Mara Silva (Isabel Gomes da Silva), cantora e compositora, nasceu em 28/6/1930, na cidade de Campos, RJ e iniciou a sua carreira artística no Rádio aos cinco anos de idade.
Cantou muito tempo na noite carioca, começando a se destacar no programa Samba e outras coisas" apresentado por Henrique Batista na Rádio Mayrink Veiga. Fez sua primeira gravação em 1953, pela Todamérica interpretando os sambas Negro fim, de Alberto Jesus e Osvaldo Barcelos, e Recalque, de Paulo Marques e Ailce Chaves.
Em 1955, gravou um único disco pela gravadora pernambucana Mocambo interpretando os sambas
Trombada de trem, de Raul Longras e
Monsueto, e
Peço a Deus (Fala Pedro), de Silva, Marques e Nunes. Assinou contrato com a gravadora Continental em 1956, e em seu primeiro disco nessa gravadora registrou, com acompanhamento de conjunto regional, o choro-canção
Soçaite do morro, de Mário Terezópolis e Roberto Reis, e o choro
Velho borocochô, de Pedro Rogério e Lombardi Filho. Em seguida, gravou o samba
Estatutos domésticos, de Ricardo Galeno, e o choro
Que vizinha, de Carioca.
Para o carnaval de 1957, gravou a marcha
Lanterna na mão, de Arnô Provenzano, Otolindo Lopes e Oldemar Magalhães, e o samba
De qualquer cor, de
Jorge Faraj e J. Espírito Santo. Ainda em 1957, foi contratada pela RGE e gravou, com acompanhamento da Orquestra RGE, o samba
Pano legal, de
Billy Blanco, e o fox
Janela indiscreta, de Geraldo Serafim e Newton Castro. Em seguida, também com a orquestra RGE, gravou o samba
Lenço branco, de Geraldo Serafim e
Guilherme de Brito, e o rock
Sou o tal, de Murilo Vieira, Edel Ney e O. Vargas.
Para o carnaval de 1958, registrou a
Marcha do pião, de
Nássara,
Wilson Batista e Jorge de Castro, e o samba
Cadê Isabel, de Erasmo Silva e José Batista. No mesmo ano, gravou a marcha
Careca não é velhice, de S. Gomes, Júlio Leiloeiro e J. Gonçalves, e o samba
Meu amor voltou, de Erasmo Silva e Geraldo Serafim.
Ainda em 1958, participou de duas coletâneas lançadas pela RGE com diversos artistas. No LP
Na gafieira é Assim interpretou os sambas
Pano legal, de Billy Blanco, e
Falso bailarino, de Alcebíades Nogueira e
Cristóvão de Alencar. O outro LP foi
Praça Onze não morreu no qual cantou a
Marcha do pião, de Wilson Batista, Jorge de Castro e Antônio Nássara, acompanhada pela Orquestra e Coro RGE, e o samba
Cadê Isabel, de José Batista e Erasmo Silva, acompanhada pela bateria da Escola de Samba Acadêmicos do Salgueiro.
Em 1959, transferiu-se para a gravadora Copacabana e lançou para o carnaval do ano seguinte os sambas
Minha palhoça, de
J. Cascata, e
Bardot e Lolô, de Marília Batista e Henrique Batista. Nessa mesma época, gravou o samba
Acabei de sofrer, de Cláudio Silva, e a marcha
Eu gozo ocês, de Sebastião Gomes e Rubens Machado.
Em 1960, gravou o rock
O roque errou, de sua autoria e Ari Monteiro, os sambas
Sai do meu caminho, parceria sua com Armando Nunes, e
Colher de chá, de Renato Ferreira, Ivan Ferreira e Homero Ferreira, e a marcha
Não sou balança, de
Paquito e
Romeu Gentil. Dois anos depois, regravou o samba
Tudo cabe num beijo, de
Carolina Cardoso de Meneses e
Osvaldo Santiago, e o bolero
Desesperadamente, de
Gabriel Ruiz e Jorge Ronaldo.
Ainda em 1962, lançou o LP
Sucessos em Teleco-teco no qual interpretou músicas como
Tudo cabe num beijo,
Frio em minh'alma,
Alguém me disse,
Desesperadamente,
Rosa de maio,
Pecado,
Vereda tropical,
Quando o tempo passar,
História de um amor,
Não digo o nome,
Tão somente uma vez, e
Tarde fria.
Em 1963, lançou o bolero
A vida fez-me assim, sua e de Armando Nunes, e o samba
Chora que passa, de Alcina Maria e Osmar Navarro. Em 1964, participou da coletânea
Tudo de mim - Poemas e canção de Jair Amorim que a gravadora Copacabana lançou em homenagem ao compositor
Jair Amorim, interpretando o bolero
Alguém me disse.
Gravou mais de quinze discos entre 78 rpm e Lps pelas gravadoras RGE, Copacabana, Todamérica, Continental e Mocambo, além de fazer apresentações em programas de rádio em emissoras como a Rádio Nacional e Rádio Mayrink Veiga.
Obra
A vida fez-me assim (c/ Armando Nunes), O roque errou (c/ Ari Monteiro), Sai do meu caminho (c/ Armando Nunes).
Discografia
(1963) A vida fez-me assim / Chora que passa • Copacabana • 78; (1962) Tudo cabe num beijo / Desesperadamente • Copacabana • 78; (1962) Sucessos em Teleco-teco • Copacabana • LP; (1960) O roque errou / Sai do meu caminho • Copacabana • 78; (1960) Colher de chá / Não sou balança • Copacabana • 78; (1959) Acabei de sofrer / Eu gozo ocês • Copacabana • 78; (1959) Minha palhoça / Bardot e Lolô • Copacabana • 78; (1958) Marcha do pião / Cadê Isabel • RGE • 78; (1958) Careca não é velhice / Meu amor voltou • RGE • 78; (1957) Lanterna na mão / De qualquer cor • Continental • 78; (1957) Pano legal / Janela indiscreta • RGE • 78; (1957) Lenço branco / Sou o tal • RGE • 78; (1956) Soçaite do morro / Velho borocochô • Continental • 78; (1956) Estatutos domésticos / Que vizinha • Continental • 78; (1955) Trombada de trem / Peço a Deus (Fala Pedro) • Mocambo • 78; (1953) Negro fim / Recalque • Todamérica • 78.
Fonte: Dicionário Cravo Albin da MPB.