quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Ernesto de Souza

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Ernesto de Souza (1864 - 1928 - Rio de Janeiro - RJ), compositor, teatrólogo, farmacêutico e instrumentista. Nascido no centro do Rio de Janeiro, na Rua Buenos Aires, morou depois no Andaraí numa casa que tinha um galpão onde apresentava teatro com artistas amadores do bairro, com representações de revistas, comédias e operetas. Pai do músico Gastão Penalva.

Fez fortuna como industrial farmacêutico principalmente devido ao sucesso popular do seu Trinoz e Rum Creosotado, para o qual fez conhecido reclame publicitário. Foi grande proprietário de terras no Rio de Janeiro estendendo-se suas propriedades desde a Rua Uruguai na Tijuca até o trecho que se tornou depois o bairro do Grajaú.

Publicou reclames comerciais em forma de versos e também poemas na revista O Malho depois reunidos no livro Galhardetes. Colaborou ainda com o jornal A Noite. Foi autor do primeiro hino da República que não chegou a ser aproveitado. Foi homenageado ainda em vida com uma rua do bairro do Andaraí recebendo o seu nome.

Ficou famosa a sua cançoneta Quem inventou a mulata?, da peça junina São João na roça. Sua casa era frequentada por figuras como Artur Azevedo, Chiquinha Gonzaga, Ernesto Nazareth, Catulo da Paixão Cearense, Sátiro Bilhar e outros como os atores Figueiredo e Brandão.

Escreveu ainda com sucesso as músicas Mulata da Bahia, Me compra, ioiô e Angu do Barão.

Sua carreira artística começou no final do século XIX quando juntamente com Moreira Sampaio fundou o Clube Bogari, no qual criou uma orquestra de amadores com 25 componentes intitulada Estudantina Carioca grupo que apresentou diversos concertos.

É autor do famoso reclame publicitário afixado em bondes e veiculado nas rádios no século passado que dizia: "Veja ilustre passageiro/ O belo tipo faceiro/ Que o senhor tem a seu lado/ E, no entanto, acredite,/ Quase morreu de bronquite,/Salvou-o o Rum Creosotado".

Suas primeiras composições foram gravadas em 1902, as cançonetas Angu do barão e O arame pelo cantor Bahiano em disco Zon-O-Phone. Nesse ano, escreveu e dirigiu a revista A cançoneta.

Por volta de 1908, o tango A mulata da Bahia e a cançoneta O angu do Barão foram gravadas na Victor Record pelo cantor João Barros. Por essa época a cançoneta Me compra ioiô e a canção A mulata da roça foram gravadas pela cantora Iracema Bastos, e a cançoneta O arame, pelo cantor Acácio.

Foi tema do programa História das Orquestras e músicas do Rio apresentado por Almirante na Rádio Nacional. Segundo Almirante, deixou mais de 50 composições especialmente cançonetas.

Fonte: Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira.

Rui Maurity

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Ruy Maurity

Rui Maurity (Rui Maurity de Paula Afonso) nasceu no dia 12 de dezembro de 1949, em Paraíba do Sul (RJ). Sua mãe foi a primeira violinista a integrar a Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal, e seu irmão é o pianista Antônio Adolfo. Aprendeu sozinho a tocar violão.

Em 1970 venceu o Festival Universitário do Rio de Janeiro com a música Dia cinco, que compôs junto com Zé Jorge. No mesmo ano, gravou seu primeiro LP, Este é Rui Maurity.

Foi em 1971 que gravou o seu maior sucesso, Serafim e seus filhos, lançado no LP Em busca do ouro. Três anos depois lançou o disco Safra 74, que teve algumas de suas músicas incluídas nas trilhas sonoras das novelas Escalada e Fogo sobre terra, da TV Globo.

Em 76 e 77 lançou, respectivamente, os LPs Nem ouro nem prata e Ganga Brasil, que incluiu a gravação do tema principal da novela Dona Xepa, da TV Globo. Em 1978 gravou o disco Bananeira mangará.

Com o tempo foi caracterizando cada vez mais a sua carreira com os temas e músicas regionais. Na década de 80 gravou os discos Natureza e A viola no Peito.

Realizou ainda inúmeros shows em diversas cidades brasileiras. No ano de 98 lançou o CD De coração, no qual interpreta diversas parcerias com José Jorge.

Letras e cifras: Nem ouro nem prata, Serafim e seus filhos

Fonte: KUARUP DISCOS

Sonia Lemos

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Sonia Lemos

Sonia Lemos (Sonia Maria Melo Lemos), cantora e compositora, nasceu em 19/12/1943 no Rio de Janeiro, RJ. Irmã do poeta e letrista Tite de Lemos e parente do jornalista Carlos Lemos, integrante da diretoria da Escola de Samba Portela, surgiu no cenário musical em 1967, quando gravou um compacto simples com músicas de Geraldo Vandré.

No ano seguinte, lançou o primeiro LP pela gravadora Philips, Sonia Lemos e sua viola enluarada", no qual interpretou, entre outras, Viola enluarada, de Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle.

Em 1975, gravou pela Discos Continental o LP 7 domingos. O disco foi apresentado pelo poeta e letrista Sérgio Fonseca e incluiu as composições Toda prosa e Sete domingos, ambas de Agepê e Canário, Baiana do rosário (Romildo e Toninho Nascimento), Meus outros anos (Noca da Portela e Sérgio Fonseca), Grêmio Recreativo e Escola de Samba (Leci Brandão) e Oferendas aos orixás (Dida e Everaldo Viola). O LP também contou com o acompanhamento do conjunto Nosso Samba e com a direção musical de Genaro.

No ano seguinte, lançou o LP Pérola de Agonitá, pela gravadora Discos Continental, disco no qual interpretou Pérola de Agonitá (Gérson Alves e Mhariazinha), Bambeia (Noca da Portela e Edinho Biólogo), 1° botequim (Dedé da Portela e Sérgio Fonseca), Amor inesquecível (Dona Ivone Lara), Prezado amigo (Rildo Hora e Sérgio Cabral) e uma composição de sua autoria, Contratempo na contradança, em parceria com Gérson Alves.

No ano de 1978, lançou o disco O amor seja bem-vindo, pela gravadora Polydor, LP no qual interpretou Canto nenhum (Dedé da Portela e Sérgio Fonseca), Autonomia (Cartola), Coração vadio (Edil Pacheco e Paulinho Diniz), Pode ir" (Roberto Corrêa e Jon Lemos), Momento exato (Leci Brandão) e Amor a três (Noca da Portela e Joel Menezes), entre outras.

Fonte: Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira.

Waldir Calmon

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Waldir Calmon (Valdir Calmon Gomes), pianista e compositor, nasceu em Rio Novo-MG (30/1/1919) e faleceu no Rio de Janeiro-RJ (11/4/1982). Aos 11 anos já tinha aprendido a tocar piano com a mãe. Entretanto, sua primeira aspiração era ser cantor. Para tanto, foi crooner num conjunto em que formou em Juiz de Fora-MG em sua época escolar.

Em 1936, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde conheceu o compositor e flautista Benedito Lacerda e graças a ele, passou a apresentar-se nas rádios Guanabara e Transmissora, inicialmente como cantor, depois como pianista, com o nome Waldir Gomes.

A partir de sua transferência para a Rádio Cruzeiro do Sul, adotou o nome artístico de Waldir Calmon, que não constou de sua primeira gravação, acompanhando Ataulfo Alves em Leva meu samba (Mensageiro), no ano de 1941.

Depois de formar o grupo Gentleman da Melodia, que durou apenas alguns anos, tocou nos Teatros Rival e Serrador, além da boate Meia-Noite, do Copacabana Palace, todos no Rio, e em cassinos, como o Atlântico (Santos, SP). Foi por essa época que começou a tocar o primeiro solovox (pequeno teclado incorporado ao piano, precursor dos sintetizadores) trazido para o Brasil, popularizando o instrumento.

Com o fechamento dos cassinos, em 1946, foi atuar na boate Marabá-SP. Um ano depois, voltou ao Rio e foi contratado pela boate Night and Day, no Centro, onde permaneceu pelos oito anos posteriores.

Em 1951, começou a gravar discos de 78 rpm no selo Star. Na década de 50 seus discos Ritmos Melódicos (na etiqueta Discos Rádio), Para Ouvir Amando, Chá Dançante e Feito para Dançar (Copacabana) venderam como água. Foi o pioneiro a gravar sucessos dançantes em faixas únicas, ininterruptas, adequados a animar festas, eternizando nos acetatos o som que produzia nas boates de então. Nesse período, atuou na Rádio Tupi e na Rádio Serviço Propaganda, gravando muitos jingles.

Em 1955, deixou a boate Night and Day e abriu sua própria casa noturna, a popular Arpège, no Leme (RJ), que funcionaria até 1967 - onde atuaram João Gilberto, Tom Jobim, Vinícius de Moraes, além de Chico Buarque, que fez um de seus primeiros shows, em 1966, ao lado de Odete Lara e MPB-4.

Seu conjunto era formado nessa época por Paulo Nunes (guitarra), Milton Banana (bateria), Eddie Mandarino e Rubens Bassini (percussão), Gagliardi (contrabaixo) e o próprio Calmon, ao piano e solovox, que rivalizava as atenções do público com Djalma Ferreira e seus Milionários do Ritmo na boate vizinha, o Drink. Gravou quatro LPs intitulados Uma Noite no Arpège.

Depois de arrendar sua boate, continuou atuando em bailes e excursões. Entre 70 e o começo de 77, atuou com sua orquestra de baile no Canecão (RJ), antes e depois do show principal. Nos últimos anos de carreira, passou a tocar também sintetizadores. Morreu em 1982 de infarto do miocárdio.

Fonte: Clique Music.

Vera Lúcia

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Vera Lúcia - Confidências

Vera Lúcia (Vera Lucia Ermelinda Balula), cantora, nasceu na cidade de Vizeu, Portugal, em 07/08/1930. Em 1951, lançou pelo pequeno selo Elite Special seu primeiro disco interpretando o samba Copacabana, de Alberto Ribeiro e João de Barro e o baião Veio amô, de Humberto Teixeira. No mesmo ano, gravou um de seus maiores sucessos, a marcha Rita sapeca, de Klécius Caldas e Armando Cavalcanti.

Em 1952, gravou a marcha Pisca-pisca e "o samba canção Verdadeira razão, de Armando Cavalcânti e Klécius Caldas e o samba Não vou chorar, de Humberto Teixeira e Felícia Godoy e o Baião de Alagoas, de Humberto Teixeira. No mesmo ano, foi contratada pela Odeon onde estreou com a marcha Pagode chinês, de Ari Monteiro e Irani de Oliveira e o samba Vou-me embora, de Humberto Teixeira e Felícia Godoy.

Em 1953, gravou o Baião da saudade, de Fernando Jacques e o samba canção Intriga, de Altamiro Carrilho e Armando Nunes. No mesmo ano, gravou os sambas-canção Filha diferente, de Raul Sampaio e Rubens Silva e É tarde demais, de Hianto de Almeida.

Em 1954, gravou os sambas Não vivo em paz e Eu não perdôo, da dupla Paulo Menezes e Nilton Legey. No mesmo ano, lançou dois sambas canção Eu sei que você não presta, de Chocolate e Mário Lago e Sempre eu, de Alfredo Godinho e Osvaldo França.

Ainda em 1954, passou a gravar na Continental e lançou os sambas Valerá a pena, de Dorival Caymmi, Carlos Guinle e Hugo Lima e O que os olhos não vêem, de Luiz Bandeira. No mesmo ano, gravou o xote Suspiro vai, de Graça Batista e Álvaro Carrilho e o samba canção Ter saudade, de Haroldo de Almeida.

Foi eleita Rainha do Rádio em 1955, vencendo Ângela Maria, por decisão de Manoel Barcelos, que quis homenagear Carmen Miranda, portuguesa de nacionalidade como ela e que estava no Rio, em fase de recuperação de saúde. Recebeu a coroa das mãos da Pequena Notável.

Nesse ano já fez sucesso com Amendoim torradinho (Henrique Beltrão) e O que os olhos não vêem (Luiz Badeira). Além deste título, ganhou 10 troféus ao longo da carreira, como destaque de programas de televisão, entre eles, os de Chacrinha e Aerton Perlingeiro.

Em 1956, lançou os sambas canção Molambo e Quem sabe é você, de Jaime Florence e Augusto Mesquita e Duvido, de Luiz Vieira e Dario de Souza e o samba "Cansei de ilusões", de Tito Madi.

No ano seguinte, gravou mais uma composição da dupla Jaime Florence e Augusto Mesquita: o samba Zomba de mim. No mesmo ano, lançou o clássico fado canção Nem às paredes confesso, de Artur Ribeiro, Max e F. Trindade. Gravou ainda no mesmo período em dueto com William Duba a marcha Bacana de Copacabana, de William Duba, Nahum Luiz e Elias José.

Em 1958, gravou o samba canção Por causa de você, de Antonio Carlos Jobim e Dolores Duran. No mesmo ano, passou a gravar pela Sinter e lançou o samba Janela do mundo, de Billy Blanco e o samba canção Castigo, de Dolores Duran.

Em 1959, gravou duas composições de Antônio Carlos Jobim, o samba Este teu olhar e o samba canção Porque tinha de ser, este, parceria com Vinícius de Moraes. No ano seguinte, gravou a marcha Sacode a tristeza", de Miguel Gustavo. Ainda em 1960, gravou um de seus maiores sucessos, o samba Leva-me contigo, de Dolores Duran. Em 1962, lançou as músicas O bilhete e Samba sem pim-pom, da dupla Evaldo Gouveia e Jair Amorim.

Gravou diversos discos de 78 rpm e apresentou-se em Portugal, Argentina e Uruguai. Tendo entre seus sucessos Idéias erradas (Ribamar), Rita Sapeca (Klecius Caldas - Armando Cavalcanti), Leva-me contigo (Dolores Duran) e Castigo (Dolores Duran).

Com o primeiro elepê, Confidências de Vera Lucia, ganhou dois discos de ouro. Um dos prêmios, foi entregue pelo então presidente Juscelino Kubitschek. Durante quase toda a década de 1950 e ainda nos anos 1960, foi contratada pela Rádio Nacional do Rio de Janeiro, a maior emissora do país, o que lhe rendeu prestígio e uma certa popularidade. Em 1997, foi homenageada pelo Museu Carmen Miranda com o Troféu Carmen Miranda.

Fonte: Cantoras do Brasil - Vera Lúcia.

Wilson Miranda

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Wilson Miranda

Wilson Miranda (Wilson Antonio Chaves de Miranda), cantor e compositor, nasceu em Itápolis-SP em 27/3/1940. Começou sua carreira no final dos anos 50, como crooner de um conjunto de jazz, e nessa época, junto com Carlos Gonzaga, foi um dos intérpretes que introduziram gêneros como o calypso e o twist no Brasil, além das versões de baladas de rock.

Em 1958 estreou na Chantecler com o calipso Picolissima serenata, de Ferrio, Amurry e Sidney Morais e o samba canção Fui procurar distração. No ano seguinte o rock balada Twilight time, de Nevins e Dunn, com versão de Fred Jorge e o beguine Veneno, de Poly e Henrique Lobo.

Em 1960 assinou contrato com a Rádio Tupi e passou a cantar rock balada e apesar de não ter sido bem recebido pela crítica, Wilson conseguiu sucesso comercial com músicas como Alguém é bobo de alguém e Bata baby.

Em 1965 gravou Tempo Novo, disco que lhe rendeu muitos prêmios. Mesmo assim, nos anos seguintes deixou a carreira de cantor em segundo plano, atuando como produtor em discos de Nelson Gonçalves, Bendegó, Banda de Pífanos de Caruaru, Originais do Samba, Célia, Vanusa, Marília Medalha, entre outros.

Em 1978 voltou a gravar, dessa vez com um repertório mais voltado para a música popular brasileira, afastando-se definitivamente da imagem de roqueiro do início de sua carreira.

Músicas cifradas: Alguém é bobo de alguém, Não tive intenção.

Fontes: Clique Music; Dicionário Cravo Albin da MPB.

Valzinho

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Valzinho (Norival Carlos Teixeira), compositor e instrumentista, nasceu no Rio de Janeiro RJ em 26/12/1914 e faleceu em 1980. O pai era ferroviário e violonista, e a mãe, pianista. É irmão do cantor, compositor e violonista Newton Teixeira. Fez o primário na escola primária Nilo Peçanha, além de haver estudado desenho, escultura e gravura com Calmon Barreto. Seu primeiro emprego foi na Casa da Moeda, como gravador artístico.

Começou a carreira em 1933 na Rádio Guanabara, tocando cavaquinho no conjunto do violonista Pereira Filho, do qual participavam Luís Bittencourt (violão), Darci (pandeiro) e Dante Santoro (flauta). Já como violonista, em 1934 passou a atuar em um conjunto de Pixinguinha, ao lado de Valdemar (violão), João da Baiana (pandeiro e voz) e Joca (pandeiro).

A partir de 1936, com o regional do bandolinista Luperce Miranda, atuou durante alguns anos na Rádio Mayrink Veiga. Em 1938 fez a primeira música, Tudo foi surpresa (com Peterpan), que seria gravada em 1940, na Victor, por Araci de Almeida.

Em 1939 passou a integrar o regional de Dante Santoro, com o qual ficou durante 30 anos atuando na Rádio Nacional. A formação original do conjunto era Dante Santoro (flautista), Carlos Lentini (violão), Valdemar (cavaquinho), Joca (pandeiro), Norival Guimarães (violão) e Rubens Bergman (violão). Durante pouco tempo, participou também do conjunto Bossa Clube, dirigido por Garoto onde já usava técnica que antecipava de certa maneira a bossa nova. Em 1940 e 1950 foi premiado em gravura e escultura pelo Salão Nacional de Belas Artes.

Entre suas composições de maior sucesso estão Não sei por quê (com Luperce Miranda), de 1944, gravada por Gilberto Alves; Doce veneno (com Carlos Lentine e Espiridião Machado Goulart), de 1945, gravado por Marion e o conjunto de Djalma Ferreira — e que, mais tarde, seria relançado por Jamelão, Gaúcho e Orquestra, Britinho e Orquestra, Paulinho da Viola e Elisete Cardoso; Tormento, de 1946, gravada por Orlando Silva; Súplica (com Pernambuco), de 1947; Óculos escuros (com Orestes Barbosa), de 1955, gravado por Zezé Gonzaga e relançado, em 1971, por Paulinho da Viola.

Obras

Doce veneno (c/Carlos Lentine e Espiridião Machado Goulart), samba, 1945; Óculos escuros (c/Orestes Barbosa), samba, 1955; Tudo foi surpresa (c/Peterpan), samba, 1940.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e PubliFolha.

Sidney Miller

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Sidney Miller (Sidney Álvaro Miller Filho), compositor, nasceu e faleceu no Rio de Janeiro- RJ ( 18 de Abril de 1945 - 16 de Julho de 1980). Natural de Santa Teresa despontou como compositor no cenário musical brasileiro durante a década de 1960, participando com algum destaque em festivais da Música Popular Brasileira.

Cursou Sociologia e Economia, porém sem concluir nenhum dos cursos. No início da carreira chegou a ser comparado com o também estreante Chico Buarque, uma vez que tinham em comum, além da timidez, a temática urbana e um especial cuidado na construção das letras.

Além disso, a cantora Nara Leão, famosa por revelar novos compositores, teve grande importância na estréia dos dois - inclusive gravando, em 1967, o disco Vento de Maio, no qual dividiam quase todo o repertório: Chico Buarque assinou quatro canções, enquanto Sidney Miller era o autor de outras cinco.

O primeiro registro importante como compositor foi em 1965 no I Festival de Música Popular Brasileira da TV Excelsior (SP), obtendo o 4º lugar com a música Queixa, composta em parceria com Paulo Thiago e Zé Keti, interpretada por Ciro Monteiro.

Em 1967 pelo famoso selo Elenco de Aloysio de Oliveira lançou o primeiro disco, na qual se destaca por retrabalhar temas populares e cantigas de roda como Circo, Passa passa gavião, Marré-de-cy e Menina da agulha.

Sidney Miller compôs juntamente com Théo de Barros, Caetano Veloso e Gilberto Gil a trilha sonora para a peça Arena conta Tiradentes, dos dramaturgos Augusto Boal e Gianfrancesco Guarnieri. Nesse mesmo ano, ao lado de Nara Leão interpretou a música A Estrada e o violeiro no III Festival de Música Popular Brasileira da TV Record (SP), conquistando o prêmio de melhor letra.

Em 1968, também pelo selo Elenco lançou o Lp Brasil, do Guarani ao Guaraná, que contou com as participações especiais de diversos artistas como Paulinho da Viola, Gal Costa, Nara Leão, MPB-4, Gracinha Leporace, Jards Macalé, entre outros. O maior destaque do disco ficou por conta toada Pois é, pra quê.

A partir de então Sidney Miller intensificou a carreira na área de produção. Juntamente com Paulo Afonso Grisolli organizou no Teatro Casa Grande (RJ) o espetáculo Yes, nós temos Braguinha, com o compositor João de Barro. Também com Grisolli, relançou a cantora Marlene, no show Carnavália, que fez bastante sucesso.

Em 1969 produziu e criou os arranjos do Lp de Nara Leão Coisas do Mundo. Ainda em 69, ao lado de Paulo Afonso Grisolli, Tite de Lemos, Luís Carlos Maciel, Sueli Costa, Marcos Flaksmann e Marlene organizou o espetáculo Alice no País do Divino Maravilhoso, além de compor a trilha sonora do filme Os Senhores da Terra, do cineasta Paulo Thiago. Também para cinema, Sidney Miller foi o autor da trilha dos filmes Vida de Artista (1971) e Ovelha Negra (1974), ambos dirigidos por Haroldo Marinho Barbosa.

Sidney Miller foi autor da trilha sonora das peças Por mares nunca dantes navegados (1972), de Orlando Miranda, na qual musicou alguns sonetos de Camões, e do espetáculo a A torre em concurso (1974), de Joaquim Manuel de Macedo.

Em 1974 lançou pela Som Livre o último disco de carreira o Lp Línguas de Fogo. Nos últimos anos de vida Sidney Miller estava afastado do circuito comercial. Tinha planos de voltar a gravar, agora de forma independente, um Lp que se chamaria Longo Circuito. Trabalhava na Funarte, quando morreu prematuramente aos 35 anos. A sala em que trabalhava passou a se chamar Sala Funarte Sidney Miller e foi transformada num teatro.

Algumas cifras e letras: A estrada e o violeiro, Alô fevereiro, Circo, É isso aí, Ora, acho que vou me embora.

Fonte: Wikipédia

Roquette Pinto

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Roquette Pinto (Edgar Roquette Pinto), médico legista, professor, antropólogo, etnólogo e ensaísta, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 25 de setembro de 1884, e faleceu na mesma cidade em 18 de outubro de 1954. Eleito em 20 de outubro de 1927 para a Cadeira n. 17, na sucessão de Osório Duque-Estrada, foi recebido em 3 de março de 1928, pelo acadêmico Aloísio de Castro. É considerado o pai da radiodifusão no Brasil.

Era filho de Manuel Menelio Pinto e de Josefina Roquette Carneiro de Mendonça. Foi criado pelo avô João Roquette Carneiro de Mendonça. Fez o curso de humanidades no Externato Aquino. Ingressou, em seguida, na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Colou grau em 1905. Logo depois de formado iniciou uma série de estudos sobre os Sambaquis das costas do Rio Grande do Sul.

Professor assistente de Antropologia no Museu Nacional em 1906, tornou-se em pouco tempo conhecido como um dos mais sérios antropólogos que o país conhecera. Delegado do Brasil no Congresso de Raças, realizado em Londres, em 1911, resolveu passar mais algum tempo na Europa, a fim de dar prosseguimento aos estudos, com os professores Richet, Brumpt, Tuffier, Verneau, Perrier e Luschan.

Em conexão com a Comissão Rondon, escreveu seu primeiro trabalho acerca dos índios primitivos do Nordeste brasileiro. Professor de História Natural na Escola Normal do Distrito Federal (1916) e professor de Fisiologia na Universidade Nacional do Paraguai (1920).

Fundou, em 1923, na Academia Brasileira de Ciências, a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, que tinha fins exclusivamente educacionais e culturais e que, em 1936, passou a pertencer ao Ministério da Educação.

A primeira transmissão da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro aconteceu às 20h30 do dia 1º de maio de 1923. O evento aconteceu no interior de uma sala de física da Escola Politécnica, com o equipamento de radiotelegrafia que a Western Eletric trouxera dos Estados Unidos para a Exposição Comemorativa do 1º Centenário da Independência.

Os poucos ouvintes da Estação da Praia Vermelha puderam ouvir, anunciado por Caubi Araújo, o discurso de inauguração da Rádio Sociedade, realizado por seu idealizador Edgar Roquette Pinto. Estava dado o passo inicial para divulgação da arte, cultura e educação através das ondas curtas de rádio.

Após alguns meses de experiências e depois da doação recebida da Pekan - fábrica argentina que doou um modesto transmissor de 10 watts - o grupo que formava a Rádio Sociedade foi ao Presidente Bernardes. Conseguiram que ele obtivesse da companhia Marconi Wireless um transmissor de 1 quilowatt, já que ela era a única companhia fornecedora de material radiotelegráfico. Desta forma a Rádio Sociedade ampliou a sua potência.

Diretor do Museu Nacional em 1926, realizou ali a maior coleção de filmes científicos no Brasil. Em 1932, fundou a Revista Nacional de Educação; fundou e dirigiu, no Ministério da Educação, o Instituto Nacional do Cinema Educativo e fundou, também naquele ano, o Serviço de Censura Cinematográfica.

Esteve em vários congressos nacionais e internacionais sobre temas de sua especialidade. Em 1940 foi eleito diretor do Instituto Indigenista Americano do México. No mesmo ano esteve no México e nos Estados Unidos. Roquette-Pinto era membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, da Academia Brasileira de Ciências, da Sociedade de Geografia, da Academia Nacional de Medicina e de inúmeras outras associações culturais, nacionais e estrangeiras.

Em homenagem aos seus estudos científicos, vários naturalistas famosos deram o nome de Roquette-Pinto a algumas espécies de plantas e animais: Endodermophyton Roquettei (Parasito da pele dos índios de Mato Grosso) por Olímpio da Fonseca; Alsophila Roquettei, por Brade e Rosenstock; Roquettia Singularis, por Melo Leitão; Phyloscartes Roquettei (pássaro do Brasil Central) por Snethlage; Agria Claudia Roquettei (borboleta) por May.

Obra

O exercício da medicina entre os indígenas da América (1906); Excursão à região das Lagoas do Rio Grande do Sul (1912); Guia de antropologia (1915); Rondônia (1916); Elementos de mineralogia (1918); Conceito atual da vida (1920); Seixos rolados Estudos brasileiros (1927); Glória sem rumor (1928); Ensaios de antropologia brasiliana (1933); Samambaia, contos (1934); Ensaios brasilianos (1941); além de grande número de trabalhos científicos, artigos e conferências, publicados de 1908 a 1926 em diferentes revistas e jornais.

Fontes: fm94 - Roquette Pinto; Academia Brasileira de Letras.

Alexandre Levy

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Alexandre Levy, compositor, pianista e regente clássico, filho de imigrantes de origem franco-suíça, nasceu em São Paulo-SP em 10 de novembro de 1864. Faleceu na mesma cidade em 17 de janeiro de 1892, com apenas 28 anos.

Desde cedo, manifestou grande interesse pela música. Aos sete anos, estudou com o pianista russo Luis Maurice; depois, com o pianista francês Gabriel Giraudon. Seu pai, o clarinetista Henrique Luiz Levy, possuía uma loja de artigos musicais, a Casa Levy onde era o ponto de encontro de músicos e artistas de São Paulo.

Nessa loja fez muitos amigos e conheceu a nascente produção nacionalista, como a primeira edição de Sertaneja, de Brasílio Itiberê, que executou em concerto aos doze anos.

Em 1880, compôs uma fantasia para dois pianos a partir de temas da ópera O Guarany, de Carlos Gomes e três anos depois iniciou estudos de harmonia e contraponto. A família Levy sempre esteve ligada ao compositor campineiro, desde os tempos em que Henrique Levy se apresentava com Carlos Gomes pelo interior paulista

Em 1887 embarcou para a Europa para aprimorar seus estudos musicais. Estudou harmonia em Paris, com Émile Durand, que também foi professor de Debussy. Nessa época se interessou pelas diversas formas orquestrais e compôs a peça Andante Romantique, que depois foi incorporada à Sinfonia em Mi menor, e Variações Sobre um Tema Brasileiro, da qual se destaca a melodia Vem Cá, Bitú.

No cenário político brasileiro predominavam discursos nacionalistas. Músicos e artistas, passaram a compor a partir de motivos folclóricos e populares. Nascia, assim, o nacionalismo musical, onde se destacaram Levy e Alberto Nepomuceno.

Compôs obras de cunho nacionalista, como Suíte Brasileira e Tango Brasileiro. Samba, a quarta parte da Suíte Brasileira, obteve grande sucesso com a redução para piano feita por seu irmão Luiz Levy.

Precursor do movimento nacionalista na música brasileira, tem sua obra marcada pelo romantismo, com temas brasileiros de saudade e fatalismo.

Obra

Para piano solo: Tango Brasileiro (1890); Variações Sinfônicas Sobre um Tema Brasileiro (Vem Cá, Bitú) (1887); Impromptu-Caprice, Opus 1 (1881-1882); Romance Sans Paroles, Opus 4, nº 1; Pensée Fugitive, Opus 4, nº 3; Trois Morceaux Opus 13; Allegro Appassionato Opus 14; Schumannianas. Para orquestra: Suíte Brasileira, com o famoso Samba; Sinfonia em Mi menor; Comala, poema sinfônico; A Cantata. Música de Câmara: Trio, para piano, violino e violoncelo; Reverie, para quarteto de cordas; Fantasia Sobre Motivos do Guarani (1880), para dois pianos.

(figura ao lado: a obra Samba - chamada na forma afrancesada, como hábito na época, de suite brésilienne e danse negre -, editada postumamente em redução para piano, é ilustrada por desenho que reproduz o que seria uma roda de samba no final do século XIX).

Fontes: Prelúdio - Levy; História do Samba - Editora Globo; Fundação Biblioteca Nacional - Alexandre Levy.