Alceu Paiva Valença, compositor e cantor, nasceu em São Bento do Uno, Pernambuco em 17 de novembro de 1946. Mudou-se com dez anos para Recife PE, onde se formou em direito, logo abandonando a profissão. Como jornalista, fez estágios nas sucursais do
Jornal do Brasil e da Bloch Editores.
Estreou como músico no Recife, em fins de 1968, no show Erosão: a cor e o som, já demonstrando então a influência da moda-de-viola, de Nelson Gonçalves e de Elvis Presley. No mesmo ano, participou do I Festival Universitário de Música Popular com Maria Alice (com Sérgio Bahia), interpretada pela dupla Ivete e Arlete.
Em 1972 mudou-se para o Rio de Janeiro RJ, onde gravou, sem sucesso, seu primeiro LP pela Copacabana - Alceu Valença e Geraldo Azevedo - e participou do Festival Universitário, da TV Tupi, com três músicas, Planetário, Água clara e 78 rotações, esta com Geraldo Azevedo. Voltou ao Recife, no mesmo ano, e logo recebeu o convite de Sérgio Ricardo para fazer o papel principal do filme A noite do espantalho, filmado em Nova Jerusalém PE.
Participou também como cantor da trilha sonora do filme, lançada em LP pela Continental em 1974, e do show O ovo e a galinha, com o grupo Os Diamantes, iniciando, a seguir, uma experiência nova, cantando no Circo da Raposa Malhada, em Recife. Formou, depois, o grupo Catende, que excursionou por algumas cidades do Nordeste e se apresentou no Rio de Janeiro. Em 1974 gravou o LP Molhado de suor (Som Livre) e, em janeiro do ano seguinte, fez parte do Festival Abertura, da TV Globo, com Vou danado pra Catende, música que o projetou.
A partir de 1975, começou a musicar diversos poemas de Ascenso Ferreira, como Maracatu e Oropa, França, Bahia. Lançou nesse ano o disco Vivo! (Som Livre), uma incursão pelo mundo do rock. O álbum seguinte, Espelho cristalino (Som Livre, 1978), já trazia a mistura de música regional nordestina e pop, com a qual ficaria conhecido. Em 1979 gravou em Paris, França, o LP Saudades de Pernambuco. No ano seguinte, lançou com sucesso a música Coração bobo.
Em 1982 saiu o disco
Cavalo de pau (Ariola), com as músicas
Lava mágoas (com Dominguinhos),
Maracatu (sobre poema de Ascenso Ferreira) e
Pelas ruas que andei (com Vicente Barreto), entre outras.
Em 1987 lançou o álbum Leque moleque (RCA). Dois anos depois, lançou o disco Oropa, França, Bahia (RCA). Em 1990 foi a vez do álbum Andar, andar (EMI). Percorreu diversas cidades do Brasil com o show de lançamento do disco. Em 1991 participou do festival Rock in Rio 2.
Em 1996 gravou o CD
Mourisco, no qual interpreta músicas de outros compositores, todas tendo como tema o mar. Neste CD lançou a música de sua autoria
Mar. Fez sucesso ainda com
Morena tropicana (com Vicente Barreto) e
Como dois animais.
Suas composições foram gravadas por diversos artistas, entre eles Elba Ramalho (
Chego já),
Maria Bethânia (
Retrado falado e
Metrô da saudade), Luís Gonzaga (
Plano piloto, de autoria dos dois). Sobre ele foi lançado o livro
Alceu Valença em frente e verso, de autoria de Anameli Maciel (Edição do Autor, Recife, 1988).
Algumas músicas
Agalopado,
Ai de ti, Copacabana,
Anjo avesso,
Amor covarde,
Anunciação,
Arreio de prata,
Belle du jour,
Borboleta,
Cabelo no pente,
Cabelos longos,
Cavalo-de-pau,
Como dois animais,
Coração bobo,
Dia branco,
Dolly,
Espelho cristalino,
Estação da Luz,
Girassol,
Meu forró é meu canto,
Moinhos,
Molhado de suor,
Morena tropicana.
Na melodia de pisa na fulô,
Na primeira manhã,
No balanço da canoa,
O P da paixão,
Papagaio do futuro,
Pelas ruas que andei,
Perfídia,
Pétalas,
Pombo correio,
Recado falado,
Romance da bela Inês,
Rouge carmin,
Sete desejos,
Sol e chuva,
Solidão,
Táxi lunar,
Te amo, Brasília,
Tesoura do desejo,
Vem, morena,
Voltei, Recife.
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