quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Antônio Rago

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Antonio Rago e Regional

Antônio Rago, instrumentista e compositor, nasceu em São Paulo SP em 2/7/1916. Filho de imigrantes italianos, desde criança interessava-se por música e costumava ouvir o sapateiro Rafael Fezza, famoso violonista do bairro do Bexiga. Aos 14 anos já acompanhava ao violão as canções populares da época. Aos 17 anos, iniciou estudos de música clássica com o professor Melo.

Em 1936, como integrante do conjunto Regional do Armandinho, começou a atuar na Rádio Record. Com Armandinho e Zezinho (mais tarde chamado Zé Carioca) formava o trio de violões desse conjunto, que fez sucesso durante algum tempo. Depois, foi convidado a se apresentar na Rádio Belgrano, em Buenos Aires, Argentina, com o cantor Arnaldo Pescuma. A excursão estendeu-se até o Uruguai, com sucesso.

Em 1937, de volta ao Brasil, passou a trabalhar na Rádio Tupi, de São Paulo, com Zezinho e seu Conjunto. Nesse ano, tornou-se acompanhador de Francisco Alves, com quem se apresentou até 1940. Em 1938, compôs a primeira música, a valsa Velhos tempos, gravada por ele em 1940, na Columbia, em solo de violão. No ano seguinte, algumas de suas composições foram incluídas na peça Nós temos balangandãs, de Costa Lima.

Em 1942, tornou- se diretor do regional da Rádio Tupi. Em 1946, o desenho animado Cozinhando um samba, de Jaime Moniz, teve música sua e participação de seu regional e do cantor Caco Velho. Em 1947 Rego e seu Regional gravaram na Continental o bolero Jamais te esquecerei (com Juraci Rago), que foi incluído em 1949 no filme Quase no céu, dirigido por Oduvaldo Viana.

Em 1950 o Regional do Rago recebeu o troféu Roquete Pinto, como o melhor conjunto regional do ano. Nessa época, o grupo era formado por ele (violão solo), Orlando Silveira (acordeom), Siles (clarineta), Petit e Carlinhos (violões), Esmeraldino (cavaquinho), Correia (contrabaixo) e Zequinha (pandeiro).

Participou da televisão brasileira desde a sua inauguração, na TV Tupi, com programa próprio, e também como acompanhante de cantores como Isaura Garcia, Linda Batista, Sílvio Caldas, além de atuar em vários programas de rádio, como A Brigadada Alegria, na Rádio Tupi, de São Paulo.

Em 1952 acompanhou Francisco Alves em sua última apresentação, num programa da Rádio Nacional, de São Paulo, cuja gravação fez parte do LP A voz do rei, lançado em 1975, pela Odeon. Ainda nesse ano, passou a atuar na TV Paulista e na Rádio Nacional, no programa Ronda dos Bairros, além de ter gravado, com seu conjunto, o primeiro LP, na Continental, Jamais te esquecerei, com músicas de sua autoria, como o baião-toada Folhinha, os choros Mentiroso e Mambo na Glória, os boleros Jamais te esquecerei e Em tuas mãos (com Ribeiro Filho), a batucada-choro O Barão na dança (com Mário Vieira) e o baião-fado Festa portuguesa (com Mário Vieira). Gravou mais três LPs na Continental, um na Odeon e dois na Chantecler.

Entre seus parceiros mais constantes além de Ribeiro Filho, destacam-se Teixeira Filho com quem fez Sozinha, e João Pacífico, com quem compôs Não foi adeus, Não convém e Custá pra arranjá, entre outras.

Em 1962, como solista, gravou na Continental o LP Recital de violão, que incluía algumas de suas obras eruditas, como Flor triana e Sonatina em lá menor. Por volta de 1964, o regional se desfez, e ele passou a produzir programas de rádio em Santos, Campinas e outras cidades do Estado de São Paulo, a ensinar violão e a gravar discos solos, como os LPs Especialmente para você (Chantecler, 1974), Rago (Continental, 1978) e Solos de violão (3M, 1986).

CD: Violões, 1992, Projeto Memória Brasileira 110039.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora / PubliFolha.

Fafá Lemos

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Fafá Lemos ( Rafael Lemos Júnior), instrumentista, nasceu no Rio de Janeiro em 19 de de fevereiro de 1921. Aos sete anos de idade começou a estudar violino com Orlando Frederico e solfejo e teoria com Guiomar Beltrão Frederico. Com apenas nove anos, interpretou como solista um concerto de Antonio Vivaldi (1678—1741), acompanhado pela Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal, sob a regência do maestro Burle Marx.

No ano seguinte, acompanhado pelo pianista Sousa Lima, apresentou-se num concerto no Salão Leopoldo Miguez, do I.N.M., do Rio de Janeiro. Nessa época, deixou a música para concluir os estudos no Colégio Andrews. Ficou quatro anos sem tocar violino, período em que morou no Paraná.

Em 1940 regressou ao Rio de Janeiro, onde, durante seis anos, participou da Orquestra de Carlos Machado, que atuava no Cassino da Urca. Ainda em 1940, por quatro meses, foi instrumentista da OSB.

Em 1946, com Carlos Machado, passou a tocar na boate Casablanca e, logo depois, foi contratado para integrar o Trio Rio, que se apresentava na Bally-Hi. Em 1950 a Rádio Nacional, do Rio de Janeiro, contratou-o como solista. De 1952 em diante, viajou várias vezes aos Estados Unidos, e acompanhado por Laurindo de Almeida gravou a trilha sonora do filme da Metro, Meu amor brasileiro, de Mervyn Le Roy.

Ao lado de Carmen Miranda, realizou tournée por diversas cidades norteamericanas. Paralelamente, fez três programas na TV CBS, de New York, e atuou como solista na KTV, de Hollywood.

Em 1952, convidado pela RCA Victor norte-americana, gravou um álbum, nos quais incluiu, entre outras, Aquarela do Brasil, Na Baixa do Sapateiro e Risque (todas de Ary Barroso), Nem eu (Dorival Caymmi) e Paraíba (Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga). Ainda em 1952 fez parte do Trio Surdina, ao lado de Chiquinho (acordeom) e Garoto (violão), conjunto que surgiu no programa Música em Surdina, de Paulo Tapajós, na Rádio Nacional, e, no ano seguinte, gravou com o trio na Musidisc dois LPs de dez polegadas: Trio Surdina, com O relógio da vovó (de autoria do trio), Duas contas (Garoto) e Na madrugada (Nilo Sérgio); e Trio Surdina toca Ary Barroso e Dorival Caymmi.

Ainda em 1953 lançou Se alguém disser (Reinaldo Lopes e Ismael Neto), a valsa cigana Canarinho feliz (Noel Coward), o choro Tempo antigo (Pedro Camargo) e Luar de Areal (Garoto). Voltou novamente aos EUA para cumprir contrato com Carmen Miranda, acompanhando-a até a morte, em 1955.

Organizou depois um trio, com o qual se apresentou, por 13 meses, no restaurante Marquis, e, por cinco meses, no Frascati. Voltou ao Brasil em 1956 e tornou- se diretor artístico da Victor, gravadora pela qual lançou em 78 rpm todos os sucessos que havia gravado nos EUA. Ficou no Brasil até 1961. Apresentou-se no Rio de Janeiro, em boates e televisão, até 1961, quando foi para Los Angeles, EUA., onde ficou até 1965.

Entre outros, lançou pela RCA Victor os LPs: Fafá, seu violino e seu ritmo, Trio do Fafá e Violino travesso, e, pela Eldorado, Fafá & Carolina (1989), ao lado de Carolina Cardoso de Meneses.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

Evandro Mesquita

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Evandro Mesquita (Rio de Janeiro-RJ, 19 de fevereiro de 1952) depois de ter participado do grupo de teatro Asdrúbal Trouxe o Trombone nos anos 70, fez grande sucesso no início da década de 80 como líder e vocalista da Blitz, uma das bandas de rock mais populares da época.

Cantor e compositor, seguiu carreira solo depois do fim do grupo, por volta de 1986, trabalhando como músico e ator. Lançou os discos Evandro, Planos aéreos, Procedimento normal e Almanaque Sexual dos Eletrodomésticos e Outros Animais. Um sucesso de sua carreira solo foi Babilônia maravilhosa.

Participou de novelas (Top Model, como Saldanha, Bang Bang, como Billy the Kid e Vamp, como Simão) e filmes como Brasília 18% (2006), Coisa de Mulher (2005), Um Lobisomem na Amazônia (2005), O Diabo a Quatro (2004), Os Normais - O Filme (2003), Gêmeas (1999), Xuxa Requebra (1999), Como Ser Solteiro (1998), Dente Por Dente (1994), Não Quero Falar Sobre Isso Agora (1991), O Segredo da Múmia (1982), Menino do Rio (1982), Rio Babilônia (1982), em geral fazendo o papel do típico carioca, surfista e malandro. Além disso, atua como produtor, diretor e roteirista de filmes, peças e discos.

Fontes: ClicMusic; Wikipédia.

Dino Sete Cordas

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Dino Sete Cordas (Horondino José da Silva), instrumentista, violonista e compositor (Rio de Janeiro, 5/5/1918). Nascido no bairro de Santo Cristo, começou brincando com o violão do pai, que trabalhava como operário fundidor e tocava nas horas vagas.
Aos 14 anos já participava de serestas com os boêmios do bairro, e em 1935 começou a carreira profissional, acompanhando o cantor Augusto Calheiros em circos de Niterói, RJ. Tocava de ouvido, fazendo bordão nas variações que aprendia com o pai e os irmãos músicos: Lino, que tocava cavaquinho no Regional de Dante Santoro, e Jorginho, mais tarde ritmista do Conjunto Época de Ouro.
Em 1937 foi convidado para integrar o Regional de Benedito Lacerda, substituindo o violonista Ney Orestes, que adoecera. Trabalhava então como operário numa fábrica de sapatos, mas com a morte de Ney Orestes tornou-se efetivo no grupo e deixou a fábrica. Logo em seguida, Carlos Lentine, outro violonista do regional, foi substituído por Jaime Florence, o Meira, surgindo então a dupla de violonistas Dino-Meira, uma das mais famosas e duradouras da música popular brasileira. Como integrante do regional, gravou muitos discos, acompanhando os intérpretes famosos da época, Francisco Alves, Carmen Miranda, Luís Barbosa, Sílvio Caldas e Orlando Silva , entre outros.
Na década de 1940 iniciou estudos de teoria musical e, em 1950, quando o Regional de Benedito Lacerda se transformou no Regional do Canhoto, continuou a fazer parte do grupo. Foi nessa época (1950) que começou a tocar violão de sete cordas, até então utilizado somente pelo violonista Tute, no Grupo da Velha Guarda e no conjunto Diabos do Céu. Encomendou um violão especial, com a sétima corda grave afinada em dó, desenvolvendo e dinamizando o seu uso.
Como integrante do Regional do Canhoto, prosseguiu acompanhando inúmeros cantores e outros solistas, em gravações, shows e rádios. Em fins da década de 1950, com o surgimento da bossa nova, seguida do iê-iê-iê, o estilo da execução dos violonistas de regional ficou fora de moda. Passou então a usar uma guitarra elétrica e entrou para o conjunto de danças liderado por Paulo Barcelos.
Na segunda metade da década de 1960, com as gravações de discos de escolas de sambas, o violão bordão, chamado “de baixaria”, volta a ser requisitado. Em 1965 e 1967, participou da gravação dos dois LPs do show Rosa de Ouro, de Hermínio Bello de Carvalho, acompanhando as cantoras Clementina de Jesus e Araci Cortes, e o Conjunto Rosa de Ouro. Nessa fase, deu aulas de violão e atuou no Conjunto Época de Ouro, de Jacob do Bandolim.
A partir de 1970, com o ressurgimento do samba e do choro, em gravações, passou a tocar com grande número de cantores, como Beth Carvalho, Raul Seixas, Gilberto Gil, Carlinhos Vergueiro, Macalé, Vinícius de Morais, Toquinho e Cristina.
Em 1974 foi responsável pelos arranjos e pela regência de dois discos importantes, lançados pela etiqueta Marcus Pereira: A música de Donga, com Elisete Cardoso, Paulo Tapajós e outros, e o primeiro LP de Cartola. Dois anos depois, atuou novamente com Cartola, orquestrando o seu segundo LP, que lançou o sucesso As rosas não falam.
Em 1988 completou 63 anos ininterruptos de atuação como músico profissional, ostentando número invejável de participações em discos e shows de artistas de várias gerações. Considerado como o grande mestre do violão de sete cordas, lançou em 1991 um disco histórico em que tocou com outro virtuoso do instrumento, Raphael Rabello.
Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

Chico Anísio

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Chico Anísio (Francisco Anísio de Oliveira Paula Filho), humorista, ator, compositor, escritor e pintor, nasceu em Maranguape, CE, em 12 de abril de 1931. Mudou-se para o Rio de Janeiro quando tinha oito anos. Inicou na Rádio Guanabara, onde exercia várias funções: radioator, comentarista de futebol, etc. Participou do programa Papel carbono de Renato Murce. Trabalhou, nos anos cinqüenta, nas rádios Mayrink Veiga, Clube de Pernambuco, Clube do Brasil. Nas chanchadas da década de 50, Chico passou a escrever diálogos e eventualmente ator em filmes da Atlântida Cinematográfica.

Na TV Rio estreou em 1957 o Noite de Gala. Em 1959 estreou o programa Só tem tantã, lançado por Castro Barbosa, mais tarde chamado de Chico Anísio Show. Além de escrever e interpretar seus próprios textos no rádio, televisão e cinema, sempre com humor fino e inteligente, Chico se aventurou com relativo destaque pelo jornalismo esportivo, teatro, literatura e pintura, além de ter composto e gravado algumas canções:

Hino ao Músico, (Nanci Wanderley, Chico Anísio e Chocolate), foi prefixo do seu programa Chico Anísio Show, nas TV Excelsior, TV Rio e TV Globo e nos espetáculos teatrais, como o do Ginástico Português, no Rio em 1974, acompanhado sempre do violonista brasileiro Manuel da Conceição - O mão de vaca;

Rancho da Praça XI, Chico Anísio e João Roberto Kelly gravado pela cantora Dalva de Oliveira. A música fez grande sucesso no carnaval do IV Centenário do Rio de Janeiro, isto é, fevereiro de 1965;

Vários sucessos com seu parceiro Arnaud Rodrigues, gravados em discos e usados no quadro de Chico City e Baiano e os Novos Caetanos.

Desde 1968 se encontra ligado a Rede Globo, onde conseguiu o status de estrela num "cast" que contava com os artistas mais famosos do Brasil; e graças também a relação de mútua admiração e respeito que estabeleceu com o executivo Boni. Após a saída de Boni da Globo nos anos 90, Chico perdeu paulatinamente espaço na programação, situação agravada em 1996 por um acidente em que fraturou a mandíbula.

Em 2005 fez uma participação no Sítio do Picapau Amarelo, onde interpretava o Doutor Saraiva, recentemente participou da novela Sinhá Moça, na Rede Globo.

É pai dos atores Lug de Paula, do casamento com a atriz Nanci Wanderley, Nizo Neto e Ricardo, da união como Rose Rondelli, André Lucas, que é filho adotivo, Cícero, da união com ex-frenética Regina Chaves e Bruno Mazzeo, do casamento com a atriz Alcione Mazzeo. Também teve mais dois filhos com a ex-ministra Zélia Cardoso de Mello, Rodrigo e Vitória. É irmão da também atriz Lupe Gigliotti com quem já contracenou em vários trabalhos na TV.

Possui uma galeria de tipos cômicos com cerca de 208 personagens, entre elas:

* Alberto Roberto, o canastrão ("Não garavo") e apresentador de tralk show (talk show).
* Apolo, que era casado com uma ninfomaníaca ("Eu ainda morro disso")
* Azambuja, o malandro carioca ("Tou contigo e não abro...)
* Baiano, sátira de Caetano Veloso
* Bandeira, um taxista ("Gente finíssima!")
* Beto Carneiro, o vampiro brasileiro ("Vampiro brasileiro - cospe no chão - Não crê neu, papudo, se finou-se. Minha vingança será malígrina")
* Bozó, o funcionário da Rede Globo ("Eu trabalho na Globo, tá legal?!")
* Brazuca, um patriota
* Bruce Kane, ator de cinema
* Cascata & Cascatinha, dupla de palhaços interpretada por Chico e Castrinho. Este humorista fez tanto sucesso com o personagem Cascatinha e o seu bordão ("Meu pai-pai"), que apresentou o programa Balão Mágico e quadros próprios em outros programas humorísticos, nesse papel.
* Celso Garcia
* Chiquitín, boneco de ventríloquo
* Coalhada, jogador de futebol ("Coalhada é isso, Coalhada é aquilo...")
* Coronel Limoeiro, homem poderoso que está sempre "de olho" na mulher, a bela Maria Teresa * Divino ("Divino sabe, Divino diz")
* Gastão Franco, um pão-duro
* Haroldo Hétero, o homossexual de passado "alegre" que hoje tenta "se converter" ("Eu sou hétero")
* Jovem, revoltado com a vida ("Vai ficar com cara de bundão, ó, ó...")
* Justo Veríssimo, o político corrupto que odiava pobres ("Eu quero que pobre se exploda")
* Lingüinha, personagem principal de um quadro curto, exibido diariamente pela TV Globo. Da sua família surgiriam Lingueta, Lingote (que reapareceu em Chico City) etc.
* Lingote, o hippie velhote que vivia drogado (seu bordão era "Bateu pra tu?").
* Lobo Filho, o apresentador de telejornal
* Lord Black, funkeiro que sempre se dava mal com a namorada
* Mariano, que tem uma relação ótima com o filho Reginaldo, homossexual como ele ("Pode?)
* Marmo Carrara, o policial com o bordão "São esses meus olhos cor de mel. Mas por que eu? Logo eu com esta cara de macho"
* Meinha, que usa uma meia-calça na cabeça e despreza as possibilidades de ascensão
* Nazareno, o machista que oprime a mulher muito feia e se encantava com a empregada ("Calada", dizia para a mulher)
* Neyde Taubaté, apresentadora de televisão
* Nicanor, o homem do calo.

Fonte: É baseada, principalmente, na Wikipédia. Vide Baiano e os Novos Caetanos.

Carlos Poyares

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Carlos Poyares (Carlos Câncio Poyares), instrumentista, nasceu em Colatina ES, em 5/12/1928. Neto de maestro e sobrinho de violonista, aprendeu com a mãe, concertista, as primeiras noções de flauta e, aos cinco anos, ganhou uma flautinha de lata. Mais tarde, estudou teoria com Orlando Silveira e aprendeu a tocar com o maestro Cícero Ferreira. Aos oito anos mudou-se com a família para Vitória ES. Depois fugiu de casa para trabalhar num circo, onde foi, entre outras coisas, trapezista, motociclista e come-fogo, sem nunca deixar a flauta de lata. Afastando-se do circo, integrou como flautista um regional na Rádio Espírito Santo, da capital capixaba.

Em 1953 transferiu-se para o Rio de Janeiro, atuando na Rádio Clube do Brasil e depois em diversas emissoras, até que, em 1957, foi para a Rádio Mayrink Veiga, na qual substituiu o flautista Altamiro Carrilho, no Regional do Canhoto. Atuou no regional durante vários anos, ficando na Mayrink Veiga até seu fechamento, em 1964.

Nas décadas de 1950 e 1960 trabalhou como ator e flautista em nove filmes. Em 1965 trabalhou com o grupo Opinião, no show O samba pede passagem, atuando depois em outros espetáculos, além de apresentar-se em boates cariocas e paulistas. No mesmo ano, lançou pela Philips o LP Som de prata, flauta de lata, elogiado pelo crítico Sérgio Porto e premiado como o melhor do ano com a Medalha Estácio de Sá, oferecida pelo jornal Correio da Manhã, do Rio de Janeiro. Na gravação, que teve acompanhamento do Regional do Canhoto, executava em sua flauta de lata peças difíceis e requintadas, que exigiam malabarismos do instrumentista. Fez ainda acompanhamento em vários LPs, embora seu nome não figure em nenhum deles.

No início da década de 1970, passou a atuar em shows da boate paulista Jogral, acompanhado pelo Regional do Evandro. Paralelamente, começou a dar aulas em cidades do interior de São Paulo.

Em 1975 gravou com destaque três LPs: Brasil seresta, com o Regional do Evandro, lançado em abril pela Marcus Pereira; Pixinguinha de novo, ao lado do flautista Altamiro Carrilho, interpretando inéditos de Pixinguinha, também pela Marcus Pereira, em maio; e, pela mesma gravadora, novo LP com o nome Som de prata, flauta de lata, em que era acompanhado pelo Regional do Evandro, com destaque para as faixas Malandrinho (Altamiro Carrilho), Matuto (Ernesto Nazareth), André de sapato novo (André Vítor Correia), Margarida (Patápio Silva), Urubu malandro (Lourival Carvalho e João de Barro) e Doce de coco (Jacob do Bandolim).

Em 1979 gravou o LP duplo A real história do choro, para a Continental, baseado em pesquisas que realizara nos últimos anos. Em 1981, a Warner lançou o LP A música dos Beatles no choro brasileiro.

Manteve constante atividade fonográfica durante toda a carreira, gravando muitos discos, além dos citados, em várias gravadoras. Em 1994 excursionou pela Europa juntamente com um conjunto de choro, apresentando-se na França, Espanha, Holanda e Portugal.

CDs: Píxinguinha de novo (c/Altamiro Carrilho), s.d., Discos Marcus Pereira 0031; Uma chorada na casa do Six, 1997, Kuarup K086.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

Armandinho

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Armandinho (Armando Neves), instrumentista e compositor, nasceu em Campinas-SP (28/11/1902) e faleceu em São Paulo-SP (12/10/1976). Freqüentava na infância a casa do professor de violino Antônio Paula de Sousa, e já tocava violão, de ouvido, pois nunca aprendeu a ler e escrever uma nota musical. Quem transcrevia suas composições para o papel era o seu professor.
Foi jogador de futebol até 1919, depois boiadeiro pelo interior de São Paulo. Aos 21 anos transferiu-se para São Paulo, estudando violão com os irmãos José e Joaquim Matoso e em 1926 com Larosa Sobrinho, com quem ingressou na Rádio educadora Paulista (hoje Gazeta), organizando o primeiro Conjunto Regional de São Paulo. No final do ano seguinte, entrou para o conjunto Os Turunas Paulistas, de Canhoto, considerado o melhor violonista da época.
Com a morte de Canhoto, em 1928, ingressou na então inaugurada Rádio Record, organizando o primeiro regional dessa emissora, do qual seria chefe durante 30 anos. Em 1930 tocou para o violonista paraguaio Agustín Barrios e, nesse mesmo ano, gravou dois discos para a Parlophon, com Larosa Sobrinho.
Especializado em acompanhamento ao violão, fez somente uma gravação de solo, num disco 78 rpm, de propriedade particular, com o selo Decelith, em 1938. Funcionário público da Secretaria de Estado e Saúde Pública aposentou-se em 1955.
Suas composições foram gravadas por Garoto, José Menezes, Aimoré, Antônio Rago e Geraldo Ribeiro, entre outros. Seu choro Mafuá foi gravado por José Meneses na Sinter, em 1957. Essa mesma música foi gravada por Aimoré em janeiro de 1966. Em abril de 1966, Antônio Rago gravou Maxixe. Em 1970, Geraldo Ribeiro incluiu algumas músicas suas no LP Geraldo Ribeiro, na Fermata.
Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora / PubliFolha.

Aymoré

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Aymoré (José Alves da Silva), instrumentista e compositor, nasceu em Redenção da Serra-SP (24/6/1908) e faleceu em São Caetano-SP (5/6/1979). Começou tocando machete (cavaquinho) e depois aprendeu a tocar viola, com o pai, e violão prático, pelo método Paraguaçu.
Em 1925 estudou música com Tango (Sebastião Patrício), pistonista da banda de Poços de Caldas MG e Franca SP, e dois anos depois estreou no Teatro São Paulo, de São Paulo, com o nome de Zezinho, ao lado de Jararaca e Ratinho, Canhoto e Paraguassu.
Em 1928 passou a integrar o conjunto Chorões Sertanejos, de Raul Torres, e no ano seguinte gravou pela primeira vez, na Parlophon, um 78 rpm, com Jacaré está no caminho (Raul Torres) e Apanhei-te cavaquinho (Ernesto Nazareth).
Em 1930 conheceu Aníbal Augusto Sardinha, o Moleque do Banjo (mais tarde Garoto), com quem formou uma dupla que se apresentava em rádios e festas em casas de família. Em 1933 passou a integrar o Regional de Armandinho, na Rádio Record, de São Paulo, onde tocavam Vicente de Lima (flauta), Armandinho (violão), Pinheirinho (cavaquinho) e Pingo (pandeiro). Nessa época, adotou o pseudônimo de Aymoré.
Em 1934 foi contratado pela Rádio Cosmos (hoje América), de São Paulo, participando de seu conjunto regional, sob direção de Petit (Hudson Gaia). Ainda nesse ano compôs com Garoto a música Quinze de Julho. No ano seguinte organizou com Petit e Garoto um trio, que se apresentou no salão nobre do Edifício Martinelli.
Ainda em 1935 participou do filme Fazendo fita, de Vittorio Capellaro, com o conjunto regional da Rádio Cosmos. Com o fechamento da emissora, a dupla Aimoré e Garoto foi para a Rádio Mayrink Veiga, do Rio de Janeiro RJ, por indicação de Sílvio Caldas. No Hora do Brasil, realizou programas em dupla com Laurindo de Almeida, pois Garoto adoecera.
Em 1942 formou o regional da Rádio Difusora, de São Paulo, com Miranda (cavaquinho), Antoninho (clarineta), Ernesto (violão) e Petit (violão). Em fins do mesmo ano, atuou na Rádio Cruzeiro do Sul (depois Piratininga), de São Paulo, onde organizou outro conjunto. Apresentou-se também em programa seu, solando ao violão, tendo mais tarde dirigido o regional da Rádio América.
A partir de 1950, durante 11 anos, trabalhou como arquivista da orquestra do Teatro Municipal, de São Paulo, e participou de seus programas de ópera. Acompanhou Vanja Orico na trilha sonora do filme O cangaceiro, de Vítor Lima Barreto, sob a direção do maestro Gabriel Migliori, em 1953. Cinco anos depois, trabalhou com Camargo Guarnieri na trilha do filme Rebelião em Vila Rica, direção de Geraldo e Renato dos Santos Pereira.
Participou em 1974 da gravação do LP de Poli Músicos maravilhosos, pela Chantecler, em que foi homenageado juntamente com Garoto, acompanhando o choro Quinze de Julho, primeira gravação sua com Garoto (1936).

Arnaldo Batista

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Arnaldo Batista (Arnaldo Dias Baptista), cantor e compositor, nasceu em São Paulo-SP no dia 6 de julho de 1948. É mais conhecido por seu trabalho com Os Mutantes. Sua carreira musical tem início em 1962, quando ele forma com seu irmão Cláudio César o grupo The Thunders.

Em 1966, convida seu outro irmão, Sérgio Dias, a se juntar ao grupo Six Sided Rockers, que já contava com a presença de Rita Lee. O grupo daria origem aos Mutantes.

Ali ele desenvolve seus talentos de compositor e arranjador, mas depois de vários problemas e brigas internas, causadas principalmente por seu vício em drogas, ele sai da banda em 1973. Segue, então, carreira de produtor musical, mas o insucesso o motiva a tentar carreira solo.

Lança Lóki? em 1974, considerado seu melhor trabalho. Em 1977 recusa o convite de seu irmão Sérgio para retornar ao Mutantes, formando o grupo Patrulha do Espaço. O novo projeto não vai muito longe, apesar da gravação de um disco de estúdio que só seria lançado parcialmente dez anos depois com o nome de Elo Perdido, assim como uma gravação ao vivo de um show da banda (Faremos Uma Noitada Excelente).

Deixa a Patrulha em 1978, que continua no underground rockeiro. Em 1982 lança outro marco em sua carreira, Singin' Alone, altamente lisérgico, desesperado, decepcionado, obra que cria um rock profundamente experimental, geradora de novos padrões estéticos. No mesmo ano é internado na ala psiquiátrica do Hospital do Servidor Público de São Paulo devido a seu comportamento agressivo, causado pelo uso excessivo de drogas. Durante a internação Arnaldo sofre um acidente, caindo da janela do terceiro andar. Passou quatro meses e onze dias em coma, mas sobreviveu, com uma séria fratura no crânio que deixaria seqüelas permanentes. Continuou gravando.

Em 1987 lança sua mais radical experiência. Pelo selo independente Baratos e Afins sai a gravação caseira Disco Voador. A gravação é feita em dois canais e surge como um disco quase "terapêutico" para Arnaldo. Há de se considerar ainda, que em 1989, o produtor Carlos Eduardo Miranda produz o álbum tributo Sanguinho Novo - Arnaldo Baptista Revisitado com bandas ascendentes no rock nacional como Sepultura, Ratos de Porão entre outros nomes.

Em 1996 foi contratado pela gravadora Virgin para o relançamento de Singin' Alone. Aproveitou para regravar o clássico dos Mutantes Balada do louco, que foi lançado como faixa-bônus. Em 2004 lançou seu último trabalho solo de inéditas, Let It Bed, produzido por John Ulhoa, do Pato Fu.

Em 2006 ocorre o retorno do grupo Mutantes e Arnaldo volta a tocar ao lado do irmão Sérgio Dias e do baterista Dinho Leme após 33 anos de sua saída da banda e 30 do fim do grupo. Rita Lee, vocal feminino na formação original, e que fora casada com Arnaldo (especula-se que desentendimentos conjugais teriam levado a saída desta do grupo) não retorna à banda. Zélia Duncan aceita integrar o conjunto.

Esta formação recente durou até Setembro de 2007, quando Zélia comunicou sua saída do grupo para retomar sua carreira solo. Poucos dias depois do anúncio, Arnaldo comunicou que também deixaria a banda para cuidar de projetos pessoais.

Há quinze anos morando em um pacato sítio em Juiz de Fora, Minas Gerais com sua esposa Lucinha Barbosa, Arnaldo passa seu tempo pintando quadros, escrevendo, tocando e compondo.

Fonte: dados retirados da Wikipédia.