domingo, 10 de outubro de 2010

Catulo de Paula

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Catulo de Paula (Ermenegildo Evangelista de Souza), cantor e compositor, nasceu em São Benedito CE (13/8/1923) e faleceu em Fortaleza CE (10/12/1984). Seu pai era cego desde os seis meses de idade e sustentava a família, composta de mulher e oito filhos, tocando violino, saxofone e clarineta em festas de sua cidade no interior cearense.

Com oito anos, começou a tocar violão, ganhando os primeiros trocados para ajudar no sustento da família. Por volta dos 10 anos de idade, passou a fazer parte do grupo Vocalistas Tropicais, com os quais foi fazer uma excursão a Fortaleza. Acabou saindo do grupo por causa de um dos integrantes e teve que se virar por conta própria para sobreviver, passando a fazer biscates de diversos tipos.

Em 1944, foi convidado para fazer parte do grupo Os Boêmios da Noite. Na mesma época, mudou-se para o Recife, em Pernambuco, onde adotou o nome artístico de Catulo de Paula.

Em 1948, resolveu mudar-se para o Rio de Janeiro, a fim de dar continuidade ao seu trabalho artístico. Em 1949, tornou-se acompanhante do cantor Vicente Celestino, com quem trabalhou durante longo tempo tocando violão.

No início dos anos de 1950, ao apresentar-se no clube "Brasil danças", foi assistido por Fernando Lobo que apadrinhou sua primeira gravação. Em 1953, lançou pela Continental, disco onde interpretava dois baiões, Vai comendo Raimundo, de sua autoria e Amado Régis, e O pau comeu, de Marçal Araújo. No mesmo ano, Aldair Sopares gravou na Columbia de sua autoria e Jorge de Castro a toada baião Saudade de Maceió

Destacou-se pelas composições satíricas, sendo uma das mais conhecidas, o baião Bep-bop do Ceará, gravada pela Continental, em 1955. No mesmo ano, gravou de sua autoria o coco Zabumbô, zabumbá. Em 1956, gravou o baião Rosamélia, de Humberto Teixeira

Em 1957, gravou de Zé Dantas o baião Nós num have. Em 1961, gravou de Luiz Gonzaga o baião Na cabana do rei, parceria com Jaime Florence. Em 1962, gravou aquele que foi seu maior sucesso, o baião Como tem Zé na Paraíba, parceria com Manezinho Araújo, gravado também naquele ano e com grande sucesso, por Jackson do Pandeiro

O tom nordestino de sua música lhe valeu convites de diversos diretores de cinema que nos anos de 1950, exploraram a temática do "Cangaceiro". Participou das trilhas sonoras dos filmes Lampião, o rei do Cangaço, Entre o amor e o cangaço, Os três cabras de Lampião, Nordeste sangrento e O filho do cangaceiro

Participou, ainda, de alguns trabalhos para o teatro, tendo participado da trilha sonora das peças A invasão dos beatos, de Dias Gomes e A torre em concurso, de Joaquim Manuel de Macedo. Ainda em 1962, participou como cantor da trilha sonora do filme Sol sobre lama, de Alex Viany, quando interpretou canções da parceria Vinícius de Moraes/ Pixinguinha.

Em 1963 lançou pela Odeon o LP A simplicidade de Catulo de Paula, no qual interpretou, entre outras, Lua-lua, Zé Piedade, Minha fulô e Vida ruim, todas de sua autoria. 

Em 1970 lançou LP que leva seu nome, interpretando Canção da tristeza, Forró do Barnabé, De Maria só o nome e Razão pra não chorar, todas de sua autoria. Nos anos de 1970, foi convidado para interpretar um cego cantador de feira na novela Roque Santeiro, na Tv Globo, tendo ele preparado um ABC, no qual narrava a novela em versos começando cada estrofe com uma letra do albabeto. A novela entretanto acabou não indo ao ar pois foi vetada pela censura na época da ditadura militar. Anos depois a novela foi ao ar, desta vez com Arnoud Rodrigues no papel do cego. 

Em 1976 a Tapecar lançou o LP Geremias do Roque Santeiro, que trazia entre outras, Roque Santeiro, ABC do Roque Santeiro e Alegria dolorida", de sua autoria, além de Prefiro ficar com Maria, de Paulo Gesta e Luiz de França.

Em 1995, sua composição Caubói do Ceará foi gravada pelo cantor brega Falcão no disco A besteira é a base da sabedoria

Fonte: Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira.

Sidney Magal

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Sidney Magal (Sidney Magalhães), cantor, nasceu no Rio de Janeiro RJ em 19/6/1953. Um dos maiores nomes da chamada “música brega” da década de 1970, com interpretações exageradamente emocionadas, próximas da caricatura.

Tornou-se sucesso nacional, interpretando com voz e performances corporais canções que se tornaram verdadeiros clássicos de nossa música. Sempre cantando sem deixar seu lado ator, iniciou a carreira em 1976, quando foi levado pelo ex-cantor e produtor Roberto Livi para a Polydor, onde permaneceu até 1985.

Foi justamente nesse período que obteve os seus maiores êxitos, tais como Meu sangue ferve por você, Se te agarro com outro te mato (1976), Amante latino (Rabito e Antônio Carlos, 1977) e Sandra Rosa Madalena (Roberto Livi e Miguel Cidrás, 1979). 

Fazendo o tipo "latin lover", com interpretações propositalmente exageradas, quase beirando o caricatural, é considerado um dos nomes mais importantes do que se convencionou chamar de "música brega". Nos anos 1990, fez sucesso com a música Me leva que eu vou, da trilha sonora da novela Rainha da sucata da TV Globo.

Em 1994, a PolyGram lançou a coletânea Minha história, que incluía os seus maiores sucessos. Ainda em atividade, apresenta-se em shows pelo Brasil. Em 2003, integrou o elenco da peça Eu te amo, você é perfeita, agora muda!, apresentada no Teatro dos Grandes Atores. No mesmo ano, gravou o CD Extremos. No mesmo ano, atuou no filme Caminho das nuvens e teve uma música incluída na trilha sonora da novela Kubanacan, da Tv Globo. Gravou ainda no mesmo ano seu 19º disco. 

Em 2005, atuou como ator e cantor na novela América, apresentada pela TV Globo. Já no início de 2006, interpretou o personagem Zorrô, na novela Bangue bangue, também levada ao ar pela TV Globo. Nesse ano, fez diversos shows e apresentou-se em vários programas de rádio e TV. Nesse ano, lançou o CD e DVD Ao vivo, interpetando hits consagrados de sua carreira como Eu te amo e Sandra Rosa Madalena, entre canções de Ivan Lins, como Ai, ai, a" e Advinha o quê, de Lulu Santos. 

Procurado por jornais e revistas, o cantor afirmou que o tratamento a ele dado pela mídia tornou-se muito menos peconceituoso nos anos 2000, do que no auge de sua carreira e que grande parte de seu público no terceiro milênio passou a ser de jovens.
Site oficial : Sidney Magal - Site Oficial

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e PubliFolha; Dicionário Cravo Albin da Música Pupular Brasileira.

Geraldo Magalhães

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Geraldo Magalhães (Rio Grande do Sul, 31/05/1878 — Lisboa, Portugal 11/7/1970), dançarino e cançonetista, lançou-se artisticamente no Rio de Janeiro em fins do séc. XIX, apresentando- se no Salon Paris, da Rua do Ouvidor.

A partir de 1900 passou a exibir-se em casas de chope e cafés- canta ntes do bairro carioca da Lapa e da área teatral da Praça Tiradentes — no Moulin Rouge e na Maison Moderne — sempre acompanhado da “castelhana” Margarita, com quem formava a dupla Os Geraldos.

Por volta de 1905 estabeleceu nova dupla com a gaúcha Nina Teixeira, exibindo-se em cançonetas picantes e dançando maxixes, inclusive no pequeno palco do Passeio Público. Ocasionalmente apresentavam-se fora do Rio de Janeiro, como em 1902, quando foram contratados para a inauguração de um café-concerto em Santos SP.

Em fins de 1908 a dupla viajou para o México e de lá para a Europa, lançando no início de 1909, em Paris, França, o tango-chula Vem cá mulata, que eles mesmos haviam gravado três anos antes em disco da Casa Edison, do Rio de Janeiro. 

Voltando ao Brasil ainda em 1909, trouxe como partenaire a portuguesa Alda Soares, com quem lançou a novidade do onestep com a canção norte-americana Caraboo (Sam Marshall). Com letra em português de Alfredo de Albuquerque, essa canção seria um dos grandes sucessos do Carnaval carioca de 1916. 

A dupla Os Geraldos retornou à Europa, provavelmente nos primeiros anos da década de 1920, atuando no teatro musicado de Lisboa até 1926, quando ele se retirou da vida artística. 

Vendedor de uma companhia de vinhos a partir de 1937, ainda voltou ao palco eventualmente, ao lado de Alda, com quem viveu em Lisboa até a morte aos 92 anos. Sobrevivendo ao companheiro apenas alguns meses, Alda Soares morreu em princípios de 1971. 

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e PubliFolha.

Jota Júnior

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Jota Júnior
Jota Júnior (Joaquim Antônio Candeias Júnior), compositor e instrumentista, nasceu em Belém PA (01/11/1923) e faleceu no Rio de Janeiro RJ (21/01/2009).Começou quando criança a fazer quadrinhas e mais tarde pequenas cançonetas, versando sobre fatos cotidianos. 

Aos 12 anos, fez sua primeira composição, o samba Agora é tarde. Não teve formação musical, tocando violão de ouvido. Freqüentador da Rádio Mayrink Veiga e do Bar Tupã no Rio de Janeiro, conviveu com Ciro Monteiro, Alberto Ribeiro, João de Barro e Humberto Teixeira

Em 1949, teve pela primeira vez uma composição sua gravada em discos Star, o samba Surpresa, na voz da cantora Odete Amaral. Destacado compositor de músicas carnavalescas, estreou em 1951, com o samba Sapato de pobre (com Luís Antônio), gravado por Marlene, tornando-se a partir desse ano presença freqüente nos Carnavais. 

Em 1952 lançou Lata d'água (com Luís Antônio), gravada por Marlene, e Confete (com David Nasser), gravada por Francisco Alves

Em 1958, Dircinha Batista gravou a marcha Mamãe, eu levei bomba (com Oldemar Magalhães). Emilinha Borba lançou para o Carnaval de 1959 a sua marcha Mamãe, eu vou ás compras (com Oldemar Magalhães). No ano seguinte, o samba Favela amarela (com Oldemar Magalhães) satirizava decisão da Secretaria de Turismo de melhorar o aspecto das favelas, pintando seus barracos. 

Para o ano de 1962, outra marchinha do compositor satirizava o cotidiano das vidas cariocas: Garota de Saint-Tropez (com João de Barro). Marlene gravou em 1963 o samba Twist no carnaval (com João de Barro). Em 1969, reformou- se como coronel-professor do magistério militar. 

Obras 

Confete (c/Davi Nasser), samba, 1952; Favela amarela (c/Oldemar Magalhães), samba, 1960; Garota de Saint Tropez (c/João de Barro), marcha, 1962; Lata d’água (c/Luís Antônio), samba, 1952; Mamãe, eu levei bomba (c/Oldemar Magalhães), samba, 1958; Mamãe, eu vou às compras (c/Oldemar Magalhães), samba, 1959; Sapato de pobre (c/Luís Antônio), samba, 1951.

Morre um dos comandantes eternos da alegria do carnaval

O compositor Candeias Júnior, coautor de marchinhas de carnaval clássicas, como Lata d’água e Sassaricando, morreu na segunda-feira, aos 85 anos, no Rio. Seu corpo foi velado ontem de manhã e cremado à tarde no Cemitério do Caju. Candeias tinha um imóvel em Conservatória, no interior do estado do Rio, e passou mal quando dirigia seu carro rumo à capital fluminense. A causa da morte seria edema pulmonar. Candeias deixa a mulher, dois filhos e cinco netas.

Joaquim Antônio Candeias Júnior nasceu em 1923, em Belém. Era violonista autodidata e começou a compor sambas ainda menino. O primeiro foi aos 12 anos,Agora é tarde. Adulto, foi diretor da Sociedade Brasileira de Administração eProteção de Direitos Intelectuais, criada em 1962.

Antes, na década de 1940, frequentou os corredores da campeã de audiência RádioMayrink Veiga, responsável por projetar os mais importantes nomes da músicabrasileira então. Lá conviveu com músicos com os quais trabalharia.

Candeias teve canções gravadas pelas maiores cantoras do rádio: Elizeth Cardoso(É sempre assim, em 1951, Palhaço, em 1954, e E eu tô lá, em 1965); Marlene(Sapato de pobre, no mesmo ano de um grande sucesso, o maior hit, Lata d’água,em 1952, e Twist no carnaval, em 1963); Dircinha Batista (Mamãe, eu levei bomba, em 1958) e Emilinha Borba (Mamãe, eu vou às compras, em 1959). Já Sassaricando foi gravada pela primeira vez por Virginia Lane em 1951.

Entre seus parceiros, estão Braguinha, Alcyr Pires Vermelho, David Nasser, LuizBandeira, Humberto Teixeira, Jackson do Pandeiro e Luís Antônio, talvez o mais constante, com quem compôs suas duas marchinhas mais conhecidas, Lata d’água e Sassaricando (esta ainda com Oldemar Magalhães, sendo que Candeias assinou como pseudônimo Jota Júnior, o que fez com que, por vezes, não fosse ligado à
música).

Já aos 77 anos, ele lançou, de forma independente, a retrospectiva Candeias Jota Jr. canta suas músicas (dois volumes). A última homenagem foi em 2002, feita por Marlene, no espetáculo Marleníssima. Nesse mesmo ano, ele aindalançou o terceiro volume de Candeias Jota Junior canta suas músicas e cantou
com Ademilde Fonseca por ocasião de seus 80 anos. 

Fontes: Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Editora Art e PubliFolha; Caio Tibúrcio (21 Jan 2009): http://www2.correiobraziliense.com.br/cbonline/cultura/cadc_mat_74.htm