sexta-feira, 11 de março de 2011

Premeditanto o Breque

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Premeditanto o Breque - Grupo vocal-instrumental que, ao lado do Língua de Trapo, foi o mais importante do humor musical paulistano dos anos de 1980. Apelidado de Premê, o grupo se destacou pelo apuro nas composições e arranjos e virtuosismo instrumental, admitindo influência do grupo argentino Les Luthiers.

As origens do conjunto remontam a 1976, quando Mário Manga (Mário Augusto Aydar, São Paulo SP 1955—), Marcelo Galbetti (Antônio Marcelo Galbetti, São Paulo 1954—), Claus (Claus Erik Petersen, São Paulo 1955—) e, alguns meses mais tarde, Wandy (Wanderley Doratiotto, São Paulo 1950—) se conheceram no curso de música da Escola de Comunicações e Artes da USP e passaram a tocar e compor juntos.

O Premê surgiu em 1979, participando do 1 Festival Universitário da MPB, da TV Cultura, e conseguindo o segundo prêmio com Brigando na lua (de Manga, que até cerca de 1984 usou o apelido Biafra, mudando para evitar confusão com o cantor romântico homônimo).

Em 1980 participaram do festival MPB Shell da TV Globo, defendendo Empada molotov (de César Brunetti, lançada num compacto da RGE). Em 1981 lançaram o primeiro LP, Premeditando o Breque (selo independente Spalla), com algumas faixas que se tornaram sucesso entre os fãs da chamada “vanguarda paulista”, Fim de semana e Marcha da kombi (ambas de Wandy). No ano seguinte, participaram do MPB Shell com O destino assim o quis (Wandy), lançada em compacto (etiqueta Lira Paulistana), que no outro lado trazia Pinga com limão, de Alvarenga e Ranchinho.

Em 1983 foi a vez do LP Quase lindo (Lira Paulistana), no qual se destacou São Paulo, São Paulo.

Contratados pela EMI, lá gravaram dois LPs, O melhordos iguais (1985), com os sucessos Balão trágico (Manga e Dionisio Moreno) e Lua-de-mel em Cubatão, e Grande coisa, cujo destaque foi Rubens, de Manga, regravada por Cássia Eller em 1990. Seguiram-se os discos Alegria dos homens (Eldorado, 1991) e Premê vivo (Velas, 1997).

Manga participou como guitarrista em discos de vários artistas, como Arrigo Barnabé e Vânia Bastos; Wandy apresentava o programa musical Bem Brasil da TV Cultura desde 1991. Além do núcleo fixo de Manga, Wandy, Marcelo e Claus, o Premê incluiu vários bateristas e contrabaixistas, além do compositor Igor Lintz Maués que, radicado na Alemanha desde meados dos anos de 1980, contribuiu para os discos do grupo com composições de música eletrônica.

CD


Premeditando o Breque, 1995, Velas, 11 -V067; Grande coisa, 1997, EMI 8234482.

Poly

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Poly (Ângelo Apolônio), instrumentista e compositor, nasceu em São Paulo, SP, e faleceu na mesma cidade, em 10/4/1985. Aos dez anos, já dominava vários instrumentos de corda e aos 11 aprendeu a tocar guitarra.

Pouco depois, passou a acompanhar (tocando violão, cavaquinho, bandolim, banjo, contrabaixo, viola e guitarra havaiana — novidade na época — cantadores e cantores como Paraguassu, Januário de Oliveira e Arnaldo Pescuma, que gravaram pela Columbia.

Iniciou em 1937 sua carreira no rádio, trabalhando na Rádio Difusora, de São Paulo, como solista de cavaquinho e, ainda, como tocador de bandolim e violão, no regional da emissora. Nessa época também, foi integrante do conjunto vocal Grupo X, tido como concorrente do Bando da Lua.

Sua primeira composição foi feita em 1939: Você, valsa que não foi gravada, com letra de José Roberto Penteado, de quem recebeu seu nome artístico, Poli.

Em 1940, a convite de Garoto, foi para o Rio de Janeiro onde gravou com o regional de Garoto e trabalhou no Cassino Copacabana, na Rádio Clube do Brasil e na Rádio Mayrink Veiga.

De 1942 a 1944, interrompeu suas atividades musicais, por ter sido convocado para a Força Expedicionária Brasileira. Em 1944, fez sua primeira gravação (na Continental), como solista de guitarra havaiana, interpretando Deep in the Heart of Texas (Don Swander e June Herchey).

Depois foi para Porto Alegre RS, para trabalhar na Rádio Farroupilha e, a convite de Tasso José Bangel, integrante do Conjunto Farroupilha, excursionou pela Europa, Japão e Estados Unidos; ao voltar ao Brasil, apresentou-se em São Paulo nas boates Clipper e Roof da Gazeta.

Quando em 1958, a firma Cássio Muniz deixou a representação dos discos RCA para fundar a gravadora Chantecler, foi contratado para a gravação dos primeiros discos, destacando-se com a música Noite cheia de estrelas (Cândido das Neves, cognominado Índio).

Formou um conjunto com Henrique Simonetti (celesta), Carlinhos Maffazzoli (acordeom) e Luisinho Schiavo (órgão elétrico), com o qual gravou pela Columbia o LP Penumbra — Poli e seu conjunto.

Em 1963, gravou, solando guitarra havaiana, o Samba caipira (Palmeira e Piraci) e, em 1970, registrou em solo de viola, no LP Sertão em festa, as músicas Tristezas do jeca (Angelino de Oliveira) e Vai chorando, coração (Amarilda e Brás Baccarin). No mesmo ano gravou um LP homenageando grandes músicos de cordas brasileiros, como Canhoto e Jacob do Bandolim, mas o disco teve pouca projeção.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

Aloysio Pinto

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Aloysio de Alencar Pinto
Aloysio Pinto (Aloysio de Alencar Pinto), pianista, musicólogo e compositor, nasceu em Fortaleza, CE, em 03/02/1911, e faleceu na cidade do Rio de Janeiro, RJ, em 06/10/2007. Começou a estudar piano com uma tia, aos sete anos; em seguida, foi aluno da professora Ester Salgado Studart da Fonseca, uma das fundadoras do Conservatório Musical Alberto Nepomuceno.

"Depois eu estudei harmonia aqui com um grande professor italiano, que viveu alguns anos no Ceará, e que teve o seu nome muito ligado ao Ceará. Foi o professor Luigi Maria Smiddo. Era um grande maestro italiano, regente, professor de matérias teóricas, com quem estudei harmonia aqui no Ceará. E foi o maestro Smiddo quem me deu, vamos dizer, os primeiros rudimentos da arte de compor."

Em 1927, conheceu em Fortaleza Nicolai Orloff, grande virtuose do piano,e que se tornou seu professor e mentor de toda uma vida, com quem manteve contato, no Brasil e na Europa, até a morte daquele mestre, nos anos 60.

Mais tarde, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde foi aluno de piano de Barroso Neto, no Instituto Nacional de Música. Barroso foi um dos pioneiros do canto coral no Brasil.

Como prêmio por seu desempenho no Instituto, recebeu a Medalha de Ouro. Viajando a Paris, ali se aperfeiçoou com Robert Casadesus (pianista clássico e compositor francês), Marguerite Long (eminente concertista e professora francesa), e Nadia Boulanger (também professora de Astor Piazzolla).

Em 1938 recebeu a "Mention Honneur de Virtuosité", o maior prêmio concedido pelo Conservatoire Américain au Palais de Fontainebleau a um músico. Este mesmo prêmio havia sido outorgado ao grande compositor norte-americano Aaron Copland alguns anos antes.

Outra influência importante em sua formação foi o fato de que seu pai havia sido um dos pioneiros do cinema no Ceará, não como cineasta mas como proprietário de uma sala de projeção, e amante da Sétima Arte.

Segundo Georges Frederic Mirault Pinto, seu filho, Aloysio "era um admirador do cinema western e da obra de Orson Welles, com quem conviveu nos anos 40, quando da passagem daquele cineasta por Fortaleza."

Como compositor, iniciou sua carreira ainda na terra natal, em 1926, quando fez o tango O teu cantor, com versos do poeta Pierre Luz. Além de muitas peças populares, compôs no gênero semi-erudito. Sua primeira gravação, em 1953, foi um 78 rpm da Victor com as obras Tango brasileiro, de Alexandre Levy, e Valsa lenta (ou Valsa em fá sustenido menor), de sua autoria. Em 1986, gravou, com os pianistas Antônio Adolfo e Carolina Cardoso de Meneses o álbum duplo Os pianeiros, produzido e distribuído como brinde pela Fenab. 

Obras
Música orquestral: Sarau de sinhá, bailado, s.d.;Música instrumental: Lamento, p/piano, s.d.; Romance antigo, p/piano, s.d.; Valsa capricho, p/piano, s.d.; Valsa lenta (ou Valsa em fá sustenido menor), p/piano, s.d.

Fontes: Músicos do Brasil; Enciclopédia Nordeste; Enciclopédia da Música Brasileira.

Picolino da Portela

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Picolino da Portela (Claudemiro José Rodrigues), compositor, cantor e instrumentista, nasceu no Rio de Janeiro RJ, em 13/5/1930. Começou a compor aos 16 anos para o bloco Unidos da Tamarineira, do subúrbio de Osvaldo Cruz, onde ficou de 1945 a 1946.

Entrou para o G.R.E.S. da Portela em 1950, com Candeia e Valdir 59. Os três passaram a integrar a ala dos impossíveis, então presidida pelo compositor Wanderley, e se apresentaram em 1955-1956 no Clube High-Life com a Orquestra Tabajara e a do maestro Cipó. Fundou mais tarde a ala dos malabaristas, que liderou por cinco anos. Transferiu-se depois para a ala dos compositores, da qual foi presidente por dois anos. 

Participou ainda do conjunto Os Mensageiros do Samba, liderado por Candeia, com quem chegou a gravar um LP na Philips, em que foram incluídas duas músicas de sua autoria, Lenço branco e Se eu conseguir (com Casquinha). Formou o Trio ABC, com Noca da Portela e Colombo, que participou de vários espetáculos de samba e alguns festivais. 

Compôs dois sambas-enredo da Portela, o Samba do gigante (com Valdir 59), feito em homenagem ao IV Centenário de São Paulo SP (1954) e Legados de D. João VI (com Candeia e Valdir 59), em 1957. 

Classificou-se em primeiro lugar no Concurso de Carnaval do Teatro Municipal, do Rio de Janeiro, em 1969, com Chorei, sofri, penei (com Noca da Portela). 

É autor ainda de Atrás do meu caminho, gravado por Elizeth Cardoso, e Portela querida (com Noca da Portela e Colombo), gravado por Elza Soares. Com estes dois parceiros compôs também A dor que vem do Brás, lançado por Eliana Pittman, a mesma cantora que gravou Tô chegando, já cheguei (com Caipira). Entre outras músicas, lançou ainda Puxa, que luxo, gravado por Luiz Ayrão. Ritmista, apresentou-se em clubes, churrascarias e rodas de samba do Rio de Janeiro, sendo também funcionário aposentado do Departamento Nacional de Portos e Vias Navegáveis.

Obras 

Atrás do meu caminho, s.d.; Chorei, sofri, penei (c/Noca da Portela), 1969; A dor que vem do Brás (c/Noca da Portela e Colombo), s.d.; Legados de D. João VI (c/Candeia e Valdir 59) samba-enredo, 1957; Lenço branco, s.d.; Portela querida (c/Noca da Portela e Colombo), 1968; Puxa, que luxo, s.d.; Samba do gigante (c/Valdir 59), samba-enredo, 1954; Se eu conseguir (C/Casquinha), s.d.; Tô chegando, já cheguei (c/Caipira), s.d. 

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.