terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Daniela Mercury

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Daniela Mercury (Daniela Mercuri de Almeida Póvoas), cantora e compositora, nasceu em Salvador, BA, em 28/7/1965. Filha de um corretor de imóveis e de uma socióloga, aos oito anos já dançava em festinhas. 

Aos 13, assistindo a um show de Elis Regina, decidiu ser cantora. Com 16 anos começou a dar aulas de balé e estreou cantando em barzinhos de sua cidade, com repertório que ia de Luiz Gonzaga e Ary Barroso a Caetano Veloso, Gilberto Gil e Chico Buarque.

Em 1988 foi backing vocal da banda de Gilberto Gil por pouco tempo, depois integrou o grupo Companhia Clic, com o qual gravou dois discos (em 1989 e 1990, ambos pela Eldorado). Em 1991 gravou seu primeiro disco individual (Eldorado) e fez 130 shows pelo Brasil, começando a ganhar destaque nacional.

No ano seguinte, provocou congestionamento na Avenida Paulista, em São Paulo SP: 20 mil pessoas foram ao vão livre do MASP ao meio-dia de uma sexta-feira para assistir a seu show. Batizada pela mídia de “Rainha da axé music”, em 1992 lançou seu segundo disco, O canto da cidade, pela Sony, consolidando posição de destaque na música brasileira com interpretações de sucesso, como Você não entende nada (Caetano Veloso).

Ganhou em 1991 o Prêmio Sharp (revelação feminina na categoria regional). Em janeiro de 1993, levou mais de 100 mil pessoas ao Vale do Anhangabaú, em São Paulo, em show de encerramento das comemorações do aniversário da cidade. Em abril, apresentou-se em New York, EUA, ganhando elogios do jornal The New York Times e iniciando carreira internacional. 

Em 1994 lançou o CD Música de rua (Sony), com quatro composições de sua autoria. Em 1996 lançou Feijão com arroz (Sony), com a balada À primeira vista (Chico César), grande sucesso, incluída na trilha sonora da novela O rei do gado, da TV Globo. 

No ano seguinte, excursionou por vários países da Europa e pelos EUA. Apresentou-se no Lincoln Center, em New York, para três mil pessoas. Recebeu um disco de ouro em Portugal. 

No ano de 1997, participou da coletânea Tropicália - 30 anos, ao lado de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Tom Zé, Margareth Menezes, Carlinhos Brown, Gal Costa, Asa de Águia, Armandinho, Pepeu Gomes, Lazzo, Didá Banda Feminina, Araketu, Banda Eva, Banda Cheiro de Amor, Ilê Ayê e Vírginia Rodrigues. No CD interpretou Alegria, alegria de Caetano Veloso.

Em 1999 fundou o trio elétrico Trio Techno, que todo ano no carnaval de Salvador (BA) percorre o percusso Barra/Ondina, arrastando uma multidão, sendo ele, um dos principais trios baiano.

No ano de 2001, mudou todo o seu visual e lançou o CD Sou de qualquer lugar, no qual interpretou uma parceria com o filho Gabriel, Aeromoça, e ainda composições de outros artistas da MPB: De qualquer lugar (Lenine), Baiana havaneira e Bora morar, ambas de Carlinhos Brown, e ainda Mutante (Rita Lee e Roberto de Carvalho), A praieira (Chico Science) e Quem puder ser bom que seja, de Gilberto Gil.

No ano de 2003 lançou o CD/DVD Daniela Mercury MTV ao vivo, no qual regravou Milagres do povo (Caetano Veloso) em duo com a cantora portuguesa Dulce Ponte; Riqueza (Carlinhos Brown) em duo com a cantora espanhola Rosario Flores, Ive Brussel (Jorge Benjor), gravada com o DJ italiano Lorenzo Jovanotti. 

Em 2004 lançou, pela BMG, o CD Carnaval eletrônico, com produção de 12 DJs, entre eles DJ Zé Pedro, Marcelinho da Lua, Memê, Renato Lopes, Anderson Noise, DJ Bid e Ramilson Maia. Entre as composições do disco, destacam-se A tonga da mironga do kabuletê (Toquinho e Vinícius), Quero voltar pra Bahia (Paulo Diniz e Odibar), Que baque é esse?, de Lenine, com a participação especial do compositor, Amor de carnaval (Gilberto Gil), Em preto e branco (Dudu Fagundes e Santos Diniz), Vou batê pá tu (Orlandivo e Arnaud Rodrigues), Charles Ylê (Carlinhos Brown) e Maimbê Dandá, (adaptação de Carlinhos Brown) que também participou da faixa. 

No ano de 2005 lançou o CD e DVD Clássica, pela gravadora Som Livre, disco gravado em 2004 e no qual foi registrado um show intimista de bossa nova com repertório de Tom Jobim e João Bosco, entre outros compositores. Neste mesmo ano, pela EMI, lançou o CD Balé mulato, no qual interpretou vários compositores, entre os quais Pierre Onassis, Gigi, Edilson e Tonho Matéria. 

Ainda em 2005 o Vaticano proibiu a apresentação da cantora no Concerto de Natal, promovido para a Abertura do Ano Xaveriano, em homenagem a São Francisco Xavier, com a presença do Papa. O veto à cantora foi atribuído ao fato de ter estrelado a peça publicitária da Campanha de Prevenção à AIDS do Ministério da Saúde.

No ano de 2006 lançou o DVD Baile barroco no qual interpretou diversos sucessos da carreira, entre os quais Meu Pai Oxalá (Toquinho e Vinicius de Moraes), Aquarela do Brasil (Ary Barroso) e Ilê pérola negra, Canto da cidade e Olha o Gandhi aí, esta última grande sucesso do carnaval na Bahia no ano anterior. 

Durante a carreira solo, iniciada com o disco Swing da cor, vendeu cerca de 11 milhões de discos. Entre seus vários sucessos destacam-se ainda Tem amor, O reggae e o mar, Nobre vagabundo e Rapunzel.

No ano de 2006  gravou o show Balé mulato no Farol da Barra, em Salvador (BA) e lançou o DVD e CD ao vivo, pela gravadora EMI. O show também contou com as participações especiais da Banda Didá e as cantoras Gil e Mariene de Castro. 

Em 2007 foi a única artista brasileira a participar do disco do maestro italiano Ennio Morricone. Neste mesmo ano participou da gravação do primeiro CD e DVD do selo Zecapagodiscos, interpretando com João Bosco a música De frente pro crime (João Bosco e Aldir Blanc) em show na Cidade do Samba, produzido por Zeca Pagodinho.


Fontes: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha; Dicionário Cravo Albin da MPB.

Sílvio Mazzucca

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Maetro Sílvio Mazzucca

Sílvio Mazzucca, regente, instrumentista e compositor, nasceu em São Paulo, SP, em 21/5/1919, e faleceu na mesma cidade, em 22/1/2003. Passou a infância no bairro do Bexiga, estudando piano por 1927-1928 com Helena de Aquino e Silva e harmonia com Savino de Benedictis, em 1945 e 1946.

Por 1932, começou a atuar na pequena orquestra de Nicolino Leocatta, animando bailes num clube da Rua Major Diogo, no Bexiga, ingressando em 1938 na Rádio Tupi, de São Paulo, onde integrou pela primeira vez uma grande orquestra, atuando como pianista e solista de piano com Juca e seus Rapazes. Com a saída de Juca da Rádio Tupi, a direção da orquestra passou para o saxofonista J. França, a quem substituiu em 1942.

No ano seguinte, passou a atuar na Rádio Tupi e na Difusora, pela fusão das duas emissoras, dirigindo a orquestra e apresentando-se ao piano. Em seguida, passou também a tocar vibrafone, permanecendo na Rádio Tupi até 1945.

Fez sua primeira gravação com orquestra na Odeon, incluindo no 78 rpm Qui nem jiló (Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga) e Guararé (Fabrego), além de gravar na Star um álbum em que solava ao piano músicas de Zequinha de Abreu, com arranjos do maestro Gabriel Migliori, que assinou o disco com o pseudônimo de Carlos Guarani. 

Em 1947 compôs sua primeira música, o fox You Only You, que se tornou o prefixo de sua orquestra. A maioria de suas composições não tem letra, com exceção da que fez em parceria com Zuleica Amaral. Na Columbia gravou com sua orquestra um de seus maiores sucessos, Tequila, além de Diana, Cerveza e Cha-cha-baby, em 78 rpm. Lançou nessa gravadora dez LPs, recebendo o Disco de Ouro de O Globo e da Columbia.

De 1951 a 1958 recebeu os prêmios Roquete Pinto e Tupiniquim. De 1950 a 1960 atuou com sua orquestra na Rádio Bandeirantes, em programa exclusivo, ficando na TV Excelsior de 1962 a 1969, onde participou como diretor musical dos primeiros festivais que se realizaram em São Paulo. 

Neide Fraga gravou na Odeon sua composição Aproveite a festa, enquanto Eduardo Farrel lançou pela Columbia seu bolero Dame tu amor e Carlinhos Mafazzoli gravava pela mesma fábrica o choro Travesso

Sua orquestra foi a mais solicitada para os bailes paulistanos na década de 1950.

Fonte: Enciclopédia da Múcica Brasileira - Art Editora e Publifolha.