segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Cleide Alves

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Cleide Alves (Cleide Alves da Silva - 5/12/1946 Rio de Janeiro, RJ), cantora, surgiu na vida artística em 1960, quando lançou o seu primeiro disco, pela gravadora Copacabana, interpretando Help, help, Maybe, de Fernando Costa, Alfredo Max e Chamarelli e Seguindo e cantando, de Roberto Correia.

Em 1962 gravou Chega, de Floyd Robinson e Demétrius e Meu anjo da guarda, de Rossini Pinto e Fernando Costa. No ano seguinte gravou do então pouco conhecido cantor e compositor Roberto Carlos, o twist Procurando um broto.

Em 1964 lançou o LP Twist, Hully Gully e Cleide Alves, pela RGE, acompanhada pelo conjunto Renato e seus Blue Caps. Atuou ao longo dos anos 60 gravando vários compactos e obtendo algum sucesso no período da Jovem Guarda.

Em 1968 lançou compacto simples com as músicas Você não serve pra ser meu namorado e Não me diga adeus agora. Com o declínio do movimento, afastou-se do meio artístico.

Nos anos 1990 retornou às gravações no disco comemorativo aos 30 anos da Jovem Guarda interpretando Estúpido Cupido.



Discografia

(1968) Você não serve para ser meu namorado / Não me diga adeu agora - RCA - Compacto simples, (1964) Twist, Hully Gully e Cleide Alves - RGE - LP, (1963) Habib twist / Procurando um broto - Copacabana - 78, (1961) Chega / Meu anjo da guarda - Copacabana - 78, (1960) Help, help, Maybe / Seguindo e cantando - Copacabana - 78.

Gilliard

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Gilliard
Gilliard (Gilliard Cordeiro Marinho), cantor e compositor, nasceu em 17/12/1956 na cidade de Natal-RN. Cresceu em família essencialmente musical, que esteve sempre disposta a apoiá-lo em suas investidas para conquistar o seu maior sonho: cantar.

De uma família humilde, sua mãe e todas as tias professoras se esforçaram muito para que ele e seus três irmãos, sendo dois homens e uma mulher, tivessem uma boa educação. Tendo que trabalhar muito cedo,  começou em uma relojoaria, trabalhando pela manhã, estudando à tarde e cantando à noite.

Nesse tempo, já cantava em festivais e tudo começou quando, aos 8 anos de idade, ganhou seu primeiro concurso como "a mais bela voz do Nordeste". Com isso, o tempo foi passando e continuou cantando, trabalhando e estudando. Suas primeiras aparições em público foram atuando em programas de rádio em sua cidade, onde aproveitava os intervalos comerciais para mostrar aos locutores e programadores algumas de suas composições.

Assim, batendo de porta em porta, "cantando nos bares da vida", ele conseguiu mostrar seu trabalho para a gravadora RGE, que acreditou em seu talento e lançou seu primeiro LP em nível nacional, no final de 1979, com o grande sucesso Aquela nuvem. O primeiro LP vendeu mais de 300 mil cópias, além de ser gravado em outros países; sua carreira então continuou crescendo e daí para frente estava em todas as paradas de sucesso, mantendo todos os anos uma vendagem que lhe assegurava discos de ouro e platina ao mesmo tempo.

Assim, naquela época, ao lado de Sidney Magal, Martinha, César Augusto, Kátia, Odair José e Fernando Mendes, ocupou uma fatia do mercado responsável pela baladas açucaradas que invadiram as emissoras de rádio e televisão naquele período.

Em 1980, gravou pela RGE o LP Pensamento, incluindo várias composições suas, como Pensamento e Tema pra você. Interpretou também músicas de Fagner (Fracasso) e o clássico Coração materno, de Vicente Celestino.

No ano seguinte, pela mesma gravadora, lançou seu novo disco, com várias músicas de sua autoria, como Doce paixão e Uma noite de amor.

No ano de 1996, lançou pela gravadora RGE o CD Gilliard, no qual interpretou Eu nunca te esqueci e O mundo não é grande assim, ambas de Piska e César Augusto. Gravou também no mesmo CD Perdoa (Peninha e Arnaldo Saccomani), além de canções de sua autoria, como Quem ama é o que faz e Nunca é tarde pra ser feliz, ambas em parceria com Nenéo.

Obra

Ao meu velho pai (c/ Washigton),  Aos jovens, Aquela nuvem, Doce paixão, Hoje... Nada mais (c/ Washington), Jangada do Potengi (c/ Marcos Valério), Jogo aberto, Menino do alecrim (c/ Célio Ferreira), Não está sozinho que tem Deus ao lado (c/ Martinha e César Augusto), Nunca é tarde pra ser feliz (c/ Nenéo), O órfão (c/ Flávio Martins), Pensamento, Pra onde vai?, Quem ama é o que faz (c/ Nenéo), Se eu pudesse voltar (c/ Dinarte), Sem medo de amar, Tema pra você, Transformação, Uma noite de amor, Verdades.

Romântico recauchutado (fonte: ISTOÉ Gente Online de 19/03/2001)

O cantor Gilliard arrancava suspiros e gritinhos das fãs no início dos anos 80 com suas baladas românticas quando se apresentava em programas de auditório, como Cassino do Chacrinha, Flávio Cavalcanti e Clube do Bolinha.

No palco, o sorriso de bom moço e os cabelos cacheados enfeitiçavam as moças ao som de hits como “Aquela Nuvem”, “Pouco a Pouco” e “Não Diga Nada”. “Nunca me achei bonito, sou baixinho”, disfarça Gilliard Marinho, de 42 anos.

Em 1982, vendeu 1 milhão de cópias. “Foi um número alto de vendas no tempo do vinil”, lembra Gilliard, que acaba de lançar o CD Como Eu Gosto, 19º disco de sua carreira, com regravações de antigas canções. “O sonho dele era resgatar seus melhores trabalhos”, conta Silvia Marinho, ex-integrante do grupo Harmony Cats, casada há 20 anos com o cantor.

Gilliard também conquistou as crianças. A música “Festa dos Insetos”, de 1985, foi seu último grande sucesso. Depois, desapareceu da tevê e das rádios, embora tenha lançado discos até 1998. Teve dois filhos, Bianca e Silvio, e montou três farmácias em São Paulo. Mudou de ramo em 1993 e abriu uma loja de telefones celulares. “Fui para o comércio, mas minha paixão sempre foi cantar”, conta. Em 1996, uma proposta surpreendente: o então presidente da Angola, José Eduardo dos Santos, convidou-o para se apresentar em seu aniversário. “Ele é meu fã”, orgulha-se. Agora, todo ano, faz shows no país.

No auge da carreira, não faltaram fãs apaixonadas. Certa vez, uma garota bateu em sua mulher por causa de um autógrafo, numa entrevista para uma rádio de Goiânia, em 1982. “Ela ficou com ciúmes de mim, rabiscou minhas costas e me deu um soco”, lembra Silvia. Apesar do assédio, Gilliard garante nunca ter sido um sedutor. “Ele sempre foi sossegado. A mulherada caía em cima e ele continuava quieto, como um coroinha de igreja”, brinca o cantor Crystian, da antiga dupla Crystian & Ralf, backing vocal nos primeiros discos de Gilliard (por  Edwin Paladino).

Fontes: Wikipédia; ISTOÉ Gente oNLINE.

Jararaca

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Jararaca
Jararaca (José Luís Rodrigues Calazans) nasceu em Maceió, Alagoas em 29/9/1896. Fez dupla com Severino Rangel de Carvalho, o Ratinho, nascido em Itabaiana, Pernambuco, em 13/4/1896 e falecido em Duque de Caxias, Rio de Janeiro em 8/9/1972.

Em 1918, o grupo carnavalesco de Recife chamado Os Boêmios, excursionava pelas cidades circunvizinhas com seus instrumentos de corda e sopro tocando polcas, emboladas, frevos e outros ritmos e entre seus integrantes encontravam-se Jararaca e Ratinho.

Esse grupo transformou-se, mais tarde, em "Os Turunas Pernambucanos". Cada componente adotou o nome de um bicho como nome artístico. Em janeiro de 1937, foi lançada a marcha Mamãe eu quero, de Jararaca e  Vicente Paiva, pela Odeon, que se tornaria um dos maiores sucessos do carvanal carioca em todos os tempos.

A estréia de Jararaca e Ratinho nas ondas radiofônicas se deu em 1939 na Rádio Mayrink Veiga. Logo o crescente público da mídia desfrutou de uma nova forma de fazer humor, com trocadilhos espirituosos, adivinhações e vasto anedotário.

"Interpretavam" tipos de caipiras recém chegados à cidade grande, e assim contribuíram para o registro do código de costumes daquela época. Intercalados executavam rojões e polcas.

Jararaca, além de bom violonista, era um emérito letrista, recorrendo aos motivos e refrões do Nordeste para a construção de números como o rojão Catirina - regravada por Jackson do Pandeiro no LP "Sina de Cigarra" , de 73.

Em 1972, a dupla foi homenageada com o prêmio "Imortais do carnaval". Jararaca ainda veria um último sucesso seu após o sumiço de Ratinho: Do Pilar, que Tom Jobim transformou em Bôto , sucesso de seu álbum "Urubu", de 1976.

Neste mesmo ano foi chamado para participar do programa Chico City para o papel do Coronel Sucuri. Veio a falecer no Rio de Janeiro em 11/10/1977.

Fonte: Revivendo Músicas

domingo, 10 de outubro de 2010

Catulo de Paula

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Catulo de Paula (Ermenegildo Evangelista de Souza), cantor e compositor, nasceu em São Benedito CE (13/8/1923) e faleceu em Fortaleza CE (10/12/1984). Seu pai era cego desde os seis meses de idade e sustentava a família, composta de mulher e oito filhos, tocando violino, saxofone e clarineta em festas de sua cidade no interior cearense.

Com oito anos, começou a tocar violão, ganhando os primeiros trocados para ajudar no sustento da família. Por volta dos 10 anos de idade, passou a fazer parte do grupo Vocalistas Tropicais, com os quais foi fazer uma excursão a Fortaleza. Acabou saindo do grupo por causa de um dos integrantes e teve que se virar por conta própria para sobreviver, passando a fazer biscates de diversos tipos.

Em 1944, foi convidado para fazer parte do grupo Os Boêmios da Noite. Na mesma época, mudou-se para o Recife, em Pernambuco, onde adotou o nome artístico de Catulo de Paula.

Em 1948, resolveu mudar-se para o Rio de Janeiro, a fim de dar continuidade ao seu trabalho artístico. Em 1949, tornou-se acompanhante do cantor Vicente Celestino, com quem trabalhou durante longo tempo tocando violão.

No início dos anos de 1950, ao apresentar-se no clube "Brasil danças", foi assistido por Fernando Lobo que apadrinhou sua primeira gravação. Em 1953, lançou pela Continental, disco onde interpretava dois baiões, Vai comendo Raimundo, de sua autoria e Amado Régis, e O pau comeu, de Marçal Araújo. No mesmo ano, Aldair Sopares gravou na Columbia de sua autoria e Jorge de Castro a toada baião Saudade de Maceió

Destacou-se pelas composições satíricas, sendo uma das mais conhecidas, o baião Bep-bop do Ceará, gravada pela Continental, em 1955. No mesmo ano, gravou de sua autoria o coco Zabumbô, zabumbá. Em 1956, gravou o baião Rosamélia, de Humberto Teixeira

Em 1957, gravou de Zé Dantas o baião Nós num have. Em 1961, gravou de Luiz Gonzaga o baião Na cabana do rei, parceria com Jaime Florence. Em 1962, gravou aquele que foi seu maior sucesso, o baião Como tem Zé na Paraíba, parceria com Manezinho Araújo, gravado também naquele ano e com grande sucesso, por Jackson do Pandeiro

O tom nordestino de sua música lhe valeu convites de diversos diretores de cinema que nos anos de 1950, exploraram a temática do "Cangaceiro". Participou das trilhas sonoras dos filmes Lampião, o rei do Cangaço, Entre o amor e o cangaço, Os três cabras de Lampião, Nordeste sangrento e O filho do cangaceiro

Participou, ainda, de alguns trabalhos para o teatro, tendo participado da trilha sonora das peças A invasão dos beatos, de Dias Gomes e A torre em concurso, de Joaquim Manuel de Macedo. Ainda em 1962, participou como cantor da trilha sonora do filme Sol sobre lama, de Alex Viany, quando interpretou canções da parceria Vinícius de Moraes/ Pixinguinha.

Em 1963 lançou pela Odeon o LP A simplicidade de Catulo de Paula, no qual interpretou, entre outras, Lua-lua, Zé Piedade, Minha fulô e Vida ruim, todas de sua autoria. 

Em 1970 lançou LP que leva seu nome, interpretando Canção da tristeza, Forró do Barnabé, De Maria só o nome e Razão pra não chorar, todas de sua autoria. Nos anos de 1970, foi convidado para interpretar um cego cantador de feira na novela Roque Santeiro, na Tv Globo, tendo ele preparado um ABC, no qual narrava a novela em versos começando cada estrofe com uma letra do albabeto. A novela entretanto acabou não indo ao ar pois foi vetada pela censura na época da ditadura militar. Anos depois a novela foi ao ar, desta vez com Arnoud Rodrigues no papel do cego. 

Em 1976 a Tapecar lançou o LP Geremias do Roque Santeiro, que trazia entre outras, Roque Santeiro, ABC do Roque Santeiro e Alegria dolorida", de sua autoria, além de Prefiro ficar com Maria, de Paulo Gesta e Luiz de França.

Em 1995, sua composição Caubói do Ceará foi gravada pelo cantor brega Falcão no disco A besteira é a base da sabedoria

Fonte: Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira.

Sidney Magal

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Sidney Magal (Sidney Magalhães), cantor, nasceu no Rio de Janeiro RJ em 19/6/1953. Um dos maiores nomes da chamada “música brega” da década de 1970, com interpretações exageradamente emocionadas, próximas da caricatura.

Tornou-se sucesso nacional, interpretando com voz e performances corporais canções que se tornaram verdadeiros clássicos de nossa música. Sempre cantando sem deixar seu lado ator, iniciou a carreira em 1976, quando foi levado pelo ex-cantor e produtor Roberto Livi para a Polydor, onde permaneceu até 1985.

Foi justamente nesse período que obteve os seus maiores êxitos, tais como Meu sangue ferve por você, Se te agarro com outro te mato (1976), Amante latino (Rabito e Antônio Carlos, 1977) e Sandra Rosa Madalena (Roberto Livi e Miguel Cidrás, 1979). 

Fazendo o tipo "latin lover", com interpretações propositalmente exageradas, quase beirando o caricatural, é considerado um dos nomes mais importantes do que se convencionou chamar de "música brega". Nos anos 1990, fez sucesso com a música Me leva que eu vou, da trilha sonora da novela Rainha da sucata da TV Globo.

Em 1994, a PolyGram lançou a coletânea Minha história, que incluía os seus maiores sucessos. Ainda em atividade, apresenta-se em shows pelo Brasil. Em 2003, integrou o elenco da peça Eu te amo, você é perfeita, agora muda!, apresentada no Teatro dos Grandes Atores. No mesmo ano, gravou o CD Extremos. No mesmo ano, atuou no filme Caminho das nuvens e teve uma música incluída na trilha sonora da novela Kubanacan, da Tv Globo. Gravou ainda no mesmo ano seu 19º disco. 

Em 2005, atuou como ator e cantor na novela América, apresentada pela TV Globo. Já no início de 2006, interpretou o personagem Zorrô, na novela Bangue bangue, também levada ao ar pela TV Globo. Nesse ano, fez diversos shows e apresentou-se em vários programas de rádio e TV. Nesse ano, lançou o CD e DVD Ao vivo, interpetando hits consagrados de sua carreira como Eu te amo e Sandra Rosa Madalena, entre canções de Ivan Lins, como Ai, ai, a" e Advinha o quê, de Lulu Santos. 

Procurado por jornais e revistas, o cantor afirmou que o tratamento a ele dado pela mídia tornou-se muito menos peconceituoso nos anos 2000, do que no auge de sua carreira e que grande parte de seu público no terceiro milênio passou a ser de jovens.
Site oficial : Sidney Magal - Site Oficial

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e PubliFolha; Dicionário Cravo Albin da Música Pupular Brasileira.

Geraldo Magalhães

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Geraldo Magalhães (Rio Grande do Sul, 31/05/1878 — Lisboa, Portugal 11/7/1970), dançarino e cançonetista, lançou-se artisticamente no Rio de Janeiro em fins do séc. XIX, apresentando- se no Salon Paris, da Rua do Ouvidor.

A partir de 1900 passou a exibir-se em casas de chope e cafés- canta ntes do bairro carioca da Lapa e da área teatral da Praça Tiradentes — no Moulin Rouge e na Maison Moderne — sempre acompanhado da “castelhana” Margarita, com quem formava a dupla Os Geraldos.

Por volta de 1905 estabeleceu nova dupla com a gaúcha Nina Teixeira, exibindo-se em cançonetas picantes e dançando maxixes, inclusive no pequeno palco do Passeio Público. Ocasionalmente apresentavam-se fora do Rio de Janeiro, como em 1902, quando foram contratados para a inauguração de um café-concerto em Santos SP.

Em fins de 1908 a dupla viajou para o México e de lá para a Europa, lançando no início de 1909, em Paris, França, o tango-chula Vem cá mulata, que eles mesmos haviam gravado três anos antes em disco da Casa Edison, do Rio de Janeiro. 

Voltando ao Brasil ainda em 1909, trouxe como partenaire a portuguesa Alda Soares, com quem lançou a novidade do onestep com a canção norte-americana Caraboo (Sam Marshall). Com letra em português de Alfredo de Albuquerque, essa canção seria um dos grandes sucessos do Carnaval carioca de 1916. 

A dupla Os Geraldos retornou à Europa, provavelmente nos primeiros anos da década de 1920, atuando no teatro musicado de Lisboa até 1926, quando ele se retirou da vida artística. 

Vendedor de uma companhia de vinhos a partir de 1937, ainda voltou ao palco eventualmente, ao lado de Alda, com quem viveu em Lisboa até a morte aos 92 anos. Sobrevivendo ao companheiro apenas alguns meses, Alda Soares morreu em princípios de 1971. 

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e PubliFolha.

Jota Júnior

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Jota Júnior
Jota Júnior (Joaquim Antônio Candeias Júnior), compositor e instrumentista, nasceu em Belém PA (01/11/1923) e faleceu no Rio de Janeiro RJ (21/01/2009).Começou quando criança a fazer quadrinhas e mais tarde pequenas cançonetas, versando sobre fatos cotidianos. 

Aos 12 anos, fez sua primeira composição, o samba Agora é tarde. Não teve formação musical, tocando violão de ouvido. Freqüentador da Rádio Mayrink Veiga e do Bar Tupã no Rio de Janeiro, conviveu com Ciro Monteiro, Alberto Ribeiro, João de Barro e Humberto Teixeira

Em 1949, teve pela primeira vez uma composição sua gravada em discos Star, o samba Surpresa, na voz da cantora Odete Amaral. Destacado compositor de músicas carnavalescas, estreou em 1951, com o samba Sapato de pobre (com Luís Antônio), gravado por Marlene, tornando-se a partir desse ano presença freqüente nos Carnavais. 

Em 1952 lançou Lata d'água (com Luís Antônio), gravada por Marlene, e Confete (com David Nasser), gravada por Francisco Alves

Em 1958, Dircinha Batista gravou a marcha Mamãe, eu levei bomba (com Oldemar Magalhães). Emilinha Borba lançou para o Carnaval de 1959 a sua marcha Mamãe, eu vou ás compras (com Oldemar Magalhães). No ano seguinte, o samba Favela amarela (com Oldemar Magalhães) satirizava decisão da Secretaria de Turismo de melhorar o aspecto das favelas, pintando seus barracos. 

Para o ano de 1962, outra marchinha do compositor satirizava o cotidiano das vidas cariocas: Garota de Saint-Tropez (com João de Barro). Marlene gravou em 1963 o samba Twist no carnaval (com João de Barro). Em 1969, reformou- se como coronel-professor do magistério militar. 

Obras 

Confete (c/Davi Nasser), samba, 1952; Favela amarela (c/Oldemar Magalhães), samba, 1960; Garota de Saint Tropez (c/João de Barro), marcha, 1962; Lata d’água (c/Luís Antônio), samba, 1952; Mamãe, eu levei bomba (c/Oldemar Magalhães), samba, 1958; Mamãe, eu vou às compras (c/Oldemar Magalhães), samba, 1959; Sapato de pobre (c/Luís Antônio), samba, 1951.

Morre um dos comandantes eternos da alegria do carnaval

O compositor Candeias Júnior, coautor de marchinhas de carnaval clássicas, como Lata d’água e Sassaricando, morreu na segunda-feira, aos 85 anos, no Rio. Seu corpo foi velado ontem de manhã e cremado à tarde no Cemitério do Caju. Candeias tinha um imóvel em Conservatória, no interior do estado do Rio, e passou mal quando dirigia seu carro rumo à capital fluminense. A causa da morte seria edema pulmonar. Candeias deixa a mulher, dois filhos e cinco netas.

Joaquim Antônio Candeias Júnior nasceu em 1923, em Belém. Era violonista autodidata e começou a compor sambas ainda menino. O primeiro foi aos 12 anos,Agora é tarde. Adulto, foi diretor da Sociedade Brasileira de Administração eProteção de Direitos Intelectuais, criada em 1962.

Antes, na década de 1940, frequentou os corredores da campeã de audiência RádioMayrink Veiga, responsável por projetar os mais importantes nomes da músicabrasileira então. Lá conviveu com músicos com os quais trabalharia.

Candeias teve canções gravadas pelas maiores cantoras do rádio: Elizeth Cardoso(É sempre assim, em 1951, Palhaço, em 1954, e E eu tô lá, em 1965); Marlene(Sapato de pobre, no mesmo ano de um grande sucesso, o maior hit, Lata d’água,em 1952, e Twist no carnaval, em 1963); Dircinha Batista (Mamãe, eu levei bomba, em 1958) e Emilinha Borba (Mamãe, eu vou às compras, em 1959). Já Sassaricando foi gravada pela primeira vez por Virginia Lane em 1951.

Entre seus parceiros, estão Braguinha, Alcyr Pires Vermelho, David Nasser, LuizBandeira, Humberto Teixeira, Jackson do Pandeiro e Luís Antônio, talvez o mais constante, com quem compôs suas duas marchinhas mais conhecidas, Lata d’água e Sassaricando (esta ainda com Oldemar Magalhães, sendo que Candeias assinou como pseudônimo Jota Júnior, o que fez com que, por vezes, não fosse ligado à
música).

Já aos 77 anos, ele lançou, de forma independente, a retrospectiva Candeias Jota Jr. canta suas músicas (dois volumes). A última homenagem foi em 2002, feita por Marlene, no espetáculo Marleníssima. Nesse mesmo ano, ele aindalançou o terceiro volume de Candeias Jota Junior canta suas músicas e cantou
com Ademilde Fonseca por ocasião de seus 80 anos. 

Fontes: Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Editora Art e PubliFolha; Caio Tibúrcio (21 Jan 2009): http://www2.correiobraziliense.com.br/cbonline/cultura/cadc_mat_74.htm

sábado, 9 de outubro de 2010

Nhô Pai

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João Alves dos Santos
João Alves dos Santos, o Nhô Pai, nasceu em Paraguaçu Paulista-SP no dia 28 de março de 1912 e faleceu também na cidade Paraguaçu,, no dia 12 de março de 1988

O compositor do corrido Beijinho doce foi lançado por Ariovaldo Pires (o Capitão Furtado) e, como intérprete, formou duplas com seu compadre Nhô Fio, sua prima Nhá Fia e também com sua irmã Nhá Zefa. Também chegou a cantar juntamente com Tonico, da dupla Tonico e Tinoco.

Nitidamente influenciado pela música paraguaia, Nhô Pai fez bastante sucesso nos anos 40 e 50 interpretando vários rasqueados. Em 1943, cruzando pastos em carros de boi, viajando em caminhões de mudança, Nhô Pai excursionou pelo interior paulista, pela região do Triângulo Mineiro e pelos estados de Mato Grosso e Goiás, juntamente com o Capitão Furtado, Nhá Fia e Mário Zan. Apresentaram-se em diversos lugares incluindo cinemas, salões de igrejas e pracinhas.

Já tendo cantado em dupla com Nhô Fio e Nhá Zefa, Nhô Pai formou em 1942 uma dupla com João Salvador Peres, o Tonico da dupla Tonico e Tinoco. Intrepretaram o rasqueado Casinha de Carandá (Nhô Pai) e a valsa Gauchita (Zé Mané). No mesmo ano, Nhô Pai também gravou com Nhô Fio a moda de viola O Brasil entrou na Guerra de Nhô Pai e Ariowaldo Pires, além do rasqueado Fronteira de Nhô Pai e Edgard Cardoso.

Outro fato curioso se deu em 1944, quando Nhô Pai compôs e gravou juntamente com Nhô Fio o desafio Corinthians x São Paulo (Nhô Pai/ Nhô Fio), incluindo o futebol, tema caracteristicamente urbano como assunto também na música caipira.

Como compositor, seu maior sucesso foi sem sombras de dúvida o corrido Beijinho doce, gravado pela primeira vez em 1945 pelas Irmãs Castro e posteriormente pelas Irmãs Galvão. Essa música se tornou um dos maiores clássicos da Música Popular Brasileira, tendo sido incluída também no filme Aviso Aos Navegantes de 1951.

Esse famoso corrido foi gravado também em diferentes ritmos, tais como valsa (por Adelaide Chiozzo e Eliana) e Baião (por André Penazzi). Mas foi em 1976 que Beijinho doce voltou a ser novamente um grande sucesso quando foi gravado por Nalva Aguiar, que até então atuava predominantemente nos ritmos da Jovem Guarda. Segundo algumas opniões tal gravação estabeleceu um "segundo marco" na migração de intérpretes da Jovem Guarda para a música Sertaneja, a exemplo de Sérgio Reis, quando da sua gravação de O menino da porteira (Teddy Vieira / Luizinho) em 1973.

Nhô Pai deixou um expressivo repertório de composições em nossa música caipira, tendo tido diversos parceiros como Riellinho, Ariovaldo Pires, Piraci, Ado Benatti, Nalva Aguiar, Sulino, Mario Zan e Raul Torres, além dos já citados Nhô Fio e Nhá Zefa.

Fonte: www.boamusicaricardinho.com

Caio Cezar

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Caio Cezar Sitônio
Caio Cezar (Caio Cezar Barros Sitônio, 29/10/1960 Recife, PE), vilonista, compositor e arranjador, iniciou seus estudos de violão com o professor espanhol Carrion Domingues no Curso de Extensão em Música da Universidade Federal de Pernambuco (1980 - 1994). Integrou, nesse período, o conjunto de choro desta universidade, onde aprofundou estudo e pesquisa sobre Música Popular Brasileira, tendo excursionado por todo o Norte e Nordeste brasileiro.

A partir de 1985, passou a desenvolver carreira solo trazendo em seu repertório a cantoria do violão brasileiro, tendo realizado ao lado do violonista Edinaldo Queiroz um série de concertos pelo interior do Nordeste, promovido pelo Ministério da Cultura, intitulado "Concertos Didáticos".

Estreou nos palcos cariocas em 1988, na "Série Instrumental da Sala Funarte".

Em 1994, lançou seu primeiro CD Caio Cezar interpreta João Pernambuco - vol. I. Produzido por Zé da Flauta e Nando Lobo, lançado pela Perfil Musical e posteriormente distribuído pela gravadora Velas, este trabalho lhe rendeu diversos elogios e a escolha como um dos melhores discos do ano pelo crítico Sérgio Cabral na revista Veja-Rio, Jornal do Brasil (RJ), Jornal da Tarde (SP) e Jornal do Comércio (PE).

Em 1994, participou do projeto Aquarela do Rio (com a participação especial do grupo Galo Preto), projeto que teve, entre outros convidados, Turíbio Santos, Altamiro Carrilho, Paulinho da Viola e Nana Caymmi.

No mesmo ano, realizou um importante show no Jazz Mania, no Rio de Janeiro, intitulado "Violão pernambucano", acompanhado dos violonistas João Lyra, Paulo Rafael e Nenéu Liberalquino. Com o último, também apresentou-se no Projeto Seis e Meia, de Recife, em 1995.

Em 1996, iniciou uma série de apresentações com o violonista Canhoto da Paraíba, interrompida pelo grave problema de saúde de Canhoto da Paraíba.

No teatro, destacam-se os seguintes trabalhos: direção musical e arranjos do musical O Samba de Valente de Assis, de Zé Trindade Neto, dirigida por Flávio de Lyra e encenado no Teatro II do Centro Cultural Banco do Brasil e no Teatro Carlos Gomes (1995); direção musical da peça O Ouro das Facas, de Maria Helena Künner, dirigida por Zeca Bittencourt e encenado no Teatro Gláucio Gil , RJ (1996); composição, arranjos e direção do musical Nicolau Grande e Nicolau Pequeno, original de Hans Christian Andersen, adaptação e direção de Theotônio de Paiva, encenada no Teatro Cândido Mendes, e vencedora do Prêmio Mambembe (Funarte - RJ) de melhor espetáculo (1998).

Em 1998, compôs para a televisão a trilha original da Série Táxi Brasil, veiculada pela TV Bandeirantes. Produziu, dirigiu e arranjou o CD do cantor Marcelo Vianna sobre a obra de Pixinguinha com as participações especiais de Jaques Morelenbaum, Velha Guarda da Mangueira, Pedro Luís e A Parede, João Nogueira, Dom Um Romão e outros. O disco incluiu clássicos e inéditos do compositor.

Trabalhou como violonista com João Nogueira de 1998 até 2000. Em 1999, uma música sua, Quebra-queixo, deu nome ao CD do Grupo Rabo de Lagartixa (RJ).

Em 2002, apresentou-se na noite em homenagem ao cineasta Alex Vianny, no Espaço dos Correios, quando também foi o líder do conjunto que acompanhou Mariana de Moraes, Zezé Motta, Dóris Monteiro e Marcelo Vianna, apresentado por Ricardo Cravo Albin, numa produção de Betina Vianna. 

Fonte: Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira.

Carlos Barbosa-Lima

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Carlos Barbosa-Lima
Carlos Barbosa-Lima (Antonio Carlos Barbosa Lima), violonista (17/12/1944 São Paulo, SP), estudou com Isaías Savio e radicado nos Estados Unidos, vem sendo sendo aclamado pela crítica especializada por suas interpretações, que vão de obras eruditas de Bach, Handel e Scarlatti, a contemporâneas da área popular de autores como Tom Jobim e Bobby Scott.

Em 1981, conheceu Tom Jobim, em Nova York, e trabalhou com o compositor durante alguns meses, produzindo arranjos de músicas que vieram a ser incluídas no seu CD Plays the Music of Antonio Carlos Jobim & George Gershwin.

Em 1989 realizou, no Wigmore Hall, o concerto Música das Américas, celebrando o centenário da República do Brasil. No repertório, o choro Sons de carrilhões (João Pernambuco) e Manhã de Carnaval, (Luiz Bonfá e Antônio Maria), entre outras músicas.

Sua habilidade ao violão provocou de Tom Jobim o seguinte comentário: "Nas mãos de Carlos Barbosa-Lima, o violão se transforma em uma orquestra". 

Fonte: Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira.

Turíbio Santos

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Turíbio Santos
Turíbio Santos, violonista e professor, nasceu em São Luís, Maranhão, em 07/03/1943. Filho de seresteiro e violonista clássico, em 1946 transferiu-se com a família para o Rio de Janeiro. Embora acompanhasse as aulas de violão das irmãs, só começou os estudos aos dez anos, com Antonio Rebelo.

Aos 12 anos conheceu Hermínio Bello de Carvalho (membro da diretoria da Associção Brasileira de Violão), que seria seu grande incentivador, e que na época produzia programas de rádio.

Em 1957 iniciou curso de aperfeiçoamento com o violonista uruguaio Óscar Cáceres, tendo também estudado com Edino Krieger. Em 1962 realizou em São Luís seu primeiro concerto, voltando a apresentar-se um mês depois no Rio de Janeiro, onde conheceu a esposa de Villa-Lobos, Arminda Villa-Lobos. Por seu intermédio, estreou em disco, com Doze estudos de Villa-Lobos. Em fins de 1963, integrando um conjunto de câmara, apresentou em primeira audição o Sexteto místico, de Villa-Lobos.

Em 1964 participou de um movimento liderado por Herminio Belo de Carvalho, pela integração da música erudita com a popular, exibindo- se em uma série de concertos, juntamente com Clementina de Jesus, Jacob do Bandolim, Paulo Tapajós e Araci de Almeida. Realizou também tournées, com Óscar Cáceres, pelo Brasil e Uruguai.

Em 1965, após obter o primeiro prêmio de interpretação no Concurso Internacional de Violão, promovido em Paris, França, pela O.R.T.F., estudou com Julian Bream (1923—), na Inglaterra, e com Andrés Segovia (1893—1 987), em Santiago de Compostela, Espanha. Ainda em 1965, nomeado professor de dois conservatórios municipais de Paris, fixou-se na capital francesa, passando a gravar para as etiquetas mais famosas da Europa e a apresentar-se como recitalista e solista de orquestras, nos grandes centros musicais da Inglaterra, Checoslováquia, Bélgica, Alemanha, Portugal, Mônaco etc. 

Em 1972 apresentou-se no Brasil, acompanhando a cantora Elisete Cardoso nas interpretações da Seresta n°5, de Villa-Lobos, e do Azulão, de Jaime Ovalle e Manuel Bandeira, no Concertos para a Juventude, promovido pela Rádio M.E.C. Nesse mesmo ano participou de programa, com igual destaque, ao lado de Artur Rubinstein (1886—1982) e Leonard Bernstein (1918—1990), na famosa temporada musical do anfiteatro da Faculdade de Direito, de Paris. 

Participou como professor e artista convidado do Centro de Cultura Musical e do Festival Internacional de Música, em Campos do Jordão SP (1973) e em São Paulo SP (1974). A 30 de outubro de 1973, apresentou-se no Hunter Coilege, de New York, E.UA. A 8 de janeiro de 1974 exibiu-se no primeiro concerto do 252 aniversário do Conselho Internacional de Música realizado no edifício da UNESCO, em Paris. 

Em 1983 criou a Orquestra Brasileira de Violões e em 1985 foi nomeado diretor do Museu Villa-Lobos. Já gravou 41 LPs —muitos dos quais foram editados em CD — para várias gravadoras: RCA, Erato, Kuarup, Chant du Monde, Vison etc. 

Pela Vison lançou em 1997 o CD Mistura amigos, gravado ao vivo, com choros e composições de Dilermando Reis, João Pernambuco, Guinga, Tom Jobim e outros. Em sua carreira, já foi acompanhado pelas orquestras Royal Philharmonic, English Chamber, National de France, Opéra National de Monte Carlo, J. F. Paillard, Pasdeloups e Coionne e outras. É membro fundador do Conseil d’Entraite Musicale da UNESCO. 

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira.

Nicanor Teixeira

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Nicanor Teixeira
Nicanor Teixeira (Nicanor de Araújo Teixeira), compositor e violonista, nasceu em 1º de junho de 1928, em Barra do Mendes, interior da Bahia. Filho de Floriano Teixeira e de Amélia Batista de Oliveira Teixeira, é o quinto filho de uma família de sete irmãos.

Seu pai era coureiro e possuía um pequeno sítio no interior, além de uma casa em Barro Alto, para onde a família mudou-se quando Nicanor tinha três anos. Cresceu ouvindo os violeiros que passavam por Barro Alto, rumo às festas de Bom Jesus da Lapa.

Aos nove anos, recebeu de presente do pai um cavaquinho. Assistia às aulas dadas por João Sátiro a seu vizinho Adalberto Bodão, através da janela deste. Um dia, Sátiro desafiou o menino a mostrar o que aprendera. Logo, o jovem Nicanor mostrou que, olhando, aprendera muito.

Ganhou um violão aos 12 anos. Estudou violão, por sua conta, pelo método de Américo Jacomino (o Canhoto). Aos 13 anos, já tocava em bailes e festas acompanhando o saxofonista Almerindo Guedes, principal músico de Barra do Mendes, e o famoso sanfoneiro da região, João Benta, entre outros.

Veio para o Rio de Janeiro em 1948. Nesta cidade, entrou para o serviço militar no 1º Batalhão de Carros de Combate, cujo terceiro sargento era o sambista Nelson Sargento.

Foi aluno de Dilermando Reis entre os anos de 1951 e 1954, passando a freqüentar suas aulas coletivas, pagas com o emprego no comércio de roupas. As aulas eram aos domingos e, em sua primeira demonstração (tocou duas composições suas), os colegas riram muito e comentaram a maneira própria de usar a mão direita, privilegiando o polegar: "Aí, Dilermando, até que enfim apareceu um polegar para competir com o teu!".

Em 1952, apresentou-se no programa de calouros de Ary Barroso. No auditório da Rádio Tupi lotado, Nicanor recebeu nota 4,5 (a máxima era 5,0) e conquistou o prêmio em dinheiro que, para sua alegria, estava acumulado.

Tocou na segunda formação da Orquestra de Violões de Dilermando Reis, que contava também com Chico Sá, Molina, Hilton Ramos, Waldir León, Simplício, Oswaldo Mendes, Deoclécio Melin e Evilásio Maciel.

Largou o comércio em 1955, dedicando-se exclusivamente ao violão. Lecionou no Conservatório Musical do Rio de Janeiro, em Botafogo, no Instituto Brasileiro de Cultura e Música (Ibcm), e no Conservatório Brasileiro de Música - filial Laranjeiras. Conheceu, nesse período, Oscar Cáceres (de quem se tornou amigo) e Turíbio Santos, ainda uma jovem promessa, além da grande violonista Maria Luiza Anido.

Em 1959, passou a lecionar na Casa Carlos Wehrs. No mesmo ano, foi indicado por Dilermando Reis para tocar na festa dos 250 anos da cidade de Cuiabá. Em 1961, abriu, em sociedade com Mário Montenegro, uma loja de música em Copacabana, que se tornou ponto de encontro de músicos cariocas e paulistas.

Nessa época, surgiu um problema no seu dedo indicador direito, que o obrigou a interromper sua carreira como violonista e cuja superação lhe custou grande esforço. Voltou, então, a trabalhar no comércio durante o dia e continuou lecionando à noite.

No final da década de 1960, Hermínio Bello de Carvalho indicou-o para professor da Academia de Violão Duarte Costa, em Lisboa, Portugal. Nicanor preferiu não aceitar, já que seu casamento estava marcado para breve. Ainda por volta de 1960, elaborou, junto com vários violonistas, o programa do curso de violão do Conservatório Brasileiro de Música.

No início dos anos 70, transcreveu a obra do violonista e compositor Othon Saleiro. De 1974 a 1976, fez várias apresentações com seus alunos, na ABI. Em 1976, deu um recital com Sérgio de Pinna, no Ibam (Instituto Brasileiro de Administração Municipal). Em 1977, gravou o disco, de selo independente, O violão brasileiro de Nicanor Teixeira, reunindo obras suas e interpretações para clássicos do violão brasileiro, como Sons de carrilhões, de João Pernambuco, Doutor sabe tudo e Magoado, de Dilermando Reis.

A partir de 1985, travou contato com o Quarteto Carioca de Violões, fundado pelos jovens violonistas Maria Haro e Nicolas de Souza Barros. Escreveu várias obras para o conjunto, dentre as quais Mariquinhas Duas Covas, hoje um clássico do repertório das orquestras de violões.

O compositor possui várias peças editadas no Brasil ("Ricordi", "Monabluc" e "Irmãos Vitale"), na França ("Max Eschig") e Alemanha ("Margaux"). Desde meados da década de 1980, vem compondo em parceria com a poeta Márcia Jacques. Sua obra vem sendo tocada por grandes intérpretes do violão brasileiro e internacional.

Em 1998, o violonista brasileiro radicado na Espanha, Cláudio Tupinambá, incluiu em seu CD, gravado em Madrid, o "Cateretê das farinhas" e o "Estudo nº 2". Em 1999, apresentou-se na Casa de Cultura Laura Alvim, junto com a parceira e poeta Márcia Jacques, no show "As canções de Nicanor Teixeira e Márcia Jacques" .

Em 2000, Afonso Machado (bandolinista e arranjador) e Bartholomeu Wiese (violonista), integrantes do conjunto Galo Preto, produziram um CD em sua homenagem, com músicas de Nicanor interpretadas pelo compositor e por violonistas e instrumentistas de várias gerações, admiradores de sua obra: Turíbio Santos, Egberto e Alexandre Gismonti, Guinga, Jodacil Damasceno, Léo Soares, Paulo Rabelo (filho de Paulinho da Viola), Cláudio Tupinambá, Afonso Machado e Galo Preto, Bartholomeu Wiese, Marcos Llerena, Nicolas de Souza Barros, Maria Haro, Luiz Otávio Braga, Graça Alan, Marcos Farina, Marcos Ferrer, Swang, Luciana Requião, Nelson Caiado e Vera de Andrade.

Obra

Álbum de família (século XX) (c/ Márcia Jacques),  Arrepio (melodia do frevo nº 2) (c/ Márcia Jacques),  Auto-retrato, Canção terna, Cantiga nº 2, Carioca nº 1, Carioca nº 2, Carioca nº 3 (choro em sol menor), Cateretê das farinhas, Choro da Cidade da Barra, Concertante 1, Concertante 2, Estudo brilhante, Estudo nº 2Estudo nº 3, Eu vou me amasiá, Fabricante de canções (c/ Márcia Jacques), Filigrana (fragmentos de choro), Flor de mandacaru (c/ Márcia Jacques), Frevo nº 1 (Te enxerga muié), Frevo nº 2, Inverno quase primavera, João Benta no forró (Sanfoneiro de Cafarnaum), Lamento do cantador nordestino, Lica do Zé (c/ Márcia Jacques), Loucuras da Vicentina, Mariquinha Duas Covas, Memórias de um reisado, Moça Caetana (melodia de três canções para Ambrosina) (c/ Márcia Jacques), Na gafieira que o doutor lhe prescreveu (fragmentos de choro) (c/ Márcia Jacques), Nossa canção (elegias) (c/ Márcia Jacques), Olhos que choram, Outono, Pequena fantasia e variação, Pequena modinha (fragmentos de canção), Ponteio nº 1, Ponteio nº 2, Por Camille (Cantilena do prelúdio) (c/ Márcia Jacques), Porque sim (c/ Sérgio Pina e Márcia Jacques), Prelúdio e canção de Páscoa, Prelúdio em si menor (prelúdio romântico), Prelúdio nº 1, Prelúdio nº 2, Prelúdio nº 3, Prelúdio nº 6, Procissão, Romaria de Bom Jesus da Lapa, Saga (c/ Márcia Jacques), Samba-canção, violão, a Lurdes (esposa de Zé da Cuíca), Sarabanda, Seu Leandro e sua viola, Suíte nº 2, Suíte pequenas paisagens, Tecelã (c/ Márcia Jacques), Três canções para Ambrosina, Tudo que for necessário (c/ Márcia Jacques), Último adeus (c/ Márcia Jacques), Valsinha romântica nº 1, Valsinha romântica nº 2, Velha lembrança

Fonte: Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira.

Ary Vasconcelos

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Ary Vasconcelos
Ary Vasconcelos, jornalista, crítico, historiador e musicólogo, nasceu no Rio de Janeiro RJ em 4/2/1926. Iniciou carreira jornalística em 1943, colaborando com Sílvio Túlio Cardoso na seção “Um pouco de jazz”, do jornal carioca O Globo.

Com o mesmo Sílvio, escreveu, de 1943 a 1944, a coluna “Swing Fan”, na revista A Cena Muda, e redigiu o programa Swing Cocktail para as rádios Tupi e Tamoio, do Rio de Janeiro.

Durante três anos, a partir de 1943, foi cronista de jazz da revista A Cigarra e, de 1946 a 1947, trabalhou como crítico de rádio de O Cruzeiro. Foi crítico de discos e de música popular de O Jornal (1957-1963), Jornal do Comércio (1961-1967), O Globo (1967-1970), Querida (1969-1971), O Cruzeiro (1972) e Grande Hotel (1975).

Proferiu conferências sobre música popular brasileira a partir de 1966, tendo por essa época organizado, com Sílvio Túlio Cardoso, entre outros,o Clube de Jazz e Bossa Nova.

Em 1966, foi um dos responsáveis pela criação do FIC, tendo participado, como jurado, desse e de vários outros festivais. Produziu programas sobre a história da música popular brasileira para a Rádio M.E.C., e discos para o Museu da Imagem e do Som e para a Odeon.

Grande colecionador e especialista de discos brasileiros, tornou- se historiador dos mais prolíficos de nossa música, tendo publicado os livros: Panorama da música popular brasileira (2 vols., 1964); Raízes da música popular brasileira (1a edição 1977, 2’ ed. revista e ampliada, 1991); Panorama da música brasileira na Belle-époque (1977); Luís Pistarini, um bandolim esquecido (1983); Carinhoso etc.— História e inventário do choro (1984); A nova música da República Velha (1985).

Recebeu, em 1982, o prêmio Estácio de Sá, conferido pelo Conselho de Educação e Cultura do Estado do Rio de Janeiro e, em 1994, da União Brasileira de Escritores, o titulo de personalidade do ano.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e publiFOLHA.