magdalena Pesce Vitale), compositora, instrumentista, nasceu em São Paulo/SP em 26/1/1913 e faleceu em 30/6/1995. Filha do maestro italiano Giacomo Pesce, que lhe deu as primeiras orientações musicais e muito a influenciou. Teve aulas de piano com Marcelo Buogo.
Em 1922 fez sua primeira composição, o tango-canção Quantas vezes, com letra em português escrita por seu pai, que assumiu o pseudônimo de Orfeu. São dessa mesma época seus tangos A vingança de Cupido, Compadrito, Esqueça-me, Fatalidad e Miente.
Em 1933 casou-se com Vicente Vitale, um dos fundadores da editora Irmãos Vitale, transferindo-se para o Rio de Janeiro, onde prosseguiu seus estudos de música, teoria, solfejo e harmonia com Lorenzo Fernandez e piano com Tomás Terán.
Em dezembro de 1937, ganhou o primeiro lugar no Concurso Oficial de Músicas Carnavalescas para 1938, promovido pela Divisão de Turismo e Divertimentos Públicos da Prefeitura de São Paulo, com a marcha Você gosta de brincar, gravada por Laís Marival em disco Columbia.
Em 1942 editou pela Irmãos Vitale seu choro Bem-te-vi atrevido, gravado pela organista norte-americana Ethel Smith e apresentada pela mesma no filme Dupla ilusão (Twice Blessed). A partir dessa aparição, a música ganhou novos registros nos EUA, e recebeu gravações na Argentina, Inglaterra, França, Itália, antiga U.R.S.S. e vários outros países.
No Brasil recebeu algumas dezenas de registros conhecidos, dos quais se destacam os de Irani Pinto, Carolina Cardoso de Meneses, Altamiro Carrilho, Sivuca e Heriberto Muraro. O sucesso inspirou-a a compor outros choros com nomes de pássaros: Pintassilgo apaixonado, Corruíra saltitante, Tangará na dança, Canarinho gracioso e Sabiá feiticeiro, todos editados nas décadas de 1940 e 1950 pela Irmãos Vitale e gravados por numerosos intérpretes, destacando-se Simonetti, Copinha, Carioca e Luís Americano.
Na década de 1950, compôs sambas-canções de grande aceitação, como Onde estará meu amor (gravado por Morgana,Dolores Duran, Elisete Cardoso e Agnaldo Rayol), Era uma vez (gravado por Carminha Mascarenhas e Morgana), Eu sou assim (gravado por Jairo Aguiar e Marion Duarte) e Este amor (gravado por Morgana e Paulo Queirós).
Em 1958, a Copacabana lançou um LP contendo exclusivamente composições suas executadas por Irani Pinto, intitulado Inspiração. No mesmo ano, ingressou na Academia Brasileira de Música Popular, possuindo até esse momento mais de 200 gravações divulgadas em diferentes países.
Em 1961 assinou contrato com a CBS, gravando como solista de piano três LPs: Valsas bem brasileiras (1961), com repertório de valsas de sua composição, Concerto em ritmo (1963), com clássicos da música erudita vertidos em ritmo dançante (os dois LPs com arranjos e regência de Lírio Panicalli), e Chorinhos bem brasileiros (1963), com arranjos e regência de Radamés Gnattali. A partir daí, afastou-se do meio artístico.
Em meados da década de 1970, voltou a residir em São Paulo, no bairro de Vila Mariana, restringindo suas aparições públicas a programas radiofônicos e reuniões musicais particulares, além de compor. Com a morte de Vicente Vitale, em 19 de setembro de 1980, abandonou definitivamente a carreira.
Obras: Baião concertante, baião, 1958; Bem-te-vi atrevido, choro, 1942; Canarinho gracioso, choro, 1958; Compadrito, tango, 1929; Corruíra saltitante, choro, 1948; Era uma vez, samba-canção, s.d.; Esqueça-me (c/Giacomo Pesce), tango, s.d.; Este amor, samba-canção, s.d.; Eu sou assim, samba-canção, s.d.; Miente, tango, 1929; Onde estará meu amor, samba-canção, 1958; Pintassilgo apaixonado, choro, 1947; Quantas vezes, tango-canção, 1927; Sabiá feiticeiro, choro, 1950; Tangará na dança, choro, 1942; Você gosta de brincar, marcha, 1939.
Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora - PubliFolha.

Lourival Faissal

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Lourival Faissal, compositor, radialista, nasceu no Rio de Janeiro/RJ em 17/11/1922. Como radialista atuou durante longos anos na Rádio Nacional e foi chefe do Departamento de sonoplastia nessa emissora.
Como compositor, ficou conhecido como o "Rei das versões", especializando-se em fazer versões de músicas estrangeiras. Teve composições gravadas por diferentes intérpretes, entre os quais, Blecaute, Ângela Maria, Anísio Silva, Trio Nagô, Luiz Gonzaga, Irmãs Galvão, Linda Batista, Elisete Cardoso e Emilinha Borba.
Um de seus principais parceiros foi Getúlio Macedo, com quem compôs entre outras, o mambo Covarde, o samba-canção Há de existir meu amor, o ragtime Ano novo, ano bom, a marcha Nosso Natal e as valsas Meu papai e Mãezinha querida.
Em 1946, Emilinha Borba gravou pela Continental o samba Acapulco, versão de música de Gordon e Warren. Em 1950, Carlos Galhardo lançou na RCA a valsa Solidão, parceria com Olga Nobre. Em 1951, Emilinha Borba interpretou o bolero Dez anos, composição de Rafael Hernández e Adelaide Chiozzo gravou na Star a marcha Noite de lua, com Chocolate.
Em 1952, as seguintes músicas foram gravadas: o baião Vaqueiro romântico, com Chocolate na RCA Victor por Bob Nelson; o samba-canção Divórcio, parceria com Getúlio Macedo, por Linda Batista e o tango A media luz, versão de composição de E. Donato, por Nelson Gonçalves.
São de 1953 as gravações do samba Você sabe muito bem, com Benê Alexandre e Getúlio Macedo, ainda na Continental por Emilinha Borba e do bolero Linda cigana, versão de música de Livingstone e Evans, pelo Trio Madrigal.
Em 1954, Nelson Gonçalves gravou na RCA o samba-canção Como se previa, com Getúlio Macedo; Risadinha gravou na Odeon a marcha-rancho Meu jardim, com Jarbas Albuquerque; Osvaldo Borba e sua Orquestra gravou o Mambo das normalistas com Clínio Cavalcânti e Bel Luz também na Odeon; Dircinha Batista gravou na RCA o bolero Botões de laranjeira com Getúlio Macedo e o Trio de Ouro gravou também na RCA a Balado do ouro negro, versão de uma composição de Webster e Tiom Kim. Também no mesmo ano, a cantora Zaíra Cruz gravou na RCA Victor a valsa Noite santa, e a canção Vi mamãe beijar Papai Noel, esta última uma versão para música de T. Connor.
Em 1955, o Trio Yrakitan lançou na Odeon a canção Feliz Natal...Boas Festas com Irani de Oliveira, Zaíra Cruz gravou na RCA a rumba Baratinha; Nelson Gonçalves, também na RCA gravou o tango Esta noite me embriago (Esta noche me emborracho) com Discépolo e Jorge Veiga gravou o Hino da torcida do Flamengo, parceria com Getúlio Macedo.
Em 1956 foram gravados a valsa Dia dos nossos avós com Arsênio de Carvalho por Zaíra Cruz na RCA e o beguine Praia Vermelha com Getúlio Macedo, também na RCA pelo Trio Itapoan.
Em 1957, Pedroca do Trompete e seu Conjunto gravou na Sinter o bolero Intenção, parceria com Getúlio Macedo; Adelaide Chiozzo gravou a marcha Tua companheira, com Getúlio Macedo e o Trio Nagô gravou o bolero Dúvida, parceria com C. Navarro.
Em 1958 suas músicas foram gravadas por Ângela Maria (o samba Apaixonada) na Copacabana, Carolina Cardoso de Menezes (o mambo Covarde, parceria com Getúlio Macedo) na Odeon, os Vocalistas Modernos (regravação do bolero Covarde) e Chiquinho e sua orquestra (o bolero Arranca minha vida, parceria com Getúlio Macedo) os dois últimos pela Sinter.
Em 1959, Anísio Silva gravou na Odeon a guarânia Quero beijar-te as mãos, parceria com Arsênio de Carvalho, regravada no ano seguinte pela dupla Cascatinha e Inhana.
Em 1960, Carlos Galhardo gravou na RCA Victor o samba-canção Presença viva do nosso amor, parceria com Getúlio Macedo e Hebe Camargo gravou também na Odeon o bolero Eu tenho um pecado novo, versão de composição de Moraes e Martinez.
Em 1961, compôs com Luiz Gonzaga a marcha Alvorada da paz gravada no mesmo ano pelo Rei do Baião na RCA. Ainda no mesmo ano, Orlando Silva gravou a Canção do amor que lhe dou.
Sua intérprete mais constante foi Emilinha Borba, que gravou de sua autoria, entre outras, o bolero Em nome de Deus com Alvarado, o fox-samba Istambul uma versão da composição de Simon e Kennedy, o tango Desengano, com o maestro Patané e o bolero Chuvas de abril com D. Sylvia e Silvers, todas pela Continental.
Teve, ao logo da carreira, mais de 100 composições gravadas. Seu maior sucesso foi a guarânia Quero beijar-te as mãos, com Arsênio de Carvalho.
Fonte: Dicionário Cravo Albin da MPB.

Getúlio Macedo

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Getúlio Macedo (Getúlio Benício), compositor e produtor, nasceu em 13/11/1922 na cidade de Sabino Pessoa - ES. Em 1938 mudou-se para o Rio de Janeiro e em 1942, ingressou na UBC, da qual ocupou entre outros, o cargo de conselheiro.
Com um repertório predominantemente romântico, compôs boleros, samba-canção, fox, mambo, samba e rumba. Um de seus principais parceiros foi Lourival Faissal, com quem compôs mais de vinte músicas. Entre outras, o bolero Covarde, o mambo A louca, o bolero Intenção, o ragtime Ano novo, ano bom e a marcha Nosso Natal.
Entre seus intérpretes estão Emilinha Borba, Marlene, Gilda de Barros, Alzirinha Camargo, Ângela Maria, Carlos Galhardo, Adelaide Chiozzo e Ellen de Lima, entre outros. Em 1952, Carlos Galhardo gravou na RCA Victor a valsa Mãezinha querida, pioneira nas homenagens às mães e que se tornou um clássico do cancioneiro popular e que vendeu cerca de 6 milhões de cópias ao longo dos anos com diferentes intérpretes.
No mesmo ano, Linda Batista gravou também na RCA o samba-canção Divórcio, parceria com Lourival Faissal. Em 1953, Fafá Lemos gravou pela RCA o baião ABC do amor, parceria com Augusto Alexandre, Gilberto Milfont gravou o samba-canção Confissão e Francisco Carlos o samba-canção Primeiro amor e o samba A saudade eu vou levar, os três da parceria com Lourival Faissal. No mesmo ano, Carlos Galhardo gravou a valsa Tanta mentira parceria com Mário Lago e Emilinha Borba e Trio Madrigal gravaram o mambo É o maior, parceria com Bené Alexandre.
Em 1954, Orlando Melo gravou pela Odeon, de sua parceria com Lourival Faissal, a toada A canção do Jerônimo, abertura da famosa novela de rádio "Jerônimo, o herói do sertão" e o baião Apanha flor, sá Nanci. No mesmo ano Nelson Gonçalves gravou na RCA Victor o samba-canção Como eu previa, parceria com Lourival Faissal.
Em 1955, Jorge Veiga gravou de sua parceria com Lourival Faissal o Hino da torcida do Flamengo e Chiquinho do Acordeom o bolero Horas íntimas, parceria com Oscar Maneck. Em 1956, o Trio Itapoan gravou o beguine Praia Vermelha, com Lourival Faissal, Hélio Chaves gravou na Mocambo o samba Este é o samba, parceria com Almeida Batista e Gilberto Milfont na Continental o fox trot Até a lua se escondeu.
Em 1957, Cauby Peixoto gravou o samba-canção Onde ela mora, com Lourival Faissal, e o bolero O louco. No mesmo ano, Adelaide Chiozzo gravou a marcha Tua companhia e os Vocalistas Modernos o bolero Covarde, ambos com Lourival Faissal.
Em 1958, Emilinha Borba gravou na Continental Botões de laranjeira, parceria com Lourival Faissal. Ângela Maria pela Copacabana gravou o samba-canção Voltei, parceria com Irani de Oliveira e Gilda de Barros pela Sinter o fox Trágica mentira, parceria com Ilza Silveira.
Em 1959, Os Cariocas gravaram pela Columbia o Cha cha cha baiano e Agnaldo Rayol regravou na Copacabana o bolero Trágica mentira. Em 1960, Carlos Galhardo gravou pela RCA Victor o samba-canção Presença viva do amor, com Lourival Faissal, e o Trio Nagô gravou também na RCA o samba Meu apelo, parceria com Irani de Oliveira.
No mesmo ano, o palhaço de circo Carequinha gravou na Copacabana o fox É mamãe, parceria com Irani de Oliveira. Em 1961, Leo romano gravou na Odeon o bolero Aliança. No mesmo ano produziu e compôs com Hamilton Sbarra as músicas para o disco Carequinha no Parque Xangai, que foi um grande sucesso.
Em 1962, Ellen de Lima gravou na RCA Victor o samba-canção Meu amor lhe acompanhará e Carlos Galhardo o bolero Tu e eu, parceria com Irani de Oliveira. Em 1963, Dalva de Andrade gravou na odeon o bolero Cigana.
Teve mais de 50 composições gravadas. Atuou durante trinta anos como produtor e diretor de televisão, tendo trabalhado nas TVs Tupi, Excelsior e Globo. Compôs vinhetas e jingles. Compôs cerca de 400 músicas.
Fonte: Dicionário Cravo Albin da MPB.

Careca

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Careca (Luis Nunes Sampaio), pianista e compositor, nasceu no Rio de Janeiro/RJ em 18/2/1886 e faleceu na mesma cidade em 21/5/1953. Morador do bairro do Catumbi foi um grande animador do carnaval carioca na década de 1920.
Esteve ligado ao Clube dos Fenianos e ao Clube dos Zuavos, dos quais participava das festas tocando ao piano choros "convidativos" e "desengonçados" maxixes, conforme palavras de Jota Efegê. Participou também da criação de alguns blocos carnavalescos.
Em 1919, organizou o Bloco dos Almofadinhas e que fez sucesso nos desfiles carnavalescos. Em 1920, teve o samba-carnavalesco Bá bé bi e o tango Sapequinhas gravados na Odeon pelo Grupo do Além. No mesmo ano o samba -carnavalesco Bá bé bi foi regravado por Bahiano, constituindo-se o primeiro sucesso do compositor, música também conhecida como Deixa as cadeiras da nega buli ou então como Babá do Careca.
Ainda nesse ano, fundou com o jornalista e cronista carnavalesco da revista A Vanguarda, Jaime Correia, também conhecido como Bicanca, o Bloco carnavalesco "Foi ela ela que me deixou", para o qual compôs samba com o mesmo título.
O Bloco desfilou em 1921 com homens travestidos de mulheres e cantando o samba composto especialmente para o grupo carnavalesco que saiu do Catumbi e estendeu seu desfile até as Ruas Salvador de Sá e Machado Coelho. Esse Bloco, ao que parece, desfilou regularmente até meados da década de 1920.
Destacou-se em 1922 com o samba-carnavalesco Ai, seu Mé, parceria com Freire Júnior, que satirizava o candidato à presidência da República Artur Bernardes apelidado popularmente de "Carneiro", "Rolinha" e "Seu Mé", gravada na Odeon pelo Bahiano. Artur Bernardes venceu as eleiões e os autores da marcha, grande sucesso no carnaval daquele ano, embora sob o pseudônimo de "Canalhas da rua", acabaram perseguidos. Freire Júnior acabou preso e o parceiro teve que se esconder fora do Rio de Janeiro.
No mesmo ano, seu samba As meninas de hoje foi gravado na Odeon pela Orquestra Augusto Lima e a marcha Com esta figa e a canção Foi ela quem me deixou foram lançadas pelo cantor Bahiano.
Em 1923, teve o samba-carnavalesco Um, dois, três e os sambas Ceroula não é cueca e Iaiá me leva pra cadeirinha gravados por Bahiano, que firmou-se como seu principal intérprete. Em 1924, teve gravado seu maior sucesso o samba O casaco da mulata, também conhecido como O casaco da mulata é de prestação, grande êxito carnavalesco gravado quase simultâneamente pelo Orquestra Brasil-América e pelo cantor Bahiano em dueto com Maria Marzulo.
Obteve novo êxito carnavalesco em 1925 com a marcha Os passarinhos da Carioca gravado pelo Grupo do Pimentel e logo em seguida pelo cantor Fernando. No final desse ano, o cantor Fernando gravou a marcha Oh! Serafina e os sambas Ela disse uma vez pra mim e Mulata, sai do portão, com vistas ao carnaval do ano seguinte. Em 1927, teve duas obras gravadas por Francisco Alves na Odeon, a marcha Ai Lelé lé lé e o samba Foi você quem me deixou.
Grande folião, destacou-se nas batalhas de confete famosas na época que eram as das ruas Santa Luísa, no Centro da cidade e Dona Zulmira, bairro de Vila Isabel, chegando a receber diversos prêmios como taças e estátuas que chegaram a ser expostas por ele em vitrine da Rua Gonçalves Dias, no Centro da então Capital Federal, o Rio de Janeiro.
Fonte: Dicionário Cravo Albin da MPB

Leo Albano

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Leo Albano (Albano Piccinini), cantor, nasceu em São Paulo/SP em 27/9/1913. Iniciou a carreira em 1935, na Rádio Cultura, de São Paulo, passou pela Educadora Paulista, onde trabalhou nos dois anos seguintes, indo depois para a Bandeirantes.
Em 1938 tornou-se crooner e apresentador da orquestra Gaó, na Rádio Cruzeiro do Sul, mudando-se para o Rio de Janeiro/RJ um ano mais tarde, para cantar nas rádios Ipanema, Transmissora e Nacional.
Gravou seu primeiro disco em 1939, na Columbia, com as músicas Boa noite, Colombina, de Ari Machado, e Três coisas que eu deixei, de Manuel Dias, apresentando-se no mesmo ano no Cassino da Urca. Além de cantor, foi diretor artístico do cassino no período 1940-1946, saindo para assumir as mesmas funções no Cassino Atlântico, onde ficou seis meses.
Trabalhou em teatro de revista e figurou como galã-cantor na opereta da Companhia Iglésias-Freire Júnior, O cantor da cidade, nome pelo qual passou a ser conhecido no Rio de Janeiro. Cantou ao lado de Alda Garrido, Eva Tudor e Oscarito, em produções de Walter Pinto, e participou dos filmes Samba em Berlim (1942) e Berlim na batucada (1944), dirigidos por Luís de Barros. Em 1945 foi o galã-cantor, ao lado de Marlene, do filme Pif-paf, direção de Ademar Gonzaga e Luís de Barros.
De volta a São Paulo, passou a trabalhar como cantor e diretor artístico da Rádio Excelsior, e esteve, mais tarde, na TV Paulista. Gravou, na Columbia, a valsa Renúncia e o samba-canção Destinos (Edgar Cardoso); na Continental, a valsa Ao cair de uma estrela e o samba Cabrochinha (ambos de Laurindo de Almeida e Edgar de Almeida); o samba Dona Dora (Sílvio Mazzuca e Teófilo de Barros Filho) e o samba-canção Foi você (Sílvio Mazzuca); na RCA, a marcha Tarantela (Clóvis Mamede e Pedro Molina), o samba Nunca mais direi adeus (Valdemar Costa e Clóvis Mamede), o fox Tudo é Brasil (Vicente Paiva e Sá Róris) e o samba Minha jangada (com Chiquinho Sales).
Deixou a carreira artística em 1959.
Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira: erudita, folclórica e popular. São Paulo, Art Ed., 1977.

Leo Peracchi

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Leo Peracchi nasceu em 30/9/1911 na cidade de São Paulo-SP e faleceu em 16/1/1993 no Rio de Janeiro-RJ. Foi regente, arranjador, pianista, professor, compositor, mestre da instrumentação moderna brasileira e destacado orquestrador da Música Popular Brasileira. Durante sua vida profissional teve enorme importância também como formador de músicos e incentivador de jovens artistas como Toquinho, Tom Jobim e do pianista Arthur Moreira Lima.
Primeiro filho de Memore e Ada Peracchi, seu pai foi professor de música e diretor do Conservatório Benedetto Marcello, depois Conservatório Carlos Gomes. Teve quatro irmãos, três dos quais também musicistas: Henriqueta Elda, pianista, Eldo, violoncelista e Gemma Rina, pianista e professora do conservatório Carlos Gomes, e Tina, secretária e estenógrafa.
Formou-se em piano e composição no conservatório do pai, onde, ainda de calças curtas, passou a dar aula de teoria e solfejo (1927). Começou sua carreira dirigindo pequenas orquestras (1928), acompanhando filmes nos cinemas da cidade, e tornou-se concertista clássico de piano.
Casou-se (1932) com sua primeira mulher, Sofia Giordani, com quem viveu durante 18 anos e teve dois filhos, Márcia e Adriano Lúcio, e passou a trabalhar como pianista e maestro da Rádio Kosmos, de São Paulo (1936). Passado pela Rádio Bandeirantes e pela Rádio Educadora Paulista, seguiu para o Rio de Janeiro (1941), a convite da Rádio Nacional, à época a maior emissora do país, onde participou de vários programas como orquestrador, regente e compositor.
Foi o criador, juntamente com Haroldo Barbosa e José Mauro, do programa Dona Música, que apresentava músicas de todas as partes do mundo. Entre muitas outras atividades, dirigiu a orquestra da Rádio Nacional no programa A história das orquestras do Brasil (1944), também lançado por Almirante.
Passou a viver (1950) com sua segunda mulher, a cantora lírica Lenita Bruno (1929-1987), com quem teve uma filha, a cantora Míriam. Escreveu partituras musicais para diversos filmes da Atlântida e Flama, como a chanchada Tu és Meu (1952), de José Carlos Burle e incontáveis arranjos para discos e regeu várias orquestras.
Foi nomeado (1965) diretor musical da Orquestra Sinfônica de Altoona, na Pensilvânia, cargo no qual permaneceu por dois anos. Lá também dirigiu conjuntos corais e lecionou nas escolas Nossa Senhora de Lourdes e Montessori, além da Universidade da Pensilvânia.
Com a terceira mulher, Nina Campos, mudou-se para Belgrado, antiga Iugoslávia (1968), onde trabalhou com a Orquestra Filarmônica da cidade e escreveu o ballet Stâmena. Voltou para o Brasil (1970), estabelecendo-se em São Paulo, trabalhando nas gravadoras Copacabana e Arlequim, da qual foi diretor musical, e na Editora Vitale e dava aulas particulares de música para jovens interessados, além de aulas de Composição e Conjunto de Câmara no Conservatório Carlos Gomes.
Nessa mesma época, faz trabalhos de regência para o Estúdio Gazeta e para a Orquestra da Rede Globo e adaptou arranjos para teatros e orquestras. Vítima de um princípio de derrame que o impediu de continuar escrevendo partituras, foi morar no Rio de Janeiro (1989) viver sob os cuidados dos filhos, onde faleceu três anos depois, a 16 de janeiro.

Leonel Faria

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Leonel Faria (Leonel Neves de Faria), cantor, nasceu em 15/1/1908 no Rio de Janeiro e faleceu em 27/12/1935 nesta mesma cidade. Estreou, em 1930, como "crooner" no Brasil Danças e, logo em seguida, passou a cantar na Rádio Clube do Brasil e no Cassino da Urca com a orquestra de Simon Bountman.
Em 1931 gravou na Columbia seu primeiro disco, interpretando os sambas Maria e Cavanhaque, de Ary Barroso com acompanhamento da Orquestra Columbia de Simon Bountman. No mesmo ano, gravou um série de mais onze discos na Columbia num total de 20 músicas a maioria com acompamento da orquestra de Simon Bountman com destaque para os sambas Eu sou gozado assim e O meu conselho, ambos de Pixinguinha.
Em 1932 gravou os sambas Sonho de amor, de Simon Bountman e Que se dane, de Noel Rosa e J. Machado. Em 1934, gravou com acompanhemento da Orquestra da Rádio Clube do Brasil as marchas Acabou-se o que era doce, de Sain-Clair Sena e Mal de amor, de Freitinhas.
Suas últimas gravações em 1935 foram o samba Deve ser azar e a marcha É hora..., ambas de Saint Clair Sena, pela gravadora Odeon.
Fonte: Revivendo Músicas - Biografias.

Linda Rodrigues

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Linda Rodrigues, compositora e intérprete, foi uma das cantoras que mais celebraram a dor-de-cotovelo. Gravou pela primeira vez em 1945, pela Continental, os sambas Enxugue as lágrimas (Elpídeo Viana e Correia da Silva) e Abaixo do nível (Osvaldo dos Santos e Odaurico Mota).
Em 1946 gravou a marcha Atchim (J. Piedade e Príncipe Pretinho) e o samba Claudionor (Cândido Moura e Miguel Bauso). Em 1948 gravou a rumba Jack! Jack! Jack! (Haroldo Barbosae Armando Castro) e o samba Mais um amor, mais uma desilusão (José Maria de Abreu).
Em 1951 gravou pela Star o samba canção Os dias que lhe dei (Newton Teixeira e Airton Moreira) e o samba Raça negra (Ailce Chaves e Paulo Gesta). Em 1952 gravou o samba Lama (Paulo Marques e Alice Chaves), que veio a ser não apenas seu maior sucesso como um dos sambas-canções mais celebrados no repertório de fossa, e o bolero Nossos caminhos (Aírton Amorim e Nogueira Xavier).
Em 1953 gravou pela Sinter o samba Sombra e água fresca (Geraldo Mendonça e Russo do Pandeiro) e a marcha Bambeio mas não caio (Elvira Pagã, Ailce Chaves e Paulo Marques). Em 1954 gravou o samba Sereno cai (Raul Sampaio e Ricardo Galeno) e a marcha Tá tão bom (Três Amigos).
Em 1955 gravou pela Continental o samba Ninguém me compreende" de Peterpan e o samba-canção Vício de sua autoria e José Braga, com acompanhamento de Guaraná e sua Orquestra, que também se tornou um grande sucesso de sua carreira. No mesmo ano gravou pela Todamérica a marcha Rico é gente bem (Rebelo, Rupp e Ari Monteiro) e o samba Folha de papel (Paulo Marques, Sílvio Barcelos e Ari Monteiro).
Em 1956 gravou os sambas-canções Farrapo humano de sua autoria e Ailce Chaves e Queimei teu retrato (Noel Rosa e Henrique Brito). Em 1957 gravou os sambas Violeta (Mirabeau e Dom Madrir) e Recompensa (Tito Mendes, Nilo Silva e Osvaldo França). No mesmo ano gravou os sambas-canções Pianista, (Irani de Oliveira e Ari Monteiro) e Comentário barato (Jaime Florence e J. Santos).
Em 1958, gravou os sambas Chorar pra que (Aldacir Louro e Silva Jr.) e Quando o sol raiar (Mirabeau, Sebastião Mota e Urgel de Castro). No mesmo ano registrou ainda o samba Sereno no samba (Aldacir Louro e Dora Lopes) e o bolero Nada me falta de sua autoria e Aldacir Louro.
Em 1959 gravou pela RCA Victor o samba Tem areia de sua autoria e José Batista e a marcha Marcha da folia de sua autoria, Aldacir Louro e Silva Jr. Em 1960 gravou os sambas-canções Negue (Adelino Moreira e Enzo de Almeida Passos) e Tenho moral de sua autoria e Castelo. No mesmo ano gravou Companheiras da noite samba-canção de sua autoria, Ailce Chaves e William Duba.

Lírio Panicali

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Lírio Panicali, regente, arranjador compositor e instrumentista, nasceu em Queluz/SP em 26/6/1906 e faleceu em Niterói/RJ em 29/11/1984. Filho de imigrantes italianos, aos 12 anos transferiu-se para São Paulo SP, ingressando no Liceu Coração de Jesus e depois no Conservatório Dramático e Musical de São Paulo.
Em 1922, já no Rio de Janeiro/RJ, estudou no I.N.M. e foi maestro e pianista da Companhia Negra de Revista. Nessa cidade, conheceu Lamartine Babo, com quem escreveu o fox Saias curtas. Por razões familiares, precisou voltar à cidade natal, lá tendo desenvolvido intensa atividade musical, organizando bandas e coros.
De volta a São Paulo, começou a trabalhar na Rádio São Paulo, passando, em 1938, para a Rádio Nacional, do Rio de Janeiro, onde participou do programa Canção Antiga, de Almirante. Nesse ano organizou a Orquestra Melódica Lírio Panicali e, desde então, começou a escrever temas para novelas da Rádio Nacional, destacando-se nesse gênero suas valsas Encantamento, Magia (com Raimundo Lopes) e Ternura (com Amaral Gurgel).
Em 1939 estreou no cinema, compondo para o filme Aves sem ninhos, dirigido por Raul Roulien seguindo-se as trilhas sonoras para os filmes: em 1943, Moleque Tião, de José Carlos Burle; em 1947, Este mundo é um pandeiro, de Watson Macedo; em 1953, Dupla do baralho, e em 1954 Nem Sansão nem Dalila, ambos de Carlos Manga.
Foi um dos fundadores da gravadora Sinter (1950), onde permaneceu como diretor do setor artístico e gravou, em 1950, seu primeiro LP, Orquestra melódica de Lírio Panicali. Nessa fábrica, gravou inúmeros sucessos carnavalescos. Idealizou com Paulo Roberto o famoso programa Lira de Xopotó, na Rádio Nacional, sobre bandas do interior, de que resultou o LP do mesmo nome com músicas regionais.
Foi maestro contratado da Rádio M.E.C. e fez arranjos para quase todas as gravadoras do país, tendo-se destacado na Columbia, orquestrando discos de artistas como Cauby Peixoto, Tito Madi e Sérgio Murilo. Fez também arranjos para diversas orquestras, entre as quais a de Zacarias. Com o aparecimento das telenovelas, na década de 1960, foi convidado a escrever algumas trilhas sonoras e, mais tarde, em 1972, resumiu esse seu trabalho no LP Odeon Panicali e as novelas.

Lolita França

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Lolita França, cantora, estreou em disco em 1939 na Victor, gravando o samba Olha lá um balão, de Murilo Caldas e a marcha O que é da chave?, de Murilo Caldas e Luiz Bittencourt.
No mesmo ano, gravou com Murilo Caldas o samba Nega, de Heitor dos Prazeres e ainda a marcha Praia de Copacabana, de Antônio Caldas, o samba Darei um prêmio, de Raul Marques e César Brasil e a marcha Vale mais, de Wilson Batista e Marino Pinto.
São de 1940 as gravações das marchas Casinha pequenina, de Wilson Batista e Murilo Caldas e Namoro no portão, de André Filho e dos sambas Nego bamba, de Raul Marques, V. Silva e S. Rodrigues e Mulher exigente, de Murilo Caldas, em dueto com o próprio autor.
Ainda em 1940, gravou com Murilo Caldas as marchas Torcidas renitentes, de Murilo Caldas e O papai e a filhinha, de Caldas e Miguel Lima.
Em 1942, gravou pela Colúmbia a marcha Passarinho piupiu, de Murilo Caldas. Suas gravações obtiveram algum sucesso na Argentina.

Luiz Bandeira

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Luiz Bandeira, cantor, músico e compositor, nasceu a 25 de dezembro de 1923, no Recife/PE, onde iniciou a carreira artística em 1939, em um programa de calouros da Rádio Clube de Pernambuco, que o contratou em seguida.
Foi também violonista, radio-ator e cantor de orquestra. Ainda no Recife, em 1948 participou da inauguração da Rádio Jornal do Commercio.
Considerado um dos maiores compositores de frevo, autor, entre outros, dos frevos-canções Voltei, Recife e É de Fazer Chorar (mais conhecida como Quarta-Feira Ingrata).
Além de músicas carnavalescas, também é autor de sucessos gravados por Luiz Gonzaga (Onde Tu Tá, Nenem), Clara Nunes (Viola de penedo) e outros grandes nomes da música popular brasileira. Sua música Na cadência do samba (também conhecida como Que Bonito É) por muitos anos foi tema dos jogos de futebol exibidos pelo jornal do cinema.
Em 1950 mudou-se para o Rio de Janeiro, onde trabalhou como crooner no Copacabana Palace e na Rádio Nacional. Nessa década sua atuação como compositor se destaca como no baião Maria Joana (1952).
Em 1977, participou, no Japão, do Festival Internacional da Canção, com a música Bia. Em 1984, retornou ao Recife, onde morreria, a 22 de fevereiro de 1998, um domingo de carnaval.

Luís Barbosa

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Luís Barbosa (Luís dos Santos Barbosa), cantor e compositor, nasceu no Rio de Janeiro/RJ em 7/7/1910 e faleceu em 8/1 0/1938. Irmão do compositor Paulo Barbosa, do humorista e cantor Barbosa Júnior e do radialista Henrique Barbosa, começou sua carreira na Radio Mayrink Veiga, no Esplêndido Programa, de Valdo Abreu, em 1931, logo se destacando por sua personalidade na interpretação de sambas, reforçada pela novidade da utilização de “breques”.
Foi também o introdutor do chapéu de palha como acompanhamento rítmico, nos programas de rádio e em gravações. Seus primeiros sucessos foram as interpretações de Caixa Econômica (Nássara e Orestes Barbosa) e Seu Libório (João de Barro e Alberto Ribeiro).
Em 1931 gravou na Odeon seus primeiros discos: os sambas Meu santo (Pedro Brito), Silêncio (Vadico), Não gostei de seus modos (Amor) e Sou jogador (de sua autoria), e as marchas Vem, meu amor (Pedro Brito e Milton Amaral) e Pega, esta também de sua autoria.
Na Victor, em 1933, gravou o primeiro samba de Wilson Batista, Na estrada da vida, e em seguida o samba Adeus, vida de solteiro, além do samba-canção Jamais em tua vida, ambos do compositor e pianista Mano Travassos de Araújo, que o acompanhou ao piano. No mesmo ano, a convite de Jardel Jércolis, passou a se apresentar todas as noites no Teatro Carlos Gomes, cantando juntamente com Deo Maia o samba No tabuleiro da baiana (Ary Barroso), que seria gravado por ele em dupla com Carmen Miranda, na Odeon, em 1937.
Em seguida gravou, na Victor, a marcha Quem nunca comeu melado (com Jorge Murad), o samba Bebida, mulher e orgia (Luis Pimentel, Anis Murad e Manuel Rabaça), o samba Cadê o toucinho e a marcha Eu peço e você nao dá (ambos de Nássara e Antônio Almeida), e os sambas Lalá e Lelé (Jaime Brito e Manezinho Araújo), Risoleta (Raul Marques e Moacir Bernardino), Perdi a confiança (Rubens Soares e Ataulfo Alves) e Já paguei meus pecados (Leonel Azevedo e Germano Augusto).
Entre 1935 e 1937 gravou uma série de sambas de breque de Antônio Almeida e Ciro de Sousa, com acompanhamento ao piano de Mário Travassos de Araújo. No Carnaval de 1936, fez sucesso com a gravação da marchinha de Antônio Almeida e A. Godinho Ó! ó! não, que inicialmente era um anúncio da Drogaria Sul-Americana, do Rio de Janeiro.
A vida de boêmio interrompeu o sucesso de sua curta mas extraordinariamente marcante carreira, tendo morrido tuberculoso em casa de sua família, na Tijuca, em 1938.
Fonte: Enciclopédia da Música Brasilewira - Art Editora.

Luís Vieira

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Luís Vieira (Luís Rattes Vieira Filho), compositor e cantor, nasceu em Caruaru/PE em 12/10/1928. Deixou Caruaru antes dos dez anos de idade, indo para o Rio de Janeiro, onde exerceu profissões como chofer de caminhão, engraxate, lapidário e guia de cego.
Em 1943 já cantava em programas de calouros e era crooner de um cabaré da Lapa, da Leiteria Boil e do Capela. Em 1946 deixou seu emprego numa oficina mecânica e começou a se apresentar na Rádio Clube do Brasil (hoje Mundial), no programa Manhãs na Roça, de Zé do Norte, cantando música nordestina.
Tornou-se secretário e diretor musical do programa, para o qual redigia textos, anunciando casamentos, batizados, óbitos e nascimentos. Mais tarde foi para o programa Salve o Baião, da Rádio Tamoio, tornando-se o “príncipe do baião”, ao lado de Luiz Gonzaga, o “rei”, Carmélia Alves, a “rainha” e Claudete Soares, a “princesinha”.
Convidado por Almirante, passou a atuar também na Rádio Tupi. Com a inauguração da TV Tupi, do Rio de Janeiro, em 1951, participou do primeiro musical de televisão, Espetáculos Tonelux, uma realização de Mário Provezano, estrelado por Virginia Lane.
Foi para a Rádio Nacional em 1953, ano em que compôs um dos seus maiores sucessos, a toada Menino de Braçanã (com Arnaldo Passos). No fim da década de 1950 foi para a Rádio e TV Record, de São Paulo, para fazer o programa semanal Encontro com Luís Vieira, com o qual se transferiu para a TV Excelsior, de São Paulo, onde continuou divulgando musicas e cantadores do Nordeste.
Em 1962, a bordo de um avião, compôs o seu maior sucesso, o Prelúdio para ninar gente grande, que se tornou mais conhecida como Menino passarinho. Em 1975 fez o show Luís Vieira, de rapadura e cuscus até menino passarinho, no Teatro da Lagoa, no Rio de Janeiro, acompanhado pelo grupo Gente. Nesse mesmo ano apresentou se no show Tarde nordestina, na boate Igrejinha, em São Paulo.
Entre baiões, guarânias, toadas, sambas e prelúdios, é autor de mais de 300 canções gravadas, além de ser profundo conhecedor de literatura de cordel e folclore. Tem três Lps lançados pela Copacabana: Retalhos do Nordeste e Encontro com Luís Vieira, volumes 1 e 2.
Entre seus maiores sucessos estão o baião Paroliado, de 1954, a toada Os olhinhos do menino, de 1955, o corridinho Maria Filó (com João do Vale), de 1956, o prelúdio Paz do meu amor, de 1963, e a canção Sinfonia do amor divino, de 1964. Empresário e publicitário, fundou a Luís Vieira Produções.
Obras: Cafundó (c/Luis Bandeira), baião, 1954; Encalacrado (c/Adoniran Barbosa), samba, 1989; Forró do Frutuoso (c/João do Vale), baião, 1955; Lelê belezinha, baião, 1955; Malaquias (c/João do Vale), baião, 1976; Maria Filó (c/João do Vale), corridinho, 1956; Menino de Braçanã (c/Arnaldo Passos), toada, 1953; Os olhinhos do menino, toada, 1955; Pai, acende o lampião (c/Ubirajara Santos), baião, 1951; Paroliado, baião, 1954; Paz do meu amor, prelúdio, 1963; Prelúdio para ninar gente grande (Menino passarinho), 1962; Rolinha, minha saudade, toada, 1953; Sinfonia do amor divino, canção, 1964; Soleiras, canção, 1990; Tronco velho, toada, 1982.
Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

Mário Gennari Filho

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Mário Gennari Filho, multiinstrumentista (acordeom, violão, piano, solovox, guitarra havaiana), professor e compositor, nasceu em São Paulo/SP em 07/07/1930 e faleceu em junho de 1989. Estreou com apenas oito anos, descoberto pelo Capitão Barduíno, que o lançou em seu programa na Rádio Bandeirantes, de São Paulo.
Dois anos depois, gravou seu primeiro disco, a convite da Columbia, Viajando pela Itália. Dessa fábrica passou para a Odeon, onde gravou grandes sucessos: Casinha pequenina (domínio público); Maringá (Joubert de Carvalho), Chuá, chuá (Sá Pereira e Ari Pavão).
Durante quatro anos trabalhou na Rádio Bandeirantes, deixando-a pela Tupi, onde ficou 12 anos, e depois, com o aparecimento da televisão, começou a apresentar-se em várias emissoras paulistas.
Junto com a também acordeonista Rosani M. de Barros, teve um conservatório para o ensino do acordeom em São Paulo, que formou vários instrumentistas. Excursionou por muitos Estados e obteve várias vezes o prêmio Roquete Pinto como melhor solista instrumental.

Fontes: Enciclopédia da música brasileira: erudita, folclórica e popular. São Paulo, Art Editora, 2000; Dicionário Cravo Albin da MPB.

Mário Zan

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Mário Zan (Mário João Zandomenighi), compositor e instrumentista, nasceu em Roncade (Veneto), Itália, em 9/10/1920. Tinha quatro anos de idade quando sua família veio para o Brasil, fixando-se em Santa Adélia/SP. Fascinado pela música apresentada nos bailes sertanejos desde criança, estudou acordeom com Ângelo Reale e teoria musical com o maestro Tripicchioni.
Em 1939 começou a apresentar-se nas rádios Bandeirantes, Cultura, Record e Tupi, de São Paulo/SP, como acordeonista, mas só se destacou quando Piraci, da dupla Palmeira e Piraci, o aproximou do Capitão Furtado, que estava à procura de um acordeonista para excursionar pelo interior de São Paulo e Mato Grosso.
Ao lado de Nhô Pai, Nhá Fia e o Capitão Furtado, viajou de Porto Feliz/SP até Porto Esperança/MT, onde os dois primeiros decidiram voltar para São Paulo, enquanto os outros prosseguiram até o Paraguai.
Em fins da década de 1930 e na de 1940, compôs o choro Trem de ferro (1938), a valsa Namorados (1939), a rancheira Brincando com o teclado (1941), o chamego Elétrico (1941), o rasqueado Três Lagoas (1943), o xótis Eu sou gaúcho (com Arlindo Pinto) (1943), a rancheira Sanfoneiro folgado (com Motinha) (1946), a polca Serelepe, O balanceio (1947), o rasqueado Chalana e Cidades do Mato Grosso, estas duas últimas em parceria com Arlindo Pinto.
Sua primeira gravação, a valsa Namorados, só aconteceu em 1945, na Continental. Nove anos depois, conheceu o sucesso ao gravar na Victor o dobrado Quarto Centenário (em homenagem à cidade de São Paulo), composto em parceria com J. M. Alves.
O rasqueado Nova flor (também conhecida como Dizem que um homem não deve chorar), parceria com Palmeira, foi gravado pela primeira vez em 1958, por Palmeira e Biá, em disco Chantecler, e obteve grande sucesso. A composição foi vertida para o inglês por Arthur Hamilton como Love me Like a Stranger e para o castelhano por Pepe Ávila como Los hombres no deben llorar, tendo inúmeras gravações no Brasil e no exterior.
Participou dos filmes Da terra nasce o ódio, de Antoninho Hossri (1954), Tristeza do Jeca, de Milton Amaral (1960) e Casinha pequenina, de Glauco Mirko Laurelli (1963). Pela RCA, lançou ainda várias músicas suas nos LPs Zanzando e Sapecando.
Na década de 1990 sua composição Chalana foi tema principal da novela Pantanal, da TV Manchete. Em 1998 comanda o programa Mário Zan e seus Convidados, na TV Rede Vida. Ao longo de sua carreira já gravou mais de 300 discos 78 rpm e mais de 60 LPs.
Enciclopédia da Música Brasileira: erudita, folclórica e popular. São Paulo, Art Ed., 1977.

Arlindo Pinto

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Arlindo Pinto, compositor, nasceu em São Paulo/SP em 19/9/1906 e faleceu em 29/4/1968. Como gráfico, tomou gosto pela leitura e se inclinou a escrever versos e paródias. Participava de festinhas, teatro de amadores, circos, chegando a ser artista de teatro de comédia, interpretando seus monólogos.
Em 1928, ingressou na Guarda Civil de São Paulo, onde permaneceu até 1953. Em 1934, teve sua primeira composição gravada, Desafio n°2, por Nhá Zefa (Maria Di Leo) e Abdula (Lino Locoselli), na Columbia. Seu maior sucesso foi Segue teu caminho (com Mário Zan), gravado por Sólon Sales, na Continental, e que de 1948 a 1949 foi o carro-chefe do cantor.
Outras composições em parceria com Márioo Zan que ainda são sucessos e foram gravadas por vários intérpretes são Chalana (rasqueado), Cidades de Mato Grosso, Não vou brincar (valsa), Cantando (valsa), Rola, mensageiro etc.
De parceria com Anacleto Rosas Júnior, tem sucessos em novas gravações, como Baldrana macia, Cruz do caminho, Coroa do rei (congada), Adeus, Rio Grande etc. De parceria com Palmeira, dentre outras, são as gravações Nossa Senhora das Graças (valsa) e Peão de classe.
Com Zé Cupido compôs Escamoso (xaxado), Cuidado, moço!, Tamo lá etc. Inúmeras são as composições de sua autoria gravadas por Zé Cupido: Capiau (arrasta-pé), Fumo forte (arrasta-pé), Zé largado (valseado), Tatajuba (maxixe) etc.
Em parceria com Hélio Sindô compôs varias músicas, entre as quais se destacaram Diga a ela, Olinda não fracassou. Com L. M. Alves, compôs Nossa Senhora de Fátima e a canção Cigana, sucesso com mais de dez gravações.
Os artistas que mais se destacaram interpretando músicas do autor foram Inesita Barroso, Irmãs Castro, Duo Brasil Moreno, Tonico e Tinoco, Vieira e Vieirinha, Luisinho e Limeira, Raul Torres e Florêncio, Palmeira e Biá, Duo Glacial, Pingoso, Palmeira e Luisinho, Duo Guarujá.

Max Nunes

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Max Nunes (Max Newton Figueiredo Pereira Nunes), humorista e compositor brasileiro, nascido em 1922 no bairro de Vila Isabel, na cidade do Rio de Janeiro. Começou a carreira na Rádio Guanabara ainda menino, como cantor e violonista.
Formou-se em Medicina, mas, embora tenha exercido essa profissão, destacou-se mesmo como redator de programas humorísticos na Rádio Nacional, onde era chamado pelos amigos de “o gargantinha de veludo”.
Foi criador do programa Balança mas não cai, que se tornou um paradigma do humor tanto do rádio como da televisão. Entre os seus quadros mais famosos está o dos personagens Primo Rico e Primo Pobre, interpretados por Paulo Gracindo e Brandão Filho, respectivamente. Foi no mesmo Balança mas não cai que criou e popularizou a expressão Mengo, aférese de Flamengo, que fazia parte do bordão do personagem Peladinho.
Foi também autor de algumas obras-primas da música popular brasileira, como Bandeira branca, que fez em parceria com Laércio Alves. Entrou para a televisão em 1962, criando os programas Grande revista e My Fair Show e escrevendo para o Times Square, na TV Excelsior.
Em 1964 foi para a Rede Globo, onde seus principais trabalhos foram como redator dos programas de Jô Soares, com quem se transferiu para o SBT. Em 1996, publicou o seu primeiro livro, Uma pulga na camisola (mesmo título de um programa humorístico que criou para a Rádio Tupi na década de 1950), coletânea de contos, crônicas, poemas, esquetes e muitas frases típicas do seu mordaz humor.
Fonte: Rádio Comunitária Areia FM.