segunda-feira, 4 de dezembro de 2006

César de Alencar

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César de alencar, Dircinha e Linda batista (Foto do Arquivo da Rádio Nacional do Rio de Janeiro)

César de Alencar (1917-1990), apresentador brasileiro de rádio e televisão foi uma das peças fundamentais para o sucesso de nossa música popular apresentando os futuros "monstros" da MPB, na época calouros ou já famosos.
Com voz e estilo cativantes, foi campeão de audiência no rádio por mais de 15 anos, popularizando, no Brasil, fórmulas que faziam sucesso nos Estados Unidos, como a parada de sucessos, em Parada dos maiorais, e o programa de calouros, em Cantinho dos novos.
Entre as inovações que trouxe para o rádio brasileiro está a entrevista ao vivo por telefone, recurso usado até hoje. Fez a transição para a TV logo nos primeiros momentos do novo veículo, no início da década de 1950, mas nunca conseguiu igualar o imenso sucesso de seus programas de rádio.
Desde 1993, com a publicação do livro César de Alencar: a voz que abalou o rádio, de Jonas Vieira, vem sendo lembrado mais por sua colaboração com os órgãos de repressão a partir do golpe militar de 1964 do que por seus feitos no rádio.

Vassourinha

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O cantor Vassourinha (Mano Ramos) nasceu em São Paulo SP 16/5/1923, e faleceu na mesma cidade em 3/8/1942. A origem de seu apelido é confusa, mas já era assim conhecido quando foi registrado como contínuo da Rádio Record, de São Paulo, em 1935, onde iniciou também carreira de cantor, no horário noturno.
Ainda nesse ano, participou do filme Fazendo fita, dirigido por Vittorio Capellaro. Na Rádio Record formou dupla com a cantora Isaura Garcia, apresentando-se em shows e circos. Em 1941 foi para o Rio de Janeiro, onde gravou na Columbia e atuou na Rádio Clube do Brasil.
Nos anos de 1941 e 1942, gravou os seis únicos discos que deixou. O primeiro incluía Juraci (Antônio Almeida e Ciro de Sousa) e Seu Libório (João de Barro e Alberto Ribeiro), que fez grande sucesso e o projetou nacionalmente como herdeiro do sambista Luís Barbosa.
Entre os demais, destaca-se o samba Emília (Haroldo Barbosa e Wilson Batista), que ratificou seu êxito inicial, Amanhã tem baile (Haroldo Lobo e Milton de Oliveira) e Olga (Alberto Ribeiro e Sátiro de MeIo).
Morreu com apenas 19 anos, ao que parece de uma osteomielite, deixando nessa diminuta díscografia (reeditada mais tarde num LP da Musicolor) o suficiente para ser tido como um dos maiores sambistas brasileiros.

Violeta Cavalcanti

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Violeta Cavalcanti, cantora, nasceu em 1/7/1923, em Manaus, Amazonas. Foi para o Rio de Janeiro, juntamente com a família, aos 9 anos. Estudava na Escola Paraná, no bairro carioca de Madureira, quando, com apenas 10 anos, conheceu Heitor Villa-Lobos, sendo selecionada pelo maestro para cantar no Conjunto Orfeônico Infantil organizado por ele, integrado por crianças das escolas públicas da capital, onde se apresentou no Teatro Municipal.

Em 1940, com apenas 14 anos, participou do programa de calouros de Ary Barroso, onde se apresentou cantando O samba e o tango, um sucesso de Carmen Miranda, cantora de quem era fã. A interpretação impecável, sem imitar Carmen, lhe garantiu o primeiro lugar, contestado pelo próprio Ary Barroso, que afirmou: "Ganhou, mas não leva. Você já é herdeira de Carmen Miranda, portanto, profissional, e o prêmio é para calouros." Foi grande a dificuldade para convencer Ary Barroso de que aquela era a primeira vez que a moça se apresentava no rádio.
A ida de Carmen Miranda para os Estados Unidos favoreceu o início de sua carreira no rádio, onde a jovem passou a cantar os sucessos da "Pequena Notável", compensando o espaço deixado e a saudade dos fãs de Carmen.
Trabalhou nas Rádios Tupi, Educadora, Ipanema, onde assinou seu primeiro contrato, consagrando-se principalmente pela interpretação original de Camisa listrada, outro sucesso de Carmen, de autoria de Assis Valente.
Gravou o primeiro disco em 1940, com Vou sair de Pai João, marcha de J. Cascata e Leonel Azevedo e Pulo do gato, de J. Cascata e Correia da Silva pela Victor. Assinou contrato com a Rádio Nacional em 1941, onde permaneceu até 1957.
Em 1955, fez sucesso com o samba-canção Cartas, composição de Antônio Maria, gravado pela Odeon, com arranjos do então jovem maestro Tom Jobim. Destacou-se como intérprete das canções de Dorival Caymmi, com destaque para o samba-canção Só louco, gravado em 1956 na Odeon. O maior sucesso veio com o samba "Fita meus olhos", de Peterpan, gravado no mesmo ano pela Odeon.
Abandonou a carreira em 1957, para casar-se. Depois de longo afastamento da vida artística, convidada por Albino Pinheiro para shows da série "Seis e meia", retomou a carreira 20 anos mais tarde, incentivada por Paulinho da Viola, se apresenando no projeto ao lado de Paulinho.
Em 1987, passou a integrar o grupo vocal As Cantoras do Rádio, juntamente com Nora Ney, Rosita Gonzalez, Zezé Gonzaga, Ellen de Lima, Carmélia Alves e Ademilde Fonseca. Gravou com outros cantores os Lps Velhos sambas - velhos bambas, Vols. 1 e 2 e Ary Barroso - 90 anos, em 1992, ambos editados pela Fenab.
No fim da década de 1980 e início da de 1990, com As Cantoras do Rádio, gravou dois CDs e fez vários shows pelo Brasil. Participou ainda em 1988 do LP duplo Há sempre um nome de mulher, produzido por Ricardo Cravo Albin e que alcançou a tiragem de 600 mil cópias, em benefício da Campanha do Aleitamento Materno (LBA/ Banco do Brasil).
Em 13 de junho de 2001, estreou, ao lado de Carmélia Alves, Carminha Mascarenhas e Ellen de Lima o show As Cantoras do Rádio: Estão voltando as flores, com roteiro e direção de Ricardo Cravo Albin, no Teatro-Café Arena, em Copacabana, no Rio. Nesse show, Violeta personificava Elizeth Cardoso, Aracy de Almeida, Nora Ney e Dalva de Oliveira, cantando alguns dos sucessos que marcaram as carreiras dessas cantoras, como Mulata Assanhada (Ataulfo Alves) e Não me diga adeus ( Paquito/ L. Soberano/ J.C. Silva).

Victor Bacelar

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Victor Bacelar, cantor, nasceu em 28/7/1911, em Salvador (BA) e faleceu no Rio de Janeiro em 10/6/2005. Seu maior privilégio é o de ter sido o primeiro cantor baiano a vir para o Rio de Janeiro e daqui projetar a Bahia no cenário radiofônico nacional; isto no ano de 1932.
Contratado pela Rádio Mayrink Veiga para atuar ao lado de Francisco Alves, Orlando Silva, Carmen Miranda, Sílvio Caldas e outros nomes famosos, Victor logo ascendeu a fama. A Mayrink era na época, a emissora de maior audiência do país e César Ladeira, seu principal apresentador, anunciava Victor Bacelar como "A voz de ouro que a bahia nos mandou de presente!".
A seguir vieram os contratos nas Rádios Nacional, Tupi, Transmissora e Globo e apresentações nos shows de gala dos extintos cassinos da Urca e de Icaraí onde dividiu o palco com grandes astros internacionais como : Pedro Vargas, Tito Guizar e Afonso Ortiz Tirado.
Suas primeiras gravações em disco foram na RCA Victor e as demais na Odeon, Columbia (Atual Sony), Continental, Copacabana, Mocambo, Sinter (Atual Philips) e Caravelle. Das inúmeras gravações em LPs, compacto e 78 rotações, várias tornaram-se sucesso: Miss Brasil, de Wilson Batista e Jorge de Castro (Marcha em homenagem a Marta Rocha, a baiana eleita miss Brasil em 1954), Não sei se é castigo, de Heitor dos Prazeres, O grito de uma raça, que fez parte da trilha sonora do filme Rio Zona Norte, um clássico do cinema nacional, Valsa da formatura, de Lamartine Babo e José Maria de Abreu.
Sua última gravação foi Namorado da Lua de autoria de Geraldo Nunes, Miguel Lima e Alvimar Leal em disco Caravelle em 1963. Embora sempre gravando composições de autores famosos: Ataulfo Alves, Lamartine Babo, Heitor dos Prazeres, Jose Maria de Abreu, Jair Amorim, Peter Pan, Kid Pepe e outros, Victor também lançou novos compositores que mais tarde viriam a se consagrar, dentre eles Nelson Cavaquinho e Adelino Moreira, cujo primeiro sucesso foi o samba-canção Meu Castigo de parceria com Ari Vieira gravado por Victor Bacelar na década de 50.
Fonte: Collector's

Trio de Ouro

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O conjunto vocal Trio de Ouro originou-se da Dupla Preto e Branco, formada em 1934 por Herivelto Martins e Francisco Sena (? - Rio de Janeiro RJ 1935), depois substituído por Nilo Chagas (Barra do Piraí RJ 1917 - Rio de Janeiro RJ 1973).

Em 1936 conheceram a cantora Dalva de Oliveira, quando ensaiavam para se apresentar no Cine Pátria, em São Cristóvão. Passaram, então, a se apresentar como Dupla Preto e Branco com a cantora Dalva de Oliveira, embora mantendo o nome da dupla. Depois foram batizados por César Ladeira de Trio de Ouro, que lançou, em 1937, o primeiro sucesso, com o batuque Itaquari e a marchinha Ceci e Peri (ambas de Príncipe Pretinho), gravadas na Victor. Nesse ano, contratado pela Radio Mayrink Veiga, o trio atuou no programa de César Ladeira.
Em 1938, cantou na Rádio Tupi, do Rio de Janeiro. Nesse mesmo ano, casavam-se Dalva e Herivelto. Em 1940, o conjunto transferiu se para a Rádio Clube do Brasil, atingindo nessa década o auge do sucesso, com o lançamento de músicas como Ave Maria do morro (Herivelto Martins), em 1942, na Odeon, e Praça Onze (Herivelto Marfins e Grande Otelo), gravada para o Carnaval de 1942, na Columbia, com o cantor Castro Barbosa.
Em 1950, com o desquite do casal, o trio se desfez. Herivelto refez o trio com a cantora Noemi Cavalcanti (Cachoeiro de Itapemirim ES 1926 ), mas no ano de 1952 Noemi e Nilo Chagas passaram a atuar em dupla. Nesse ano, o Trio de Ouro reapareceu com nova formação: Herivelto, Raul Sampaio (Raul Coco, Cachoeiro de Itapemirim 1928—) e Lourdinha Bittencourt (Lourdes Bittencourt, Campinas SP 1928—Rio de Janeiro RJ 1979).
Sua estréia foi marcada pela regravação de antigo sucesso, Ave Maria no morro, na Victor. Assinou contrato com a Rádio Nacional, do Rio de Janeiro, onde permaneceu por dois anos. Excursionou pelo Norte do país, Minas Gerais e São Paulo. Fez temporadas na Argentina, Chile, Uruguai e Peru.
O trio atuou também, por longo tempo, como atração da Rádio Clube de Pernambuco e lançou, na Victor, musicas carnavalescas, como os sambas Noite enluarada (Herivelto Martins e Heitor dos Prazeres) e Sereno (Herivelto Martins e Nelson Gonçalves), gravado na Victor, em 1952, ao lado do cantor Nelson Gonçalves.
Gravou ainda a guarânia Índia (J. A. Flores e M. O Guerrero, versão de José Fortuna); o baião Caboclo abandonado (Herivelto Martins e Benedito Lacerda), a catira História cabocla (Herivelto Martins e Jose Messias), a rancheira Festa no Sul (Raul Sampaio e Rubens Silva), Negro telefone (Herivelto Martins e David Nasser), todos na Victor, em 1953; Saudades de Mangueira (Nelson Trigueiro e Bartolomeu Silva), Me deixa em paz (Jovelino Marques), ambas na Victor, para o Carnaval de 1954, e Boca fechada (Lupicínio Rodrigues), também na Victor em 1954.
Em 1957 o trio foi novamente dissolvido, por problemas de saúde da cantora.
CD Trio de Ouro, 1994, Revivendo RVCD 054.