domingo, 30 de dezembro de 2007

Pedrinho Mattar

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Pedrinho Mattar

Pedrinho Mattar (Pedro Mattar), instrumentista, nasceu em São Paulo SP em 19/08/1936 e faleceu em 07/02/2007, em Santos SP. Membro caçula de uma família de dez irmãos, quase todos ligados ao piano, começou a tocar aos oito anos de idade.

Sua primeira apresentação em público ocorreu em 1953, na União Cultural Brasil-Estados Unidos, de São Paulo, onde estudava, acompanhando os cantores nos song fests. No ano seguinte formou o Pedrinho Mattar Trio, que teve numerosas formações. Estudou piano clássico em 1956 com Helena Plant, na Escola Madalena Tagliaferro.

Três anos depois, realizou sua primeira excursão ao exterior, acompanhando a cantora Leny Eversong a Las Vegas, EUA, seguida em 1960 de uma tournée pelo Uruguai e Argentina, acompanhando Agostinho dos Santos. No mesmo ano, tocou no bar paulistano Baiúca e conheceu Claudete Soares, com quem trabalhou durante dez anos em shows e boates.

De 1960 a 1962, atuou em diversos shows de bossa nova em São Paulo e no Rio de Janeiro e fez a produção musical dos programas de televisão de Bibi Ferreira, atuando como solista ou acompanhando cantores convidados. Mais tarde, teve seu próprio programa na TV Excelsior, de São Paulo, Boa Tarde Gente, que durou cinco meses. No mesmo período, tocou na boate Juão Sebastião Bar, de São Paulo, acompanhando Claudete Soares, Taiguara, Marisa Gata Mansa e Chico Buarque, entre outros.

Ainda em 1962, viajou com Maysa para apresentações em Portugal e Espanha, e gravou seu primeiro LP, Pedrinho Mattar Trio, pela Farroupilha. Nos dois anos seguintes foram lançados Pedrinho Mattar Trio n°2 e Pedrinho Mattar Trio n°3, pelos quais recebeu o título de Melhor Solista do Ano em 1963 e 1964.

Tocou pela primeira vez no Teatro Municipal, de São Paulo, em 1965, com orquestra sinfônica dirigida por Diogo Pacheco, a Rhapsody in Blue, de George Gershwin (1 898—1937); no ano seguinte, gravou a composição pela RCA Victor e recebeu os prêmios de Melhor Disco e Melhor Solista do Ano.

Instalou-se no Rio de Janeiro de 1971 a 1974, onde participou de diversos shows, como o da boate Pujol, com Sandra Brea e Miele, com quem também excursionou por todo o Brasil, além de espetáculos em teatro, como Fica combinado assim, com Claudete Soares e Agildo Ribeiro, no Teatro Princesa Isabel (1971), e Misto quente (1972).

Em 1971 gravou o LP Um show de Mattar, na Copacabana. Três anos depois, excursionou com Raul Solnado pela Venezuela e com Cauby Peixoto pela Argentina.

Paralelamente a suas atuações na música popular, dedicou-se também à música clássica: apresentou-se com a Orquestra Sinfônica Nacional em várias oportunidades, participou dos Concertos para a Juventude, da Rádio MEC, em 1972, e em 1979 realizou show nas escadarias do Teatro Municipal de São Paulo, reunindo grande número de espectadores.

Na década de 1990 continou tocando na noite de São Paulo, apresentando programas em televisão, como o Pianíssimo, da Rede Vida, e realizando shows no exterior.

CDs: Pianomania, 1996, RGE 8506-2; As 20 preferidas, 1997, RGE 5553-2.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Folha - PubliFolha.

Pingarilho

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Pingarilho

Pingarilho (Carlos Alberto Valle Pingarilho), compositor, instrumentista, cantor, artista plástico e arquiteto, nasceu no Rio de Janeiro em 07/01/1940. Primo de Marcos e Paulo Sérgio Valle, autodidata em gaita, estudou acordeom na Academia Mário Mascarenhas (1955) e violão com o professor Bandeirante (1956).

Iniciou sua carreira artística no final dos anos 1950, atuando (na gaita, acordeom e bateria) em conjuntos musicais ao lado de Marcos Valle, que registrou, em 1964, sua composição Canção pequenina.

Ligado à chamada "segunda geração da bossa nova", ao lado de Marcos e Paulo Sérgio Valle, Dori Caymmi e Edu Lobo, entre outros.

Com destacada atuação na área da arquitetura, é autor de diversos projetos publicados em revistas e livros especializados. Leciona Arquitetura na Universidade Santa Úrsula. Realizou, no campo das artes plásticas, inúmeras exposições de seus trabalhos.

Em 1998, participou, como convidado especial, do show de lançamento do CD Rhythm traveller, de Dom Um Romão, realizado em espaços cariocas como Casa de Cultura Laura Alvim, Teatro Gláucio Gil e Mistura Fina.

Em 2002, lançou seu primeiro CD, Pingarilho - Histórias e Sonhos, atuando como cantor, violonista, pianista, gaitista e percussionista. O disco, produzido por Arnaldo DeSouteiro, contou com a participação de Eumir Deodato, Marcos Valle, Roberto Menescal, Thiago de Mello, Ithamara Koorax, Dom Um Romão, Jorge Pescara, Paula Faour, Marcelo Salazar, Bebeto Castilho, Zé Carlos Bigorna e Bidinho, entre outros.

No repertório, suas composições Samba do dom natural, Samba da pergunta, Samba de rei, Samba tempo, Todas as coisas do mundo, Eu só posso assim, todas com Marcos Vasconcellos, Cores do amor, Martim pescador, Seu encanto (c/ Marcos Valle, Paulo Sérgio Valle e Ray Gilbert), Fogão de lenha, Das coisas que eu mais queria (c/ Lula Freire), Samba de luar, Encontro (c/ Millor Fernandes), Da serra pro mar e Histórias e sonhos (Stories and dreams), além de Plus fort que nous (Francis Lai e Pierre Barouh).

Fonte: Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira.

Francisco Petrônio

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Francisco Petrônio (Francisco Petrone), cantor, nasceu em São Paulo SP em 8/11/1923 e faleceu na mesma cidade em 19/01/2007. Desde criança pensava em ser cantor. Trabalhando como motorista de táxi, conheceu Nerino Silva, que o levou para um teste em um programa na Rádio Tupi.

Aprovado, iniciou carreira profissional na emissora em 1961, ano em que gravou seu primeiro disco, um compacto na Chantecler, com o bolero Agora (Augusta de Oliveira e Antônio Soares) e Não me fale dela (Cláudio de Barros). Passou a especializar-se em canções da chamada velha guarda, como valsas, serestas e baladas de compositores brasileiros, que refletiam imagens do passado. Obtendo sucesso no gênero, fez vários shows na capital e interior de São Paulo, ganhando grande popularidade.

Gravou os LPs Um brasileiro na Itália, volumes I e II, pela Continental. Em 1965 foi a Portugal, contratado para um show no Cassino Estoril. Retornou ao Brasil e, entrando em contato com o Clube da Saudade, de São Paulo, passou a ser o maior divulgador do Baile da Saudade, percorrendo cidades com sua equipe de músicos para tocar em festas, com repertório de músicas e ritmos do passado.

Gravou então o LP de grande sucesso Baile da saudade, pela Continental, e em 1966 foi convidado a apresentar mensalmente o programa do mesmo nome na TV Globo, de São Paulo, obtendo êxito. Dois anos depois, produziu seu próprio programa Baile da Saudade, na Rádio Gazeta, passando para a Rádio América, depois para a Nove de Julho e Record.

Formou a Orquestra da Saudade, com casais dançarmos, continuando a divulgar o Baile da Saudade em clubes e excursões pelo Brasil. Dedicou-se, depois, a regravações de antigos sucessos, como os CDs Trinta anos de saudade, de 1995, e Lembranças, de 1997, ambos pela RGE.

CD: Francisco Petrônio & Dilermando Reis — Dose Dupla, 1995, Continental 063010655-2.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora - PubliFolha.

Renato Murce

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Renato Murce (Renato Floriano Murce), apresentador, diretor e locutor, nasceu em 07/02/1900, no Rio de Janeiro e faleceu em 26/01/1987 na mesma cidade. Foi um dos pioneiros em sua profissão, criou três do mais famosos programas radiofônicos do país: Almas do Sertão, Piadas do Manduca e Papel Carbono.

Em meados dos anos 30, animava programas de calouros nos auditórios das rádios, entre elas, a Rádio Clube do Brasil, com Papel Carbono. Tornou-se diretor artístico, ou programador, das mais importantes emissoras radiofônicas do Rio, escolhendo e organizando as apresentações e seus horários.

Contratado pela Rádio Nacional do Rio de Janeiro entre as décadas de 40 e 50, seu programa cômico Piadas do Manduca conquistava uma esmagadora audiência. Trecho: - Manduca, dê um exemplo de coisa escura. - Mas bem escura? - É, naturalmente escura, bem escura, vamos. - Bem escura... É o Leônidas, contrastando com o Maneco, dentro de um túnel, chupando jabuticaba, os dois vestidinhos só com uma tanguinha preta.

Murce também foi o responsável pelo sucesso de cantores famosos, entre eles, Chico Anísio, Agnaldo Rayol, Baden Powell, Luiz Gonzaga e Ângela Maria. Atuou também nas telas, contracenando com Grande Otelo em Futebol em Família, de 1938.

Em 1952, Murce brigava com Carmélia Alves por causa do concurso da Rainha do Rádio. Ele achara que sua candidata, Adelaide Chiozzo, perdera porque Carmélia dera votos para outra candidata.

O radialista foi casado com a atriz Eliana Macedo, com quem atuou no filme Rio Fantasia, em 1952. Ele escreveu Os Bastidores do Rádio, resultado de uma valiosa experiência, que começou quando a potência das antenas não ia além das fronteiras do Rio de Janeiro e chegou à sua fase mais sofisticada, com a utilização da mais moderna tecnologia, levando seu som e suas mensagens às mais longínquas regiões do mundo.

Osvaldo Sargentelli

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Osvaldo Sargentelli, sambista, produtor, locutor e radialista, nasceu no Rio de Janeiro, em 8 de dezembro de 1924. Considerado o mestre das mulatas, um boêmio inveterado, dono de casas noturnas no Rio e São Paulo. Ficaram famosas as “Mulatas do Sargentelli”, lendárias bailarinas que desfilaram a beleza brasileira entre as décadas de 60 e 80, mexendo com a imaginação dos jovens e adultos da época, no Brasil e no exterior.

Sobrinho do compositor Lamartine Babo, era seu profundo admirador e curtia suas composições, desde as marchinhas de carnaval, às lindas canções e os hinos dos clubes do futebol cariocas. Em plena ditadura ele ousou fazer shows acompanhado por mulatas estonteantes. Seu grande sucesso foi o espetáculo “Sargentelli e as mulatas que não estão no mapa”, na década de 70.

Sargentelli amava o samba, era portelense, filho de Ogum, Iemanjá, Oxum e Oxossi. Era o rei do bate papo, da conversa de botequim, do samba da caixinha de fósforo, do bom humor, da irreverência. Era também botafoguense doente. Falar mal do Garrincha ou do Nilton Santos era xingar a mãe dele.

Quem tem mais de quarenta anos, ouvia rádio e assistia televisão estará lembrando dos programas “Viva meu samba” nos anos 50 e 60, pelas rádios, Mundial, Guanabara e Mauá, das entrevistas contudentes na TV, em que a voz de trovão imprensava políticos e gente famosas na parede, com perguntas picantes, ou de sua participação como jurado, “Gente Boa” no programa Flávio Cavalcanti, importou turistas e exportou a imagem do Rio e do Brasil levando seus shows à Europa, Estados Unidos, México, Caribe e América do Sul.

Sargentelli transitava por todas essas atividades com o mesmo talento, o mesmo bom humor e a mesma irreverência que fizeram dele, um carioca típico.

Sua casa de show Oba-Oba em Ipanema, entre outras que trabalhou, tornou-se uma ponte entre a cultura popular afro-brasileira, oriunda do centro. Zona norte, e dos subúrbios e da cultura da elite da zona sul, que recebeu de braços abertos aquela explosão de samba, fantasia, canto e da beleza da enchendo a casa de cariocas, brasileiros de todos os estados e turistas de todo o mundo.

Foi pioneiro em mostrar, que shows unicamente com mulatas, negros, caboclos e cafuzos, tinham energia, qualidade e profissionalismo suficiente para se apresentar em qualquer lugar, sem precisar contar com estrangeiros ou estrelas de fora.

Osvaldo Sargentelli faleceu aos 78 anos, em 12 de abril de 2002.

Fonte: Cine Tv Brasil - Osvaldo Sargentelli

sábado, 29 de dezembro de 2007

Paulo Sérgio Valle

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Paulo Sérgio Valle(Paulo Sérgio Kostenbader Valle), compositor e escritor, nasceu no Rio de Janeiro RJ, em 6/8/1940. Advogado, formado pela antiga Universidade Estadual da Guanabara, em 1961 já compunha letras para o trio formado por seu irmão Marcos Valle, Edu Lobo e Dori Caymmi.

Sua primeira composição gravada foi Sonho de Maria (com Marcos Valle), lançada, em 1963, pelo Tamba Trio. Compôs sempre em parceria com o irmão, que incluiu suas músicas nos LPs que gravou. Em 1965, trabalhou como piloto comercial na linha Rio-Amazonas, ano em que alcançou o segundo lugar das paradas de sucesso, nos EUA, com Samba de verão, na gravação de Walter Wanderley. A música teve mais tarde cerca de 80 gravações diferentes nos EUA. Marcos Valle, quando estava nesse país, em 1965, costumava enviar-lhe as músicas para que colocasse a letra.

A partir de 1970, dedicou-se também a fazer jingles e trilhas sonoras para novelas de televisão, como Pigmalião 70 (TV Globo), e em 1971 venceu a IV Olimpíada da Canção de Atenas, Grécia, com Minha voz virá do sol da América (com Marcos Valle).

Entre as composições da dupla de irmãos, várias músicas marcaram época: Eu preciso aprender a ser só, Terra de ninguém (lançada por Elis Regina), Viola enluarada e Mustang cor de sangue. Em parceria com Nelson Mota, compuseram o tema de Natal da TV Globo, Um novo tempo. Posteriormente, sua carreira ganhou uma orientação mais popular. Compôs então várias músicas com José Augusto, entre elas Página virada e Evidências, gravadas por Chitãozinho e Xororó, Sábado e Separação, gravada por Simone.

Fez também parceria com Chico Roque, compondo Essa tal liberdade, gravada pelo grupo Só Pra Contrariar, e Sempre mais, gravada pelo grupo Araketu, entre outras. Roberto Carlos gravou 17 parcerias suas com o maestro Eduardo Lages, como Coisas do coração e Nunca te esqueci, bem como Tanta solidão, parceria com Mauro Mota e Marcos Valle.

Em 1995 lançou seu primeiro livro, Pedalando pelo caminho de Santiago, iniciando carreira de escritor.

Obras: Black is Beautiful (c/Marcos Valle), 1971; Capitão de indústria (c/Marcos Valle), s.d.; Coisas do coração (c/Eduardo Lages), s.d.; Com mais de trinta (c/Marcos Valle), 1971; Os dentes brancos do mundo (c/Marcos Valle), 1969; Deus brasileiro (c/Marcos Valle), samba, 1965; Dia de vitória (c/Marcos Valle), 1970; Essa tal liberdade (c/Chico Roque), s.d.; Estrelar (c/Marcos Valle), s.d.; Evidências (c/José Augusto), 1992; Gente (c/Marcos Valle), s.d.; Maria da favela (c/Marcos Valle), 1965; Mustang cor de sangue (c/Marcos Valle), 1969; Um novo tempo, (c/Marcos Valle e Nelson Mota), s.d.; Nunca te esqueci (c/Eduardo Lages), s.d.; Olhando estrelas (c/Eduardo Lages), s.d.; Página virada (c/José Augusto), s.d.; Paixão antiga (c/Marcos Valle), s.d.; Pelas ruas do Recife (c/Marcos Valle), 1968; Pigmalião 70 (c/Marcos Valle e Novelli), 1970; Preciso aprender a ser só (c/Marcos Valle), samba, 1965; Quarentão simpático (c/Marcos Valle), 1970; Razão de viver (c/Eumir Deodato), 1968; Remédio pro coração (c/Marcos Valle), s.d.; Sábado (c/José Augusto), s.d.; Samba de verão (c/Marcos Valle), samba, 1965; Separação (c/José Augusto), s.d.; Sonho de Maria (c/Marcos Valle), samba, 1963; Tanta solidão (c/Mauro Mota e Marcos Valle), s.d.; Viola enluarada (c/Marcos Valle), toada, 1967.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora - PubliFolha.

Marcos Valle

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Marcos Valle

Marcos Valle (Marcos Kostenbader Valle), compositor, arranjador, cantor e instrumentista, nasceu no Rio de Janeiro RJ em 14/9/1943. Começou a estudar piano clássico aos seis anos, formando-se em piano e teoria musical pelo Conservatório Haydée Lázaro Brandt com 13 anos. Nessa época, passou a estudar acordeom, dedicando-se quatro anos depois ao violão.

Em 1961 formou um trio com Edu Lobo, seu colega de colégio, e Dori Caymmi. Começou a compor com seu irmão, o letrista Paulo Sérgio Valle, criando uma dupla que produziu vários sucessos. A primeira música foi Sonho de Maria, gravada pelo Tamba Trio em 1963.

No ano seguinte, lançou seu primeiro LP, Samba demais, pela Odeon, com seis músicas suas e seis de outros autores, ganhando com esse disco vários prêmios. Nessa época, começou a se apresentar em shows, cantando suas próprias composições, entre as quais fez sucesso Terra de ninguém.

Em seu segundo LP — O compositor e o cantor Marcos Valle — editado em 1965, incluiu uma de suas músicas de maior êxito, Eu preciso aprender a ser só. Em junho do mesmo ano, foi para os EUA e, ao chegar, sua composição Samba de verão, gravada por Walter Wanderley, estava em segundo lugar nas paradas de sucesso (a música teve cerca de 80 gravações diferentes nos EUA). Durante oito meses se apresentou com o conjunto de Sérgio Mendes em boates, universidades e na televisão, tendo participado do programa de Andy Williams.

Em 1966 voltou ao Brasil, onde se apresentou em televisão e shows e gravou outro LP Braziliance — a música de Marcos Valle, e nos anos seguintes gravou ainda os LPs Viola enluarada (1967) e Mustang cor de sangue (1969), todos pela Odeon. No fim da década de 1960, começou a dedicar-se à composição de temas de novelas, tendo feito Azimute em 1969 para a novela Véu de noiva.

Gravou nessa época os LPs Marcos Vale (1970), com o tema de novela Pígmalião 70 (com Paulo Sérgio Valle e Novelli); Garra (1971), contendo Com mais de trinta e Black is Beautiful (com Paulo Sérgio Valle); Vento sul (1972); Previsão do tempo (1973), com o tema da novela Ossos do barão (com Paulo Sérgio Valle); Marcos Vale (1974), com Meu herói (com Paulo Sérgio Valle). Venceu, em 1971, a IV Olimpíada da Canção de Atenas, Grécia, com Minha voz virá do sol da América.

De 1975 a 1980 morou nos EUA, onde cantou a música Something (George Harrison) com Sarah Vaughan, no disco Songs of the Beatles, lançado em 1981. Em 1977 escreveu os arranjos, juntamente com Airto Moreira, para o disco deste intitulado Touching You, Touching Me, que foi indicado para o Prêmio Grammy.

Em 1979, o grupo Chicago gravou músicas suas, e Sarah Vaughan incluiu duas versões no disco I Love Brazil: If You Went Away (versão de Eu preciso aprender a ser só) e The Face I Love (versão de Seu encanto). Retornou ao Brasil em 1981 e gravou pela Som Livre o disco Vontade de rever você.

Em 1983 lançou Marcos Valle, também pela Som Livre, cuja música Estrelar fez sucesso. Gravou em 1984 um compacto que incluiu Bicicleta, outro êxito. Em 1986 gravou o disco Tempo da gente, para a gravadora Arca Som.

No início da década de 1990, suas músicas foram descobertas pela juventude de Londres, Inglaterra, e passaram a ser tocadas nas pistas de dança inglesas, o que se espalhou pela Europa e Japão, em seqüência. Em 1995 foi lançado na Europa e Japão The Essential Marcos Valle, e em 1996 The Essential Marcos Valle n°2. Graças a esse revival, foi apontado como o Homem do Momento de 1995 pela revista européia Straight No Chased.

No exterior, foram lançados ainda Previsão do tempo (1996), O compositor e o cantor (1997) e Vontade de rever você (1997), indicando sua grande popularidade atual. Vários intérpretes da música negra americana gravaram suas músicas.

Obras: Black is Beautiful (c/Paulo Sérgio Valle), 1971; Bloco do eu sozinho (c/Ruy Guerra), s.d.; Bye Bye tristeza (C/Carlos Colla), s.d.; Campina Grande, s.d.; Capitão de indústria (c/Paulo Sérgio Valle), s.d.; Com mais de trinta (c/Paulo Sérgio Valle), 1971; Os dentes brancos do mundo (c/Paulo Sérgio Valle), 1969; Deus brasileiro (c/Paulo Sérgio Vale), samba, 1965; Dia de vitória (c/Paulo Sérgio Valle), 1970; Dorme profundo (c/Pingarilho) 1971; Estrelar (c/Paulo Sérgio Valle), s.d.; Gente (c/Paulo Sérgio Vale), s.d.; Lenda (c/Lula Freire), samba 1965; Maria da favela (c/Paulo Sérgio Valle), 1965; Mustang cor de sangue (c/Paulo Sérgio Valle), 1969; Paixão antiga (c/Paulo Sérgio Vale), s.d.; Pelas ruas do Recife (c/Paulo Sérgio Valle), 1968; Pigmalião 70 (c/Paulo Sérgio Vale e Novelli), 1970; Preciso aprender a ser só (c/Paulo Sérgio Valle), samba, 1965; Quarentão simpático (c/Paulo Sérgio Valle), 1970; Remédio pro coração (c/Paulo Sérgio Valle), s.d.; Samba de verão (c/Paulo Sérgio Valle), samba, 1965; Sonho de Maria (c/Paulo Sérgio Valle), samba, 1963; Verão violento (c/Fausto Nilo), samba; Viola enluarada (c/Paulo Sérgio Valle), toada, 1967.

CD: Portifólio (3 CDs Mustang cor de sangue, Garra e Previsão do tempo), 1997, EMI 859/66-2.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editorta - PubliFolha.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Os Carbonos

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Os Carbonos - Grupo vocal e instrumental paulistano formado pelos sobrinhos dos Trigêmeos Vocalistas, os irmãos Mário Bruno Gonçalves Carezzato (São Paulo SP 1941-), teclados, e os gêmeos Raul e Humberto Carezzato Sobrinho (São Paulo SP 1946-), vocais e contrabaixo, além de Antônio Carlos de Abreu (São Paulo SP 1946-), bateria, e Ricardo Fernandes de Morais (São Paulo SP 1953-), guitarra-base.

Iniciaram a carreira com o nome The Witchcraft, depois, como Os Quentes, gravaram um compacto na Mocambo/Rozenblit. Em 1966, por sugestão da gravadora Beverly, o grupo se especializou em reproduzir fielmente os sucessos alheios, procedimento então inusitado no Brasil.

Com o nome Os Carbonos, o grupo foi um dos precursores do cover dos anos de 1980 e 1990. Lançaram cerca de 20 LPs e participaram das gravações de artistas como Paulo Sérgio, Nelson Ned, Wanderley Cardoso, Terry Winter, Morris Albert e a dupla João Mineiro e Marciano.

Como The Magnetic Sounds, gravaram discos e acompanharam os cantores Gilbert e Norma Aguiar na série de LPs Super erótica (1972-1973, New Records). Gravaram também com os nomes Andróides, The Mackenzie Group, Carbono 14 e outros, além de se apresentarem em bailes, principalmente no Norte-Nordeste.

No final da década de 1990, passaram a acompanhar o cantor Gilliard em discos e shows.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora - PubliFolha.

Os Garridos

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Os Garridos - Dupla formada pelos atores de teatro de revista Alda Palm Garrido (São Paulo SP 1896 - Rio de Janeiro RJ 1970) e seu marido, Américo Garrido, fazendo duetos até 1920, em São Paulo.

Mudam-se para o Rio de Janeiro e organizam uma companhia para o Teatro América, estreando com Luar de Paquetá, de Freire Júnior, 1924, que permanece seis meses em cartaz com sucesso.

A dupla recebe convite para trabalhar com o empresário Pascoal Segreto, e na sua companhia atuam, entre outras, em Ilha dos amores, Quem paga é o Coronel, ambas de Freire Júnior, Francesinha do Bataclan, de Gastão Tojeiro, todas em 1926.

A temporada projeta Alda Garrido, que é contratada pelo empresário de teatro de revista Manoel Pinto, pai de Walter Pinto, para atuar na Companhia Nacional de Revistas, no Teatro Recreio.

O sucesso que a atriz obtém no gênero a faz manter desde então uma dupla atuação profissional - de um lado as comédias de costume que monta em sua própria companhia com produção do marido, de outro, os contratos com os empresários do teatro de revista.

Mas aos poucos os espetáculos de sua companhia acabam se rendendo ao sucesso do teatro musicado, como em Brasil pandeiro, 1941, com texto de seu autor favorito, Freire Júnior, em parceria com Luiz Peixoto, uma dupla das mais requisitadas no gênero revisteiro.

Em 1939, o empresário Walter Pinto faz com que, no espetáculo Tem marmelada, de Carlos Bittencourt e Cardoso de Meneses, Garrido e Araci Cortes dividam o palco pela primeira e última vez, no Teatro Recreio.

Entre as revistas de maior sucesso de sua carreira estão Maria Gasogênio - sátira à falta de gasolina nos anos da Segunda Guerra - e Da Favela ao Catete, de Freire Júnior e Joubert de Carvalho, 1935.

Fonte: Enciclopédia Itaú Cultural - Teatro - Alda Garrido

Evinha

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Evinha (Eva Correia José Maria, Rio de Janeiro, 1951), cantora, começou sua carreira no Trio Esperança ao lado dos irmãos Mário e Regina, abandonando o grupo em 1968 para seguir carreira solo. Seu primeiro sucesso foi Casaco Marrom (Guarabyra/ Danilo Caymmi/ Renato Corrêa).

Em 1969 participou do IV Festival Internacional da Canção com a música Cantiga por Luciana (Paulinho Tapajós/ Edmundo Souto), classificada em primeiro lugar. Outros sucessos: Teletema (Antônio Adolfo/ Tibério Gaspar), Que bandeira (Marcos Valle/ Paulo Sérgio Valle), Como vai você (Antonio Marcos), As canções que você fez pra mim (Roberto Carlos/ Erasmo Carlos) e Sonho lindo.

Gravou músicas brasileiras em um disco de Paul Mauriat em 1977, excursionando com o maestro francês pelo Japão e pela China, como crooner da orquestra. Casou-se com o pianista da orquestra e passou a viver na França.

Nos anos 90 voltou a se apresentar no exterior com as irmãs Marisa e Regina, e fez shows individuais aqui em 1999, depois de mais de 20 anos sem se apresentar no Brasil.

Fonte: CliqueMusic - Evinha

Ana Zinger

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Ana Zinger

Ana Zinger (Ana Lúcia Fontes Leuzinger), cantora, nasceu em 12/4/1960 no Rio de Janeiro, RJ. Iniciou seus estudos musicais pelo violão, com Paulinho Soledade, ainda adolescente. Mas tarde, estudou com Célia Vaz e Ian Guest (teoria musical e harmonia) e com Giannina Gianetti (técnica vocal). Ingressou na faculdade de Desenho Industrial da PUC-Rio, abandonando o curso para se dedicar totalmente à música.

No final dos anos 1970, se integrou a um trio vocal, juntamente com Paulinho Soledade e Cecília Spyer. Fez parte da banda Garage. Em 1980, participou, como vocalista, ao lado de Paulinho Soledade e Cecília Spyer, da turnê do grupo A Cor do Som pelo Brasil.

Inaugurou a casa noturna Mistura Fina (RJ), apresentando-se, durante cinco meses, com Claudio Infante, Arthur Maia, Heitor Pepê e Lulu Martin, ao lado de Marcio Montarroyos.

Em 1987, viajou para Los Angeles, onde estudou técnica vocal com Robert Edwards e participou de discos de Dori Caymmi. Gravou "Emoção pra valer", jingle da Coca-Cola veiculado na midia durante anos. Fez parte do quarteto vocal Be Happy.

Em 1993, participou do disco de Torcuato Mariano Paradise Station, lançado no mercado norte-americano, cantando uma música de Michael Jackson.

No ano seguinte, gravou o CD Uma nova visão, produzido por Luiz Avellar. No disco, lançado no Brasil pela Albatroz e no Japão pela Zico Label, registrou Você me acende, versão de Erasmo Carlos para You turn me on, e uma leitura rap de Águas de março (Tom Jobim), além de Ouça (Maysa), Alumbramento (Djavan e Chico Buarque) e Lata de lixo (Luiz Avellar e Aldir Blanc), entre outras.

Participou dos songbooks de Edu Lobo e Dorival Caymmi e do CD Noites com sol, de Flávio Venturini.

Em 2000, atuou, ao lado de Délia Fischer (piano), Dôdo Ferreira (baixo) e Cacá Colon (bateria), no show In the Ellington, interpretando obras de Duke Ellington e Billy Strayhorn. O espetáculo foi apresentado em vários espaços cariocas, como Bastidores, Casa de Cultura Estácio de Sá, Vinicius Piano Bar e Merci Piano Bar.

Em 2002, iniciou a gravação de seu segundo disco como artista solista, registrando músicas de Duke Ellington e Billy Strayhorn.

Cantora muito requisitada em estúdio de gravações, ao longo de sua carreira vem atuando, como vocalista, em discos de vários artistas, como Milton Nascimento, Gilberto Gil, Gal Costa, Djavan, Edu Lobo e Júlio Iglesias, entre outros.

Em 2003, formou, juntamente com Célia Vaz, Márcio Lott e Fabíola, o grupo Vocal Nós Quatro, com o qual lançou CD homônimo no ano seguinte, contendo as canções Qui nem jiló (Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira), Jack Soul Brasileiro (Lenine), "Feira de mangaio (Sivuca e Glorinha Gadelha), Fotografia e Estrada branca, ambas de Tom Jobim, Oba-la-lá (João Gilberto), Revendo amigos (Joyce), Farinha e serrado (Djavan), Saci (Guinga e Paulo César Pinheiro), Você é linda (Caetano Veloso), Nada será como antes (Milton Nascimento e Ronaldo Bastos), Maria, Maria e Canções e momentos, ambas de Milton Nascimento e Fernando Brant.

Em 2004, apresentou-se na série Delira Música, no Centro Cultural da Justiça Federal, ao lado de Bernardo Bosísio (guitarra) e Alberto Continentino (baixo), em tributo às divas do jazz.

Fonte: Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira.

Ana Caram

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Ana Caram

Ana Caram, cantora, nasceu em Presidente Prudente/SP em 01/10/1958 em uma família de músicos. Logo no início já se via que a garota ia longe. Gravou jingles aos treze anos de idade e ganhou vários premios interpretando composições próprias nos festivais.

Sempre exigindo mais de si, não se conformou somente com o dom que Deus lhe deu e foi cursar composição e regencia na Unicamp, casando talento e técnica.

Por volta de 1982 começou sua trajetória profissional, tocando e cantando em casas noturnas paulistanas e em seguida passou a viajar pelo mundo levando o que há de melhor da música popular brasileira para países como Japão, Estados Unidos, Europa, Africa e Caribe.

Como não poderia de ser, Ana passou uma temporada no Rio de Janeiro apresentando-se no Mistura Fina e Jazzmania e por lá gravou seu primeiro disco editado pela CID.

Em 1988 surgiu um convite do saxofonista Paquito D'Rivera para participar do Sea Jazz Festival na Finlândia e JVC Jazz Festival realizado no Carnegie Hall em Nova York, sendo imediatamente reconhecida pela crítica do New York Times, citando Ana como um dos pontos altos da noite, lhe rendendo um contrato para gravar cinco CDs com a Chesky Records em Nova York.

Seu primeiro CD Rio After Dark contou com a participação de Tom Jobim e Paquito D'Rivera.

Foi indicado como Disco do Ano de 1989 no Japão Amazônia, é o segundo CD, traz canções de Tom Jobim, Djavan, Ivan Lins e da própria Ana. Em 1992 Anna gravou The Other Side of Jobim com direção musical de Sergio Assad do consagrado Duo Assad.

No ano de 1993 Nelson Mota produz o quarto CD de Anna Maracanã e finalmente em 1995, é gravado e lançado seu último trabalho pela Chesky Records, o Bossa Nova. Todos obtendo excelentes críticas dos maiores jornais e revistas do mundo do Jazz, tais como, Dow Beat, Bilboard, Jazz Times, Stereophile, etc.

Sunflower Time, como selo da Poligram Japonesa foi gravado uma parte em São Paulo e outra em Londres. Um pop-jazz bem elaborado define o CD. Ana resgata temas de uma forma única inovando a voz, swing e arranjos assinados por Bluey Maunick, líder da Banda Inglesa Jazz-funk incógnito.

A música Água de beber Ana canta com a banda incógnito no CD Red Hot Rio onde participam grandes nomes como : George Michel/Astrud Gilberto, Cesária Évora/Caetano Veloso, Sting/Jobim, David Byrne/Marisa Monte e outros. Esse CD foi lançado para angariar fundos para campanha da AIDS no mundo.

Com o CD Sunflower Time Ana Caram é a artista brasileira que mais vendeu discos no Japão.

A voz de Ana além de ser trabalhada, swinga com sensualidade e emoção.

Fonte: Sinomar.com.br/Coluna Social

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Doces Bárbaros

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Doces Bárbaros

Doces Bárbaros - Caetano Veloso nasceu em Santo Amaro, Bahia, em 7 de agosto de 1942 e, ainda pequeno, mudou-se para Salvador e por ali ficou até ingressar na Universidade para concluir os estudos de Arte. Seu primeiro album, entitulado Caetano Veloso, teve um grande repercussão fora do Brasil e em 1968 conseguiu vários prêmios internacionais.

Em 1969 junto com seu amigo Gilberto Gil gravou um disco o qual recebeu o título de Barra 69. Os dois cantores tiveram que se exilar em Londres por causa da ditadura militar no Brasil e partiram para Londres na Inglaterra onde foram influenciados pelos rítmos que soavam pela Europa.

Dessa experiência, novos discos foram lançados com a colaboraçao de vários amigos como Chico Buarque, Gal Costa e sua irmã Maria Bethânia. Com estas duas cantoras e contando ainda com a participação de Gilberto Gil, - expoentes máximos do Tropicalismo (Movimento cultural do fim da década de 60 que, usando deboche, irreverência e improvisação, revoluciona a música popular brasileira) Caetano e os demais resolveram formar o grupo Doces Bárbaros em 1976, no Anhembi (São Paulo).

A turnê do espetáculo durou menos de um mês, já que Gil e o baterista Chiquinho Azevedo foram presos por porte de maconha, em Florianópolis. Pouco depois, o show foi retomado e bateu o recorde de bilheteria do Canecão (RJ), onde permaneceu por dois meses.

Em seguida, foi lançado o álbum Doces Bárbaros Ao Vivo, fortemente influenciado pela contemporânea fusão do jazz-funk, com um toque brasileiro. As letras, poéticas e cheia de paixão são um verdadeiro documento de uma era, escritas com maestria numa atmosfera pesada marcada pela ditadura militar.

Abílio Manoel

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Abílio Manoel

Abílio Manoel (Abílio Manoel Robalo Pedro), compositor e cantor, nasceu em Lisboa, Portugal, em 03/02/1947. Veio ainda criança para o Brasil. Trabalhava num banco em São Paulo SP e, em 1967, foi convidado a gravar um LP na Odeon (lançado em 1968), após o que viajou para o Chile, onde venceu o I Festival Latino-Americano da Canção Universitária, com sua música Minha rua.

Com a música Pena verde, grande sucesso em sua carreira, venceu em 1969 o II Festival Universitário da Música Popular Brasileira, promovido pela TV Tupi, de São Paulo. No mesmo ano e em 1970, 1971 e 1972, participou do FIC, da TV Globo, Rio de Janeiro. Seu segundo LP, Pena Verde, foi lançado pela Odeon ainda em 1970.

Viajou logo depois para o México, onde cantou em várias universidades, se apresentou na televisão e gravou um compacto simples na Capitol mexicana, com suas composições Andréia e Pena Verde.

Entre 1971 e 1975, lançou mais três LPs; um de seus maiores sucessos foi Tudo azul na América do Sul, com Antônio Carlos Carvalho, que, ao lado de Halter Maia, é um de seus parceiros mais freqüentes.

Em 1973 fundou o grupo Terra Livre. Entre 1977 e 1983 trabalhou na Rádio Bandeirantes FM e em 1984 na Rádio USP, no programa América do Sol. Nesse período gravou os LPS Becos e saídas (Som Livre, 1978) e Curso das águas (RCA, 1982) e compôs, em 1980, o tema musical do filme Pixote, de Hector Babenco.

Atua também como produtor musical em publicidade eshows, tendo produzido para os selos Band e Copacabana a série de LPs de música latino-americana América do Sol.

Obras

América Morena, 1976; Cata-vento, 1970; Chris, Christina, 1973; Minha rua, marcha-rancho, 1968; Pena verde, 1970; Tudo azul na América do Sul (c/Antônio Carlos Carvalho), 1971.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora - PubliFolha.

Sílvio César

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Silvio_Cesar_1968

Sílvio César (Sílvio Rodrigues Silva), cantor / compositor, nasceu em 14/8/1939 na cidade de Raul Soares, Minas Gerais. Começou a cantar profissionalmente em 1960, como crooner das Orquestras de Waldemar Spillman e Ed Lincoln. Neste ano lançou um compacto simples com as canções Máxima culpa (Sérgio Ricardo) e Manhã sem adeus (Luiz Bonfá).

No ano seguinte, gravou seu primeiro LP Amor demais, registrando sua parceria com Ed Lincoln nas canções O que eu gosto de você, Conselho a quem quiser voltar, Eu te agradeço e Saudade.

Em 1963, gravou o LP Sem carinho, não. Dois anos depois, lançou o LP Só tinha de ser..., com destaque para um de seus maiores sucessos, a canção Pra você, que viria a ser regravada inúmeras vezes, com grande repercussão.

Em 1966, gravou um compacto simples com as canções Mônica e Se tiver de ser, ambas com Ed Lincoln, incluídas na trilha sonora do filme Na onda do yé yé yé, de Renato Aragão. Dois anos depois, gravou o LP Silvio Cesar.

Em 1970, lançou um compacto simples contendo as canções A minha prece de amor e Maria, incluídas na trilha sonora da novela Simplesmente Maria (TV Globo). Ainda nesse ano, gravou o LP A minha prece de amor.

Em 1971, lançou o LP Silvio Cesar. No ano seguinte, registrou em compacto simples as canções Dois amigos, dividindo a faixa com o cantor Miltinho, e Não nasci pra jogador, tema da novela Bandeira 2 (TV Globo). Ainda em 1972, gravou o LP Silvio Cesar. Lançou, também nesse ano, um compacto simples contendo as canções Você não tá com nada, tema da novela Bandeira 2 e Perdido na noite.

Em 1973, lançou mais um compacto simples, registrando as canções O que passou, passou, tema do filme Mineirinho vivo ou morto, e Pra que tudo isso sem você?. No ano seguinte, gravou o LP Vamos dar as mãos.

Em 1975, lançou um compacto simples contendo Levante os olhos, tema da novela Duas vidas (TV Globo), e Eu estou bem. Dois anos depois, gravou o LP Som e palavras.

Em 1978, lançou um compacto simples com Agarre seu homem (c/ Ronaldo Bôscoli), tema da novela Te contei? (TV Globo), e Cego, surdo e mudo. Em 1981, gravou um compacto simples com Luiza (Tom Jobim) e A mais antiga profissão, tema da novela O jogo da vida (TV Globo).

Nas décadas de 1960 e 1970, atuou na programação musical das emissoras de TV, destacando-se os programas Jovem Guarda, Família Trapo, O fino da bossa, Essa noite se improvisa e Show do dia 7, entre outros. Atuou, também, no seriado Quartel do barulho, ao lado de Dedé Santana e Renato Aragão, embrião do futuro Os Trapalhões. Apresentou-se, ainda, no musical Alô Dolly, de Miéle e Bôscoli, na estréia da TV Globo. Representou o Brasil no Festival do Ano Internacional da Comunicação, realizado em Acapulco (México), com a canção Por que?, interpretada por Agnaldo Rayol.

Lançou, nos anos 1980, os LPs Silvio Cesar (1983) e Amor (1985), e, nos anos 1990, os CDs Aos mestres, com carinho (1992), Aos mestres, com carinho/vol. 2 (1995), Amigos da bossa (1997) e Pra você (CID).

No teatro, apresentou-se nos musicais Arco-Íris e O teu cabelo não nega, encenados no Teatro República (RJ), convidado por Abraão Medina e Carlos Machado. No cinema, atuou em Na onda do iê-iê-iê, ao lado de Dedé Santana e Renato Aragão, representando o papel principal, além de participar, em parceria com Ed Lincoln, da trilha sonora do filme.

Em abril de 2000, convidado pelo roteirista-diretor Ricardo Cravo Albin, estrelou o show Café Nice, ao lado da cantora Simone Moreno e do conjunto Água de Moringa, interpretando os grandes sucessos dos anos 30/40. Esse foi o segundo espetáculo de uma série de quatro, intitulados genericamente MPB, a história de um século, através dos quais o Centro Cultural Banco do Brasil (Ccbb/RJ) apresentava, em seu Centro III, toda a história da Música Popular Brasileira, para homenagear os 500 anos do Brasil.

Suas músicas foram gravadas por vários artistas, como Ângela Maria, Alcione, Claudette Soares, Os Cariocas, Cauby Peixoto, Dóris Monteiro, Elis Regina, Elizeth Cardoso, Emílio Santiago, Elza Soares, João Donato, Hermeto Pascoal, Leny Andrade, Jair Rodrigues, Nana Caymmi, Roberto Carlos e Sergio Mendes, entre outros.

Fonte: Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira

Orlandivo

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Orlandivo

Orlandivo (Orlandivo Honório de Sousa), compositor e cantor, nasceu em Itajaí, Santa Catarina, em 5/8/1937. Desde criança interessou-se por música, tocando gaita-de-boca aos seis anos. Passou a residir no Rio de Janeiro aos nove anos; aí serviu o Exército, conhecendo então Paulo Silvino Neto Filho, com quem compôs os primeiros sambas: Cinderela em 30, João e Maria e Saudade dói demais.

Em 1958 teve suas primeiras composições gravadas por Roberto Carreiras em selo Albatroz: Vem pro samba e H2O. Gravou, em 1961, um dos seus maiores sucessos, Samba toff, sendo também dessa época A chave do sucesso (ambos com Roberto Jorge), uma alusão à bossa com a qual fez sucesso: cantar sacudindo um molho de chaves para fazer o ritmo.

Entre suas composições destacaram-se Sambadinho (com Roberto Jorge), Bolinha de sabão (com Adílson Azevedo), Dias de verão (com Roberto Jorge) e Tamanco no samba (com Helton Meneses).

Os principais intérpretes de suas composições foram Ed Lincoln, Golden Boys, Conjunto Farroupilha e Humberto Garin. Gravou, entre outros, os LPs A chave do sucesso e Orlan Divo.

Obras

Bolinha de sabão (c/Adilson Azevedo), samba, 1964; A chave do sucesso (c/Roberto Jorge), 1961; Samba toff (c/Roberto Jorge), samba, 1961; Saudade em seu lugar (c/Roberto Jorge), samba, 1964; Tamanco no samba (c/Helton Meneses), samba, 1963.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora - PubliFolha.

Ed Lincoln

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Ed Lincoln (Eduardo Lincoln Barbosa Sabóia), instrumentista, compositor e arranjador, nasceu em Fortaleza (CE), em 31/5/1932. Em 1951, mudou-se para o Rio de Janeiro, iniciando a carreira artística como contrabaixista e depois passando para o piano e o orgão elétrico. Atuou na boate Plaza tocando baixo e piano ao lado de Luiz Eça e Johnny Alf, fazendo parte também do conjunto de Dick Farney.

Em 1955 formou seu próprio conjunto. No mesmo ano, gravou seu primeiro disco interpretando Amanhã eu vou, de Nilo Sérgio e Nunca mais, de sua autoria e Sílvio César. Entre 1955 e 1958, atuou na boate Drink, no Rio de Janeiro no conjunto de danças dirigido por Djalma Ferreira. Ainda no final dos anos 1950, acompanhou gravações do iniciantes Claudete Soares e Baden Powell.

Em 1961 gravou os LPs Ao teu ouvido e Ed Lincoln boate, que incluiu Saudade fez um samba, de Carlos Lyra e Ronaldo Bôscoli. Nessa época, exerceu a função de diretor musical da gravadora Musidisc. Durante os anos 1960 foi um dos mais requisitados animadores de bailes. Ficaram famosas as apresentações da Domingueira dançante no Clube Monte Líbano.

Em 1963, lançou o LP Ed Lincoln - Seu piano e seu órgão espetacular, que tinha como destaques as músicas Só danço samba, de Tom Jobim e Vinícius de Moraes; Influência do jazz, de Carlos Lyra; Vamos balançao, de Carlos Imperial, Balansamba, de Luiz Bandeira; Um samba gostoso, de sua autoria; Pra que?, de Silvio César; Tristeza, de sua autoria e Luiz Bandeira e Olhou pra mim, de sua parceria com Silvio César. No mesmo ano, sefreu um grave acidente de carro que o manteve afastado das atividades artísticas por sete meses, período no qual foi substituído nos bailes por Eumir deodato. No ano seguinte, lançou o LP A volta.

Em suas orquestras atuaram como crooners os cantores Orlandivo, Toni Tornado, Silvio César, Emílio Santiago, Humberto Garin e Pedrinho Rodrigues. Também atuaram em seus conjuntos diversos músicos consagrados, entre os quais Durval Ferreira, Marcio Montarroyos, Luis Alves, Wilson das Neves, Paulinho Trompete e Celinho.

Em 1965, gravou o LP Órgão espetacular, com destasque para Aquarela do Brasil, de Ary Barroso, Locomotion, de Joe Coco; Mulher de 30, de Luís Antônio; Teléco-teco nº 2, de Oldemar Magalhães e Nelsinho; O amor e a rosa, de Pernambuco e Antônio Maria e Vivendo e aprendendo, de sua autoria e Silvio César.

No ano seguinte lançou novo LP, que trazia entre outras É o Cid e Se eu tiver, de sua parceria com Silvio César, O ganso e O amor que eu guardei, de sua parceria com Orlandivo e Querida e Eu não vou mais, de Orlandivo e Durval Ferreira.

Em 1967, gravou O bêbado, Eu quero ir e Eu vou embora, de Orlandivo e Durval Ferreira; As gaivotas, de sua autoria e Se você quiser, de Orlandivo; Em 1968, fez os arranjos para o sucesso Anjo azul, gravado pela cantora Adriana. No mesmo ano, lançou um de seus LPs de maior prestígio e que trazia entre outros sucesso Zum, zum, zum, de Silva e Adamastot, Waldemar, de Orlandivo e Deval e Choro do bebê, de De Savoya, sendo considerado por muitos historiadores o primeiro LP independente brasileiro.

Em 1971, teve um de seus LPs, que trazia entre outras O bêbado, de Orlandivo e Durval Ferreira, Saci Pererê, de Mendes e Terra" e As gaivotas, de sua autoria, relançado pela gravadora CID. Por essa época, começou a se afastar os bailes e passou a atuar como músico de estúdio gravando gingles e trilhas sonoras além de lançar discos com coletâneas dançantes de sucessos nacionais e internacionais assinados com os mais diferentes pseudônimos, como: Glória Benson, Orquestra Los Angeles e Orquestra Romance Tropical. Foi um dos primeiros músicos brasileiros a se dedicar à música eletrônica e a fazer experiências com música através de computador.

Em 1988, gravou em um microcomputador Commodore 64 o LP Toque novo, lançado no ano seguinte. Em 1989, lançou pelo selo Elenco/PolyGram o LP Novo toque, com a regravação de antigos sucessos entre os quais Ai, que saudade dessa nega, de sua autoria.

Em 2000, fez participação especial na faixa Conversa mole, no CD do cantor Ed Mota. Por essa época, muitas de suas músicas, como Cochise e Se você quiser, passaram a ser presença frequente nas pistas de dança da Inglaterra, dando ensejo a uma onda de pirataria de seus discos fora de catálogo. Nessa mesma época teve a música É o Cid, parceria com Silvio César, regravada pela equipe de bailes Furacão 2000, considerada como o novo "Rei dos bailes" dos subúrbios do Rio de Janeiro.

Em 2001, teve a música Jogaram o caxangá relançada na coletânea Samba soul 70 - Rare groove party, do selo belga Ziriguiboom. Em 2002, o selo inglês Whatmusic.com relançou em Cd o LP que trazia entre outras Zum zum zum, Waldemar e O choro do bebê. Em 2003, apresentou-se com seu conjunto no projeto Sambalanço - A bossa que correu o mundo concebido pelo músico Henrique Cazes e apresentado no Centro Cultural Primeiro de Março. No mesmo ano, apresentou no Centro Cultural Banco do Brasil o show Saudade fez um samba, depois de 30 anos longe dos palcos.

Cerca de dois anos depois, teve problemas de saúde e teve que se afastar da carreira artística morando na cidade de Petrópolis. Em 2007, retomou as atividades gravando em órgão Hammond o samba "Sem compromisso", de Geraldo Pereira e Nelson Trigueiro para ser incluído no novo CD de Marcelinho da Lua.

Fonte: Dicionário Cravo Albin da MPB.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Luís Cláudio

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Luís Cláudio

Luís Cláudio (Luís Cláudio de Castro), cantor / compositor, nasceu em Curvelo MG em 22/3/1935. Aos sete anos de idade aprendeu a tocar um cavaquinho que ganhara do pai. Durante um ano estudou música com o maestro Moacir Santos; aos 12 anos formou com alguns amigos o trio amador Trovadores do Luar, que se apresentava em festas e serestas locais.

Em 1949 viajou com o trio para Belo Horizonte MG, apresentando-se para um teste na Rádio Inconfidência, foram contratados. Na mesma época e na mesma rádio, foi aprovado como cantor num programa de calouros, passando a cantar músicas norte-americanas. A rua onde ela mora, com letra do irmão Antônio Maurício de Castro, foi sua primeira composição gravada, em 1952, em um 78 rpm da antiga Sinter.

Em 1955 deixou a Inconfidência, seguindo para o Rio de Janeiro com os jovens cantores que Osmar Campos Filho fora buscar em Minas Gerais para a Rádio Mayrink Veiga, e foi contratado graças à intervenção de Ciro Monteiro. É desse mesmo ano a gravação de Blim, blem, blam (com Nazareno de Brito), para a Columbia, destaque no Natal de 1955, que lhe valeu o Disco de Ouro do jornal O Globo, do Rio de Janeiro, como revelação masculina do ano.

Em 1956 gravou na Columbia o samba-canção Joga a rede no mar (Fernando César e Nazareno de Brito), entre outras. No ano seguinte, na mesma gravadora, lançou a valsa Quero-te assim(Tito Madi) e o paso doble Anda, jerico (Osvaldo Santiago e Alcir Pires Vermelho).

Transferindo-se para a RCA Victor, gravou em 1960 o samba-canção Só Deus (Evaldo Gouveia e Jair Amorim) e o samba Menina feia (Oscar Castro-Neves e Luverci Fiorini), além de guarânias, baladas e marchas. No ano seguinte gravou Rancho das flores, letra de Vinícius de Moraes para a cantata Jesus alegria dos homens, de Johann Sebastian Bach (1685—1750); o rasqueado Amor desfeito (Getúlio Macedo) e Deixa a nega gingar (de sua autoria).

Em 1968 participou do III FIC, da TV Globo, do Rio de Janeiro, interpretando Amada, canta (Luiz Bonfá e Maria Toledo), lançando no mesmo ano um LP juntamente com uma exposição de desenhos de sua autoria.

É formado pela Escola Nacional de Arquitetura, mas não exerce a profissão. Suas composições foram gravadas por Elisete Cardoso, Tito Madi, Nara Leão, Mansa e Dick Farney, entre outros. Teve como principais parceiros Nazareno de Brito, Fernando César e William Prado.

Em 1973 esteve na Europa, participando de programas com a orquestra da O.R.T.F., e gravou novo LP na Odeon, com Estrada branca (Tom Jobim e Vinícius de Moraes) e Amo-te muito(João Chaves). Dois anos depois, pela mesma gravadora, lançou o LP Reportagem, com Rugas (Nelson Cavaquinho, Ari Monteiro e Augusto Garcez) e Onde eu nasci passa um rio (Caetano Veloso).

Em 1980, a convite do Brazilian American Cultural lnstitute, viajou para os EUA, percorrendo cerca de 15 universidades, em programa de divulgação da MPB. Lançou em 1983, pela Leo Christiano Editorial, um álbum duplo com músicas do folclore de Minas Gerais, Minas sempre- viva!, acompanhado de livro de arte com apresentação de Carlos Drummond de Andrade.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora - PubliFolha.

Lennie Dale

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Bailarino e coreógrafo americano radicado no Brasil, criador dos Dzi Croquettes em 1973, um grupo de grande sucesso com seus shows escandalosos apresentando uma androgenia debochada. Elogiado por Liza Minelli, com quem trabalhou e disse jamais ter visto coisa igual, fez também um filme underground de uma equipe alemã, retratando a alucinante passagem dos Dzi Croquettes por Paris.

Nascido no bairro do Brooklyn, em Nova York, Lennie se apaixonou pelo Brasil em 1960, ao ser convidado por Carlos Machado para fazer a coreografia da peça Elas Atacam Pelo Telefone, na boate Fred´s no Rio. Em seguida, foi para o Bottle's Bar no Beco das Garrafas, onde, ao ouvir João Gilberto, dirigiu vários shows de bossa nova e criou uma dança especial para o ritmo que surgia. Sob sua orientação, Sergio Mendes começou a usar dançarinas em seus shows. Em 1961, o restaurante Night and Day vibrava com o bailarino vestindo uma saia e estalando chicote, uma coreografia revolucionária para a época.

Lennie foi o introdutor da noção de ensaio em espetáculos de MPB. Até então, o artista chegava na hora da apresentação e cantava, sem nenhuma preocupação com a produção ou expressão corporal. Foi ele quem mandou Elis Regina cortar os cabelos e balançar os braços como hélices na música Arrastão.

O pai de Lennie, um barbeiro fracassado que imigrara da Sicília e vivia amaldiçoando o dia em que decidira buscar a prosperidade na América, lamentava como mais um castigo da vida ter um filho bailarino. Logo, porém, tornou-se seu próprio empresário, e ele fez muito sucesso no programa infantil Star Lime Kids, co-estrelado por Connie Francis.

Dos 14 aos 21 anos, Lennie dedicava-se as aulas de balês em tempo integral. Na Broadway, fez parte do grupo dos jets em West Side Story, mas foi barrado pelo diretor Jerome Robbins para a versão cinematográfica. Mudou-se então para Londres, alugou uma sala e deixava a porta aberta para que todos vissem como dançava bem. Um empresário de Shirley Bassey passava pelo local quando ficou admirado com sua performance e contratou-o.

Apresentou-se em toda a Europa, participou de um programa com Gene Kelly na televisão italiana e da coreografia para 500 bailarinos em Cleópatra. Na ocasião, ficou conhecendo a grande estrela do filme de forma sui-generis: um dia abriu a porta errada no corredor dos camarins e defrontou-se com uma animada Elizabeth Taylor praticando sexo oral com Richard Burton. Nenhuma surpresa, eles acharam engraçado e acabaram tornando-se amigos.

Lennie chegou a voltar para os Estados Unidos, mas em 1971 retornava novamente ao Brasil, preso em seguida, por porte de maconha na galeria Alaska. Passou um ano na penitenciária Helio Gomes onde, numa noite, sonhou que galopava sobre um cavalo branco, seguido por uma multidão de admiradores. O sonho repetiu-se exatamente um ano depois, na mesma data, e ele foi tomado por uma grande fé umbandista, pois identificou-se com a imagem de São Jorge Guerreiro. Embora calvo na vida real, no sonho via-se com uma longa cabeleira longa.

Lennie possuía uma sapatilha roubada em Paris do russo Rudolf Nureyev e um exemplar da biografia de Madame Satã, seu ídolo máximo, um homossexual famoso por surrar policiais e travestir-se de Carmen Miranda. Foi responsável pela coreografia da novela Baila Comigo e pelo musical 1.707.839 / Leonardo Laponzina.

Lennie Dale morreu aos 57 anos, em 9 de agosto de 1994.

Jota Silvestre

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Jota Silvestre, jornalista, radialista, escritor, um dos grandes nomes do vídeo nos anos 60 e um dos pioneiros dos programas de auditório no Brasil. Na Tupi, fez O Céu É o Limite. Foi o primeiro programa de perguntas e respostas do país e ficou quase 30 anos no ar em diversas emissoras.

Nascido em Salto, interior de São Paulo, em 1922, em uma família de imigrantes italianos, João Silvestre chegou a sobreviver do trabalho em uma fábrica de tecidos antes de ser descoberto pela Rádio Bandeirantes de São Paulo, em 1941, em um concurso de locutores no qual enfrentou 350 candidatos.

Com a experiência atrás dos microfones, acabou tornando-se um dos pioneiros da implantação da televisão brasileira, ao apresentar, em 1950, o programa inaugural da TV Tupi. Outro programa que J. Silvestre comandou foi o Almoço Com as Estrelas, depois transferido para Airton e Lolita Rodrigues. Ele era reservado, mas muito gentil e culto, lembra Lolita.

Também escreveu e atuou em telenovelas como Meu Trágico Destino, de 1953, transmitida ao vivo. No mesmo ano, a TV Tupi apresentou a novela A Dama de Negro, de sua autoria, que na época produzia para o rádio e a televisão. Já com o programa Esta É Sua Vida, na década de 60, J. Silvestre fazia homenagens lacrimosas a celebridades das quais relatava trechos dramáticos da vida e apresentava parentes em pleno palco, ao vivo, para extrair flagrantes de emoção.

Em 1964, contratado da TV Excelsior de São Paulo, Silvestre tornou-se mestre de cerimônias do programa A Pergunta dos Dez Milhões, onde os candidatos respondiam a perguntas sobre determinados personagens.

Em 1979, foi nomeado presidente da Radiobrás pelo então presidente João Baptista Figueiredo, mas divergências com a equipe o levaram a deixar o cargo poucos meses depois. Um dos poucos profissionais desse tempo que manteve sua imagem intacta e sem desgastes, dando-se a grandes períodos de ausência do vídeo, até o público exigir sua volta ou dele se recordar com saudade. J. Silvestre se apresentou como sendo um dos primeiros homens de comunicação adeptos do transplante de cabelos, técnica à época ainda considerada incerta.

Permaneceu nos Estados Unidos durante 23 anos, uma fase da qual aproveitou para pesquisar e observar a televisão americana, que considerava a melhor do mundo. Esse estudo, servia de subsídio para novos programas lançados no Brasil e base para a publicação de um romance, O Presidente Está Morrendo.

Voltou à televisão em 1982, no SBT, para apresentar o Show Sem Limite e A Mulher É um Show. De 1983 a 1986, apresentou na Rede Bandeirantes os programas J. Silvestre, Essas Mulheres Maravilhosas e Porque Hoje É Sábado.

Voltou a viver na Flórida em 1986, ocupando os dez anos seguintes com seus quadros e livros. Apesar de preferir viver na Flórida com a família, esteve no Brasil mais uma temporada para apresentar Domingo Milionário, na extinta Rede Manchete, em 1997, um retumbante fracasso que durou apenas seis meses. Foi seu último trabalho na televisão. Com a derrocada da emissora, voltou à Flórida.

Conforme seu desejo, seu corpo foi cremado e as cinzas, jogadas ao mar. Jota Silvestre foi casado com Nívea, com quem teve quatro filhos, Alexandre, Pedro, Paulo e João, e seis netos. Faleceu aos 77 anos, em 7 de janeiro de 2000.

Fonte: Cine Tv Brasil - J. Silvestre

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Antônio Rago

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Antonio Rago e Regional

Antônio Rago, instrumentista e compositor, nasceu em São Paulo SP em 2/7/1916. Filho de imigrantes italianos, desde criança interessava-se por música e costumava ouvir o sapateiro Rafael Fezza, famoso violonista do bairro do Bexiga. Aos 14 anos já acompanhava ao violão as canções populares da época. Aos 17 anos, iniciou estudos de música clássica com o professor Melo.

Em 1936, como integrante do conjunto Regional do Armandinho, começou a atuar na Rádio Record. Com Armandinho e Zezinho (mais tarde chamado Zé Carioca) formava o trio de violões desse conjunto, que fez sucesso durante algum tempo. Depois, foi convidado a se apresentar na Rádio Belgrano, em Buenos Aires, Argentina, com o cantor Arnaldo Pescuma. A excursão estendeu-se até o Uruguai, com sucesso.

Em 1937, de volta ao Brasil, passou a trabalhar na Rádio Tupi, de São Paulo, com Zezinho e seu Conjunto. Nesse ano, tornou-se acompanhador de Francisco Alves, com quem se apresentou até 1940. Em 1938, compôs a primeira música, a valsa Velhos tempos, gravada por ele em 1940, na Columbia, em solo de violão. No ano seguinte, algumas de suas composições foram incluídas na peça Nós temos balangandãs, de Costa Lima.

Em 1942, tornou- se diretor do regional da Rádio Tupi. Em 1946, o desenho animado Cozinhando um samba, de Jaime Moniz, teve música sua e participação de seu regional e do cantor Caco Velho. Em 1947 Rego e seu Regional gravaram na Continental o bolero Jamais te esquecerei (com Juraci Rago), que foi incluído em 1949 no filme Quase no céu, dirigido por Oduvaldo Viana.

Em 1950 o Regional do Rago recebeu o troféu Roquete Pinto, como o melhor conjunto regional do ano. Nessa época, o grupo era formado por ele (violão solo), Orlando Silveira (acordeom), Siles (clarineta), Petit e Carlinhos (violões), Esmeraldino (cavaquinho), Correia (contrabaixo) e Zequinha (pandeiro).

Participou da televisão brasileira desde a sua inauguração, na TV Tupi, com programa próprio, e também como acompanhante de cantores como Isaura Garcia, Linda Batista, Sílvio Caldas, além de atuar em vários programas de rádio, como A Brigadada Alegria, na Rádio Tupi, de São Paulo.

Em 1952 acompanhou Francisco Alves em sua última apresentação, num programa da Rádio Nacional, de São Paulo, cuja gravação fez parte do LP A voz do rei, lançado em 1975, pela Odeon. Ainda nesse ano, passou a atuar na TV Paulista e na Rádio Nacional, no programa Ronda dos Bairros, além de ter gravado, com seu conjunto, o primeiro LP, na Continental, Jamais te esquecerei, com músicas de sua autoria, como o baião-toada Folhinha, os choros Mentiroso e Mambo na Glória, os boleros Jamais te esquecerei e Em tuas mãos (com Ribeiro Filho), a batucada-choro O Barão na dança (com Mário Vieira) e o baião-fado Festa portuguesa (com Mário Vieira). Gravou mais três LPs na Continental, um na Odeon e dois na Chantecler.

Entre seus parceiros mais constantes além de Ribeiro Filho, destacam-se Teixeira Filho com quem fez Sozinha, e João Pacífico, com quem compôs Não foi adeus, Não convém e Custá pra arranjá, entre outras.

Em 1962, como solista, gravou na Continental o LP Recital de violão, que incluía algumas de suas obras eruditas, como Flor triana e Sonatina em lá menor. Por volta de 1964, o regional se desfez, e ele passou a produzir programas de rádio em Santos, Campinas e outras cidades do Estado de São Paulo, a ensinar violão e a gravar discos solos, como os LPs Especialmente para você (Chantecler, 1974), Rago (Continental, 1978) e Solos de violão (3M, 1986).

CD: Violões, 1992, Projeto Memória Brasileira 110039.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora / PubliFolha.

Fafá Lemos

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Fafá Lemos ( Rafael Lemos Júnior), instrumentista, nasceu no Rio de Janeiro em 19 de de fevereiro de 1921. Aos sete anos de idade começou a estudar violino com Orlando Frederico e solfejo e teoria com Guiomar Beltrão Frederico. Com apenas nove anos, interpretou como solista um concerto de Antonio Vivaldi (1678—1741), acompanhado pela Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal, sob a regência do maestro Burle Marx.

No ano seguinte, acompanhado pelo pianista Sousa Lima, apresentou-se num concerto no Salão Leopoldo Miguez, do I.N.M., do Rio de Janeiro. Nessa época, deixou a música para concluir os estudos no Colégio Andrews. Ficou quatro anos sem tocar violino, período em que morou no Paraná.

Em 1940 regressou ao Rio de Janeiro, onde, durante seis anos, participou da Orquestra de Carlos Machado, que atuava no Cassino da Urca. Ainda em 1940, por quatro meses, foi instrumentista da OSB.

Em 1946, com Carlos Machado, passou a tocar na boate Casablanca e, logo depois, foi contratado para integrar o Trio Rio, que se apresentava na Bally-Hi. Em 1950 a Rádio Nacional, do Rio de Janeiro, contratou-o como solista. De 1952 em diante, viajou várias vezes aos Estados Unidos, e acompanhado por Laurindo de Almeida gravou a trilha sonora do filme da Metro, Meu amor brasileiro, de Mervyn Le Roy.

Ao lado de Carmen Miranda, realizou tournée por diversas cidades norteamericanas. Paralelamente, fez três programas na TV CBS, de New York, e atuou como solista na KTV, de Hollywood.

Em 1952, convidado pela RCA Victor norte-americana, gravou um álbum, nos quais incluiu, entre outras, Aquarela do Brasil, Na Baixa do Sapateiro e Risque (todas de Ary Barroso), Nem eu (Dorival Caymmi) e Paraíba (Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga). Ainda em 1952 fez parte do Trio Surdina, ao lado de Chiquinho (acordeom) e Garoto (violão), conjunto que surgiu no programa Música em Surdina, de Paulo Tapajós, na Rádio Nacional, e, no ano seguinte, gravou com o trio na Musidisc dois LPs de dez polegadas: Trio Surdina, com O relógio da vovó (de autoria do trio), Duas contas (Garoto) e Na madrugada (Nilo Sérgio); e Trio Surdina toca Ary Barroso e Dorival Caymmi.

Ainda em 1953 lançou Se alguém disser (Reinaldo Lopes e Ismael Neto), a valsa cigana Canarinho feliz (Noel Coward), o choro Tempo antigo (Pedro Camargo) e Luar de Areal (Garoto). Voltou novamente aos EUA para cumprir contrato com Carmen Miranda, acompanhando-a até a morte, em 1955.

Organizou depois um trio, com o qual se apresentou, por 13 meses, no restaurante Marquis, e, por cinco meses, no Frascati. Voltou ao Brasil em 1956 e tornou- se diretor artístico da Victor, gravadora pela qual lançou em 78 rpm todos os sucessos que havia gravado nos EUA. Ficou no Brasil até 1961. Apresentou-se no Rio de Janeiro, em boates e televisão, até 1961, quando foi para Los Angeles, EUA., onde ficou até 1965.

Entre outros, lançou pela RCA Victor os LPs: Fafá, seu violino e seu ritmo, Trio do Fafá e Violino travesso, e, pela Eldorado, Fafá & Carolina (1989), ao lado de Carolina Cardoso de Meneses.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

Evandro Mesquita

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Evandro Mesquita (Rio de Janeiro-RJ, 19 de fevereiro de 1952) depois de ter participado do grupo de teatro Asdrúbal Trouxe o Trombone nos anos 70, fez grande sucesso no início da década de 80 como líder e vocalista da Blitz, uma das bandas de rock mais populares da época.

Cantor e compositor, seguiu carreira solo depois do fim do grupo, por volta de 1986, trabalhando como músico e ator. Lançou os discos Evandro, Planos aéreos, Procedimento normal e Almanaque Sexual dos Eletrodomésticos e Outros Animais. Um sucesso de sua carreira solo foi Babilônia maravilhosa.

Participou de novelas (Top Model, como Saldanha, Bang Bang, como Billy the Kid e Vamp, como Simão) e filmes como Brasília 18% (2006), Coisa de Mulher (2005), Um Lobisomem na Amazônia (2005), O Diabo a Quatro (2004), Os Normais - O Filme (2003), Gêmeas (1999), Xuxa Requebra (1999), Como Ser Solteiro (1998), Dente Por Dente (1994), Não Quero Falar Sobre Isso Agora (1991), O Segredo da Múmia (1982), Menino do Rio (1982), Rio Babilônia (1982), em geral fazendo o papel do típico carioca, surfista e malandro. Além disso, atua como produtor, diretor e roteirista de filmes, peças e discos.

Fontes: ClicMusic; Wikipédia.

Dino Sete Cordas

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Dino Sete Cordas (Horondino José da Silva), instrumentista, violonista e compositor (Rio de Janeiro, 5/5/1918). Nascido no bairro de Santo Cristo, começou brincando com o violão do pai, que trabalhava como operário fundidor e tocava nas horas vagas.
Aos 14 anos já participava de serestas com os boêmios do bairro, e em 1935 começou a carreira profissional, acompanhando o cantor Augusto Calheiros em circos de Niterói, RJ. Tocava de ouvido, fazendo bordão nas variações que aprendia com o pai e os irmãos músicos: Lino, que tocava cavaquinho no Regional de Dante Santoro, e Jorginho, mais tarde ritmista do Conjunto Época de Ouro.
Em 1937 foi convidado para integrar o Regional de Benedito Lacerda, substituindo o violonista Ney Orestes, que adoecera. Trabalhava então como operário numa fábrica de sapatos, mas com a morte de Ney Orestes tornou-se efetivo no grupo e deixou a fábrica. Logo em seguida, Carlos Lentine, outro violonista do regional, foi substituído por Jaime Florence, o Meira, surgindo então a dupla de violonistas Dino-Meira, uma das mais famosas e duradouras da música popular brasileira. Como integrante do regional, gravou muitos discos, acompanhando os intérpretes famosos da época, Francisco Alves, Carmen Miranda, Luís Barbosa, Sílvio Caldas e Orlando Silva , entre outros.
Na década de 1940 iniciou estudos de teoria musical e, em 1950, quando o Regional de Benedito Lacerda se transformou no Regional do Canhoto, continuou a fazer parte do grupo. Foi nessa época (1950) que começou a tocar violão de sete cordas, até então utilizado somente pelo violonista Tute, no Grupo da Velha Guarda e no conjunto Diabos do Céu. Encomendou um violão especial, com a sétima corda grave afinada em dó, desenvolvendo e dinamizando o seu uso.
Como integrante do Regional do Canhoto, prosseguiu acompanhando inúmeros cantores e outros solistas, em gravações, shows e rádios. Em fins da década de 1950, com o surgimento da bossa nova, seguida do iê-iê-iê, o estilo da execução dos violonistas de regional ficou fora de moda. Passou então a usar uma guitarra elétrica e entrou para o conjunto de danças liderado por Paulo Barcelos.
Na segunda metade da década de 1960, com as gravações de discos de escolas de sambas, o violão bordão, chamado “de baixaria”, volta a ser requisitado. Em 1965 e 1967, participou da gravação dos dois LPs do show Rosa de Ouro, de Hermínio Bello de Carvalho, acompanhando as cantoras Clementina de Jesus e Araci Cortes, e o Conjunto Rosa de Ouro. Nessa fase, deu aulas de violão e atuou no Conjunto Época de Ouro, de Jacob do Bandolim.
A partir de 1970, com o ressurgimento do samba e do choro, em gravações, passou a tocar com grande número de cantores, como Beth Carvalho, Raul Seixas, Gilberto Gil, Carlinhos Vergueiro, Macalé, Vinícius de Morais, Toquinho e Cristina.
Em 1974 foi responsável pelos arranjos e pela regência de dois discos importantes, lançados pela etiqueta Marcus Pereira: A música de Donga, com Elisete Cardoso, Paulo Tapajós e outros, e o primeiro LP de Cartola. Dois anos depois, atuou novamente com Cartola, orquestrando o seu segundo LP, que lançou o sucesso As rosas não falam.
Em 1988 completou 63 anos ininterruptos de atuação como músico profissional, ostentando número invejável de participações em discos e shows de artistas de várias gerações. Considerado como o grande mestre do violão de sete cordas, lançou em 1991 um disco histórico em que tocou com outro virtuoso do instrumento, Raphael Rabello.
Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

Chico Anísio

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Chico Anísio (Francisco Anísio de Oliveira Paula Filho), humorista, ator, compositor, escritor e pintor, nasceu em Maranguape, CE, em 12 de abril de 1931. Mudou-se para o Rio de Janeiro quando tinha oito anos. Inicou na Rádio Guanabara, onde exercia várias funções: radioator, comentarista de futebol, etc. Participou do programa Papel carbono de Renato Murce. Trabalhou, nos anos cinqüenta, nas rádios Mayrink Veiga, Clube de Pernambuco, Clube do Brasil. Nas chanchadas da década de 50, Chico passou a escrever diálogos e eventualmente ator em filmes da Atlântida Cinematográfica.

Na TV Rio estreou em 1957 o Noite de Gala. Em 1959 estreou o programa Só tem tantã, lançado por Castro Barbosa, mais tarde chamado de Chico Anísio Show. Além de escrever e interpretar seus próprios textos no rádio, televisão e cinema, sempre com humor fino e inteligente, Chico se aventurou com relativo destaque pelo jornalismo esportivo, teatro, literatura e pintura, além de ter composto e gravado algumas canções:

Hino ao Músico, (Nanci Wanderley, Chico Anísio e Chocolate), foi prefixo do seu programa Chico Anísio Show, nas TV Excelsior, TV Rio e TV Globo e nos espetáculos teatrais, como o do Ginástico Português, no Rio em 1974, acompanhado sempre do violonista brasileiro Manuel da Conceição - O mão de vaca;

Rancho da Praça XI, Chico Anísio e João Roberto Kelly gravado pela cantora Dalva de Oliveira. A música fez grande sucesso no carnaval do IV Centenário do Rio de Janeiro, isto é, fevereiro de 1965;

Vários sucessos com seu parceiro Arnaud Rodrigues, gravados em discos e usados no quadro de Chico City e Baiano e os Novos Caetanos.

Desde 1968 se encontra ligado a Rede Globo, onde conseguiu o status de estrela num "cast" que contava com os artistas mais famosos do Brasil; e graças também a relação de mútua admiração e respeito que estabeleceu com o executivo Boni. Após a saída de Boni da Globo nos anos 90, Chico perdeu paulatinamente espaço na programação, situação agravada em 1996 por um acidente em que fraturou a mandíbula.

Em 2005 fez uma participação no Sítio do Picapau Amarelo, onde interpretava o Doutor Saraiva, recentemente participou da novela Sinhá Moça, na Rede Globo.

É pai dos atores Lug de Paula, do casamento com a atriz Nanci Wanderley, Nizo Neto e Ricardo, da união como Rose Rondelli, André Lucas, que é filho adotivo, Cícero, da união com ex-frenética Regina Chaves e Bruno Mazzeo, do casamento com a atriz Alcione Mazzeo. Também teve mais dois filhos com a ex-ministra Zélia Cardoso de Mello, Rodrigo e Vitória. É irmão da também atriz Lupe Gigliotti com quem já contracenou em vários trabalhos na TV.

Possui uma galeria de tipos cômicos com cerca de 208 personagens, entre elas:

* Alberto Roberto, o canastrão ("Não garavo") e apresentador de tralk show (talk show).
* Apolo, que era casado com uma ninfomaníaca ("Eu ainda morro disso")
* Azambuja, o malandro carioca ("Tou contigo e não abro...)
* Baiano, sátira de Caetano Veloso
* Bandeira, um taxista ("Gente finíssima!")
* Beto Carneiro, o vampiro brasileiro ("Vampiro brasileiro - cospe no chão - Não crê neu, papudo, se finou-se. Minha vingança será malígrina")
* Bozó, o funcionário da Rede Globo ("Eu trabalho na Globo, tá legal?!")
* Brazuca, um patriota
* Bruce Kane, ator de cinema
* Cascata & Cascatinha, dupla de palhaços interpretada por Chico e Castrinho. Este humorista fez tanto sucesso com o personagem Cascatinha e o seu bordão ("Meu pai-pai"), que apresentou o programa Balão Mágico e quadros próprios em outros programas humorísticos, nesse papel.
* Celso Garcia
* Chiquitín, boneco de ventríloquo
* Coalhada, jogador de futebol ("Coalhada é isso, Coalhada é aquilo...")
* Coronel Limoeiro, homem poderoso que está sempre "de olho" na mulher, a bela Maria Teresa * Divino ("Divino sabe, Divino diz")
* Gastão Franco, um pão-duro
* Haroldo Hétero, o homossexual de passado "alegre" que hoje tenta "se converter" ("Eu sou hétero")
* Jovem, revoltado com a vida ("Vai ficar com cara de bundão, ó, ó...")
* Justo Veríssimo, o político corrupto que odiava pobres ("Eu quero que pobre se exploda")
* Lingüinha, personagem principal de um quadro curto, exibido diariamente pela TV Globo. Da sua família surgiriam Lingueta, Lingote (que reapareceu em Chico City) etc.
* Lingote, o hippie velhote que vivia drogado (seu bordão era "Bateu pra tu?").
* Lobo Filho, o apresentador de telejornal
* Lord Black, funkeiro que sempre se dava mal com a namorada
* Mariano, que tem uma relação ótima com o filho Reginaldo, homossexual como ele ("Pode?)
* Marmo Carrara, o policial com o bordão "São esses meus olhos cor de mel. Mas por que eu? Logo eu com esta cara de macho"
* Meinha, que usa uma meia-calça na cabeça e despreza as possibilidades de ascensão
* Nazareno, o machista que oprime a mulher muito feia e se encantava com a empregada ("Calada", dizia para a mulher)
* Neyde Taubaté, apresentadora de televisão
* Nicanor, o homem do calo.

Fonte: É baseada, principalmente, na Wikipédia. Vide Baiano e os Novos Caetanos.