terça-feira, 15 de março de 2011

Zizi Possi

english mobile


Zizi Possi (Maria Izildinha Possi), cantora, nasceu em São Paulo, SP, em 28/03/1956. Estudou piano dos cinco aos 17 anos, mudando-se então para Salvador BA, onde lecionou teoria musical para filhos de prostitutas e crianças de rua do bairro do Pelourinho, além de cursar música na UFBA, cantar em barzinhos e ainda participar de espetáculos musicais, tais como Marilyn Miranda.

Em 1978 mudou-se para o Rio de Janeiro RJ, onde foi descoberta por Roberto Menescal e contratada pela Polygram, gravando seu primeiro disco, Flor do mal. Participou da Ópera do malandro, de Chico Buarque, e seu primeiro sucesso foi a interpretação de Pedaço de mim, desse musical, em 1979.

Seu segundo grande êxito veio em 1982, a balada pop Asa morena (Zé Caradípia), que serviu de modelo para todo seu repertório até fins da década de 1980. Outros sucessos incluem Perigo (Nico Resende e Paulinho Lima), 1986; A paz (Gilberto Gil e João Donato), 1987; É a vida que diz (Marina); e O amor vem pra cada um (Love Comes to Everyone, de George Harrison).

Voltando a São Paulo em fins dos anos de 1980, resolveu seguir uma linha menos comercial, a partir do LP Estrebucha baby (1989). Mudando para a gravadora Eldorado, gravou o LP Sobre todas as coisas (1991), acompanhada somente por piano, violoncelo e percussão, e cujo repertório inclui O menino de Braçanã, de Luís Vieira, Com que roupa?, de Noel RosaO que é, o que é?, de Gonzaguinha, Isla para dos, de Chien García, e a faixa-título, de Edu Lobo e Chico Buarque.

O disco seguinte, Valsa brasileira (Velas, 1993) seguiu a mesma linha e rendeu dois sucessos, Bom dia (Swami Júnior e Paulo Freire) e Lamento (Pixinguinha).

Voltando à Polygram em 1996, porém mantendo sua liberdade de criação e interpretação, gravou os CDs Mais simples (1996) e Per Amore (1997), este último somente de canções italianas, que atingiu a vendagem de 700.000 cópias e que valeu à cantora um Disco de Ouro, um Disco de Platina e um Disco Duplo de Platina. Recebeu, ainda, o Troféu Imprensa, na categoria Melhor Cantora do Ano.
.
Em 1998, gravou o especial Zizi Possi - Per amore (TVE). Também nesse ano, lançou o CD Passione, igualmente dedicado à músicas italiana, registrando Canzone per te (Bordotti, Endrigo e Bacalov), Anema e core (Titomanlio e S. D. Esposito Mangione), faixa que contou com a participação de Chico Buarque, Io che amo solo te (Sergio Endrigo) e Torna a Surriento (Ernesto de Curtis), entre outras. Recebeu por esse trabalho mais um Disco de Ouro e mais um Disco de Platina.

Em 1999, gravou o CD Puro prazer, que atingiu a vendagem de 100.000 cópias, o que lhe valeu mais um Disco de Ouro. Nesse ano, foi indicada ao Grammy Latino de Música, na categoria Melhor Cantora.

Em 2000, estreou turnê nacional de lançamento do CD Puro prazer no ATL Hall (RJ), ao lado do pianista Jether Garotti Jr., com quem completou, nesse ano, uma década de trabalho.

Em 2001, lançou o CD Bossa, contendo releituras em clima de Bossa Nova de canções nacionais e internacionais, como Preciso dizer que te amo (Bebel Gilberto e Cazuza), Capim (Djavan), Caminhos cruzados (Tom Jobim e Newton Mendonça), Haja o que houver (Pedro Ayres Magalhães), Preciso aprender a só ser (Gilberto Gil), So many stars (Sergio Mendes, Alan Bergman e Marilyn Bergman), Yesterday (John Lennon e Paul McCartney), Sabrás que te quiero (Teddy Fregoso) e Yo tengo un pecado nuevo (Marianito Moraes e Alberto Martinez), além de duas faixas inéditas: Eu só sei amar assim (Herbert Vianna) e Qualquer hora (João Linhares). 

Em 2002, a Universal Music lançou a caixa tripla Três vezes Zizi, reunindo os CDs Per amore (1997), Passione (1998) e Puro prazer (1999), em comemoração ao total de um milhão de cópias vendidas pelos três discos em conjunto. Nesse mesmo ano, a mesma gravadora lançou em CD os discos gravados pela cantora nos anos 1970 e 1980, na coleção Tudo, produzida por Marcelo Fróes.

Em 2003, foi premiada na segunda edição do Prêmio Carosone Internazionale, na Arena Flegrea, em Nápolis (Itália), interpretando a canção Torero (Renato Carosone), faixa do CD Per amore, lançado em 1997. Em 2004, apresentou-se, ao lado do pianista Jether, no Scala (RJ).

Estreou, em 2005, no Teatro Frei Caneca (SP), o espetáculo Para inglês ver e ouvir, ao lado de Jether (piano), Marcos Paiva (baixo) e Alexandre Damasceno (bateria), cantando em inglês canções de Gerswin, Cole Porter e Bob Marley, entre outros autores. O show foi gravado ao vivo para lançamento em CD e DVD, com direção de José Possi Neto.

Uma das melhores e mais versáteis cantoras surgidas na década de 1980, é uma das raras cantoras brasileiras a não aceitar imposições de gravadoras ou seguir modismos. 

Fontes: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora; Dicionário Cravo Albin da MPB.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Premeditanto o Breque

english mobile


Premeditanto o Breque - Grupo vocal-instrumental que, ao lado do Língua de Trapo, foi o mais importante do humor musical paulistano dos anos de 1980. Apelidado de Premê, o grupo se destacou pelo apuro nas composições e arranjos e virtuosismo instrumental, admitindo influência do grupo argentino Les Luthiers.

As origens do conjunto remontam a 1976, quando Mário Manga (Mário Augusto Aydar, São Paulo SP 1955—), Marcelo Galbetti (Antônio Marcelo Galbetti, São Paulo 1954—), Claus (Claus Erik Petersen, São Paulo 1955—) e, alguns meses mais tarde, Wandy (Wanderley Doratiotto, São Paulo 1950—) se conheceram no curso de música da Escola de Comunicações e Artes da USP e passaram a tocar e compor juntos.

O Premê surgiu em 1979, participando do 1 Festival Universitário da MPB, da TV Cultura, e conseguindo o segundo prêmio com Brigando na lua (de Manga, que até cerca de 1984 usou o apelido Biafra, mudando para evitar confusão com o cantor romântico homônimo).

Em 1980 participaram do festival MPB Shell da TV Globo, defendendo Empada molotov (de César Brunetti, lançada num compacto da RGE). Em 1981 lançaram o primeiro LP, Premeditando o Breque (selo independente Spalla), com algumas faixas que se tornaram sucesso entre os fãs da chamada “vanguarda paulista”, Fim de semana e Marcha da kombi (ambas de Wandy). No ano seguinte, participaram do MPB Shell com O destino assim o quis (Wandy), lançada em compacto (etiqueta Lira Paulistana), que no outro lado trazia Pinga com limão, de Alvarenga e Ranchinho.

Em 1983 foi a vez do LP Quase lindo (Lira Paulistana), no qual se destacou São Paulo, São Paulo.

Contratados pela EMI, lá gravaram dois LPs, O melhordos iguais (1985), com os sucessos Balão trágico (Manga e Dionisio Moreno) e Lua-de-mel em Cubatão, e Grande coisa, cujo destaque foi Rubens, de Manga, regravada por Cássia Eller em 1990. Seguiram-se os discos Alegria dos homens (Eldorado, 1991) e Premê vivo (Velas, 1997).

Manga participou como guitarrista em discos de vários artistas, como Arrigo Barnabé e Vânia Bastos; Wandy apresentava o programa musical Bem Brasil da TV Cultura desde 1991. Além do núcleo fixo de Manga, Wandy, Marcelo e Claus, o Premê incluiu vários bateristas e contrabaixistas, além do compositor Igor Lintz Maués que, radicado na Alemanha desde meados dos anos de 1980, contribuiu para os discos do grupo com composições de música eletrônica.

CD


Premeditando o Breque, 1995, Velas, 11 -V067; Grande coisa, 1997, EMI 8234482.

Poly

english mobile

Poly (Ângelo Apolônio), instrumentista e compositor, nasceu em São Paulo, SP, e faleceu na mesma cidade, em 10/4/1985. Aos dez anos, já dominava vários instrumentos de corda e aos 11 aprendeu a tocar guitarra.

Pouco depois, passou a acompanhar (tocando violão, cavaquinho, bandolim, banjo, contrabaixo, viola e guitarra havaiana — novidade na época — cantadores e cantores como Paraguassu, Januário de Oliveira e Arnaldo Pescuma, que gravaram pela Columbia.

Iniciou em 1937 sua carreira no rádio, trabalhando na Rádio Difusora, de São Paulo, como solista de cavaquinho e, ainda, como tocador de bandolim e violão, no regional da emissora. Nessa época também, foi integrante do conjunto vocal Grupo X, tido como concorrente do Bando da Lua.

Sua primeira composição foi feita em 1939: Você, valsa que não foi gravada, com letra de José Roberto Penteado, de quem recebeu seu nome artístico, Poli.

Em 1940, a convite de Garoto, foi para o Rio de Janeiro onde gravou com o regional de Garoto e trabalhou no Cassino Copacabana, na Rádio Clube do Brasil e na Rádio Mayrink Veiga.

De 1942 a 1944, interrompeu suas atividades musicais, por ter sido convocado para a Força Expedicionária Brasileira. Em 1944, fez sua primeira gravação (na Continental), como solista de guitarra havaiana, interpretando Deep in the Heart of Texas (Don Swander e June Herchey).

Depois foi para Porto Alegre RS, para trabalhar na Rádio Farroupilha e, a convite de Tasso José Bangel, integrante do Conjunto Farroupilha, excursionou pela Europa, Japão e Estados Unidos; ao voltar ao Brasil, apresentou-se em São Paulo nas boates Clipper e Roof da Gazeta.

Quando em 1958, a firma Cássio Muniz deixou a representação dos discos RCA para fundar a gravadora Chantecler, foi contratado para a gravação dos primeiros discos, destacando-se com a música Noite cheia de estrelas (Cândido das Neves, cognominado Índio).

Formou um conjunto com Henrique Simonetti (celesta), Carlinhos Maffazzoli (acordeom) e Luisinho Schiavo (órgão elétrico), com o qual gravou pela Columbia o LP Penumbra — Poli e seu conjunto.

Em 1963, gravou, solando guitarra havaiana, o Samba caipira (Palmeira e Piraci) e, em 1970, registrou em solo de viola, no LP Sertão em festa, as músicas Tristezas do jeca (Angelino de Oliveira) e Vai chorando, coração (Amarilda e Brás Baccarin). No mesmo ano gravou um LP homenageando grandes músicos de cordas brasileiros, como Canhoto e Jacob do Bandolim, mas o disco teve pouca projeção.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

Aloysio Pinto

english mobile

Aloysio de Alencar Pinto
Aloysio Pinto (Aloysio de Alencar Pinto), pianista, musicólogo e compositor, nasceu em Fortaleza, CE, em 03/02/1911, e faleceu na cidade do Rio de Janeiro, RJ, em 06/10/2007. Começou a estudar piano com uma tia, aos sete anos; em seguida, foi aluno da professora Ester Salgado Studart da Fonseca, uma das fundadoras do Conservatório Musical Alberto Nepomuceno.

"Depois eu estudei harmonia aqui com um grande professor italiano, que viveu alguns anos no Ceará, e que teve o seu nome muito ligado ao Ceará. Foi o professor Luigi Maria Smiddo. Era um grande maestro italiano, regente, professor de matérias teóricas, com quem estudei harmonia aqui no Ceará. E foi o maestro Smiddo quem me deu, vamos dizer, os primeiros rudimentos da arte de compor."

Em 1927, conheceu em Fortaleza Nicolai Orloff, grande virtuose do piano,e que se tornou seu professor e mentor de toda uma vida, com quem manteve contato, no Brasil e na Europa, até a morte daquele mestre, nos anos 60.

Mais tarde, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde foi aluno de piano de Barroso Neto, no Instituto Nacional de Música. Barroso foi um dos pioneiros do canto coral no Brasil.

Como prêmio por seu desempenho no Instituto, recebeu a Medalha de Ouro. Viajando a Paris, ali se aperfeiçoou com Robert Casadesus (pianista clássico e compositor francês), Marguerite Long (eminente concertista e professora francesa), e Nadia Boulanger (também professora de Astor Piazzolla).

Em 1938 recebeu a "Mention Honneur de Virtuosité", o maior prêmio concedido pelo Conservatoire Américain au Palais de Fontainebleau a um músico. Este mesmo prêmio havia sido outorgado ao grande compositor norte-americano Aaron Copland alguns anos antes.

Outra influência importante em sua formação foi o fato de que seu pai havia sido um dos pioneiros do cinema no Ceará, não como cineasta mas como proprietário de uma sala de projeção, e amante da Sétima Arte.

Segundo Georges Frederic Mirault Pinto, seu filho, Aloysio "era um admirador do cinema western e da obra de Orson Welles, com quem conviveu nos anos 40, quando da passagem daquele cineasta por Fortaleza."

Como compositor, iniciou sua carreira ainda na terra natal, em 1926, quando fez o tango O teu cantor, com versos do poeta Pierre Luz. Além de muitas peças populares, compôs no gênero semi-erudito. Sua primeira gravação, em 1953, foi um 78 rpm da Victor com as obras Tango brasileiro, de Alexandre Levy, e Valsa lenta (ou Valsa em fá sustenido menor), de sua autoria. Em 1986, gravou, com os pianistas Antônio Adolfo e Carolina Cardoso de Meneses o álbum duplo Os pianeiros, produzido e distribuído como brinde pela Fenab. 

Obras
Música orquestral: Sarau de sinhá, bailado, s.d.;Música instrumental: Lamento, p/piano, s.d.; Romance antigo, p/piano, s.d.; Valsa capricho, p/piano, s.d.; Valsa lenta (ou Valsa em fá sustenido menor), p/piano, s.d.

Fontes: Músicos do Brasil; Enciclopédia Nordeste; Enciclopédia da Música Brasileira.

Picolino da Portela

english mobile


Picolino da Portela (Claudemiro José Rodrigues), compositor, cantor e instrumentista, nasceu no Rio de Janeiro RJ, em 13/5/1930. Começou a compor aos 16 anos para o bloco Unidos da Tamarineira, do subúrbio de Osvaldo Cruz, onde ficou de 1945 a 1946.

Entrou para o G.R.E.S. da Portela em 1950, com Candeia e Valdir 59. Os três passaram a integrar a ala dos impossíveis, então presidida pelo compositor Wanderley, e se apresentaram em 1955-1956 no Clube High-Life com a Orquestra Tabajara e a do maestro Cipó. Fundou mais tarde a ala dos malabaristas, que liderou por cinco anos. Transferiu-se depois para a ala dos compositores, da qual foi presidente por dois anos. 

Participou ainda do conjunto Os Mensageiros do Samba, liderado por Candeia, com quem chegou a gravar um LP na Philips, em que foram incluídas duas músicas de sua autoria, Lenço branco e Se eu conseguir (com Casquinha). Formou o Trio ABC, com Noca da Portela e Colombo, que participou de vários espetáculos de samba e alguns festivais. 

Compôs dois sambas-enredo da Portela, o Samba do gigante (com Valdir 59), feito em homenagem ao IV Centenário de São Paulo SP (1954) e Legados de D. João VI (com Candeia e Valdir 59), em 1957. 

Classificou-se em primeiro lugar no Concurso de Carnaval do Teatro Municipal, do Rio de Janeiro, em 1969, com Chorei, sofri, penei (com Noca da Portela). 

É autor ainda de Atrás do meu caminho, gravado por Elizeth Cardoso, e Portela querida (com Noca da Portela e Colombo), gravado por Elza Soares. Com estes dois parceiros compôs também A dor que vem do Brás, lançado por Eliana Pittman, a mesma cantora que gravou Tô chegando, já cheguei (com Caipira). Entre outras músicas, lançou ainda Puxa, que luxo, gravado por Luiz Ayrão. Ritmista, apresentou-se em clubes, churrascarias e rodas de samba do Rio de Janeiro, sendo também funcionário aposentado do Departamento Nacional de Portos e Vias Navegáveis.

Obras 

Atrás do meu caminho, s.d.; Chorei, sofri, penei (c/Noca da Portela), 1969; A dor que vem do Brás (c/Noca da Portela e Colombo), s.d.; Legados de D. João VI (c/Candeia e Valdir 59) samba-enredo, 1957; Lenço branco, s.d.; Portela querida (c/Noca da Portela e Colombo), 1968; Puxa, que luxo, s.d.; Samba do gigante (c/Valdir 59), samba-enredo, 1954; Se eu conseguir (C/Casquinha), s.d.; Tô chegando, já cheguei (c/Caipira), s.d. 

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

terça-feira, 8 de março de 2011

Benedito Seviero

english mobile

Benedito Seviero
Benedito Seviero (Benedito Onofre Seviero), compositor, nasceu em Boa Esperança do Sul, SP, em 20/10/1931. Sua primeira composição foi Santa Cruz da Serra (1950), gravada por Zé Mariano e Tibagi. Logo depois, Campanha e Cuiabano gravaram Peão vira o mundo, pela gravadora Sinter (atual Philips). 

Em 1951 mudou-se para Araraquara SP, indo definitivamente para São Paulo SP em 1956. No mesmo ano, obteve seu primeiro êxito com A volta do seresteiro, gravada por Zilo e Zalo, e lançou a música Dia de finados com Nenete, Dorinho e Nardeli. 

Em 1957, seu ano de maior sucesso, gravou Alma inocente, com Zilo e Zalo, Mulher de ninguém e Flor da lama, com Paiozinho e Zé Tapera, e Taça de dor, com Pedro Bento e Zé da Estrada. 

Nos anos seguintes, gravou com Silveira e Barrinha, Caçula e Marinheiro e Liu e Léu, entre outros. 

Compositor ainda em atividade, outras músicas suas de sucesso foram: Bete azul (1983), Som de cristal (1985), ambas com a dupla Joaquim e Manuel, pela Chantecler, Inferno da vida, Beco sem saída e Último adeus, esta com o Trio Parada Dura, na Copacabana. 

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

Jairo Severiano

english mobile

Jairo Severiano
Jairo Severiano, pesquisador, historiador, musicólogo e produtor, nasceu em Fortaleza, CE, em 20/1/1927. Depois de viver a infância e a adolescência nas cidades de Fortaleza e Recife PE, mudou-se em 1950 para o Rio de Janeiro RJ, onde iniciou carreira de escriturário no Banco de Brasil.

Interessado desde criança em música popular, começou em 1968 o levantamento da díscografia brasileira. Em 1973, juntou seu trabalho ao dos pesquisadores Miguel Ângelo de Azevedo (Nirez), Grácio Barbalho e Alcino Santos, que realizavam levantamento idêntico.

Patrocinada pelo M.E.C. a partir de 1976, a pesquisa foi concluída em 1979, sendo editada pela Funarte em 1982 com o título de Discografia brasileira 78 rpm — 1902-1964 (5 volumes). A pedido da FGV, escreveu a monografia Getúlio Vargas e a música popular, publicada em 1983. Em seguida, escreveu a biografia do compositor João de Barro (Braguinha), publicada pela Funarte em 1987 com o título de Yes, nós temos Braguinha

Na década de 1980, produziu álbuns fonográficos de sentido cultural, entre os quais se destacam a série Revolução de 30, Revolução de 32 e O Ciclo Vargas, para a Fundação Roberto Marinho, Nosso Sinhô do Samba, Araci Cortes, Orlando Silva e Yes, nós temos Braguinha, para a Funarte, Native Brazilian Music, para o Museu Villa-Lobos, e os LPs duplos com Dorival Caymmi (1985) e Antônio Carlos Jobim (1987), reeditados em CDs com os títulos de Caymmi inédito e Tom Jobim inédito

Paralelamente, dedicou-se à coordenação do projeto de catalogação e informatização do Acervo Mozart de Araújo, para o Centro Cultural Banco do Brasil (1991), e do projeto Memória Musical Carioca, para o Arquivo da Cidade do Rio de Janeiro (1982-1985), este juntamente com o pesquisador Paulo Tapajós. 

Realizou ainda palestras em universidades do Rio de Janeiro e de outros Estados e cursos em entidades como a Fundação Casa de Rui Barbosa. 

Em dezembro de 1997, lançou o volume I (1901-1957) da obra A canção no tempo — 85 anos de música brasileira, realizada em parceria com o pesquisador Zuza Homem de Melo.

Zé Pagão

english mobile

Ze Pagão e Fostino
Zé Pagão (José Marciano de Oliveira), cantor e compositor, nasceu na cidade de Leme, SP, em 22/6/1912. Formou sua primeira dupla em 1939 com Zé Mané (Josafá Estêvão Nepomuceno), também cantor, compositor e violeiro.

Em 1943 os dois foram contratados pela Continental, gravando ali seu disco de estréia, Borda da mata (de autoria da dupla) e Quanta saudade (de sua autoria). O estilo da dupla era marcado pela suavidade e logo conquistou público, sendo lançado em 1943 seu segundo disco, com Goianinha (Zé Mané) e Nossa bandeira (com Vitor Ferreira de Morais).

 No ano seguinte, ainda na Continental, gravaram No bater da porteira (com Vítor Ferreira de Morais) e No sertão do Laranjinha (arranjo do Capitão Furtado e Tonico e Tinoco), seguindo-se Rosa branca e O cravo e a rosa (de autoria da dupla).

Em 1945, com o falecimento de Zé Mané, juntou-se a Luís Rosa, que adotou o nome artístico de Nhô Rosa, passando a atuar na Rádio Educadora Paulista (hoje Gazeta) e na Bandeirantes, em programas sertanejos.

Em 1952 lançaram pela Continental Paixão de caboclo (de sua autoria) e Canarinho cantador (de autoria da dupla), um dos discos mais vendidos naquele ano. Pouco depois Nhô Rosa deixou a dupla, sendo substituído pelo violeiro Faustino de Oliveira, o Fostino.

A nova dupla passou a atuar nas rádios Piratininga e Tupi, gravando em 1953, pela Continental, Festa de nhá Carola (com Ado Benatti), Boiadeiro paulista (com Jeca Mineiro), e Adeus, aurora (com Geraldo Costa). No ano seguinte a dupla lançou Galanteio de gaúcho (com Ado Benatti) e Pregão do casamento (de sua autoria), pela RGE.

Três anos depois, a dupla lançou seu primeiro LP, em selo Vitória, com seus maiores sucessos já surgidos em disco. A dupla gravou ainda a toada Juriti (Denis Brean e Osvaldo Guilherme), que foi utilizada para a trilha sonora do filme Dioguinho, estrelado por Hélio Souto e dirigido por Carlos Coimbra, em 1957.

Voltando para a Continental em 1960, a dupla gravou Vou pra roça (com Jeca Mineiro) e Moda dos meses (Capitão Furtado).

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

Zé Matão

english mobile

Zé Matão
Zé Matão (Benedito Francisco Alves), cantor e compositor, nasceu em Palestina SP, em 20/8/1938. Aos seis anos de idade, já tocava cavaquinho e aos oito começou a tocar violão e viola.

Aos 13 anos, formou com seu irmão mais velho uma dupla com o nome de Cardosinho e Caçula. Em 1956 formou dupla com Garcia, tocando nas rádios Tupi, Difusora e Nove de Julho.

Em 1966 gravaram na RCA Victor o disco Festa de violeiro, com destaque para Floral (Zé Carreiro e Zé Fortuna). A dupla perdurou por 18 anos, com sucessos como Dama de branco, Gato e sapato (ambas de Wanderlei Martins e Zé Pagão), Arrependido (da dupla) e Tapinha de amor (Leo Canhoto). 

Desfeita a dupla, gravou discos com vários outros nomes, entre eles Zé Matias e Mulatinho. Na década de 1990, formou nova dupla com J. Garcia (Jorge Machado). 

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

domingo, 6 de março de 2011

Zeca Pagodinho

english mobile


Zeca Pagodinho (Jessé Gomas da Silva Filho), cantor e compositor, nasceu no subúrbio de Irajá, Rio de Janeiro, RJ, em 4/2/1959. Foi anotador de jogo do bicho antes de iniciar sua carreira musical. Desde cedo se destacou no círculo das rodas de samba que freqüentava no subúrbio do Rio de Janeiro, onde apresentou suas primeiras composições e revelou sua voz rouca e rasgada de partideiro.

Em 1981, no bloco carnavalesco Cacique de Ramos, em que se reuniam todas as quartas-feiras compositores e cantores num encontro denominado “pagode”, conheceu Beth Carvalho, que o convidou a participar de seu disco, no qual cantou o samba Camarão que dorme a onda leva, de sua autoria em parceria com Arlindo Cruz.

Em 1982 foi convidado pela RGE para participar de um disco que reunia outros quatro novos talentos do samba: Jovelina Pérola Negra, Pedrinho da Flor, Elaine Machado e Mauro Diniz. O disco, com o nome de Raça brasileira, foi grande sucesso de vendas e execução. A partir daí, iniciou sua carreira solo, gravando samba de raiz e partido-alto, ao mesmo tempo prestigiando os novos compositores e retornando aos nomes mais representativos do samba da Portela e da Império Serrano.

Seu primeiro LP solo, Zeca Pagodinho, saiu pela RGE em 1986. Ainda por essa gravadora, lançou Patota de Cosme (1987), mudando depois para a BMG, na qual gravou Jeito moleque (1988), Boêmio feliz (1989), Mania da gente (1990), Pixote (1991), Zeca Pagodinho, um dos poetas do samba (1992) e Alô mundo (1993).

Na Polygram, com a qual assinou contrato em 1995, já gravou três CDs: Samba pras moças (1995), Deixa clarear (1996) e Hoje é dia de festa (1997). Entre seus grandes sucessos destacam-se Quando eu contar (Iaiá), de Beto sem Braço e Serginho Meriti, em 1986; SPC (com Arlindo Cruz), em 1986; Samba pras moças (Roque Ferreira e Grazielle), em 1995; Verdade (Nelson Rufino e Carlinhos Santana), em 1996; e O dono da dor (Nelson Rufino), em 1997.

Seu CD Zeca Pagodinho ao vivo vendeu mais de meio milhão, em 1999. No disco Casa de samba 2, gravou com Caetano Veloso a música Com que roupa?, de Noel Rosa. Anos mais tarde, no disco Casa de samba 4, também produzido por Rildo Hora, dividiu com Sandra de Sá a faixa Judia de mim, parceria com Wilson Moreira.

Ganhou sete Discos de Ouro e dois de Platina. Suas constantes apresentações no Metropolitan, uma das maiores casas de shows da América Latina, somaram um público superior a um milhão de espectadores só no período 1999/2000.

No ano 2000, lançou o disco Água da minha sede pela gravadora Universal, que vendeu 600 mil cópias e no qual interpretou Alto lá, composta em parceria com Sombrinha e Arlindo Cruz, tema da novela O Clone, da Rede Globo. Incluiu ainda a faixa-título Água da minha sede (Dudu Nobre e Roque Ferreira), Maneco telecoteco (Marques e Roberto Lopes), Delegado Chico Palha (Tio Hélio e Nilton Capolino), A ponte (Elton Medeiros e Paulo César Pinheiro), Perfeita harmonia (Almir Guineto, Bidubi e Bandeira Brasil), Nunca vi você tão triste (Monarco e Alcino Corrêa), Preservação das raízes (Barberinho do Jacarezinho e Luiz Grande), Pagode fino trato (Carlos Roberto da Mangueira) e Jura, de autoria de Sinhô (José Barbosa da Silva), cuja música foi incluída na novela O Cravo e a Rosa, da Rede Globo.

No ano 2001, ao lado de vários artistas participou, na casa de show Tom Brasil, em São Paulo, de uma homenagem a João Nogueira. No show interpretou as composições Do jeito que o rei mandou e Sonho de bamba, sendo o disco lançado logo após pela gravadora Jam Music. Ainda em 2001, idealizou e possibilitou junto à gravadora Universal o disco Quintal do Pagodinho, produzido por Rildo Hora.

Em 2002, ao lado de outros artistas, participou do disco Os melhores do ano III, CD no qual interpretou com Dudu Nobre a música Faixa amarela (Zeca Pagodinho, Jessé Pai, Luiz Carlos e Beto Gago). Ainda em 2002, com produção de Rildo Hora, lançou o CD Deixa a vida me levar. No disco contou com a participação da Velha-Guarda da Portela em duas faixas, incluiu de sua autoria Chove, é o céu que chora, parceria com Mauro Diniz, Riquezas do Brasil (Candeia e Valdir 59), Meu modo de ser (Zé Roberto), Calangueei (Almir Guineto), Amor não me maltrate (Monarco), Nega Judite (Leandro Dimenor) e a faixa-título Deixa a vida me levar, de autoria de Serginho Meriti e Eri do Cais, que seria ainda mais veiculada depois que os jogadores brasileiros a elegeram a música preferida nos encontros informais da seleção na Copa do Mundo de futebol de 2002.


Em 2003, participou do CD Duetos, de Neguinho da Beija-Flor, disco no qual interpretou, com o anfitrião, Fé e raiz. Recebeu o prêmio de "Melhor Cantor de Disco de Samba" pelo CD Deixa a vida me levar, no Prêmio Tim de Música, no Teatro Municipal do Rio. Lançou o CD e DVD Zeca Pagodinho Acústico MTV, com arranjos de Rildo Hora e Paulão Sete Cordas e ainda a participação dos músicos Mauro Diniz, Henrique Cazes e Jorge Gomes. No CD foram incluídos alguns de seus maiores sucessos que chegou à marca de 530 mil cópias vendidas e o DVD vendeu 230 mil cópias.

Ganhou o Prêmio Tim 2004 na categoria "Melhor Cantor de Samba". Neste mesmo ano foi um dos convidados de Beth Carvalho no DVD Beth Carvalho - a madrinha do samba, no qual interpretou em dueto com a anfitriã as faixas Camarão que dorme a onda leva (c/ Arlindo Cruz e Beto Sem Braço) e Ainda é tempo de ser feliz, de autoria de Arlindo Cruz, Sombra e Sombrinha.

No ano de 2005 lançou o CD À vera, no qual interpretou de sua autoria Quem é ela (c/ Dudu Nobre), Cavaco e sapato (c/ Nei Lopes) e Zeca, cadê você? (c/ Jorge Aragão), faixa na qual contou com as participações especiais de Marcelo D2, Seu Jorge e Baixinho (caseiro de Zeca Pagodinho).

No ano de 2006 gravou o CD e DVD Acústico MTV Zeca Pagodinho II - Gafieira, no qual recriar o clima dos bailes de gafieira das noites carioca dos anos 40 e 50. Acompanhado de uma orquestra com 39 músicos, aliada à banda do cantor, sob as batutas dos maestros Rildo Hora, Leonardo Bruno, Jota Moraes, Lincoln Olivetti, Vitor Santos, Cristóvão Bastos, Julinho Teixeira e Paulão 7 Cordas.

No ano de 2007, junto a Rildo Hora e Max Pierre, fundou o selo "Zecapagodiscos", selo de samba ligado à gravadora Universal, gravando neste mesmo ano um DVD com 22 faixas nas quais contou com 44 artista em duplas inusitadas interpretando clássicos e sucessos nacionais.

Em 2008 lançou seu 19º disco Uma prova de amor produzido por Rildo Hora. No CD interpretou Eta povo pra lutar (Brasil, Badá, Magaça e Bernine), Pra ninguém mais chorar (Fred Camacho, Dudu Nobre e Almir Guineto), Não há mais jeito (Monarco e Mauro Diniz), Sincopado ensaboado (Marcos Diniz, Barbeirinho do Jacarezinho e Luiz Grande), Falsas juras (Candeia e Casquinha), Pecadora (Jair do Cavaquinho e Joãozinho da Pecadora), Manhã brasileira (Manacéa) com particpação especial da Velha-Guarda da Portela, Esta melodia (Babu da Portela e Jamelão), Sambou... Sambou (João Donato e Jorge Mello) com particpação ao piano de João Donato, Ogum com particpação especial de Jorge Ben Jor declamando Oração a São Jorge, Se eu pedir pra cantar (Zeca Pagodinho e Arlindo Cruz), Sempre atrapalhado (Arlindo Cruz e Zeca Pagodinho), Sujeito pacato (Serginho Meriti e Claudinho Guimarães), Normas da casa (Zé Roberto), além da faixa-título de Nélson Rufino e Toninho Gerais.

Em 2010 finalizou, com produção de Rildo Hora, o disco Vida da minha vida, no qual contou com a participação especial de Nelson Sargento. O show de lançamento do disco ocorreu no Citibank Hall, no Rio de Janeiro, com direção artística do pesquisador Sérgio Cabral e direção musical de Paulão 7 Cordas.

Fontes: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha; Dicionário Cravo Albin da MPB.

Zezé Di Camargo e Luciano

english mobile


Zezé Di Camargo e Luciano - Dupla sertaneja formada pelos irmãos Mirosmar José de Camargo, o Zezé Di Camargo (Pirinópolis GO 1963—) e Welson David de Camargo, o Luciano (Pirinópolis 1973—), surgida no Natal de 1988, depois de um ano de vãs tentativas de Zezé de se lançar como cantor em São Paulo.

Durante os três anos seguintes, limitaram-se a compor e oferecer suas músicas para Chitãozinho e Xororó, Leandro e Leonardo (Solidão foi a de maior sucesso) e Sula Miranda, até que lançaram em 1991 um primeiro LP, com a música É o amor, seguido pelos discos Quem sou eu sem ela e Eu te amo (And I Love Her, Lennon e McCartney, versão de Roberto Carlos). 

Em 1993, a dupla assinou contrato com a Sony, e o primeiro trabalho foi lançado no ano seguinte, contando com a participação de Willie Nelson na música Eu só penso em você (versão de Always on My Mind). Na seqüência lançaram Coração na contramão, Coração está em pedaços, Saudade bandida, Vem cuidar de mim e Salva meu coração, todos pela gravadora Sony. 

Em 1995, lançaram disco, cantando em espanhol, que vendeu cerca de 150 mil cópias, graças à boa aceitação das músicas No puedo negar e Quem soy yo sin ella

Em 1996 venderam 1,8 milhões de cópias com o CD que trazia como grande sucesso a música Indiferença, de Zezé Di Camargo. O CD  de 1998 vendeu um milhão e 200 mil cópias antes mesmo de seu lançamento. Nesse CD, eles cantaram, pela primeira vez na carreira, músicas de cunho político, como foi o caso de Meu país, de Zezé Di Camargo e Deus salve a América, de Fauze e Jamil. 

Em 1999 começaram uma série de shows na cidade de Goiânia, que se espalharam pelo país, em campanha contra a violência. No mesmo ano, lançaram o CD Pare, que rapidamente estourou nas paradas de sucessos com a música título, de autoria de César Augusto e Piska.

Em 2000, realizaram temporada na Credicard Hall em São Paulo, em comemoração aos 10 anos de carreira da dupla, numa superprodução dirigida por Wolf Maia e  incluindo até a réplica de um helicóptero. Nesse show foi feito o lançamento do último CD da dupla, que saiu com venda antecipada de um milhão de cópias. Em 10 anos de carreira, a dupla se tornou recordista de vendas, com cerca de 17 milhões de discos vendidos. 

Em 2001 fizeram show no Rio de Janeiro onde cantaram, além de suas músicas conhecidas, outras não gravadas como a italiana Bella Senzanima e a inglesa How I can go on, gravada por Freddie Mercury. No mesmo ano gravaram seu segundo disco em espanhol, com antigos sucessos, além de Meu universo é você e Volta pra mim, sucessos do grupo Roupa Nova. Também em 2001, lançaram o 11º disco, com destaque para a música de trabalho Passou da conta, de Felipe e Bruno, além de Refém do amor, Nem mais uma dúvida, Diz pro meu olhar e Meu país, todas de autoria de Zezé di Camargo. No mesmo ano lançou o CD Zezé di Camargo e Luciano ao vivo, incluindo entre outras, o grande sucesso É o amor. Também nesse ano, apresentaram-se em shows internacionais, entre os quais, em Nova  Jersey, nos EUA.

Em 2002, a dupla lançou o 12º disco da carreira, totalmente com músicas inéditas, com destaque para A ferro e fogo, de Vinícius, João Victor e Valéria Leão, Preciso de um tempo, Sou assim, Só amor pra ela, todas de Zezé di Camargo. No mesmo período, foi lançado o primeiro DVD da dupla, com o repertório do CD.

Em março de 2003, ocuparam liderança no dial, com a música Sufocado figurando entre as cinco mais tocadas nas rádios. No mesmo ano, a dupla lançou seu décimo terceiro disco, com destaque para as músicas Para mudar a minha vida, sucesso da dupla e Tristezas do jeca, clássico de Angelino de Oliveira. Também no mesmo ano, receberam o Grammy Latino e foram escolhidos como a melhor dupla do ano em votação na Academia Brasileira de Letras. 

Em 2004, a dupla recebeu pela segunda vez o Grammy Latino e  emplacou o sucesso Nosso amor é ouro, tema da segunda edição da novela Cabocla, apresentada pela TV Globo e que foi uma das mais tocadas nas rádios de diversos estados, de junho a agosto,além de Pra mudar a minha vida, apontada em 2º lugar, segundo a Ecad. Já  tendo seus discos lançados na Argentina, Chile, Espanha, Portugal, México e Japão, além de ter exportado CDs para  Suíça e África do Sul, a dupla deteve o recorde de público, com 250 mil pessoas no Parque do Ibirapuera, em São Paulo.

Nesse mesmo ano, completando 14 anos de carreira e mais de 21 milhões de cópias vendidas, e, mantendo a grande infra-estrutura de espetáculo, que fez da dupla uma pioneira na realização de superproduções de shows fora do eixo Rio-São Paulo, os irmãos lançaram o  DVD  Zezé Di Camargo & Luciano Ao Vivo na Estrada, com direção de César Augusto.

Em 2005, fizeram o show  Álbum de família, em duas únicas apresentações no Claro Hall, no Rio de Janeiro, com direção de Jorge Fernando. Nesse ano, estando a dupla entre os três únicos artistas brasileiros que superaram amarca de 100 mil DVDs vendidos e  fazendo em média 120 shows por ano no Brasil, e no exterior, como no Japão, EUA e África, a dupla permaneceu com músicas, em primeiro lugar nas rádios de todo país. 

 Campeã de audiência em programas de TVs, e já tendo seus discos lançados na Argentina, Chile, Espanha, Portugal, México e Japão, além de ter exportado CDs para  Suíça e África do Sul, a dupla deteve o recorde de público com 250 mil pessoas no Parque do Ibirapuera, em São Paulo. No mesmo ano, a Sony Music lançou a coleção Dois Corações e uma História, que traz os 100 maiores sucessos da dupla,  reunidos em sete Cds e um DVD com clipes inéditos dos cantores.

Nesse mesmo ano, a trajetória da dupla foi transportada para o cinema, com o filme  2 Filhos de Francisco - A História de Zezé Di Camargo & Luciano, uma produção, orçada em R$6,5 milhões, da Conspiração Filmes, Globo Filmes e da Columbia TriStar Filmes do Brasil a que se juntou a ZCL Produções, dos dois irmãos Camargo, sob a estreante direção de Breno Silveira.

Em abril de 2006, com uma média de 120 shows por ano e um milhão de cópias por CD lançado, lançaram o box Raridades, comemorativo dos 15 anos de carreira da dupla, já tendo atingido 22 milhões de cópias e mantendo a tradição de estar entre os artistas mais executados e pedidos pelo público. 

Em 2007, foram vencedores do Prêmio Tim, na categoria Canção Popular - Melhor Dupla. No mesmo ano, o CD Diferente, recebeu indicação ao Grammy Latino, na categoria Melhor Álbum de Música Romântica. 

Em 2008, a dupla lançou o 16º disco da carreira, que levou o nome da dupla como título, encerrando assim um ano bastante difícil, em chegou a pairar sobre eles a ameaça do fim da dupla, devido a um problema nas cordas vocais de Zezé di Camargo. 

Para o ano de 2009, a dupla agendou a realização do cruzeiro É o amor no navio Costa Mágica, com viagem partindo de Santos (SP) em direção a  Angra dos Reis (RJ). No mesmo ano, estrearam novo show no Rio, com 30 músicas selecionadas em seus 17 anos de carreira. 

Em 2010, iniciaram sua segunda temporada de Shows em Cruzeiros, no navio Costa Concórdia. O trajeto começou em Santos e foi até Búzios, no Rio de Janeiro. No mesmo ano, a dupla continuou, como garotos propaganda, a promover os produtos da linha de temperos Sazón, da empresa  joponesa Ajinomoto. A imagem de Zezé di Camargo e Luciano, junto com a música É o amor, de Zezé di Camargo, foram associados à logomarca da multinacional desde meados da década de 1990.

Ainda em 2010, a dupla lançou o livro Zezé di Camargo e Luciano, dois corações e uma história. O título, que foi lançado pela Editora Abril, conta a trajetória dos dois irmãos, desde a infância pobre no interior de Goiás, até o sucesso atual, e contém também mais de 100 fotos de bastidores de shows, momentos íntimos, e ensaios exclusivos. Ainda neste ano, foram indicados para o Prêmio Multishow de Música brasileira, na categoria melhor artista sertanejo.
Fontes: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora; Dicionário Cravo Albin da MPB.

Marlui Miranda

english mobile

Marlui Miranda
Marlui Miranda (Marlui Nóbrega Miranda), compositora, cantora e pesquisadora, nasceu em Fortaleza CE, em 12/10/1949. Criada em Brasília DF, depois de vencer um festival estudantil, em 1968, trocou o curso de arquitetura pela música.

Em 1971 mudou-se para o Rio de Janeiro RJ, onde estudou violão clássico com Turíbio Santos , Oscar Cáceres, Jodacil Damasceno, João Pedro Borges e Paulo Bellinati. Passou a tocar com artistas como Macalé, Taiguara, Milton Nascimento e Egberto Gismonti, que produziu seu primeiro LP, Olho d’água (Continental, 1979).

Na década de 1970, começou a pesquisar as falas e os cantares indígenas e com o fotógrafo Marcos Santilli, produziu o audiovisual Nharamaã, fruto de pesquisas sobre a colonização de Rondônia. Produziu e gravou os LPs Revivência (Memória, 1984) e Rio acima (Memória, 1986); produziu o disco Patter Merewa (Música dos índios suruís de Rondônia), com 13 canções suruís reunidas por ela e pela antropóloga Betty Mindlin.

A partir de 1990, recebeu bolsas da Rockefeller Foundation e The John Simon Guggenheim Memorial Foundation (New York, EUA) e da Fundação Vitae (São Paulo SP) para seu projeto Preservação e Recriação da Música Indígena da Amazônia Brasileira.

Em 1990 participou como supervisora geral e intérprete na trilha sonora do filme Brincando nos campos do Senhor, de Hector Babenco. Em 1992 foi solista e responsável pela recriação da música indígena na Ópera dos 500, de Naum Alves de Sousa e Grupo Pau Brasil. No mesmo ano, com o Grupo Pau Brasil, criou a trilha para o documentário Arawetê, produzido pelo Centro de Documentação e Informação (CEDI).

Em 1993 produziu o CD Amazon Rainforest Music, para a gravadora alemã Sonoton. Em 1995 gravou o CD IHUTodos os sons, com músicas e canções de povos indígenas brasileiros e participações de Gilberto Gil, Uakti e Coralusp, entre outros. O espetáculo IHU Todos os sons, apresentado no mesmo ano, foi transformado em especial exibido pela TV Cultura.

Em 1996, o CD IHU foi lançado nos EUA (com concertos em New York e Miami), Áustria, Suíça e Alemanha, onde recebeu o German Phono Academy Award. Em 1997 foi lançado 2 IHU — Kewere: rezar, missa indígena criada a partir de músicas de diversas tribos, com as participações da Orquestra Jazz Sinfônica e coral de 90 vozes, e apresentada pela primeira vez em junho de 1996 na catedral da Sé, em São Paulo, nas comemorações dos 400 anos da morte do padre José de Anchieta.

Em 1998, juntamente com Gilberto Gil e Rodolfo Stroeter, lançou pelo selo Pau Brasil o disco O sol de Oslo, no qual foram incluídas de sua autoria Sebastiana e Eu te dei meu ané, esta última em parceria com Gilberto Gil. Ainda neste ano, realizou a palestra Trilhas para alcançar a música indígena brasileira, desta vez no Departamento de Letras da USP.

Em 1999, realizou diversas palestras, entre elas, Influência da cultura indígena na música brasileira e Hiperantropia: Desenvolvendo parcerias com os povos Indígenas Brasileiros, Visão geral da música indígena brasileira, na The University of Chicago; Aldeias sem cruz: Missionários e a transfiguração da música indígena no Brasil, em seminário em Salzburg, na Áustria. no Center of Latin American Estudies in Wiscosin-Madison University, No mesmo ano, recebeu o prêmio de melhor CD de música latina pela Native American Society. Participou também do Festival de Música Sagrada na Casa do Tibet, em Los Angeles, na Califórnia, Estados Unidos, organizado pelo Dalai Lama.

Em 2000, foi lançado o filme Hans Staden, de Luís Alberto Pereira, com trilha sonora de sua autoria. No ano de 2002 com a Orquestra Popular de Câmara (de São Paulo), apresentou-se na 4ª Edição do Festival do Mercado Cultural da Bahia. Interpretou e adaptou cantos tradicionais de muitas nações indígenas brasileiras.

Fontes: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha; Dicionário Cravo Albin da MPB.

Miltinho Rodrigues

english mobile

Miltinho Rodrigues
Miltinho Rodrigues (Hilton Rodrigues dos Santos), cantor e compositor, nasceu em Goiânia, GO, em 2/5/1941. Desde criança gostava de cantar e aos 17 anos assinou seu primeiro contrato com a Rádio Nacional, de Brasília DF, onde apresentava um repertório romântico que incluia músicas em castelhano.

Mais tarde, foi a São Paulo SP e conheceu Tibagi (Oscar Rosa), que acabara de desfazer sua dupla com Zé Mariano e estava procurando outro parceiro. Formou, então, dupla com Tibagi, gravando várias músicas sertanejas. 

Passou depois a cantar sozinho, lançando discos de sucesso pela Chantecler, em 1967, destacando-se Ébrio de amor (Palmeira e Ramoncito Gomes), Prisioneiro do amor e Você não apareceu, estas duas de sua autoria. 

No ano seguinte gravou, também pela Chantecler, versões e composições estrangeiras, além dos êxitos Confissão de amor (Luciano e Ademar Garcia), Entre lágrimas (com Bolinha), Fica mais um pouco (com Noel Costa) e Quem será (Evaldo Gouveia e Jair Amorim). 

Em 1972, na Continental, lançou um LP que incluía os sucessos Tentação, com Piquerobi (Madalena Maria Pires), Sagrado amor (Roberto Stanganelli e Francisco Barreto), Por que será? (com Milton Yamada) e Destino fere e às vezes mata (com Benedito Seviero). No ano seguinte, novamente na Chantecler, gravou novo LP, destacando-se Prisioneiro do amor, Quando o sol raiar e Você (todas de sua autoria), além de Garota triste (com Orlando Gomes). 

Em 1974 lançou pela Cartaz outro LP, com, entre outros, os sucessos Para o que der e vier e Todinha para mim (ambas de Roberto Stanganelli e Francisco Barreto), gravando, no ano seguinte, pela Califórnia, dois LPs, destacando-se de sua autoria O grande milagre e Amor, saudade e tristeza (com Argonauta), além de Fortuna dos namorados (César França e José Maria). 

De 1976 a 1978 afastou-se da vida artística, trabalhando em Goiânia como publicitário. Em 1979, em Franca SP, foi convidado para viajar com o Trio Parada Dura, apresentando-se em circos, feiras e teatros. 

Integrante da equipe de produção da gravadora Chantecler desde o início da década de 1980, em 1981 voltou a apresentar-se em vários Estados e lançou um novo disco. Seus maiores sucessos incluem, além dos já citados, Pombinha branca, Meu martírio e Roda gigante

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

Hélcio Milito

english mobile


Hélcio Milito (Hélcio Pascoal Milito), instrumentista, nasceu em São Paulo SP, em 9/2/1931. Começou a carreira de percussionista atuando com o Conjunto Robledo, em São Paulo, de 1950 a 1951.

Em 1952 entrou para a orquestra do maestro Peruzzi e, de 1953 a 1954, integrou o sexteto de Mário Casali. Ainda em 1954 atuou com a Grande Orquestra de Luís César e, em 1956, com o Trio de Izio Gross.

Transferindo-se para o Rio de Janeiro RJ, em 1957 passou a integrar o Conjunto de Djalma Ferreira, com o qual gravou a série Drink, em 1958. Nesse mesmo ano viajou para a Venezuela com a Orquestra de Ary Barroso, estudando também com o percussionista americano Henry Miller.

Entrou para a orquestra da Rádio Nacional em 1959, ano em que gravou, na Odeon, o disco Garotos da bossa nova, com Roberto Menescal, Luís Carlos Vinhas, Luís Paulo, Bill Horn e Bebeto. Atuou em shows do início da bossa nova e em 1960, além de excursionar pelos EUA com Luiz Bonfá, apresentou-se num show de Sammy Davis Jr., no Teatro Record, de São Paulo, executando pela primeira vez a tamba, instrumento por ele criado.

Estudou teoria musical com Moacir Santos em 1962, ano em que, com Luís Eça e Otávio Bailly (mais tarde substituído por Bebeto), formou o Tamba Trio (que realizou no Bottle’s Bar, no Beco das Garrafas, o primeiro da série de pocket shows da época), com o qual excursionou em 1962 pelos EUA e Argentina.

Em 1963 e 1964 continuou seus estudos de teoria musical com Ester Scliar. Ao deixar o Tamba Trio em 1964, participou de shows em Nova York, EUA, ao lado de João Gilberto, Stan Getz e Astrud Gilberto.

Durante os anos de 1964 e 1965, tocou com o duo norte- americano Michell-Ruff, com Luís Bonfá, fez gravações com Don Costa, Gil Evans, Tony Benett e outros. Em 1966, no Brasil, deu concertos na Aldeia, de Arcozelo, e na sala Cecília Meireles, do Rio de Janeiro, apresentando com Clementina de Jesus e coral a Missa de São Benedito, para tamba e vozes (José Maria Neves).

Novamente em Nova York em 1966, gravou com o guitarrista Wes Montgomery. Trabalhou como produtor fonográfico na CBS e na Tapecar, de 1966 a 1971, ano em que voltou a atuar com o Tamba Trio, no Teatro Teresa Raquel, do Rio de Janeiro.

Em cinema, foi o responsável pela percussão nas trilhas sonoras de A Pedreira de São Diogo (1961), de Leon Hirszman, episódio do filme Cinco vezes favela, Os cafajestes (1962), de Rui Guerra, Garrincha, alegria do povo (1963), de Joaquim Pedro de Andrade.

Em 1973 excursionou com o Tamba Trio pela Europa e, nesse mesmo ano, realizou conferências e debates no Norte e Nordeste do Brasil, sob o patrocínio do Ministério da Educação e Cultura. Em 1974 e 1975 voltou a viajar com o Tamba Trio pelos E.U.A. e América do Sul.

Darius Milhaud

english mobile

Darius Milhaud
Darius Milhaud, compositor, nasceu em Marselha, França, em 4/9/1892, e faleceu em Genebra, Suíça, em 23/6/1974. Um dos mais notáveis músicos deste século, encabeçou até a morte importante setor da música contemporânea.

Integrou, com Arthur Honegger (1892—1955), Germaine Tailleferre (1892—), Francis Poulenc (1899—1963), Georges Auric (1899—) e Louis Durey (1888—), o Grupo dos Seis, formado em Paris, França, em 1920. Seu catálogo de obras inclui os mais variados gêneros da criação musical.

Com 25 anos de idade, foi designado adido cultural da Legação de França no Rio de Janeiro RJ, onde chegou acompanhando o chefe da representação diplomática da França no Brasil, o escritor e poeta Paul Claudel (1868—1955). A chegada ao Rio de Janeiro foi no sábado de Carnaval de 1917.

Nas suas notas biográficas (Notes sans musique, Paris, 1945), recorda a impressão chocante que lhe produziu o ritmo primitivo dos instrumentos de percussão dos cordões carnavalescos que desfilavam pela Avenida Rio Branco. 

Conheceu, em seguida, e passou a freqüentar, os compositores brasileiros da época — Henrique Oswald, Francisco Braga, Alberto Nepomuceno, Heitor Villa-Lobos, Luciano Gallet. Descobriu, por fim, a música popular brasileira, que lhe deixaria profunda e duradoura impressão, que descreve assim: 

“Os ritmos dessa música popular me intrigavam e me fascinavam. Havia, na síncopa, uma imperceptível suspensão, uma respiração molenga, uma sutil parada, que me era muito difícil captar. Comprei então uma grande quantidade de maxixes e de tangos; esforcei-me por tocá-los com suas síncopas, que passavam de mão para outra. Meus esforços foram recompensados, e pude, enfim, exprimir e analisar esse pequeno nada, tão tipicamente brasileiro. Um dos melhores compositores de música desse gênero, Nazareth tocava piano na entrada de um cinema da Avenida Rio Branco. Seu modo de tocar, fluido, inapreensível e triste, ajudou-me, igualmente, a melhor conhecer a alma brasileira”. 

Deixou o Brasil em 1919, de retorno à Europa. A partir de então, em inúmeras obras suas, repontam, como instantâneos sonoros, ritmos, motivos e temas da música popular brasileira: L’Homme et son désir (O homem e seu desejo), Deux poèmes tupis (Dois poemas tupis), La Création du monde (A criação do mundo), Trois chansons de négresse (Três canções de negra), Scaramouche, Danses de Jacaré-mirim (chorinho, tanguinho e sambinha), Salada (Salada), La Carnaval d’Aix, Globe-trotter, Saudades do Brasil (suíte que compreende doze títulos de bairros do Rio de Janeiro: Sorocaba, Botafogo, Leme, Copacabana, Ipanema, Gávea, Corcovado, Tijuca, Paineiras, Sumaré, Laranjeiras e Paiçandu), e Le Boeuf surle toit (O boi no telhado), cinema-sinfonia sobre uma farsa de Jean Cocteau, em que aparecem cerca de trinta temas e fragmentos melódicos de músicas cariocas em voga nos anos 1917-1918, cujo título foi extraído do tango O boi no telhado, de Zé Boiadeiro, pseudônimo do compositor popular José Monteiro. 

CD 

Brasil — Obras de Ernesto Nazaré e Darius Milhaud, Marcelo Bratke, 1996, Olympia 946062. 

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha - 2a. Edição - 1998 - São Paulo.