quarta-feira, 20 de junho de 2007

The Jet Black's

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The Jet Black's. Grupo paulistano, um dos pioneiros do rock instrumental no Brasil, na linha dos ingleses Shadows (tirou seu nome de Jet black, sucesso desse grupo) e dos norte-americanos Ventures, embora também tivesse êxito com gravações vocais.

Formado em 1961 com o nome The Vampires, seus integrantes eram Gato (José Provetti, Valparaíso SP 1941-Rio de Janeiro RJ 1996), guitarra-solo e órgão; Jurandi (Jurandi Trindade Abreu de Silva, Rio das Contas BA 1943-), bateria; Orestes, guitarra-base; Ernestico, saxofone; e José Paulo, contrabaixo.

Contratados pela Chantecler, gravaram em 1962 o primeiro disco, um 78 rpm com duas regravações dos Shadows, Apache e KonTikí. O disco fez sucesso e seguiram-se os LPs Hully gully (1962) e Twist - The Jet Black's Again (1963).

Fizeram o acompanhamento instrumental em Rua Augusta de Ronnie Cord (1964), nos LPs de Deny e Dino e de Roberto Carlos (ambos 1966) e em diversas gravações de Sérgio Reis, Celly Campello e outros. Em 1965 fizeram suas primeiras gravações vocais, no LP The Jet Black's (1965), incluindo Susie-4, regravação do norte-americano Dale Hawkins, lançada também em compacto, junto com Theme for Young Lovers, outro original dos Shadows e que se tornaria o maior sucesso do grupo (curiosamente, a gravação dos Shadows é em ritmo de baião, e a do grupo brasileiro em rock-balada).

Em 1968, Guilherme Dotta (São Caetano do Sul SP, 1944-) entrou para o grupo, que fez sucesso até 1969, quando passou a ter formação variável em torno de Jurandi; desde a década de 1980, apresentam-se em shows e gravam esporadicamente, principalmente novas versões de seus sucessos dos anos de 1960.

Participaram, em 1995, da caixa de CDs 30 anos da Jovem Guarda (Polygram), com nova gravação de Apache. Em 1998, o nome Jet Black's foi assumido pelo tecladista Douglas Dotta (São Caetano do Sul 1968-); filho de Guilherme, que dá continuidade ao trabalho do grupo.

Veja também:

Antonio Marcos / Celly Campello / Demetrius / Deny e Dino / Eduardo Araújo / Erasmo Carlos / Fevers, The / Golden Boys / Incríveis, Os / Jerry Adriani / Jordans, The / Jovem Guarda, História da / Jovem Guarda, Cifras da / Leno e Lílian / Martinha / Paulo Sérgio / Renato e seus Blue Caps / Roberto Carlos / Ronnie Cord / Ronnie Von / Rosemary / Sérgio Murilo / Silvinha / Tony Campello / Trio Esperança / Vanusa / Vips, Os / Wanderléia / Wanderley Cardoso

Joanna

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Maria de Fátima Gomes Nogueira, a cantora e compositora Joanna, nasceu no Rio de Janeiro-RJ em 27/01/1957. Com 12 anos, ganhou um violão do pai, e passou a tomar aulas do instrumento. Fez sua primeira apresentação aos 16 anos, como cantora do grupo Rede, em Nova Iguaçú RJ.
Em 1974 ganhou o primeiro lugar no programa A Grande Chance, da TV Tupi, apresentado por Flávio Cavalcanti, com Última Forma (Baden Powell). Graças a isso, passou a cantar em casas noturnas do Rio de Janeiro.
Gravou em 1979 seu primeiro LP, Nascente, pela BMG, cuja canção Descaminhos (com Sarah Benchimol) obteve muito sucesso. A partir daí, gravou, sempre pela BMG, vários LPs de grande vendagem, com Chama (1981), que continha Nos bailes da vida (Milton Nascimento e Fernando Brant), composta especialmente para a cantora; Vidamor (1982); Joanna (1984), com Recado (Renato Teixeira); e Primaveras e verões (1990), todos contendo várias composições suas. Em 1994 lançou um CD com músicas de Lupicínio Rodrigues, elogiado pela crítica.
Apresenta-se pela América Latina e anualmente em Portugal, onde é muito popular. Em 1997, depois de quatro anos sem se apresentar no Rio de Janeiro, estreou um show no Teatro Rival, cantando músicas de seus dois últimos CDs Joanna canta Lupicinio (1994) e Joanna em samba-canção (1997).
Algumas músicas
Veja também:

João Bosco

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João Bosco

Em 13 de julho de 1948 nasce João Bosco de Freitas Mucci na cidade de Ponte Nova, Minas Gerais. Em 1958, aos 12 anos, João Bosco, quem diria, só tinha ouvidos para o rock. Acabou formando uma banda para tocar Elvis e Little Richards. O nome do grupo, X Garey, significava a forma como eles achavam que se escrevia "She’s got it", título de uma música de Little Richards. Mas tudo não passava de brincadeira de adolescente.
Em 1962, decidido a se tornar um engenheiro, mudou-se para Ouro Preto. Nos intervalos das aulas, ia se enturmando com outros músicos, que acabaram lhe apresentando Tom Jobim, João Gilberto, Elis Regina, Baden Powell, Vinícius de Moraes e outros nomes do Dream Team da Bossa Nova. Não foi surpresa para ninguém quando, em 1967, Vinícius o convenceu de que seu negócio era mesmo a música.
Em 1971 conhece o letrista Aldir Blanc, com quem faria uma série de geniais parcerias ("Bala com bala", "De frente pro crime", "Kid Cavaquinho", "Caça à Raposa", "Falso Brilhante", "Rancho da goiabada").
No ano seguinte termina a faculdade e se radica no Rio de Janeiro, onde grava sua primeira música, "Agnus Sei" (parceria com Aldir) no lado B do Disco de Bolso lançado por "O Pasquim"que lançava "Águas de Março", de Tom Jobim. No Rio compõe muito com Aldir Blanc, e várias dessas parcerias se tornam clássicos atemporais na voz de Elis Regina, como "O mestre-sala dos mares", "Dois pra lá, dois pra cá " e "O bêbado e o equilibrista", que se torna um hino informal da anistia política.
Na década de 70 lança discos solos que o destacam como violonista virtuose, elogiado por ases como o inglês John McLaughin, e compositor. Nos anos 80 e 90, depois de encerrar sua parceria com Aldir Blanc, passa a atuar mais freqüentemente como cantor, e encontra outros parceiros como Capinam ("Papel marché", outro grande sucesso), Waly Salomão e Antônio Cícero ("Holofotes"), além do filho poeta, Francisco Bosco, com quem compôs as faixas do disco "As Mil e Uma Aldeias".
Em 1998 compôs a trilha para o balé "Benguelê", do Grupo Corpo, apresentado no Rio, São Paulo, Belo Horizonte e em festivais internacionais.
Algumas músicas

João Gilberto

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João Gilberto

Por causa da batida rítmica diferente de violão que lançou no final da década de 1950, João Gilberto é considerado por muitos como o iniciador do movimento musical que ficaria conhecido em todo o mundo como bossa nova.
João Gilberto do Prado Pereira de Oliveira nasceu em Juazeiro BA, em 10 de junho de 1931. Trabalhou como crooner em Salvador e em 1949 transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde integrou o conjunto vocal Garotos da Lua. Atuou depois Como cantor e violonista no Rio e São Paulo.
Em 1958 acompanhou Elizeth Cardoso na gravação do LP Canção do amor demais, quando lançou em duas faixas - Chega de saudade e Outra vez- o estilo de harmonização e acentuação rítmica que caracterizaria a bossa nova. No mesmo ano lançou dois discos simples, como cantor, em característico estilo intimista, e, no ano seguinte, lançou o primeiro LP, Chega de saudade, com sucesso imediato.
Com o êxito mundial da bossa nova, João Gilberto transferiu-se, no início da década de 1960, para Nova York, onde tornou-se um dos mitos da música popular contemporânea. No final da década de 1980 voltou a morar no Rio de Janeiro.
Algumas músicas
A felicidade, A primeira vez, A tonga da mironga do kabuletê, Adeus, América, Águas de março, Amor certinho, Amor em paz, Aos pés da cruz, Avarandado, Bahia com H, Bolinha de papel, Bim bom, Brazil com S, Chega de saudade, Coisa mais linda, Corcovado, Curare, Da cor do pecado, De conversa em conversa, Desafinado, Dindi, Disse alguém (All of me), Doralice, É luxo só, Eclipse, Ela é carioca, Eu sambo mesmo, Eu sei que vou te amar, Falsa Baiana, Insensatez, Isto aqui, o que é?, Izaura, Jou jou balagandans, Lobo bobo, Manhã de Carnaval, Maria Ninguém, O astronauta, O barquinho, O pato, O samba da minha terra, Outra vez, Presente de Natal, Rosa Morena, Sandália de prata, Saudade da Bahia, Se é tarde, me perdoa, Segredo, Só em teus braços, Trenzinho (Trem de ferro), Trevo de quatro folhas, Wave.
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Johnny Alf

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Johnny Alf

Johnny Alf (Alfredo José da Silva), instrumentista, compositor e cantor nasceu no Rio de Janeiro em 19/05/1929. Seu pai, cabo do Exército, morreu em 1932 e a mãe foi trabalhar na casa de uma família, que o criou e custeou seus estudos. Começou a aprender piano clássico aos nove anos, com Geni Borges, amiga da família, logo demonstrando interesse por compositores do cinema norte-americano, como George Gershwin e Cole Porter.
Pelos 14 anos, formou um conjunto com amigos em Vila Isabel, indo tocar nos fins de semana na Praça Sete, do Andaraí. Cursou até o segundo ano do Colégio Pedro II, onde entrou em contato com o pessoal do Instituto Brasil-Estados Unidos, que o convidou para participar de um grupo artístico.
Por sugestão de uma amiga norte-americana, adotou o pseudônimo de Johnny Alf, quando de sua apresentação no programa de jazz de Paulo Santos, na Rádio M.E.C. Trabalhou no escritório de contabilidade da Estrada de Ferro Leopoldina, onde aproveitava os momentos livres no horário de serviço para escrever música. Com o grupo do Instituto Brasil-Estados Unidos fundou um clube para promoção e intercâmbio de música brasileira e norte-americana, que realizava sessões semanais para analisar orquestrações, solos etc., além de apresentar filmes, shows, concertos de jazz, entre outras atividades.
Quando Dick Farney, já profissional e recém-chegado dos E.U.A., ingressou no grupo em 1949, o clube passou a chamar-se Sinatra-Farney Fan Club, tendo entre seus sócios Tom Jobim, Nora Ney e Luiz Bonfá, entre outros, ainda principiantes. Na época, tocava durante a noite no clube e pela manhã assumia seu posto de cabo no Exército. Através de Dick Farney e Nora Ney foi contratado em 1952 como pianista da recém-inaugurada Cantina do César, de propriedade do radialista e apresentador César de Alencar, dando início à sua carreira profissional.
Ali a atriz Mary Gonçalves, que tinha sido Rainha do Rádio em 1952 e ia lançar-se como cantora, escolheu três composições suas, Estamos sós, O que é amar e Escuta para incluir no seu LP Convite ao romance. Em seguida foi convidado para integrar como pianista o conjunto que o violonista Fafá Lemos formou para tocar na boate Monte Carlo. Nessa época, a convite do produtor Ramalho Neto, gravou na Sinter seu primeiro disco, um 78 rpm com música instrumental (piano, contrabaixo e violão) de influência jazzística, com Falsete, de sua autoria, e De cigarro em cigarro (de Luís Bonfá). Mais tarde, revezando-se com o pianista Newton Mendonça, tocou na boate Mandarim, indo depois para o Clube da Chave, boates Drink e Plaza.
De seu repertório, duas composições começaram a se destacar, Céu e mar e Rapaz de bem, esta escrita por volta de 1953 e considerada, em termos melódicos e harmônicos, como música revolucionária e precursora da bossa nova.
Em 1955 foi para São Paulo SP, onde tocou na boate Baiúca e no bar Michel, neste último com os então iniciantes Paulinho Nogueira, Sabá e Luís Chaves. De passagem pelo Rio de Janeiro, no mesmo ano gravou na Copacabana o primeiro 78 rpm importante de sua carreira, com Rapaz de bem e O tempo e o vento, também de sua autoria.
Seis anos depois gravou na RCA seu primeiro LP, Rapaz de bem, que incluía, entre outras, Ilusão à toa, que também se tornou um grande êxito. Ainda em 1961, recebeu convite do compositor Chico Feitosa para tocar no Carnegie Hall, em New York, E.U.A., mas não viajou, permanecendo em São Paulo. No ano seguinte, retornou ao Rio de Janeiro, tocando no Bottle's Bar, na mesma época em que ali atuavam o Tamba Trio, Sérgio Mendes, Luís Carlos Vinhas e Sílvia Telles. Formou também um conjunto com o baixista Tião Neto e o baterista Edison Machado, apresentando-se no Little Club e Top Club.
A partir de 1965 realizou várias apresentações no interior de São Paulo. Foi também professor de música do Conservatório Meireles, de São Paulo. Em 1967 participou do III FMPB, da TV Record, de São Paulo, com a música Eu e a brisa, interpretada pela cantora Márcia. A composição foi desclassificada nas eliminatórias, convertendo-se porém, um mês depois, num dos maiores sucessos de sua carreira. A essa música seguiram-se Decisão e Garota da minha cidade, que representam o estilo mais exteriorizado e desinibido de sua obra.
Sua composição Rapaz de bem foi gravada, no exterior, por Lalo Schifrin. Gravou ele próprio mais dois LPs, Ele é Johnny Alf, na Parlophon, em 1971, e Nós, na Odeon, em 1974. O primeiro incluía Decisão e Garota da minha cidade, além de Eh, mundo bom taí e Anabela, ambas também de sua autoria. No segundo incluiu suas composições O que é amar, Nós, Plenilúnio e o samba de Egberto Gismonti e Paulo César Pinheiro Saudações. Radicado em São Paulo, continua compondo e fazendo shows em casas noturnas.
Algumas músicas
Veja também:

The Jordans

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The Jordans

The Jordans. Um dos maiores grupos de rock instrumental do início da década de 1960, na linha dos ingleses Shadows e dos norte-americanos Ventures. 0 que distinguia os Jordans de outros grupos brasileiros na mesma linha, como Os Incríveis e The Jet Black's, era o uso de instrumentos pouco comuns no pop-rock instrumental, como vibrafone, bandolim e três guitarras elétricas.
O grupo se formou em São Paulo SP, no bairro da Mooca, em janeiro de 1956, com Aladdin (Romeu Mantovani Sobrinho, São Paulo 1941-), guitarra-solo; Sinval (Olímpio Sinval Drago, Jaú SP 1942-), guitarra-base; Tony (José de Andrade, São Paulo 1944.-), contrabaixo; Foguinho (Valdemar Botelho Júnior), bateria; e Irupê (Irupê Teixeira Rodrigues), saxofone e trompete.
Tiraram seu nome do grupo vocal The Jordanaires, que participava das gravações de Elvis Presley. Apareceram na televisão pela primeira vez em 1958, num programa comandado por Tony e Celly Campello, na Record. A primeira gravação do grupo foi um 78 rpm pela Espaciall Mocambo, o instrumental Boudah (G. Dovan e B. Drean), no início de 1961. O grupo lançou Manito (tocando bateria enquanto Foguinho servia o exército) e Mingo, que depois formaram o conjunto The Clevers. Mais tarde, o trompetista Neno, também do The Clevers, passou a fazer parte do grupo.
Contratado pela Copacabana em 1961, o conjunto gravou vários 78 rpm, LPs e compactos. Seus sucessos incluem: Blue star (Victor Young), em 1964, e Tema de Lara (Maurìce Jarre), em 1966. Aladdin saiu em fins de 1968 e o grupo se dissolveu pouco tempo depois. Irupê transferiu-se para o grupo de samba Raça Negra, como saxofonista e arranjador.
Em 1995, com Aladdin, Sinval, Tony, Foguinho e, eventualmente, Manito, o conjunto gravou um disco de reunião, Bons tempos. Ainda ativo na segunda metade da década de 1990, foi citado em revistas francesas e inglesas como um dos remanescentes latino-americanos do pop instrumental dos anos de 1960.
Veja também:

A Jovem Guarda

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Jovem Guarda

Num sentido estrito, a expressão "Jovem Guarda" designou um programa da TV Record, de São Paulo SP, estreado em setembro de 1965 e findo em 1969, comandado por Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléia; mas tem sido comumente empregada para definir gênero musical também conhecido como iê-iê-iê, seja, a versão brasileira do rock internacional.

A Jovem Guarda foi, entretanto, cristalização de uma tendência bem anterior: a informação do rock’n’roll norte-americano da década de 1950 já criara no Brasil um mercado de consumidores e aficionados, permitindo que, desde 1957, os primeiros cantores e compositores brasileiros do gênero tentassem reproduzir o ritmo com letras em português ou cantando no original.

Entre os maiores expoentes desse período estavam os irmãos Tony e Celly Campello, Sérgio Murilo, Ed Wilson e, em fase pouco posterior, Ronnie Cord e os grupos The Jordans, The Jet Blacks e The Clevers. O trio central — Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderleia entrou em cena justamente quando começava a se acentuar a queda de popularidade dos primeiros artistas brasileiros do rock’n’roll.

Em 1961, Celly Campelo decidiu afastar-se da vida artística, enquanto as atenções se voltavam para a bossa nova e, nos meios de comunicação, sobreviviam poucos espaços: o programa Hoje é Dia de Rock, de Jair de Taumaturgo, na Rádio Mayrink Veiga carioca; o Clube do Rock, de Carlos Imperial, na TV-Rio, e Crush em Hi-Fi, na TV Record, de São Paulo.

Em discos, os sucessos rareavam: Marcianita, com Sérgio Murilo, Diana, com Carlos Gonzaga. Roberto Carlos optou, então, por algum tempo, pela bossa nova, mas Erasmo Carlos e Wanderléia decidiram insistir, tentando divulgar um tipo de música que, nessa época, já tinha muito de bolero e samba-canção, misturado ao ritmo do rock’n’roll. No Rio de Janeiro RJ, Ed Wilson, Cleide Alves, Renato e seus Blue Caps também esperavam sua oportunidade.

Foi o repentino sucesso de um compositor e intérprete radicado em São Paulo que abriu a brecha para o que seria a Jovem Guarda: em 1963, Ronnie Cord conseguiu bons índices de venda e popularidade com o rock Rua Augusta (de Hervé Cordovil), chamando a atenção do público e dos homens de media para as figuras de Roberto Carlos e Erasmo Carlos, principalmente, autores de Parei na contramão. Em seguida, É proibido fumar e Festa de arromba (da mesma dupla) confirmaram a existência do mercado.

Foi dessa música — onde os dois celebram textualmente seus companheiros de vida artística e preferência musical — que surgiu a idéia de um programa de televisão, concretizado pela TV Record paulista, na época grande investidora em música popular. Inicialmente o programa deveria chamar-se Festa de Arromba e ocuparia uma hora ociosa, a tarde de domingo, vaga desde a proibição de transmissão dos jogos de futebol. Com o nome definitivo de Jovem Guarda, o programa foi ao ar pela primeira vez em setembro de 1965, reunindo Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléia, os cantores Eduardo Araújo, Sérgio Murilo, Agnaldo Rayol, Reynaldo Rayol, Martinha, Cleide Alves, Meyre Pavão, Rosemary e os grupos The Jordans, The Jet Blacks, Renato e seus Blue Caps, Os Incríveis e Golden Boys.

Rapidamente, a Jovem Guarda tornou-se uma das grandes atrações da emissora, reunindo grandes plateias de adolescentes no Teatro Record, mas foi a partir de 1966, com o grande sucesso de Roberto Carlos e Erasmo Carlos Quero que vá tudo para o inferno, que o programa tomou proporções nacionais e passou a ser sinônimo de movimento ou tendência musical.

Outros artistas se juntaram ao grupo inicial: Ronnie Von, Vanusa, De Kalafe, Deny e Dino, Leno e Lílian, Antônio Marcos, Os Vips, Os Brasões, The Pops, entre outros. Seguindo o exemplo da Apple, promotora dos Beatles, a agência de publicidade Magaldi, Maia & Prosperi passou a coordenar industrialmente a imagem do trio central da Jovem Guarda, criando as marcas Calhambeque, Tremendão e Ternurinha para uma série de produtos que ia de bonecas a calças e blusas.

Vários compositores de outras áreas começaram então a se interessar pelos ritmos da Jovem Guarda, como Jorge Ben, que passou a freqüentar o programa, e os baianos Gilberto Gil e Caetano Veloso, que, aconselhados pela cantora Maria Bethânia, incorporaram ao seu trabalho elementos do iê-iê-iê, como as guitarras que acompanhavam Domingo no parque e Alegria, alegria, no III FMPB, da TV Record, em 1967.

Segundo Erasmo Carlos, foi justamente a Tropicália — movimento que Gil e Caetano fundaram nesse período — uma das principais causas do esvaziamento da Jovem Guarda. “A Tropicália — diz ele — era uma Jovem Guarda com consciência das coisas, e nos deixou num branco total”.

Mas, antes de se extinguir totalmente no início de 1969, diluída pela superexposição ao consumo, pelo cansaço e esgotamento criativo de seus participantes e pelos prejuízos que levaram Magaldi, Maia & Prosperi a desistir dos esquemas comerciais, a Jovem Guarda deixou sua contribuição, alimentando vários programas semelhantes na televisão, como a Festa do Bolinha, de Jair de Taumaturgo, na TV-Rio carioca, e publicações especializadas, como a revista Reis do iê-iê-iê, sucessora do que a Revista do rock tinha sido para o rock’n’roll brasileiro na década de 1950.

Além de projetar nacionalmente alguns de seus ídolos, o movimento foi em grande parte responsável pela posterior assimilação de instrumentos eletrônicos na música brasileira de todas as tendências e pela fusão de informações estrangeiras e dados nacionais que caracterizou a produção musical na década de 1970.

No início da década seguinte, Leo Jaime, os Titãs, a Blitz e outros intérpretes e grupos roqueiros retomaram a musicalidade simples e direta da Jovem Guarda, constituindo a Nova Jovem Guarda.

Em 1995, remanescentes da Jovem Guarda se reuniram para comemorar os 30 anos do movimento, gravando uma caixa de cinco CDs para a Polygram, onde recriam os antigos sucessos, e fazendo uma serie de shows com com êxito nacional: Wanderléia, Erasmo Carlos, Ronnie Von, Bobby de Carlo, Os Vips, Os Incriveis, Martinha, Leno e Lílian, Golden Boys e outros.

Ainda em 1995, a Paradoxx lançou dois CDs com vários artistas da Jovem Guarda, mas gravados ao vivo, nos shows comemorativos; e, no ano seguinte, a revista Caras colocou no mercado uma coleção de seis CDs e fascículos, contando a historia da Jovem Guarda e com remasterizações das gravações originais.
Protagonistas
Algumas músicas

Legião Urbana

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Legião Urbana. Grupo vocal-instrumental, um dos mais importantes do pop-rock brasileiro da década de 1980, influenciado por grupos como os ingleses The Smiths, Clash e Gang of Four. Formado em Brasília DF em 1982 por Renato Russo, vocais e guitarra base; Marcelo Bonfá (Marcelo Augusto Bonfá, Itapira SP 1965-), bateria; Dado Villa-Lobos (Eduardo Dutra Villa-Lobos, Bruxelas, Bélgica 1965-), guitarra; Renato Rocha (Rio de Janeiro 1961-), contrabaixo.
Antes desse grupo, em 1978, Russo, também contrabaixista, formara o primeiro conjunto punk de Brasília, o Aborto Elétrico, ao lado do baterista Felipe Lemos (que mais tarde fundou o Capital Inicial; do guitarrista André Pretorius. Outros integrantes fundadores do Legião, que permaneceram no grupo apenas um ano, foram os guitarristas Ico Ouro-Preto e Eduardo Paraná.
Contratado pela EMI, primeiro disco do grupo foi o compacto Será (Renato Russo), um dos maiores sucessos de 1985. Seus três primeiros LPs, Legião Urbana (1984, incluindo Será, Geração Coca-Cola e Ainda é cedo, regravada por Marina), Dois (1986, com destaque para Tem perdido, regravada por Leila Pinheiro, Quase sem querer e Eduardo e Mônica) e Que país é este? (1987, cujos sucessos foram a faixa-título e Faroeste caboclo), consolidaram o grupo entre os mais influentes da década.
Em 1989, Renato Rocha se desligou, Renato Russo assumiu o contrabaixo e o grupo continuou como trio, gravando o disco As quatro estações, que manteve o sucesso, puxado por faixas como Pais e filhos e Meninos e meninas.
Os outros discos do grupo são Legião Urbana V(1991), Música para acampamentos (duplo ao vivo, 1992), Descobrimento do Brasil (1993) e A tempestade ou O livro dos dias (1996), cujo lançamento coincidiu com o falecimento de Renato Russo, vítima de AIDS.
Em 1997 foi lançado o disco Uma outra estação, reunindo gravações antigas e recentes do grupo. CDs: Música para acampamentos (2 CDs), 1992, EMI 781226-2; As quatro estações, 1995, EMI 835836 (página dedicada a Débora Navas, Itú-SP).
Algumas músicas

Leila Pinheiro

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Leila Pinheiro

Leila Pinheiro, cantora, nasceu em Belém PA, em 16/10/1960. Começou seus estudos de piano em 1970, no Instituto de Iniciação Musical, em sua cidade natal, prosseguindo-os, a partir de 1974, com o músico paraense Guilherme Coutinho. Estreou como cantora em 1970, no show Sinal de partida, no Teatro da Paz, de Belém.

Em 1981 mudou-se para o Rio de Janeiro RJ e gravou de forma independente seu primeiro disco, Leila Pinheiro, lançado em 1983. Dois anos depois, defendeu a canção Verde (Eduardo Gudin e José Carlos Costa Neto) no Festival dos Festivais da TV Globo, garantindo o terceiro lugar e o prêmio de cantora revelação.

Em 1986 foi contratada pela Polygram e gravou o disco Olho nu, com participação do guitarrista norte-americano Pat Metheny. Representou o Brasil no Festival Mundial Yamaha, no Japão, sendo premiada como melhor intérprete.

Em 1987 recebeu da Associação Brasileira de Produtores de Disco o Troféu Villa-Lobos, como revelação feminina do ano. Lançou seu terceiro disco em 1988, Alma, pela Polygram.

Em 1989 foi convidada por Roberto Menescal para ser a intérprete de um disco em comemoração aos 30 anos da bossa nova, para o mercado japonês. Com produção e arranjos do próprio Menescal, o disco, Bênção, bossa nova, tornou-se grande sucesso tanto no Japão como no Brasil.

Em 1991 participou do I Rio Show Festival, com Roberto Menescal e banda. Lançou o disco Outras caras, também com produção de Menescal. Gravou em 1993 0 CD Coisas do Brasil, produzido e arranjado por César Camargo Mariano, e excursionou pela Europa.

Em 1994 transferiu-se para a EMI, pela qual gravou Isso é bossa nova. Em 1996 gravou e produziu Catavento e girassol, trabalho dedicado à obra de Guinga e Aldir Blanc. Em 1997 participou do show em homenagem a Vinícius de Moraes no Metropolitan, Rio de Janeiro, e fez tournée pelos E.U.A, com Ivan Lins.

Algumas músicas cifradas:

Abandono, Abril, Ah! Se eu pudesse, Amor em paz, Batida diferente, Besame, Call me, Canibaile, Catavento e girassol, Ela é carioca, Lua de cetim, Luz do ar, Moça flor, Nada por mim, O barquinho, Oceano, Samba da benção, Se é tarde, me perdoa, Verde, Você.

Veja também:

Agostinho dos Santos / Alaíde Costa / Aloysio de Oliveira / Baden Powell / Billy Blanco / Bossa Nova, Dicionário da / Bossa Nova, História da / Bossa Nova, mais letras / Cariocas, Os / Carlos Lyra / Chico Feitosa / Edu Lobo / Elizeth Cardoso / João Gilberto / Johnny Alf / Luiz Bonfá / Lula Freire / Maysa / Nara Leão / Newton Mendonça / Roberto Menescal / Ronaldo Bôscoli / Sylvia Telles / Tom Jobim / Vinícius de Moraes.

Itália romântica

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Alguns representantes:
Algumas músicas cifradas:

Leno e Lílian

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Leno e Lílian. Dupla vocal formada por Lílian (Sílvia Lília Barrie Knapp, Rio de Janeiro RJ 1948-) e Leno (Gileno Osório Wanderley de Azevedo, Natal RN 1949-). A cantora, compositora e modelo Lílian começou a se apresentar com sucesso ao lado do compositor Leno durante a década de 1960, no programa Jovem Guarda, da TV Record, de São Paulo SP, gravando pela CBS em 1966 o compacto simples Devolva-me (Lílian e Renato Barros), além de Pobre menina (Russell, versão de Leno), seu primeiro sucesso.
Nesse mesmo ano a dupla gravou o LP Leno e Lílian (CBS), incluindo Devolva-me, Pobre menina e ainda Eu não sabia que você existia (Renato Barros e Tony), gravando no ano seguinte o LP Não acredito, que apresentou, entre outros, Não acredito (Neil Diamond, versão de Rossini Pinto), e Coisinha estúpida (Carson Parks, versão de Leno).
A dupla se apresentou em rádios, televisões e shows em todo o país, dissolvendo-se em 1968, passando os cantores a atuar individualmente, quando Leno gravou o LP Leno (CBS), que incluía, de Renato Barros, Papel picado e A pobreza.
No ano seguinte, gravou A festa dos seus quinze anos (CBS), incluindo, além da faixa-título (Ed Wilson), E quando você me deixou (Pedro Paulo e Getúlio Cortes).
Em 1972 a dupla voltou a gravar na CBS, realizando o LP Leno e Lílian, que incluía, entre outros, Deus é quem Sabe (Raul Seixas) e Esqueça e perdoe (Getúlio Cortes), gravando no ano seguinte o segundo Leno e Lílian, com Mesmo sem luar (Charden) e Amantes de verão (Ramírez), ambas versões de Fred Jorge.
Em 1995 participaram dos shows e discos comemorativos dos 30 anos da Jovem Guarda. Continuam se apresentando, em dupla ou separadamente, em shows e gravações ocasionais.
Veja também:

Lucho Gatica

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O cantor chileno Lucho Gatica, que foi coroado na década de 1950 como ''El Rey del Bolero" por seu estilo renovador de interpretação chega hoje aos 72 anos de idade. Gatica começou sua longa carreira de êxitos em seu país natal há mais de meio século, na cidade de Rancagua, ao sul de Santiago, em 11 de agosto de 1928.
Das composições que o fizeram famoso em todo o continente, destacam-se: Contigo en la distancia, El reloj, Historia de un amor, La barca, La puerta, e No me platiques.
Gatica, radicado no México, continua cantando, mas a voz que deixou gravada no acetato já não é mais a mesma. De qualquer forma, nos lugares onde se apresenta se enchem de admiradores incondicionais que não tiveram oportunidade de vê-lo pessoalmente na sua melhor forma, na época dourada e já desaparecida do bolero. Pero Lucho Gatica ¡Sigue siendo el rey! (Mas Lucho Gatica segue sendo o rei!). Mais links sobre o intérprete: La Cuarta - Grandes Voces

Lula Freire

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Lula Freire (Luís Fernando de Oliveira Freire), compositor, nasceu no Rio de Janeiro RJ em 25/9/1938. Industrial, começou a interessar-se por música na época do surgimento da bossa nova, em 1959. Sua primeira letra foi feita para uma melodia de Chico Feitosa, Passarinho, gravada por Sérgio Ricardo, na Odeon, ainda em fins de 1959. Compôs a letra para diversas músicas, como Moça flor (com Durval Ferreira), Resolução (com Edu Lobo), Lenda (com Marcos Vale), Feitinha pro poeta (com Baden Powell), Amanhecendo (com Roberto Menescal) .
Em 1962 foi eleito deputado federal pelo Maranhão e quatro anos depois sua composição Cidade vazia (com Baden Powell) obteve o quarto lugar no FNMP da TV Excelsior de São Paulo.
Obras
Amanhecendo (c/Roberto Menescal), samba, 1964; Cidade vazia (c/Baden Powell), 1966; Feitinha pro poeta (c/Baden Powell), samba, 1965; Moça da praia (c/Roberto Menescal), samba, 1964; Moça-flor (c/Durval Ferreira), 1974; Noite de paz (c/Roberto Menescal), samba-canção, 1964.
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