domingo, 30 de dezembro de 2007

Pedrinho Mattar

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Pedrinho Mattar

Pedrinho Mattar (Pedro Mattar), instrumentista, nasceu em São Paulo SP em 19/08/1936 e faleceu em 07/02/2007, em Santos SP. Membro caçula de uma família de dez irmãos, quase todos ligados ao piano, começou a tocar aos oito anos de idade.

Sua primeira apresentação em público ocorreu em 1953, na União Cultural Brasil-Estados Unidos, de São Paulo, onde estudava, acompanhando os cantores nos song fests. No ano seguinte formou o Pedrinho Mattar Trio, que teve numerosas formações. Estudou piano clássico em 1956 com Helena Plant, na Escola Madalena Tagliaferro.

Três anos depois, realizou sua primeira excursão ao exterior, acompanhando a cantora Leny Eversong a Las Vegas, EUA, seguida em 1960 de uma tournée pelo Uruguai e Argentina, acompanhando Agostinho dos Santos. No mesmo ano, tocou no bar paulistano Baiúca e conheceu Claudete Soares, com quem trabalhou durante dez anos em shows e boates.

De 1960 a 1962, atuou em diversos shows de bossa nova em São Paulo e no Rio de Janeiro e fez a produção musical dos programas de televisão de Bibi Ferreira, atuando como solista ou acompanhando cantores convidados. Mais tarde, teve seu próprio programa na TV Excelsior, de São Paulo, Boa Tarde Gente, que durou cinco meses. No mesmo período, tocou na boate Juão Sebastião Bar, de São Paulo, acompanhando Claudete Soares, Taiguara, Marisa Gata Mansa e Chico Buarque, entre outros.

Ainda em 1962, viajou com Maysa para apresentações em Portugal e Espanha, e gravou seu primeiro LP, Pedrinho Mattar Trio, pela Farroupilha. Nos dois anos seguintes foram lançados Pedrinho Mattar Trio n°2 e Pedrinho Mattar Trio n°3, pelos quais recebeu o título de Melhor Solista do Ano em 1963 e 1964.

Tocou pela primeira vez no Teatro Municipal, de São Paulo, em 1965, com orquestra sinfônica dirigida por Diogo Pacheco, a Rhapsody in Blue, de George Gershwin (1 898—1937); no ano seguinte, gravou a composição pela RCA Victor e recebeu os prêmios de Melhor Disco e Melhor Solista do Ano.

Instalou-se no Rio de Janeiro de 1971 a 1974, onde participou de diversos shows, como o da boate Pujol, com Sandra Brea e Miele, com quem também excursionou por todo o Brasil, além de espetáculos em teatro, como Fica combinado assim, com Claudete Soares e Agildo Ribeiro, no Teatro Princesa Isabel (1971), e Misto quente (1972).

Em 1971 gravou o LP Um show de Mattar, na Copacabana. Três anos depois, excursionou com Raul Solnado pela Venezuela e com Cauby Peixoto pela Argentina.

Paralelamente a suas atuações na música popular, dedicou-se também à música clássica: apresentou-se com a Orquestra Sinfônica Nacional em várias oportunidades, participou dos Concertos para a Juventude, da Rádio MEC, em 1972, e em 1979 realizou show nas escadarias do Teatro Municipal de São Paulo, reunindo grande número de espectadores.

Na década de 1990 continou tocando na noite de São Paulo, apresentando programas em televisão, como o Pianíssimo, da Rede Vida, e realizando shows no exterior.

CDs: Pianomania, 1996, RGE 8506-2; As 20 preferidas, 1997, RGE 5553-2.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Folha - PubliFolha.

Pingarilho

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Pingarilho

Pingarilho (Carlos Alberto Valle Pingarilho), compositor, instrumentista, cantor, artista plástico e arquiteto, nasceu no Rio de Janeiro em 07/01/1940. Primo de Marcos e Paulo Sérgio Valle, autodidata em gaita, estudou acordeom na Academia Mário Mascarenhas (1955) e violão com o professor Bandeirante (1956).

Iniciou sua carreira artística no final dos anos 1950, atuando (na gaita, acordeom e bateria) em conjuntos musicais ao lado de Marcos Valle, que registrou, em 1964, sua composição Canção pequenina.

Ligado à chamada "segunda geração da bossa nova", ao lado de Marcos e Paulo Sérgio Valle, Dori Caymmi e Edu Lobo, entre outros.

Com destacada atuação na área da arquitetura, é autor de diversos projetos publicados em revistas e livros especializados. Leciona Arquitetura na Universidade Santa Úrsula. Realizou, no campo das artes plásticas, inúmeras exposições de seus trabalhos.

Em 1998, participou, como convidado especial, do show de lançamento do CD Rhythm traveller, de Dom Um Romão, realizado em espaços cariocas como Casa de Cultura Laura Alvim, Teatro Gláucio Gil e Mistura Fina.

Em 2002, lançou seu primeiro CD, Pingarilho - Histórias e Sonhos, atuando como cantor, violonista, pianista, gaitista e percussionista. O disco, produzido por Arnaldo DeSouteiro, contou com a participação de Eumir Deodato, Marcos Valle, Roberto Menescal, Thiago de Mello, Ithamara Koorax, Dom Um Romão, Jorge Pescara, Paula Faour, Marcelo Salazar, Bebeto Castilho, Zé Carlos Bigorna e Bidinho, entre outros.

No repertório, suas composições Samba do dom natural, Samba da pergunta, Samba de rei, Samba tempo, Todas as coisas do mundo, Eu só posso assim, todas com Marcos Vasconcellos, Cores do amor, Martim pescador, Seu encanto (c/ Marcos Valle, Paulo Sérgio Valle e Ray Gilbert), Fogão de lenha, Das coisas que eu mais queria (c/ Lula Freire), Samba de luar, Encontro (c/ Millor Fernandes), Da serra pro mar e Histórias e sonhos (Stories and dreams), além de Plus fort que nous (Francis Lai e Pierre Barouh).

Fonte: Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira.

Francisco Petrônio

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Francisco Petrônio (Francisco Petrone), cantor, nasceu em São Paulo SP em 8/11/1923 e faleceu na mesma cidade em 19/01/2007. Desde criança pensava em ser cantor. Trabalhando como motorista de táxi, conheceu Nerino Silva, que o levou para um teste em um programa na Rádio Tupi.

Aprovado, iniciou carreira profissional na emissora em 1961, ano em que gravou seu primeiro disco, um compacto na Chantecler, com o bolero Agora (Augusta de Oliveira e Antônio Soares) e Não me fale dela (Cláudio de Barros). Passou a especializar-se em canções da chamada velha guarda, como valsas, serestas e baladas de compositores brasileiros, que refletiam imagens do passado. Obtendo sucesso no gênero, fez vários shows na capital e interior de São Paulo, ganhando grande popularidade.

Gravou os LPs Um brasileiro na Itália, volumes I e II, pela Continental. Em 1965 foi a Portugal, contratado para um show no Cassino Estoril. Retornou ao Brasil e, entrando em contato com o Clube da Saudade, de São Paulo, passou a ser o maior divulgador do Baile da Saudade, percorrendo cidades com sua equipe de músicos para tocar em festas, com repertório de músicas e ritmos do passado.

Gravou então o LP de grande sucesso Baile da saudade, pela Continental, e em 1966 foi convidado a apresentar mensalmente o programa do mesmo nome na TV Globo, de São Paulo, obtendo êxito. Dois anos depois, produziu seu próprio programa Baile da Saudade, na Rádio Gazeta, passando para a Rádio América, depois para a Nove de Julho e Record.

Formou a Orquestra da Saudade, com casais dançarmos, continuando a divulgar o Baile da Saudade em clubes e excursões pelo Brasil. Dedicou-se, depois, a regravações de antigos sucessos, como os CDs Trinta anos de saudade, de 1995, e Lembranças, de 1997, ambos pela RGE.

CD: Francisco Petrônio & Dilermando Reis — Dose Dupla, 1995, Continental 063010655-2.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora - PubliFolha.

Renato Murce

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Renato Murce (Renato Floriano Murce), apresentador, diretor e locutor, nasceu em 07/02/1900, no Rio de Janeiro e faleceu em 26/01/1987 na mesma cidade. Foi um dos pioneiros em sua profissão, criou três do mais famosos programas radiofônicos do país: Almas do Sertão, Piadas do Manduca e Papel Carbono.

Em meados dos anos 30, animava programas de calouros nos auditórios das rádios, entre elas, a Rádio Clube do Brasil, com Papel Carbono. Tornou-se diretor artístico, ou programador, das mais importantes emissoras radiofônicas do Rio, escolhendo e organizando as apresentações e seus horários.

Contratado pela Rádio Nacional do Rio de Janeiro entre as décadas de 40 e 50, seu programa cômico Piadas do Manduca conquistava uma esmagadora audiência. Trecho: - Manduca, dê um exemplo de coisa escura. - Mas bem escura? - É, naturalmente escura, bem escura, vamos. - Bem escura... É o Leônidas, contrastando com o Maneco, dentro de um túnel, chupando jabuticaba, os dois vestidinhos só com uma tanguinha preta.

Murce também foi o responsável pelo sucesso de cantores famosos, entre eles, Chico Anísio, Agnaldo Rayol, Baden Powell, Luiz Gonzaga e Ângela Maria. Atuou também nas telas, contracenando com Grande Otelo em Futebol em Família, de 1938.

Em 1952, Murce brigava com Carmélia Alves por causa do concurso da Rainha do Rádio. Ele achara que sua candidata, Adelaide Chiozzo, perdera porque Carmélia dera votos para outra candidata.

O radialista foi casado com a atriz Eliana Macedo, com quem atuou no filme Rio Fantasia, em 1952. Ele escreveu Os Bastidores do Rádio, resultado de uma valiosa experiência, que começou quando a potência das antenas não ia além das fronteiras do Rio de Janeiro e chegou à sua fase mais sofisticada, com a utilização da mais moderna tecnologia, levando seu som e suas mensagens às mais longínquas regiões do mundo.

Osvaldo Sargentelli

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Osvaldo Sargentelli, sambista, produtor, locutor e radialista, nasceu no Rio de Janeiro, em 8 de dezembro de 1924. Considerado o mestre das mulatas, um boêmio inveterado, dono de casas noturnas no Rio e São Paulo. Ficaram famosas as “Mulatas do Sargentelli”, lendárias bailarinas que desfilaram a beleza brasileira entre as décadas de 60 e 80, mexendo com a imaginação dos jovens e adultos da época, no Brasil e no exterior.

Sobrinho do compositor Lamartine Babo, era seu profundo admirador e curtia suas composições, desde as marchinhas de carnaval, às lindas canções e os hinos dos clubes do futebol cariocas. Em plena ditadura ele ousou fazer shows acompanhado por mulatas estonteantes. Seu grande sucesso foi o espetáculo “Sargentelli e as mulatas que não estão no mapa”, na década de 70.

Sargentelli amava o samba, era portelense, filho de Ogum, Iemanjá, Oxum e Oxossi. Era o rei do bate papo, da conversa de botequim, do samba da caixinha de fósforo, do bom humor, da irreverência. Era também botafoguense doente. Falar mal do Garrincha ou do Nilton Santos era xingar a mãe dele.

Quem tem mais de quarenta anos, ouvia rádio e assistia televisão estará lembrando dos programas “Viva meu samba” nos anos 50 e 60, pelas rádios, Mundial, Guanabara e Mauá, das entrevistas contudentes na TV, em que a voz de trovão imprensava políticos e gente famosas na parede, com perguntas picantes, ou de sua participação como jurado, “Gente Boa” no programa Flávio Cavalcanti, importou turistas e exportou a imagem do Rio e do Brasil levando seus shows à Europa, Estados Unidos, México, Caribe e América do Sul.

Sargentelli transitava por todas essas atividades com o mesmo talento, o mesmo bom humor e a mesma irreverência que fizeram dele, um carioca típico.

Sua casa de show Oba-Oba em Ipanema, entre outras que trabalhou, tornou-se uma ponte entre a cultura popular afro-brasileira, oriunda do centro. Zona norte, e dos subúrbios e da cultura da elite da zona sul, que recebeu de braços abertos aquela explosão de samba, fantasia, canto e da beleza da enchendo a casa de cariocas, brasileiros de todos os estados e turistas de todo o mundo.

Foi pioneiro em mostrar, que shows unicamente com mulatas, negros, caboclos e cafuzos, tinham energia, qualidade e profissionalismo suficiente para se apresentar em qualquer lugar, sem precisar contar com estrangeiros ou estrelas de fora.

Osvaldo Sargentelli faleceu aos 78 anos, em 12 de abril de 2002.

Fonte: Cine Tv Brasil - Osvaldo Sargentelli