domingo, 14 de janeiro de 2007

Chacrinha

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Abelardo Barbosa / tá com tudo e não tá prosa / ....
Chacrinha (1917-1988), nome pelo qual o irreverente comunicador pernambucano Abelardo Barbosa de Medeiros ficou conhecido a partir da década de 1940, quando, entediado com a mesmice da programação de rádio da época, criou um programa de Carnaval para a Rádio Clube de Niterói, instalada em uma chácara próxima ao cassino de Icaraí, chamado Rei Momo na Chacrinha.
A idéia foi o maior sucesso e, com o nome de Cassino do Chacrinha, introduziu o conceito de programa de auditório no país. Fez também um grande sucesso na televisão, onde começou a trabalhar desde os seus primórdios, comandando programas como Rancho Alegre e Discoteca do Chacrinha para a TV Tupi e a Rede Globo.
Com roupas espalhafatosas, a sua inseparável buzina e as sensuais chacretes (nome com o qual batizou suas dançarinas), atraiu também o interesse da intelectualidade, particularmente dos tropicalistas, que viam nele uma das mais perfeitas traduções da brasilidade (é citado, por exemplo, em Aquele abraço, de Gilberto Gil).
Quando morreu, uma multidão, calculada em 30 mil pessoas pela Polícia Militar do Rio de Janeiro, se apertou pelos corredores do Cemitério São João Batista para se despedir do “Velho Guerreiro”.
Em 1997, sua viúva, Florinda Barbosa, lançou a biografia Quem não se comunica se trumbica, assim titulado em referência a um dos inúmeros bordões criados por Chacrinha.

Vocalistas Tropicais

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O conjunto vocal-instrumental Vocalistas Tropicais foi organizado em 1942, em Fortaleza CE, passando por diversas formações, até fixar-se com Nilo Xavier da Mota (Fortaleza 1922—), líder, arranjador, violonista e cantor; Arlindo Borges (Recife PE 1921—), solista de violão, Raimundo Evandro Jataí de Sousa (Fortaleza 1926—), cantor, arranjador e violeiro; Artur de Oliveira (Fortaleza 1922), cantor e afoxê; e Danúbio Barbosa Lima (Fortaleza 1921), tantã.
Atuaram na Rádio Clube do Ceará e em 1944 excursionaram pelo Maranhão, seguindo depois para Manaus AM. Em 1945 foram para o Rio de Janeiro Ri, onde cantaram em festas, até serem contratados pela Rádio Mundial.
No ano seguinte, lançaram seu primeiro disco, pela Odeon, com o fox Papai, mamãe, você e eu (Paulo Sucupira) e Tão fácil, tão bom (Lauro Maia). Paulo Sucupira (Fortaleza 1924—) pertenceu ao conjunto, chegando a gravar vários dos primeiros discos como crooner, tendo depois abandonado o grupo. Transferiram-se, então, para a Radio Tupi, atuando também nos cassinos cariocas, depois fechados, quando passaram a se apresentar em shows, alem de participarem de filmes.
Em 1948 lançaram pela Odeon os sucessos Exaltação a Noel (Valdemar Ressurreição) e Não manche o meu panamá (Alcibíades Nogueira). Obtiveram grande sucesso no Rio de Janeiro com músicas carnavalescas, como a marcha Jacarepaguá (Paquito, Romeu Gentil e Marino Pinto), lançada para o Carnaval de 1949; e as marchas de Paquito e Romeu Gentil Daqui não saio, para o Carnaval de 1950, e Tomara que chova, para o Carnaval de 1951, todos pela Odeon.
Também obtiveram êxito com o fox Trevo de quatro folhas (Harry Wood e Morton Dixon, versão de Nilo Sérgio), de 1949, e Não fale mal de ninguém (Dias da Cruz e Ciro Monteiro), de 1952, ambos gravados na Odeon.
Em 1953 lançaram na Continental, com o cantor Rui Rei, para as festas Juninas, a marcha Pedido a São João (Herivelto Martins e Darci Oliveira) e o baião Marieta vai (Arlindo Marques Júnior e Roberto Roberti), gravando ainda o Samba, maestro (Alcibíades Nogueira).
No ano seguinte, lançaram em disco Continental a marcha Guarda-chuva de pobre (Raul Sampaio, Francisco Anísio e Rubens Silva) e o samba O lugar da solteira (Clemente Moniz e Guilherme Neto). Para o Carnaval de 1956 gravaram na Copacabana a marcha Turma do funil (Mirabeau, Milton de Oliveira e Urgel de Castro), desfazendo-se o conjunto por essa mesma época.

Alfredo da Rocha Viana

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Alfredo da Rocha Viana (circa 1860, Rio de Janeiro RJ - 1917, Rio de Janeiro RJ), flautista e compositor, era o pai de Pixinguinha e funcionário da Companhia de Correios Telégrafos. Consta ter sido uma pessoa de grande coração, tendo acolhido muitos amigos em sua casa.
Reunia em sua casa, conhecida como a Pensão Viana, os grandes chorões da época, como Irineu de Almeida, Candinho Trombone, Viriato Figueira da Silva, Neco, Bonfiglio de Oliveira, Heitor Villa-Lobos, Quincas Laranjeiras e Mário Cavaquinho.
Abandonou sua flauta de cinco chaves por uma Boehm, que deu ao filho. Tocava de primeira vista e deixou a Pixinguinha um grande arquivo musical de choro.
Obras: Tristezas não pagam dívidas (ou Serenata).
Reminiscencias dos chorões antigos - Por Alexandre Gonçalves Pinto:
"Melodioso flauta que podiase comparar com os acima descriptos. Tocava de primeira vista, a principio, na sua flauta amarella, de cinco chaves e ultimamente em uma, de novo systema. Deixou elle um grande archivo de musicas antigas e modernas que deve achar-se em poder de seu filho Pixinguinha, maestro e talentoso flauta que repercutiu as nossas glorias musicaes no Estrangeiro, e que, deixo de innumeral-as pois, que o publico conhece-a todas não só pelo Radio, como tambem em muitas festas de Chôros que se exhibem nesta Cidade Maravilhosa onde é apreciado e ovacionado pela maneira admiravel com que sabe executar o que é nosso, quero dizer com isto que é um filho que sabe honrar a tradição de seu pae no circulos dos Chorões".

Candinho Trombone

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Candinho Trombone (Cândido Pereira da Silva), instrumentista e compositor nasceu no Rio de Janeiro RJ em 30/1/1879 e faleceu na mesma cidade em 12/12/1960. Viveu parte da infância no Asilo de Meninos Desvalidos (depois Instituto João Alfredo).
Integrou a banda de música da Fábrica de Tecidos Confiança, de Vila Isabel, chegando a contramestre. Depois serviu na Brigada Policial, na banda de música do Primeiro Batalhão de Infantaria, sendo também seu contramestre no posto de sargento. Alem de trombone, tocava bombardão e bombardino, ingressando mais tarde na orquestra do Teatro São José.
Começou a compor e participar dos chorões a partir de 19 anos, tendo como companheiros mais constantes Irineu de Almeida, Licas, Luís Gonzaga e Anacleto de Medeiros. Organizou e manteve, por muitos anos, grupos de músicos em Vila Isabel e outros bairros. Alguns membros desses grupos se tornaram famosos, como Amora Cavaquinho e Nolasco.
Conviveu com os grandes chorões das primeiras três décadas do século XX, entre os quais Carramona, Luís de Sousa, Mano Cavaquinho, Cupertino de Menezes, Quincas Laranjeiras, Juca Kalut, General Gasparino, Paulino Sacramento, Catulo da Paixão Cearense, Donga e Pixinguinha, fazendo parte dos grupos Carioca e Malaquias.
Em 1933 ingressou por concurso na orquestra do Teatro Municipal, do Rio de Janeiro, onde permaneceu até 1951, quando se aposentou. Compôs uma obra extensa, mas pouco editada, formada em sua maior parte por choros, entre os quais se tornou famoso O nó, tido como modelo no gênero por suas modulações imprevistas.
Obras: Abigail, polca, s.d.; Aldeiazinha, valsa, s.d.; Aniversario do Alarico, polca, s.d.; Artur virou bode, polca, s.d.; Bismarck brincando, polca, s.d.; Brandão no choro, polca, s.d.; Brincando, valsa, s.d.; Brincando de escrever, choro, s.d.; Candinho no choro, polca, s.d.; Carioca, polca, s.d.; Chorando, polca, s.d.; Colar de pérolas, valsa, s.d.; Coralina, valsa, s.d.; Dalba, valsa, s.d.; Dança do urso, polca, s.d.; Deixai-os penar, polca, s.d.; Deliciosa, xotis, s.d.; Um dia em Petrópolis, polca, s.d.; Dulcinéia leal, valsa, s.d.; É isso mesmo, polca, s.d.; Edelvira, valsa, s.d.; Elazir, valsa, s.d.; Floriano brincando, polca, s.d.; Glorinha, polca, s.d.; Graças a Deus, valsa, s.d.; Gratidão de um beijo, valsa, s.d.; Isaura, polca, s.d.; Ivone, valsa, s.d.; Leonila, valsa, s.d.; O Licas procurando, polca s.d.; Martirizando, tango, s.d.; Nadir, polca, s.d.; Não chores, valsa, s.d.; Não digas, polca, s.d.; Não escapa, polca, s.d.; Não se meta, polca, s.d.; O nó, choro, s.d.; Preludiando, xotis, s.d.; Queixosa, valsa, s.d.; Raios de sol, valsa, s.d.; Sapeca, polca, s.d.; Uma saudade, valsa, s.d.; Sílvia, valsa, s.d.; Solicitando, polca, s.d.; Soluçando, polca-marcha, s.d.; Sonho divinal, valsa, s.d.; Súplica, valsa, s.d.; O teu sinal, polca, s.d.; Tinguaciba, polca, s.d.; Trinta janeiros, valsa, s.d.; Triste alegria, polca, s.d.; Uianinha, valsa, s.d.; Vai levando, polca, s.d., Violinista, valsa, s.d.; Ziza, polca, s.d.
Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora - PubliFolha.

Capitão Rangel

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O Capitão Rangel, compositor, viveu na segunda metade do século XIX. Chorão da velha guarda, era contemporâneo de Joaquim Antônio da Silva Callado.

Obras: Alice, s.d.; Camponesa, polca, s.d.; Emília, s.d.; Futuro risonho, s.d.; Geralda, quadrilha, s.d.; Não machuca a gente, s.d.; Olhos de Candinha, s.d.; Saudades de Primeiro de Agosto de 1888, s.d., Simpatia, s.d.; Ternura, s.d.; Vivi, s.d.; Você me prometeu, s.d.

Reminiscencias dos chorões antigos - Por Alexandre Gonçalves Pinto:

"...musicista, autor de innumeras composições, como sejam:"Geralda", "Alice", "Futuro Risonho", "Ternura", "Não machuca a gente", "Amelia", "Vivi", "Olhos de Candinha", "Saudades de 1° de Agosto de1888", "Você me prometteu", "Emilia" e "Sympathia"; não estando aqui descriptas nem a terça parte de suas musicas. Rangel foi um dos principes dos Chorões da Velha Guarda".

Licas

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O instrumentista Licas viveu no Rio de Janeiro entre os fins dos séculos XIX e XX. Tipógrafo, residente no subúrbio da Piedade, começou carreira musical como flautista. Integrou a banda do Corpo de Bombeiros, sob a direçao de Anacleto de Medeiros, destacando-se como executante de bombardino e bombardão.
Freqüentou as rodas de choro mais famosas de sua época, ao lado de Candinho Trombone, Anacleto de Medeiros, Cupertino de Menezes, Catulo da Paixão Cearense, Mano Cavaquinho e Sátiro Bilhar.
Ficaram famosos os contracantos que fazia no bombardino, imitando os baixos melódicos do violao.
Reminiscencias dos chorões antigos - Por Alexandre Gonçalves Pinto:
"Lica, era typographo, morava na rua Sá, em Piedade, foi um grande bohemio e um grande chorão, bombardão falado e conquistado, fazia gosto vel-o tocar, por esta razão era deveras apreciado pelos amantes dos "chôros" pela sua sympathia, conhecia o seu instrumento demais, por este motivo executava com muita cadencia, conhecedor de seu mecanismo, dava sempre preferencia em acompanhar flauta, cavaquinho e violão, sendo pelos mesmos acclamado tal era a macieza de seu sôpro e suavidade das notas melodiosas de seu bombardão.
Houve um tempo em que elle se dedicou á flauta e com este instrumento fez prodigios no meio dos chorões, depois Lica, foi fazer parte da banda de musica do Corpo de Bombeiros debaixo dabatuta do prestigioso e inesquecivel maestro Anacleto de medeiros, de quem se tornou um fervoroso amigo.
Lica, tinha verdadeiro amor e devotamento á arte musical, nos chôros onde elle fazia parte e dispunha de liberdade, pedia a palavra em louvor sempre de Santa Cecilia, tal era o seu enthusiasmo, tambem tinha muita habilidade nas representações de scenas comicas.
Ninguem como o Lica, fazia um anão nos intervallos dos chôros pondo um cesto na cabeça coberto com um pannobranco, fazendo uma carranca na barriga, entrava nos salões arrancando applausos da assistencia.
Elle ia longe a procura de seus companheiros de "chôro" com um bombardão velho e enzinhavrado cumprindo assim a sua palavra, a chegada de Lica, nos "chôros" á ultima hora tinha radiante recepção, pela anciedade de sua presença. Lica, foi um "chorão"inveterado que deixou saudades aos chorões da velha guarda.
Tal a macieza de seu sôpro, como contra baixo de cordas. Acompanhando muitas vezes com o seu velho bombardão até modinhas, fazendo nas suas notas um violão".

General Gasparino

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General Gasparino (Gasparino de Castro Carneiro Leão), instrumentista e compositor, morou em São Paulo, capital, e faleceu, na mesma cidade, no ano de 1919. Oficial do Exército e músico, freqüentava as rodas dos chorões da época. Foi professor de flauta e também compôs, destacando-se a polca Ibiapina, a modinha A flor do ipê, com letra de Catulo da Paixão Cearense, e o tango Indígena, que também ganhou versos de Catulo, com o título Ave Maris do sertanejo.
Reminiscencias dos chorões antigos - Por Alexandre Gonçalves Pinto:
"... musico de cultura, e valor. Era professor de flauta e de grande saber. De uma educação finissima e posição elevada. Occupou cargo de grande responsabilidade. Nos seus labios a sua flauta era um primor, conhecia bem as musicas dos velhos chorões, que tocava com grande facilidade, conhecia tambem o classico com grande maestria. Tem em diversos cadernos de alguns chorões, composições suas de alta belleza. Infelizmente tambem como muitos de seus companheiros já dorme o somno eterno. Felizmente ainda tenho em meu archivo uma bella e chorosa polka, com o nome "Ipibiana".

Waldemar Henrique

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O compositor e pianista Waldemar Henrique (Waldemar Henrique da Costa Pereira) nasceu em Belém do Pará (15/2/1905) e faleceu na mesma cidade em 28/3/1995. Depois de passar a infância na cidade do Porto, Portugal, regressou ao Brasil e iniciou-se na música.

Começou a estudar solfejo e piano com Nicote de Andrade, em 1918, em Belém. Em seguida, fez cursos de violino, harmonia, composição e canto. Seu primeiro sucesso, Minha terra, é de 1923. Em 1929 ingressou no Conservatório Carlos Gomes, onde foi aluno de Filomena Brandão Baars e do maestro Ettore Bosio e de Beatriz Simões.
Em fins de 1933 transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde estudou piano, composição, orquestração e regência com Barroso Neto, Newton Pádua, Athur Bosmans, Lorenzo Fernandez e Outros. Dedicou-se especialmente à composição, sobretudo de canções, de inspiração folclórica principalmente amazônica, mas também indígena, nordestina e afro-brasileira.
Trabalhou em rádios, teatros e cassinos do Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, além de haver realizado excursões por todo o Brasil, Argentina, Uruguai, França, Espanha e Portugal. Nessas viagens, apresentava-se com sua irmã, a cantora Mara Costa Pereira (Mara Henrique Ferraz, 1916—1975).
Durante alguns anos, no Rio de Janeiro, dedicou-se ao magistério e produziu programas para diversas emissoras, como a Rádio Roquette Pinto, de que foi diretor da seção de música orquestral. Por comissionamento do Itamaraty, realizou excursões artísticas pela França, Espanha e Portugal, em 1949 e 1955, e pelo Paraguai, Uruguai e Argentina, em 1953 e 1954.
Em 1956 gravou seu primeiro LP, com interpretaçao vocal de Jorge Fernandes. Em 1958, sua música-tema para Morte e vida Severina, poema dramático de João Cabral de Meio Neto (1920—), obteve o prêmio Jornal do Comércio, como o melhor do ano. Dirigiu por mais de dez anos o Teatro da Paz, de Belém.
Até 1967 trabalhou no Departamento de Cultura e no Teatro Municipal, do Rio de Janeiro. Em 1978 a Funarte publicou Waldemar Henrique: o canto da Amazônia, de José Claver Filho, volume 2 da Coleção MPB. Foi eleito em 1981 para a Academia Brasileira de Música.
Ao completar 80 anos, em 1985, foi homenageado em desfile de escola de samba, em Belém, cidade onde há um teatro que leva seu nome. Escreveu mais de 120 canções ao longo de sua carreira.
Obras
Abá-Logum, 1948; Abaluaiê, 1947; Adeus, 1961; Boi-bumbá, 1934; Cabocla malvada, 1932; Canção dos remadores, 1938; Cobra grande, 1934; Coco peneruê, 1934; Curupira, 1934; Essa negra fulô, 1935; Eu me agarro na viola, 1936; Matintaperera, 1933; Meu boi vai-se embora, 1936; Meu último luar, 1934, Minha terra, 1923; Morena, 1935; No jardim de Oeira, 1948; Rolinha, 1935; Sem seu, 1952; Senhora dona Sancha, 1932; Sonho de curumim, 1937; Tamba-Tajá, 1934, Trem de Alagoas, 1939; Uirapuru, 1934; A vela que passou, 1936.
CD
O canto da Amazônia, Projeto Uirapuru vol. 2, 1997, Secult Pará PA0010.

Altamiro Carrilho

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O instrumentista e compositor Altamiro Carrilho (Altamiro Aquino Carrilho) nasceu em Santo Antônio de Pádua, RJ, em 21/12/1924. Ainda menino, começou a tocar numa flautinha de bambu. Concluiu apenas o curso primário, pois, quando tinha nove anos, seu pai ficou muito doente e ele precisou trabalhar numa tamancaria para ajudar a família.
Aos onze anos empregou-se como prático de farmácia, passando a tocar tarol na Banda Lira de Árion, formada quase que por inteiro de seus parentes. Em 1940 mudou-se para Niterói RJ com a família, continuando a trabalhar em farmácia e passando a estudar música a noite, com o flautista amador Joaquim Fernandes. Por essa época, começou a freqüentar, no Rio de Janeiro RJ, os programas de rádio dos flautistas Dante Santoro e Benedito Lacerda, e, com uma flauta de segunda mão, iniciou suas apresentações em programas de calouros, conseguindo tirar o primeiro lugar no programa de Ary Barroso.
Sua grande capacidade de improvisação chamou a atenção de muitos artistas, o que o levou a participar de vários grupos. Estreou em disco em 1943, participando da gravação de um 78 rpm de Moreira da Silva, na Odeon.
Em 1946 integrou o conjunto de Ademar Nunes, na Rádio Sociedade Fluminense; um ano depois, entrou para o conjunto de César Moreno, tocando nas rádios Tamoio e Tupi; e, em 1948, passou a fazer parte do conjunto de Rogério Guimarães, na Radio Tupi. No ano seguinte, gravou na Star seu primeiro disco, Flauteando na chacrinha, choro de sua autoria.
Em 1950 formou conjunto próprio para tocar na Rádio Guanabara, onde permaneceu até maio de 1951, quando foi convidado a integrar o Regional do Canhoto, substituindo Benedito Lacerda. O regional tocava na Radio Mayrink Veiga e acompanhava, em gravações, cantores como Orlando Silva, Vicente Celestino, Sílvio Caldas e outros.
Apareceu, em 1951, no filme Mulher do Diabo (direção de Milo Marbisch), e formou em 1955 a Bandinha de Altamiro Carrilho, com ele na flauta ou flautim, e mais acordeom, pistom, clarineta, tuba, bateria e pratos. Um ano depois, a bandinha ja gravava seu maxixe Rio antigo, que fez grande sucesso.
De 1956 a 1958, a bandinha ganhou prestígio e popularidade com seu programa Em Tempo de Música, na TV Tupi. Em 1957 deixou o Regional do Canhoto, sendo substituído por Carlos Poyares. Na década de 1960, passou grandes periodos excursionando pelo exterior: em 1963, apresentou se em Portugal, Espanha e França; em 1964, na Inglaterra (onde gravou para a BBC), Alemanha, Libano e Egito; em 1966, na entao U.R.S.S.; em 1968, no México, onde ficou um ano; em 1969, nos E.U.A.
Com a redescoberta do choro a partir da década de 1970, tornou-se um dos flautistas mais requisitados, como solista e como acompanhante em gravações de choro e samba tradicional.
Apesar de ser músico popular, tocou, em novembro de 1972, no Teatro Municipal, do Rio de Janeiro, o Concerto em sol, de Wolfgang Amadeus Mozart (1756—1791). Nos anos de 1974 e 1975, fez o arranjo musical e o acompanhamento dos discos 100 anos de música popular brasileira 1, 2 e 3, da série MPB 100 ao vivo — Projeto Minerva, lançados pela Tapecar.
Em 1977 lançou pela Philips o LP Antologia da flauta. Em 1985 participou do álbum triplo Velhos sambas... Velhos bambas, produzido pela EENAB, e, dois anos depois, acompanhou Elisete Cardoso em sua tournee pelo Japão. Em 1997, a gravadora Tom Brasil lançou a série Música Viva, incluindo o CD Brasil musical, parceria com Arthur Moreira Lima. Toca vários tipos de flauta e ja gravou 69 discos.

Elza Laranjeira

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Elza Laranjeira

A cantora Elza Laranjeira nasceu em Bauru, SP, e faleceu em São Paulo em 22/7/1986. Aos dez anos já se apresentava cantando na Rádio Clube de Bauru. Professora pela escola normal de Bauru, foi mais tarde para São Paulo SP, onde começou a cantar na Rádio Cruzeiro do Sul, substituindo Leny Eversong num programa de Blota Júnior.
Em 1945 transferiu-se, com Blota Júnior, para a Rádio Record. Suas primeiras gravações, na antiga Star (depois Copacabana), foram as dos sambas Foi sem querer (Simonetti e Maragliano) e Quando eu era pequenina (Simonetti e Donato), e das canções Dia das mães e Poema das duas mãozinhas, passando depois a lançar vários sucessos.
Teve êxito em países latino-americanos, principalmente no Uruguai. Em 1951 conquistou o prêmio Roquete Pinto de melhor cantora. Durante longo período atuou em shows das boates paulistanas, sendo considerada uma das maiores intérpretes de Dolores Duran.
Entre suas principais gravações estão A noite do meu bem (Dolores Duran) e Eu sei que vou te amar (Tom Jobim e Vinícius de Moraes), ambas pela RGE.
No início da década de 1960 deixou a Rádio Record, transferindo-se para o Rio de Janeiro e passando a se apresentar na Rádio Nacional. Mais tarde, afastou-se da vida artística, só retornando em 1975, quando voltou a cantar na boate Samba Enredo, de São Paulo.

Jorge Ben Jor

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Jorge Ben Jor

Jorge Duílio Lima Meneses nasceu no Rio de Janeiro RJ em 22 de Março de 1942. Filho de Augusto Meneses, estivador, feirante, pandeirista do bloco carioca Cometas do Bispo, cantor e compositor carnavalesco, e de Silvia Saint Ben Lima, etíope, morava numa favela da Rua do Bispo, no bairro de Rio Comprido.
Aos 13 anos ganhou um pandeiro e começou a tocar num regional; aos 15, cantava no coro da igreja do Colégio Diocesano São José, onde fez o ginásio. Gostava muito de jogar futebol e chegou, inclusive, a integrar a equipe infanto-juvenil do Flamengo. Aos 18 anos, quando servia o Exército, a mãe lhe deu um violão e um método para principiantes.
Tocando e cantando bossa nova, rock e twist, costumava apresentar-se em festinhas de amigos. Por 1961, o contrabaixista do Copa Trio, Manuel Gusmão, convidou-o para ensaiar com seu conjunto. Nessa época, Zé Maria, organista e líder de conjunto que se apresentava no Beco das Garrafas, descobriu-o e levou-o como pandeirista para se apresentar no Little Club, e, logo depois, no Bottle’s, tocando violão e cantando suas musicas. Ainda por volta de 1961, atuou como cantor de rock na boate Plaza, em Copacabana.
Em 1963 voltou ao Bottle’s, acompanhado pelo Copa Cinco (Meireles no sax, Pedro Paulo no trompete, Toninho no piano, Dom Um na bateria e Manuel Gusmão no baixo) e Zé Maria colocou duas músicas suas – Mas que nada e Por causa de você –, no LP Tudo azul, de cuja gravação o compositor participou como ritmista e como cantor do coro. No dia seguinte foi contratado pela Philips e lançou o primeiro 78 rpm, com essas músicas, acompanhado pelo Copa Cinco, obtendo grande êxito. Também desse ano e o primeiro LP, Samba esquema novo, também de grande sucesso, e o segundo, Sacudin Ben samba.
Em 1964 sua composição Chove chuva foi gravada ao vivo, no Teatro Paramount, e incluída no terceiro LP, Ben é samba bom. No ano seguinte, a convite do Ministério das Relações Exteriores, foi aos EUA, onde, durante três meses, se apresentou em universidades e clubes. De volta ao Brasil, encontrou dificuldades em se situar no panorama musical brasileiro, dividido entre o iê-iê-iê da Jovem Guarda e os sambas e marchas carregados de conteúdo social.
Essa situação, agravada pelo relativo fracasso de seus dois últimos LPs, provocou incidentes embaraçosos: depois de ensaiar para o programa da TV Record O Fino da Bossa, foi excluído pouco antes de entrar no palco, por ter se apresentado, no dia anterior, a convite de Roberto Carlos, no programa Jovem Guarda da mesma emissora, cantando Agora ninguém chora mais, bem recebida pelo publico do auditório.
Enquanto Mas que nada e Chove chuva chegavam as paradas de sucesso, nos EUA, lançados por Sérgio Mendes, e, em seguida, suas músicas Zazueira e Nena naná eram gravadas, respectivamente, por Herp Albert e José Feliciano, sua carreira atravessava momento difícil: os três compactos seguintes, lançados pela Mocambo, foram recebidos com frieza pelo público e pela crítica.
Um dos responsáveis pela fixação do funk na cultura carioca e pela injeção da soul music no samba, gravou em 1967 o LP O Bidu – Silêncios no Brooklin, que incluía maracatus misturados ao rock’n roll. Somente no final de 1968 suas composições reencontraram o caminho do sucesso, depois de apresentação como convidado no programa Divino Maravilhoso, de Caetano Veloso e Gilberto Gil, na TV Tupi.
Nos primeiros meses de 1969 teve êxito com Cadê Teresa, Que pena, Que maravilha (com Toquinho), Minha menina, Domingas, País tropical. No mesmo ano participou do IV FIC, da TV Globo, no Rio de Janeiro, com Charles Anjo 45 e, em 1970, apresentou Eu também quero mocotó, no V FIC, interpretada pelo maestro Erlon Chaves, a Banda Veneno e o Trio Mocotó.
Ainda nesse ano sua musica Domingas foi muito aplaudida no MIDEM, em Cannes, França. Em 1972 fez temporadas na Itália, Portugal e Japão, onde chegou a gravar um LP ao vivo. Participou em 1972 do VII FIC, com a música Fio Maravilha, classificada em primeiro lugar na interpretação de Maria Alcina.
Em 1974 lançou dois LPs bem sucedidos: Jorge Ben – dez anos depois e Os alquimistas estão chegando. No ano seguinte gravou, com Gilberto Gil, um álbum duplo intitulado Gil-Jorge, e realizou apresentação única no Teatro Sistina, em Roma, Itália, gravada ao vivo pela televisão italiana. Nos anos de 1980, popularizou-se no exterior.
Em 1989 lançou o LP Alô, alô, como vai?, pela Som Livre, que alem da canção-título inclui Cae, cae, Caetano, Lady Benedicta e A cegonha me deixou em Madureira. Em 1989, por problemas de direitos autorais, alterou seu sobrenome para Jorge Ben Jor. Em 1990 lançou W Brasil e, em 1991, Jorge Ben Jor ao vivo no Rio.
Em 1995 lançou o CD World dance, pela WEA, com os sucessos Pisada de elefante, W/ Brasil e Alcohol, todas de sua autoria. No mesmo ano, foi contratado pela Sony e lançou Homo Sapiens, que inclui o sucesso Gostosa, além de Rabo preso e da música em espanhol Maria Luísa.
Em novembro de 1997, lançou o CD Músicas para tocar em elevador (Sony), com participações de Carlinhos Brown, Paralamas do Sucesso e Fernanda Abreu, entre outros artistas. (Página dedicada ao amigo Simone Morini, Itália).
Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e PubliFolha
Algumas músicas cifradas:

Zé Pretinho

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O compositor Zé Pretinho (Manuel do Espírito Santo) nasceu na cidade de Capela, SE, em 15/11/1909. Filho de um lavrador fez os primeiros estudos com professora particular e mais tarde na Escola de Aprendizes Marinheiros.
Aos 16 anos foi para o Rio de Janeiro RJ, ingressou na Marinha e começou a compor, entrando em contato com o meio musical, onde foi auxiliado por Kid Pepe, Noel Rosa e Manuel Ferreira.
Sua primeira composição gravada foi Tenho raiva de quem sabe (com Kid Pepe e Noel Rosa), lançada na voz de Mano Reis, pela Victor, em 1934. Três anos depois compôs para o Carnaval Amar é muito bom (com Manuel Ferreira), gravada por Jaime Vogeler, na Odeon.
Em 1938 fez com Reis Saint-Clair, Uma dor e uma saudade, tida como sua principal música, gravada na Victor por Orlando Silva, em 1939. Um ano depois, Carmen Barbosa gravou pela Odeon, Quem é que não chora.
Dividia suas atividades musicais com o emprego na Marinha, de onde mais tarde deu baixa, passando a trabalhar em casas comerciais
Obras:
Uma dor e uma saudade (c/Reis Saint-Clair), samba 1939; Eu não sou Deus (c/Murilo Caldas), samba, 1941 Tenho raiva de quem sabe (c/Kid Pepe e Noel Rosa,, samba, 1934.

Zeca Ivo

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Zeca Ivo, compositor, nasceu no Rio de Janeiro (19/5/1894 - 19/2/1964), mas viveu durante muito tempo no Rio Grande do Sul, onde incorporou valores da cultura gaúcha, compondo músicas típicas da região.

Sua primeira composição foi Tristeza de trovador. Em 1926, Arthur Castro gravou pela Odeon Tristezas de gaúcho, sua primeira composição gravada. No mesmo ano gravou pela Odeon a canção Gaúcho velho, de sua autoria, de Cardoso de Menezes a toada fado Oração e de J. Fonseca Costa, o samba O mundo sem mulher.

Em 1927, gravou na Odeon as canções Primavera e Triste violeiro, ambas de sua autoria. No mesmo ano, gravou a canção Luar do Sul pela Odeon. Em 1929 Pedro Celestino gravou pela Parlophon a canção O guasca e o fado-toada A vida é um inferno onde as mulheres são os demônios, em parceria com Lamartine Babo. Laís Areda gravou a canção Órfã do amor. No mesmo ano, Lamartine Babo compôs a toada Zeca Ivo em homenagem ao compositor, gravada por Benício Barbosa pela Parlophon.

Em 1930, Max Cardoso gravou a canção Proeza de gaúcho pela Victor. Em 1933, Francisco Alves gravou de Zeca e Jota Machado a canção Mês de Maria, Augusto Calheiros gravou "Flor do mato (c/ Francisco de Freitas) e César Pereira Braga gravou a rancheira Guasco velho.

Em 1935, compôs com Custódio Mesquita a marcha Jardineiro do amor, gravada por Aurora Miranda, e com Kid Pepe a marcha Ondas curtas, gravada por Orlando Silva em seu primeiro disco. Em 1936, Aurora Miranda gravou a marcha Ano novo e Sílvio Caldas gravou o samba Última carta de amor, composto em parceria com Benedito Lacerda.

Em 1937 compôs com João de Freitas a valsa Quero-te cada vez mais, gravada por Augusto Calheiros. Em 1956, Augusto Calheiros gravou a canção Flor do mato.

Foi um dos primeiros parceiros de Ary Barroso em seu começo de carreira, com quem compôs a canção Meu pampa lindo. Percorreu o Brasil integrando grupos teatrais ou sozinho, realizando recitais de poemas e canções.

Eunice Barbosa

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Mãe do cantor Antonio Marcos e do compositor Mário Marcos. Sua primeira composição gravada foi Resumo, musicada por Mário Marcos e transformada em sucesso por Roberto Carlos. Entre diversos parceiros, fez composições com Mário Maranhão, Tivas, Neno Meyer e Zequinha Rodrigues.
Outros sucessos de sua autoria foram: Voa liberdade e Solidão de amigos com Jessé. Também teve composições gravadas por Gilliard, Zé Geraldo, João Mineiro e Marciano, Antonio Marcos, Dalvan, Sula Miranda e Chrystian e Ralf.
Discografia
Bom dia solidão em CAPRICHOSO - Nelson Ned (1984)
Canção do 3º milênio em TRIBUTO A LEANDRO - Leandro & Leonardo (1998)
De Belém a Pirapora em NALVA AGUIAR - Nalva Aguiar (1981)
Diga-me em CAPRICHOSO - Nelson Ned (1984)
Fim de primavera em FELICIDADE - Antônio Marcos (1976)
Há de ser por esta estrada em ZÉ GERALDO - Zé Geraldo (1981)
Intimidade em TODOS OS CAMINHOS - Antônio Marcos (1988)
Livro aberto em SOBRE TODAS AS COISAS - Jessé (1984)
Meu desejo em MULHER - Perla (1996)
Meu segredo em NASCE UM COMPOSITOR - João de Barro (1997)
O amor em CONTADOR DE ESTRELAS - Fábio Jr. (1999)
Olhai por nós em TODOS OS CAMINHOS - Antônio Marcos (1988)
Resumo em ROBERTO CARLOS - Roberto Carlos (1974)
Sedução em PÉROLAS - JESSÉ - Jessé (2000)
Solidão de amigos em PÉROLAS - JESSÉ - Jessé (2000)
Solidão de amigos em CAMINHO DO SOL - Amelinha (1985)
Solidão de amigos em O SORRISO AO PÉ DA ESCADA - Jessé (1983)
Solidão de amigos em JESSÉ - Jessé (1982)
Todos os caminhos em TODOS OS CAMINHOS - Antônio Marcos (1988)
Um grito pelos ares em JESSÉ - Jessé (1982)
Voa liberdade em PÉROLAS - JESSÉ - Jessé (2000)
Voa liberdade em O SORRISO AO PÉ DA ESCADA - Jessé (1983)
Voa liberdade em JESSÉ - Jessé (1980)
Fontes: CliqueMusic e Dicionário Cravo Alvim da Música Popular Brasileira.
Contribuição enviada por Larissa Carla Coelho em 03/01/2007.

Jessé

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O cantor e compositor Jessé Florentino Santos nasceu em Niterói-RJ, em 25/4/1952, e foi criado em Brasília. Mudou-se para São Paulo, e atuou como crooner em boates. Depois, integrou os grupos Corrente de Força e Placa Luminosa, animando bailes por todo o Brasil.
Ainda nos anos 70, também chegou a gravar em inglês com o pseudônimo de Tony Stevens. Foi revelado ao grande público em 1980, no Festival MPB Shell da Rede Globo com a música Porto Solidão (Zeca Bahia/ Ginko), seu maior sucesso, ganhando prêmio de melhor intérprete.
Em 1983, ganhou o XII Festival da Canção Organização (ou Televisão Ibero-Americana) (OTI) realizado em Washington, com os prêmios de melhor intérprete, melhor canção e melhor arranjo para Estrelas de Papel (Jessé/ Elifas Andreato).
De voz muito potente, no decorrer de sua carreira Jessé gravou 12 discos (como os álbuns duplos O Sorriso ao Pé da Escada e Sobre Todas as Coisas) mas nunca conseguiu os louros da crítica especializada.
Morreu aos 41 anos, em março de 1993 de traumatismo craniano sofrido num acidente de carro em Ourinhos (interior de SP), quando se dirigia para o Paraná para fazer um show.
Algumas músicas cifradas:
Fonte: CliqueMusic

Isolda

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Isolda Bourdot nasceu em 9 de janeiro de 1957 na cidade de São Paulo-SP. Seu bisavô e avó maternos foram maestros e compositores. Desde criança interessou-se por artes em geral. Sua aproximação da música começou em brincadeiras com o irmão e futuro parceiro Milton Carlos, fazendo músicas e histórias para teatrinhos de boneca.
Queria ser jornalista mas, ainda na adolescência, começou a participar, juntamente com o irmão, de festivais de música, muito em moda nas décadas de 60 e 70, pelos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
Ganharam alguns prêmios e assim que o irmão gravou seu primeiro LP como cantor em 1970, tornaram-se conhecidos e passaram a receber encomendas de músicas de alguns cantores que sentiram na dupla de irmãos grande sensibilidade artística.
Em 1973 através do amigo comum Eduardo Araújo, Roberto Carlos gravou Amigos amigos de Isolda e Milton. Foi o primeiro grande sucesso de público da dupla de compositores. Repetiu-se o sucesso no ano seguinte com o mesmo Roberto Carlos gravando Jogo de damas; no mesmo ano Roberto gravou Elas por elas e Wando gravou Na boca do povo, todas de Isolda e do irmão Milton; em 1976 novamente Roberto Carlos gravou com grande sucesso Um jeito estúpido de te amar e Pelo avesso; Milton Carlos gravou também da dupla Um acalanto, Uma valsa por favor, Último samba canção, Me mata e Vexame; ainda em 1976 Ângela Maria gravou Nunca mais e Agnaldo Rayol Eu levo uma cruz na corrente.
Dessa forma o sucesso da dupla de compositores foi sendo ampliado e reconhecido no meio musical brasileiro, principalmente pelas músicas gravadas por Roberto Carlos.
Prematuramente o irmão Milton faleceu num acidente em 1977; mesmo muito abalada com a morte do irmão e parceiro, Isolda compôs nesse mesmo ano sua primeira música sem a parceria do irmão: Outra vez que tornou-se seu grande sucesso na gravação de Roberto Carlos e que teria inúmeras gravações de outros artistas como Altemar Dutra, Simone, Emílio Santiago e outros além das gravações no exterior de Pepino de Capri, Armando Manzanero e Ray Conniff.
Nessa fase de músicas brasileiras populares, prevaleciam os versos geralmente muito românticos com apelos melodramáticos sobre a melodia de modo geral pobre. Isolda sempre se revelou compositora de imenso talento e sensibilidade muito apurada.
Apesar do grande sucesso alcançado através de 90 músicas compostas em parceria com o irmão e solo, Isolda sempre teve comportamento sóbrio e discreto, chegando mesmo a evitar contatos com a mídia.
O grande sucesso de Outra vez entre outras qualidades deve-se à maneira como Isolda com muita sensibilidade e talento escreveu os versos de modo que a maioria de quem viveu um grande amor gostaria de poder falar para sua ex-amada(o) e à magnífica interpretação de Roberto Carlos. "Outra vez" foi um dos maiores senão o maior sucesso da carreira do cantor Roberto Carlos.
Algumas músicas cifradas:

Zaíra Cavalcanti

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Zaíra Cavalcanti, cantora, nasceu em Santa Maria, RS e faleceu em 12/9/1981. Iniciou a carreira teatral na cidade de Santos, SP, atuando na Companhia Arruda. Durante muito tempo atuou como atriz de teatro de revistas e sua beleza chegou a merecer do poeta e compositor Orestes Barbosa as seguintes palavras: "Ave rara, doce morena, ave pernalta com olhar de corsa mansa".

Foi corista da Companhia de Revistas Tro-ló-ló e atuou nos teatros Carlos Gomes e Glória e no cabaré Alcazar. Em 1927, atuou com a Companhia Tro-lóló na revista Você quer é carinho, de Nelson de Abreu, Luís Iglézias e Geysa Bôscoli com músicas de Paraguassu e Sinhô.
Era uma das vedetes da Companhia Brasileira de Revistas Tro-ló-ló com a qual embarcou em 1928 para uma tounée pela Argentina, Chile e Uruguai que durou quase três meses. Em 1929, fez parte o elenco da revista Pátria amada, apresentada no teatro Recreio, RJ. Na ocasião, recebeu do crítico Mário Nunes o seguinte comentário: "Sabe cantar expressivamente, sublinhando tudo com meneios quentes".
Gravou pela primeira vez em 1930, pela Odeon, o samba-canção Diga, de Gonçalves de Oliveira e Lamartine Babo, e a Canção dos infelizes, de Donga, Luiz Peixoto e Marques Porto, com acompanhamento da Orquestra Pan American. Nesse ano, gravou na Parlophon os sambas Pedaço de mau caminho, de Eduardo Souto e Osvaldo Santiago, e Gongá, de José Luiz da Costa, com acompanhamento da Simão Nacional Orquestra, e os sambas Tem moamba, de Eduardo Souto e João de Barro, e Vou pedir à paroeira, de Américo de Carvalho, com acompanhamento da Orquestra Guanabara.
Ainda em 1930, participou de um concurso musical promovido pelo jornal Diário Carioca, como uma das principais cantoras da época. Ainda em 1930, atuou na revista Dá nela, de Marques Porto e Luiz Peixoto apresentada no Teatro Recreio fazendo sucesso com a interpretação da música título, de Ary Barroso, que foi gravada logo em seguida por Francisco Alves.
Pouco depois, estreou no mesmo teatro a revista Eu sou do amor, música de Ary Barroso, peça escrita por Aricles França e Elieser de Barros. Estrelou em seguida, com grande sucesso a revista Pau-brasil, de Marques Porto e Luiz Peixoto com músicas de Ary Barroso e Júlio Cristóbal. Atuou também na revista Vai dar o que falar, de Marques Porto e Luiz Peixoto com músicas de Ary Barroso e Antônio Neves apresentada no Teatro João Caetano.
Em 1931 gravou com acompanhamento da Orquestra Guanabara, os sambas Caranguejo também sobe no arvoredo, de Mário Barros e Sem querer... de Ary Barroso, Marques Porto e Luiz Peixoto.
Em 1932, voltou para a Odeon e gravou com acompanhamento da Orquestra Copacabana o fox Quando escuto você cantar, de Milton Amaral e Jerônimo Cabral, e o samba Quando tu fores bem velhinho, de Paulo Orlando e Jerônimo Cabral. Com a mesma orquestra gravou de Oscar Cardona o samba Nossas cores e o choro Não terás perdão.
Em 1933, viajou com a Companhia Tro-lóló para apresentações em Portugal. Gravou somente sete discos pelas gravadoras Odeon e Parlophon, tendo sua carreira se restringido depois somente ao Teatro de Revista.
Em 1949, atuou com sucesso na revista Confete na boca, apresentada no Teatro Glória ao lado de nomes como Dercy Gonçalves e Dircinha Batista. Na ocasião, o crítico Antônio Accioly Neto assim escreveu a seu respeito nas páginas da revista O Cruzeiro: "Zaíra Cavalcanti, sem embora cantar aqueles seus antigos sambas tão cheios de dengues, que fizeram época, ainda é um grande elemento no gênero".
Em 1952, participou na Rádio Tupi da festa pelos 49 anos do compositor Ary Barroso e interpretou na ocasião o samba Dá nela .