sábado, 19 de fevereiro de 2011

Jorge Mautner

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Jorge Mautner (Jorge Henrique Mautner), compositor, cantor e escritor, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 17/1/1941. Filho de alemães que deixaram a Europa durante o nazismo, aos sete anos começou a aprender violino com o pai. Aos 14 anos passou a tocar bandolim e, mais tarde, piano.

Em 1958 compôs Olhar bestial. Nessa época, escreveu também seu primeiro livro, Deus da chuva e da morte, publicado em 1962. Escreveu ainda Kaos, Narciso em tarde cinza e Vigarista Jorge, colaborando também no jornal Última Hora, de São Paulo SP, com a coluna Bilhetes do Kaos.

Em 1965 lançou um compacto simples pela RCA, com Radioatividade e Não, não, não. Paralelamente, tocava rock em restaurantes paulistanos. No fim do mesmo ano, foi para os EUA, trabalhando, entre outros empregos, como secretário do escritor norte-americano Robert Lowell.

Em 1969 compôs Olhos de gato (com Carla Blay, compositora de jazz e rock). Dois anos depois deixou os EUA e foi para Londres, Inglaterra, entrando em contato com Gilberto Gil e Caetano Veloso. Fez a letra para três músicas de Gil, The Three Mushrooms, Babylon e Crazy Pop Rock, e com Caetano, From FarAway. Ainda em 1971, dirigiu o filme O demiurgo. De volta ao Brasil, no mesmo ano colaborou nos jornais O Pasquim, Rolling Stone e Flor do Mal.

Em 1972 gravou ao vivo seu primeiro LP, pela Philips, o show Para iluminar a cidade, realizado no Teatro Opinião, do Rio de Janeiro. No mesmo ano tornou-se parceiro do guitarrista e compositor Nelson Jacobina, com quem compôs Maracatu atômico, lançado no ano seguinte por Gilberto Gil com grande sucesso.

Em 1974 lançou outro LP, Jorge Mautner, pela Polydor, com produção, direção e participação, em algumas faixas, de Gilberto Gil. Entre as músicas do LP estão Maracatu atômico, Cinco bombas atômicas, O relógio quebrou, Nababo-ê, Salto no escuro (todas com Nelson Jacobina). Nesse mesmo ano, participou em Salvador BA de shows com Gilberto Gil e Caetano Veloso, resultando um LP no qual interpreta uma das faixas, Roda do relógio. Ainda em 1974 foram gravadas outras composições suas: Herói das estrelas e O rouxinol (por Gilberto Gil), Lágrimas negras (por Gal Costa) e Ginga da mandinga (por Wanderléia).

Participou, no início de 1975, do certame Abertura, promovido pela TV Globo, do Rio de Janeiro, com a composição Bem-te-vi (com Nelson Jacobina). Em 1976, lançou o LP Mil e uma noites de Bagdá. Em 1977, lançou pela CBS compacto com O filho predileto deXangô e O boi. Em 1980 saiu o livro Panfletos da Nova Era, Editora Global. Em 1981, gravou pela Warner o LP Bomba de estrelas, com participações de Caetano Veloso, Robertinho de Recife e outros e, no ano seguinte, lançou o livro Sexo do crepúsculo (Editora Global).

Apresentou em todo o Brasil, em 1996, o show Encantador de serpentes. Outros discos seus incluem Antimaldito (1985, Polygram), produzido por Caetano Veloso (que em 1979 regravou O vampiro), Árvore da vida (Warner, 1989) e Pedra bruta (1992).

Em 1997, fez sucesso a regravação de Maracatu atômico por Chico Science & Nação Zumbi. No mesmo ano, saiu o CD Estilhaços de paixão (Velas), incluindo canções como Vivendo sem grilo e A bandeira do meu partido.

Em 1998, fez shows em Amsterdã, Lisboa (Expo-98), Abrantes e Londres. Nesse mesmo ano, apresentou-se nas unidades do SESC, em São Paulo, celebrando os 100 Anos de Bertold Brecht. Também em 1998, deu aulas de literatura em escolas públicas do município, na periferia de São Paulo.

Em 1999, lançou, pela Dabliú, o CD duplo O ser da tempestade: 40 anos de carreira. No primeiro disco, interpreta suas canções e no segundo conta com a participação de outros artistas, como Gal Costa, Elba Ramalho e Caetano Veloso, entre outros.

No ano seguinte, participou, como comentarista cultural, do programa semanal Musikaos (TV Cultura/SP), que teve como tema de abertura sua canção Cinco Bombas Atômicas (c/ Nelson Jacobina), gravada pelo titã Sergio Britto. Fez shows pelo Brasil ao lado de Nelson Jacobina.

Em 2002, gravou, com Caetano Veloso, o CD Eu não peço desculpas, contendo suas composições Tarado, Homem bomba e Graça Divina, todas de sua parceria com Caetano Veloso, Manjar de reis, Maracatu atômico e Morre-se assim, todas de sua parceria com Nelson Jacobina, Coisa assassina (c/ Gilberto Gil) e Todo errado, além de Feitiço, O namorado e Cajuína, todas de Caetano Veloso, Voa, voa, perereca (Sérgio Amado) e Hino do carnaval brasileiro (Lamartine Babo). Nesse mesmo ano, lançou o CD e o livro Mitologia do Kaos, uma reunião de sua obra, com comentários de vários artistas e amigos importantes em sua carreira.

No dia 8 de maio de 2003, foi homenageado pela Câmara de Vereadores de São Paulo. No dia 28 de novembro desse mesmo ano, recebeu a Cruz de Honra da Áustria para a Ciência e Cultura, concedida pelo presidente da Áustria no consulado austríaco do Rio, com a presença do Ministro Gilberto Gil. Também nesse ano, recebeu o título de Comendador pela Ordem do Mérito Cultural em Brasília, com a presença do ministro Gilberto Gil e do presidente Lula. Ainda em 2003, foi premiado com o Grammy Latino, pelo disco Eu não peço desculpa, gravado em parceria com Caetano Veloso. Também nesse ano, participou, como ator e músico, do filme Casa de Areia, de diretor Andrucha Waddington.

Em 2004, escreveu o livro Diálogos com o Ministro Gilberto Gil, com tradução e edição simultânea em diversos países estrangeiros. Nesse ano, foram publicados dois livros sobre sua obra: Proteu ou a Arte das Transmutações - Leituras, audições e visões da obra de Jorge Mautner, de Luís Carlos de Moraes Junior, e Jorge Mautner em Movimento, de César Rasec.

Publicou, em 2006, o livro autobiográfico O filho do holocausto (Editora Agir).

Lançou, no ano seguinte, lançou o CD Revirão, contendo suas canções Ressurreições, Ao som da Orquestra Imperial, Nicanor, Executivo-executor e Me telefone, todas com Nelson Jacobina, Os pais e Outros viram, ambas com Gilberto Gil, Acúmulo de azuis (c/ Bem Gil), História do baião (c/ Ronald Pinheiro), Kilawea (c/ Bartolo), Assim já é demais, Estilhaços de paixão e Olha só quem passa. O disco foi produzido e gravado por Berna Ceppas e Kassin, com gravações adicionais operacionalizadas por Daniel Carvalho.

No dia 23 de abril de 2007, apresentou-se ao lado de Jorge Benjor, Jorge Vercilo e Jorge Aragão na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, em show que reuniu os “Jorges” da música brasileira em homenagem a São Jorge.

Em 2010, apresentou-se no Sesc Ginástico (RJ), com o show Do Kaos ao Revirão, ao lado de Nelson Jacobina, Kassin e Domênico Lancelloti.

Em 2011, foi homenageado pela Orquestra Imperial com o show Tributo a Jorge Mautner, realizado no Circo Voador (RJ). O espetáculo contou com a participação de Caetano Veloso, Gilberto Gil e Jards Macalé.

Fontes: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha; Dicionário Cravo Albin da MPB.