segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Almanir Grego

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Almanir Grego (08/06/1909 Niterói, RJ - 1995 Niterói, RJ), compositor, poeta e veterinário, teve atuação musical constante entre as décadas de 1930 e 1940. Grande folião destacou-se no carnaval de Niterói tanto como compositor como participante de blocos, entre os quais o Bloco dos Solteiros, que era segundo depoimento dele mesmo, "composto por mais de trezentos figurantes e todos solteirinhos da silva".

Gravou sua primeira composição em 1935, a canção Beijo mascarada, com Gadé, lançada na Odeon por João Petra de Barros. No ano seguinte, o choro Onde ficou a minha sorte?, com Gadé, foi gravado por Aurora Miranda, e o também choro Polichinelo, com Gadé, foi registrado por Carmen Miranda, as duas na Odeon.

Em 1937, seu choro "Noivado desfeito, com Gadé, foi gravado na Odeon pela cantora Aurora Miranda, e a marcha Primavera da vida, com André Filho, foi lançada, também na Odeon, por Carmen Miranda. No ano seguinte, J. B. de Carvalho registrou na Victor o samba Princípio de amor, e Aurora Miranda, também na Victor, o maxixe Petisco do baile, com Gadé.

O grupo Anjos do Inferno gravou, em 1939, sua marcha Tim-tim por tim-tim. No ano seguinte, o grupo Bando da Lua gravou na Columbia o samba Ora, ora, com Gomes Filho, um dos sucessos daquele ano.

Em 1941, na Odeon, Odete Amaral gravou a valsa Minha primavera, e Almirante o samba Eu e a lua, com Gadé, enquanto na Columbia, o cantor Vassourinha registrou o samba Ela vai à feira, com Roberto Roberti.

Teve outra composição gravada por Odete Amaral na Odeon em 1942: o samba-maxixe Pra que tanto balanço. No ano seguinte, o grupo Quatro Ases e um Coringa gravou o samba Nós dois, parceria com Gadé.

Em 1944, o samba Livro do passado, com Valfrido Silva, foi gravado por Orlando Silva na Odeon. Em 1945, a marcha O que é que eu tenho com isso, parceria com Amado Régis e Gadé, foi gravada por Jorge Veiga, as marchas E o mundo se distrai e Meu amor és tu, ambas com Amado Régis e Gadé, foram registradas por Elvira Pagã, todas na Continental. Nesse ano, o choro Coisas que ficaram para trás, com Alberto Ribeiro, e o samba Calma Dinorah, com Valfrido Silva, foram lançadas na Continental pelo grupo vocal Os Trovadores, e o samba Cantora de samba foi registrado, também na Continental, pela cantora Linda Rodrigues. Teve ainda o samba Pura ilusão, com Gadé, gravado na Continental por Edna Cardoso.

Em 1949, Abílio Lessa gravou a marcha Síria-libanesa, parceria com Alcir Pires Vermelho. Em 1952, o samba Ingratidão, com Rutinaldo foi gravado na Todamérica por Elizeth Cardoso. No ano seguinte, o choro Trombone na gafieira, com Luiz Carneiro foi gravado na Odeon por Raul de Barros e seu conjunto, com vocais de Gilda de Barros, e relançado dois anos depois. Ademilde Fonseca regravou no ano seguinte o choro Polichinelo, com Gadé.

Em 1957, o maxixe Petisco do baile, com Gadé, foi regravado por Aurora Miranda na Sinter. Teve o samba Ora...ora regravado por Araci de Almeida no LP Samba é Aracy de Almeida lançado pela gravadora Elenco em 1966.

Em 1984, fundou o Templo da Seresta, uma entidade de cunho lítero-musical, destinada a preservar o que há de melhor na música popular brasileira, prestando constantes homenagens aos autores e intérpretes. A fundação se deu durante a apresentação do "rande Jornal Fluminense, um noticiário radiofônico que tinha como prefixo uma composição sua.

Em 1992, gravou um disco pelo selo Niterói Discos do qual constou Vila Real da Praia Grande - Hino a Niterói, parceria com Nilo Neves.

Parceiro de importantes nomes da música popular brasileira como Valfrido Silva, Alcyr Pires Vermelho, Alberto Ribeiro, Rutinaldo e André Filho, teve Gadé como parceiro mais constante. Além das irmãs Miranda, suas composições foram lançadas por Elizeth Cardoso, Aracy de Almeida, Raul de Barros, Linda Rodrigues, Quatro Ases e Um Coringa, Orlando Silva, Eliseth Cardoso, Gordurinha, Noite Ilustrada e outros. Seu maior sucesso foi o choro Polichinelo, gravado por Carmen Miranda e por Ademilde Fonseca.

Obra

A voz do povo (c/Frazão), Beijo mascarada (c/Gadé), Calma Dinorah (c/Valfrido Silva), Cantora de samba, Coisas que ficaram para trás (c/Alberto Ribeiro), E o mundo se distrai (c/Amado Régis e Gadé), Ela vai à feira (c/Roberto Roberti), Eu e a lua (c/Gadé), Ingratidão (c/Rutinaldo), Livro do passado (c/Valfrido Silva), Meu amor és tu (c/Amado Régis e Gadé), Minha primavera (c/Gadé), Nóis dois (c/Gadé), Noivado desfeito (c/Gadé), O que é que eu tenho com isso (c/Amado Régis e Gadé), Onde ficou a minha sorte? (c/Gadé), Ora...ora (c/Gomes Filho), Petisco do baile (c/Gadé), Polichinelo (c/Gadé), Pra que tanto balanço, Primavera da vida (c/André Filho), Princípio de amor, Pura ilusão (c/ Gadé), Síria-libanesa (c/Alcyr Pires Vermelho), Tim-tim por tim-tim, Trombone na gafieira (c/Luiz Carneiro).

Fontes: www.musicapopular.org/almanir-grego; Dicionário Cravo Albin da MPB.

Orlando Correa

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Orlando Correa (Orlando José Correa), cantor, nasceu em 05/12/1928 na cidade de Niterói-RJ, e faleceu em 2002 no Rio de Janeiro-RJ.

Em 1947, apresentava-se em circos, pavilhões e night clubes, quando foi descoberto pelo cantor Cyro Monteiro cantando num parque de diversões em Niterói. Assinou contrato na Rádio Mayring Veiga e começou a se apresentar no Programa Casé até 1948, quando se transferiu para a Rádio Guanabara.

Foi intérprete de várias composições da dupla Wilson Batista e Jorge de Castro. Gravou também músicas de importantes compositores como Pedro Caetano, José Maria de Abreu Claudionor Cruz, João de Barro e Antônio Almeida.

Gravou seu primeiro disco em 1949, pelo selo Star, para a qual foi levado por Ataulfo Alves, com o samba Casa sem luz, de Luiz de França e José Pacheco e o samba-canção Meditando, de Soares Moutinho e José Lourenço.

Em 1950, foi contratado pela gravadora Todamérica e lançou o samba Minha mão à palmatória, de Antônio Almeida e Ruy de Almeida e a marcha Tourada sem espada, de Afonso Teixeira e Jorge de Castro com acompanhamento de conjunto regional. No ano seguinte, gravou para o carnaval os sambas Meu sonho é você, de Altamiro Carrilho e Átila Nunes e Velho marinheiro, de Alberto Ribeiro e Wilson Batista. Nesse ano, transferiu-se para a Rádio Clube do Brasil e no final do mesmo ano foi para a Rádio Tupi, na qual permaneceu por 29 anos.

Gravou em 1952 os sambas Onde estás amor?, de José Maria de Abreu e Antônio Domingues, Longe de ti, de Napoleão de Oliveira Pimenta e Nair Firme de Castro, Tormento, de Pedro Caetano e Claudionor Cruz e Palhaço, de Nelson Cavaquinho, Arlindo Marques Júnior e Roberto Roberti.

No ano seguinte lançou os sambas Martírio, de Wilson Batista, Roberto Roberti e Arlindo Marques Jr e O que tem que acontecer, de Norival Reis e Alberto Rego. Gravou também com o Trio Madrigal para as festas de fim de ano o samba-canção Natal sem você, de Bruno Gomes e Jorge de Castro e as canções Noite feliz e Meu pinheirinho, com adaptação de Antônio Almeida.

Em 1953, gravou o samba Sistema nervoso, de Wilson Batista, Roberto Roberti e Arlindo Marques Jr, que obteve grande sucesso, consolidando-lhe o prestígiono meio radiofônico.

Gravou em 1954 dois sambas de Luiz Bandeira, Nuvem, parceria com Manoel Malta e Quase, com Jota Júnior . No mesmo ano, gravou de Wilson Batista e Jorge de Castro o samba Drama de amor e a marcha Carmen.

Em 1955, gravou os sambas Mar, imagem da vida, de Alberto Ribeiro, Remorso, de José Maria de Abreu e Pedro Caetano e Ela chegou, de Norival Reis; a valsa Serenata suburbana, de Capiba e a marcha Um brasileiro em Paris, de Wilson Batista e Jorge de Castro.

Estreou em na RCA Victor em 1956, gravando o bolero Alucinação, de Lourival Faissal e Jorge de Castro e a toada Sereia, de Haroldo de Almeida e Otávio Teixeira com acompanhamento da Orquestra RCA Victor. No mesmo ano, gravou com acompanhamento de orquestra e coro as marchas Jogado fora, de Geraldo Queiroz e Cigano, de Wilson Batista e Jorge de Castro.

Gravou no ano seguinte o samba-canção Fracassos de amor, de Tito Madi e Milton Silva, o fox-canção Que sejas feliz, de C. Velasquez e versão de Moacir Silva, a valsa Copacabana à noite, de Wilson Batista e Jorge de Castro e o samba-canção Não vivo sem você, de Santos Garcia.

Em 1958, gravou para o carnaval o samba Lealdade, de Valdemar Gomes, Raul Marques e Oldemar Magalhães e a marcha Deixai vir a mim as mulheres, de Wilson Batista e Jorge de Castro. Nesse ano, gravou também os sambas-canção Maria do céu, de René Bittencourt, Desespero de causa, de José Utrini e Jorge de Castro e Não tenho ninguém, de Alberto Jesus e Luiz de França e o bolero Volta, de Alvarenga, Ranchinho e Geraldo Serafim.

Transferiu-se para a gravadora Continental em 1959 estreando com o samba Boêmio aposentado, do compositor baiano Gordurinha e o fox Conhecer-te, de D'Anzi, com versão de David Nasser. No mesmo ano, gravou com acompanhamento de orquestra e coro a marcha Naquela base, de Wilson Batista, José Utrini e Jorge de Castro e o samba Vai saudade, de Edu Rocha, Milton Legey e Sebastião Ramos.

Intercalando gravações de sambas e marchas com músicas românticas como boleros e sambas-canção, lançou em 1960 o bolero Como se deve amar, de Guilherme Pereira e a valsa Retrato de amor, de Ori Dourado e J. André.

Para o carnaval do ano seguinte, gravou a marcha Salve a brotolândia, de João de Barro, Norival Reis e Jorge Duarte e o samba Candango feliz, e Wilson Batista, Antônio Almeida e Jorge de Castro com acompanhamento de Orquestra Carnavalesca. Também em 1961 gravou a marcha Tem mulher 'tô' lá, de João de Barro e o samba Lá do alto, e Jota Júnior e Castelo.

Em 1962, gravou o samba-canção Garçon confidente, de Jorge de Castro e Murilo Latini e o samba Coisas do passado, de Jorge de Castro e Alberto Jesus. No ano seguinte, lançou um último disco em 78 rpm pela gravadora Continental com a marcha A vida é bela, de Klécius Caldas e Rutinaldo e Ai de quem rega saudades, e João de Barro e J. Júnior. Nesse ano, transferiu-se para o selo pernambucano Mocambo e lançou de Adelino Moreira o bolero Parece que foi ontem e o samba-canção Aviso. Um ano depois lançou a marcha Eclipse, de Adelino Moreira e Celso Castro e o samba Quis fazer de mim palhaço, de Raul Marques, Otávio Lima e Odair Correia.

Em 1963, gravou pela Philips o LP "Meu sonho é você", que incluía um pot-pourri de músicas de Ary Barroso.

Em 1965, passou a apresentar na Rádio Tupi o programa "Audição Orlando Corrêa-Sala de Visitas Gebara", que alcançou algumas vezes a liderança do horário em que era apresentado e que durou dez anos no ar. No final da década afastou-se da vida artística como cantor continuando a presentar seu programa na Rádio Tupi até 1975.

Em 1972, foi escolhido como o melhor cantor entre todos os contratados das Emissoras Associadas. Lançou 37 discos em 78 rpm pelas gravadoras Star, Todamérica e RCA Victor.

Em 1990, o selo Phonodisc lançou o LP Grandes sucessos da década de 50 no qual aparecem suas interpretações para os sambas Meu sonho é você e Sistema nervoso, seus dois maiores sucessos, especialmente o último. Em 2002, o selo Revivendo lançou o CD Meu sonho é você com 23 interpretações do cantor incluindo Sistema nervoso, Serenata suburbana, Desespero de causa, Velho marinheiro e Meu sonho é você.

Discografia

(2002) Meu sonho é você • Revivendo • CD; (1964) Eclipse / Quis fazer de mim palhaço • Mocambo • 78; (1963) A vida é bela / Ai de quem rega saudades • Continental • 78; (1963) Parece que foi ontem / Aviso • Mocambo • 78; (1963) Meu sonhom é você • Philips • LP; (1962) Garçon confidente / Coisas do passado • Continental • 78; (1961) Tem mulher 'tô' lá / Lá do alto • Continental • 78; (1960) Como se deve amar / Retrato de amor • Continental • 78; (1960) Salve a brotolândia / Candango feliz • Continental • 78; (1959) Maria maluca / Meu assunto • RCA Victor • 78; (1959) Boêmio aposentado / Conhecer-te • Continental • 78; (1959) Naquela base / Vai saudade • Continental • 78; (1958) Lealdade / Deixai vir a mim as mulheres • RCA Victor • 78; (1958) Maria do céu / Desespero de causa • RCA Victor • 78; (1958) Volta / Não tenho ninguém • RCA Victor • 78; (1958) Ave sem ninho / Se quer...diz logo • RCA Victor • 78; (1957) Fracassos de amor / Que sejas feliz • RCA Victor • 78; (1957) Copacabana à noite / Não vivo sem você • RCA Victor • 78; (1956) Alucinação / Sereia • RCA Victor • 78; (1956) Jogado fora / Cigano • RCA Victor • 78; (1955) Mar, imagem da vida / Estranho mistério • Todamérica • 78; (1955) Mais um pouco de amor/Vera Cruz • Todamérica • 78; (1955) Remorso / Serenata suburbana • Todamérica • 78; (1955) Um brasileiro em Paris / Ela chegou • Todamérica • 78; (1955) Meu abrigo!... / Maria Madalena • Todamérica • 78; (1954) Nuvem / Quase • Todamérica • 78; (1954) Através da vidraça / Drama de amor • Todamérica • 78; (1954) Filme de amor / Folhas pelo chão • Todamérica • 78; (1954) Carmen / Amei • Todamérica • 78; (1953) Sistema nervoso / Dançando com você • Todamérica • 78; (1953) Martírio / O que tem que acontecer • Todamérica • 78; (1952) Onde estás amor? / Longe de ti • Todamérica • 78; (1952) Tormento / Doce lembrança • Todamérica • 78; (1952) Nostalgias / No crepúsculo • Todamérica • 78; (1952) Palhaço / Se o dinheiro acabar • Todamérica • 78; (1952) Vem meu amor / Marinheiro • Todamérica • 78; (1952) Como o tempo judiou / Quero-te tanto • Todamérica • 78; (1951) Meu sonho é você / Velho marinheiro • Todamérica • 78; (1950) Minha mãs à palmatória / Tourada sem espada • Todamérica • 78; (1949) Casa sem luz / Meditando • Star • 78.

Fonte: Dicionário Cravo Albin da MPB; Bibliografia Crítica: AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982; CARDOSO, Sylvio Tullio. Dicionário Biográfico da música Popular. Rio de Janeiro: Edição do autor, 1965.