domingo, 16 de janeiro de 2011

Lapinha

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Retrato "inventado" pelo artista plástico Mello
Menezes. O rosto da cantora é desconhecido...
Lapinha (Joaquina Maria da Conceição Lapa), cantora, floresceu no Rio de Janeiro, RJ, entre fins do séc. XVIII e inícios do séc. XIX. Brasileira de nascimento, adquiriu renome no Rio de Janeiro exibindo-se no teatro como atriz e cantora.

A Gazeta, de Lisboa, Portugal, noticia a sua apresentação no Porto, Portugal, em concertos realizados nos dias 27 de dezembro de 1794 e 3 de janeiro de 1795. O mesmo jornal, exaltando as qualidades excepcionais da cantora, dá notícia do concerto que se realizaria no Teatro São Carlos, de Lisboa, no dia 24 de janeiro de 1795.

"A célebre cantora americana", como a ela se referem as notícias da época, exibiu-se ainda em Coimbra, Portugal, onde foi alvo de grandes homenagens prestadas pelos estudantes da universidade.

Para ela o padre José Maurício Nunes Garcia escreveu o Coro para o entremês, em 1808, e uma ária do drama O triunfo da América, em 1809.

Pioneira em aplausos

Ela arrancou aplausos de plateias exigentes e elogios de críticos europeus no século XIX. Mulata, Joaquina Maria da Conceição da Lapa, a Lapinha, venceu preconceitos e se tornou a primeira cantora brasileira aplaudida fora do Brasil.

O pesquisador e músico Sérgio Bittencourt-Sampaio, em seu livro Negras líricas: duas intérpretes brasileiras na música de concerto (Sete Letras, 2008), narra o quanto a artista foi pioneira nas artes e na emancipação da mulher. “Houve outras mulheres dedicadas à música, em seu tempo e antes, mas estavam longe de conseguir tal prestígio”, diz Bittencourt-Sampaio.

"O nome da Lapinha tem aparecido esporadicamente em textos sobre música brasileira e memórias da cidade do Rio de Janeiro voltados para o final do Vice-Reinado e Período Joanino, mas sempre limitados a uns poucos parágrafos, ou, mesmo poucas linhas. Por isso, nas minhas pesquisas bibliográficas passava por esse nome, mas não me chamava a atenção.

Meu interesse surgiu quando comecei a pesquisar cantoras líricas negras brasileiras do século XIX, há pouco mais de cinco anos. A primeira foi Camila da Conceição, que me despertou o interesse quando encontrei uma fotografia dela na Escola de Música da UFRJ. Os dados biográficos então existentes eram raríssimos. Resolvi, então, recompor sua história, em busca das possíveis fontes.

Logo encontrei referências à carreira da Lapinha que imediatamente mereceu minha atenção, a princípio por ser de etnia negra (por isso, se enquadrava na pesquisa) e, depois, pelo seu mérito artístico. Não havia então nenhum livro publicado no Brasil sobre o assunto. Logo me aprofundei nos estudos para elaborar uma pequena biografia, não só relativa à carreira musical da cantora, mas à sua vida artística em geral e aos seus triunfos."

"À medida que a pesquisa progredia, foi o enorme sucesso que ela obteve no Brasil e em Portugal, em função do talento tanto como cantora quanto como atriz dramática, exaltado de maneira acentuada por pessoas que a conheceram. E também o prestígio que ela obteve junto à Família Real, na Metrópole e no Brasil.

Basta você pensar que ela foi a primeira mulher a se apresentar no Teatro de S. Carlos em Lisboa (pouco após a inauguração), isso revela o valor de seus dotes artísticos. A apresentação no Porto também foi extraordinária. Tinha tanta gente querendo assistir à estreia que foi necessário fazer uma outra apresentação poucos dias depois. A isto, podemos acrescentar a atuação em solenidades como o aniversário do Príncipe Regente e o enlace matrimonial de D. Maria Teresa, a Princesa da Beira, com D. Pedro Carlos de Bourbon, em 13 de maio de 1810, no Rio de Janeiro.

Na época (final do Vice-Reinado e início da Monarquia), uma cantora lírica obter tal repercussão, se distinguindo de outras atrizes e atingindo um nível de fama ainda não conquistado por nenhuma brasileira na área lírica, até mesmo no século XIX era um fato notável e único.

Se considerarmos a condição étnica, vemos que foi a primeira mulher negra a ter imenso sucesso na arte. Houve outras dedicadas à música, em seu tempo e antes, mas estavam longe de conseguir tal prestígio."

Fontes: Revista de História da Biblioteca Nacional - Pioneira em Aplausos; Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha - 2a. Edição - 1998.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Juarez

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Juarez de Araújo
Juarez (Juarez Assis de Araújo), instrumentista, nasceu em Surubim, PE, em 7/10/1930, e faleceu na cidade do Rio de Janeiro, RJ, em 15/9/1986.

Começou a interessar-se por música, tocando requinta, ingressando em 1945 na banda do padre Cleomácio Leão, em Jaboatão PE. No Exército tocou saxofone soprano, e, quando deu baixa, entrou para a orquestra da Rádio Poti, de Natal RN, onde ficou de 1950 a 1951, deixando-a pela Rádio Jornal do Comércio, de Recife PE, até 1954.

Seguiu, depois, para a orquestra de Clóvis Elly, em São Paulo SP, onde ficou até 1958. De 1954 a 1955 tocou saxofone barítono com Silvio Mazzuca, na Rádio Bandeirantes, de São Paulo, e de 1955 a 1956, saxofone tenor, na orquestra da Rádio Nacional, de São Paulo, tendo-se transferido para o Rio de Janeiro, onde fez parte da orquestra de Osvaldo Borba, de 1956 a 1962.

Em 1961 inaugurou o Terceiro Festival Sul-Americano de Jazz, realizado em Punta Del Este, Uruguai, época em que lançou seu primeiro LP como líder e arranjador, Juarez— Sua excelência o sax, pela gravadora Carroussel. 

Tocou clarineta, entre 1962 e 1965, na orquestra Arco-Íris, da TV-Rio, do Rio de Janeiro. Em 1962 gravou dois LPs pela Masterplay, Bossa Nova nos States e O inimitável Juarez

No ano seguinte, participou com seu conjunto do Quarto Festival Internacional de Jazz Latino-Americano, realizado em Mar del Plata, Argentina, e gravou mais dois LPs, na Masterplay, Masterplay Goes to New York e na ABC-Paramount, dos Estados Unidos, Bossa Nova Brasil autêntico

A partir de 1960, marcou sua atuação como solista do Brazilian Jazz Sexteto e do Juarez e seu Conjunto, tendo excursionado, a partir de 1970, por vários países da Europa e Oriente. 

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e PubliFolha - 2a. Edição - 1998.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Jongo Trio

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Jongo Trio - Conjunto vocal e instrumental formado em São Paulo, SP, em 1965, integrado inicialmente por Toninho (Antônio Pinheiro Filho, São Paulo), percussão; Sabá (Sebastião Oliveira da Paz, Belém PA 1926—), contrabaixo; e Cido (Aparecido Bianchi, Ribeirão Preto SP 1935—), piano.

O grupo começou a aparecer na época dos shows do Teatro Paramount, de São Paulo, a partir do Fino da Bossa, gravando logo em seguida o LP Dois na bossa, acompanhando Elis Regina e Jair Rodrigues, pela Philips.

Ainda em 1965 lançou seu primeiro disco, Jongo Trio, pela Farroupilha, com Feitinha pro poeta (Baden Powell e Lula Freire), Terra de ninguém (Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle) e O menino das laranjas (Theo de Barros).

Entre 1966 e 1967, o conjunto dissolveu-se: Toninho e Sabá foram para o Som-3, conjunto liderado por César Mariano, enquanto Cido se tornava diretor musical dos shows da Rhodia e depois arranjador de jingles.

Novamente formado em 1970 — agora como Jongo Trio e Companhia, integrado por Toninho, Claiber (Humberto Claiber, São Paulo 1937—), contrabaixista e ex-integrante do Sambalanço, e Paulo Roberto, pianista — gravou pela Ebrau o LP Jongo, com Garota do Pasquim (Nonato Buzar e Carlos Imperial), Menina (Paulinho Nogueira) e Azul da cor do mar (Tim Maia).

Dois anos depois saiu pela Copacabana o LP Jongo Trio, com Morena Boca de Ouro (Ary Barroso) e Sandália de prata (César Roldão Vieira).

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e PubliFolha - 2a. Edição - São Paulo 1998.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

João Paulo e Daniel

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João Paulo e Daniel - Dupla sertaneja formada por José Henrique dos Reis (Brotas SP 1960—1997) e José Daniel Camilo (Brotas 1968—), que se conheceram como concorrentes em festivais de música pelo interior do Estado de São Paulo, até que em 1981 descobriram que suas vozes se entrosavam e resolveram cantar juntos.

O primeiro disco, Amor sempre amor, saiu em 1985 pela gravadora Chantecler, com Nossa música (Ana Franco e Benedito Seviero), Siriema do serrado e Brincar de esconder (ambas de José Fortuna e Paraíso).

Depois vieram Planeta coração (1987), destacando-se a música-título (Eduardo Lages e Jorginho Ferreira), Metade da minha vida (Um sonho maior) (Joel Marques) e Sertão (José Fortuna e Paraíso); e João Paulo e Daniel (1989), em que sobressaem a regravação de Desejo de amar (Gabu e Marinheiro), do repertório da sambista Eliana de Lima, e Marcas de um amor (Vicente Dias e Cleide Gentil Rossi).

Em 1992 surgiu João Paulo e Daniel — Vol. 4 com Gosto de hortelã (Dimarco e José Antônio), Tá faltando amor (Pinochio e Daniel) e Você virou mania (Maria da Paz e Nino).

Lançado em 1994, João Paulo e Daniel— Vol. 5, incluindo Dia de visita (Moacir Franco), Cuida de mim (Edinho da Mata e Silmara Pierini) e Saudade (César Augusto e William Santana), conquistou discos de ouro e de platina.

No ano seguinte, a dupla lançou mais um disco de sucesso, João Paulo e Daniel — Vol. 6, com destaque para Hoje eu sei (Rick e Alexandre), Alguém (César Augusto e Piska) e Que dure para sempre (Peninha).

João Paulo e Daniel — Vol. 7 saiu em 1996, trazendo o maior sucesso da dupla, Estou apaixonado (Estoy enamorado, de Donato e Estefano, versão de Carlos Colla), e mais Minha estrela perdida e Mil loucuras de amor (ambas de César Augusto e Piska), Pedindo bis (Tivas e Valdir de Lazzari) e Frente a frente (Royce do Cavaco). Ainda naquele ano o novo selo Globo/Continental lançou a coletânea Os 14 maiores sucessos de João Paulo e Daniel, que chegou a 500 mil cópias vendidas.

Em abril de 1997, ainda pela mesma gravadora, agora como Continental, a dupla lançava seu último disco, João Paulo e Daniel — Vol. 8, trazendo Ela tem o dom de me fazer chorar e Louco de desejo (ambas de César Augusto e Piska), As coisas são como são (Peninha), A loira do carro branco (Paraíso e Jesus Belmiro) e Poeira da estrada (João Paulo e Rick).

Em setembro do mesmo ano o cantor João Paulo morreu em acidente automobilístico na Estrada dos Bandeirantes, no Estado de São Paulo.



Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha - 2a. Edição - 1998.

João do Rio

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João do Rio
João do Rio (João Paulo Emílio Cristóvão dos Santos Coelho Barreto), folclorista, teatrólogo, romancista e jornalista, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 05/07/1881, e faleceu na mesma cidade, em 23/06/1921.

Era filho de educador Alfredo Coelho Barreto e de Florência Cristóvão dos Santos Barreto. Adepto do Positivismo, o pai fez batizar o filho na igreja positivista, esperando que o pequeno Paulo viesse a seguir os passos de Teixeira Mendes. Mas Paulo Barreto jamais levaria a sério a igreja contista, nem qualquer outra, a não ser como tema de reportagem.

Fez os estudos elementares e de humanidades com o pai. Aos 16 anos, ingressou na imprensa. Em 1918, estava no jornal Cidade do Rio, ao lado de José do Patrocínio e o seu grupo de colaboradores. Surgiu então o pseudônimo de João do Rio, com o qual se consagraria literariamente.

Pesquisou a vida e os costumes do Rio de Janeiro, reunindo suas impressões em vários livros. Escreveu também sobre o movimento literário e atividades religiosas.

Trabalhou nos períodicos Cidade do Rio, Gazeta de Notícias e O País, tendo participado da fundação do Rio-Jornal, a Pátria e Atlântida, e colaborado na revista Kosmos.

Ocupou a cadeira número 26 da Academia Carioca de Letras. Nos diversos jornais em que trabalhou, granjeou enorme popularidade, sagrando-se como o maior jornalista de seu tempo. Usou vários pseudônimos, além de João do Rio, destacando-se: Claude, Caran d’ache, Joe, José Antônio José.

Sobre folclore publicou As religiões do Rio, Rio de Janeiro, 1904 (2a. ed., Rio de Janeiro, 1906); A alma encantadora das ruas, Rio de Janeiro, 1908.

Fontes: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e PubliFolha - 2a. Edição - 1998; João do Rio - Passeiweb.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Jeca Mineiro

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Jeca Mineiro
Jeca Mineiro (José Silva), compositor e cantor, nasceu em Arceburgo, MG, em 04/09/1913. Cresceu entre violeiros e catireiros. Aos dez anos, começou a cantar e tocar cavaquinho nas festas de sua cidade.

Aos 15 anos, ganhou uma viola da avó; mudou-se para São José do Rio Pardo SP, e começou a tocar em festas. Em 1946 mudou-se para São Paulo SP, onde formou dupla com Chico Carretel, apresentando-se na Rádio Cruzeiro do Sul.

Em 1947, em parceria com Motinha, atuou no programa Serra da Mantiqueira, da Rádio Bandeirantes. Sua primeira música, Boiadeiro paulista, foi composta em 1948 e gravada no ano seguinte por Zé Pagão e Nhô Rosa, na Continental.

De 1949 a 1965, formou dupla com Mineirinha, quando gravou seu primeiro disco em 78 rpm. Gravaram na Copacabana vários sucessos, entre eles Mulher ciumenta (Nonô Basílio). Parou de cantar em 1968, mas continuou compondo.

Em 1973 compôs Fuscão preto (com Atílio Versuti), lançada sem êxito pela dupla Giovante e Mariel. A música só estourou em 1982, quando foi regravada por Almir Rogério, chegando a vender mais de 700 mil cópias. Regravada por mais de 20 duplas sertanejas, bateu todos os recordes de execução nas rádios e de vendagem de discos, na época.

Em 1983, Almir Rogério atuou no filme Fuscão preto (de Jeremias Moreira Filho), que fez sucesso na Itália (Fiat nero) e nos EUA (Black Mustang). Outros sucessos: A dama de vermelho (com Ado Benatti), Não beba mais não (com Orlandinho), Copo de festa, Lembranças que o tempo não apaga, Cinzas e espumas (com Atílio Versutti). 

Suas músicas foram gravadas por Chitãozinho e Xororó, Tonico e Tinoco, Gaúcho da Fronteira, e outras duplas conhecidas.

Em São Paulo, trabalhou na Rádio Bandeirantes, apresentando o programa Serra da Mantiqueira, e na Rãdio Cultura, com o programa Lá no Pé da Serra.

Principais obras

A Dama de Vermelho
(Jeca Mineiro e Ado Benatti),  A Solidão me Tortura (Jeca Mineiro e Sebastião Vito),  Alma de Gaúcho (Jeca Mineiro e Ado Benatti),  Alma do Ferreirinha (Jeca Mineiro e Zilo),  Amar Não é Crime (Jeca Mineiro e Paiozinho),  Amarga Saudade (Jeca Mineiro e Zelão),  Amor Ausente (Jeca Mineiro e Nascim Filho),  Aperte Minha Mão (Jeca Mineiro),  Baile Gaúcho (Jeca Mineiro e Milton Cristofani),  Caboclo de Fato (Jeca Mineiro e Kambukira),  Cante Comigo (Jeca Mineiro e Campanha),  Cinzas e Espumas (Jeca Mineiro e Atilio Versuti),  Copo de festa (Jeca Mineiro),  Desconfiada (Jeca Mineiro e Zelão),  Égua Preta (Jeca Mineiro e Atilio Versuti),  Eterno Apaixonado (Jeca Mineiro e Labareda),  Fazendeira Vaidosa (Jeca Mineiro),  Força do Destino (Jeca Mineiro e Ado Benatti),  Fuscão Preto (Jeca Mineiro e Atilio Versuti),  Grades de Ferro (Jeca Mineiro e Anésio Cardoso),  Ilusão Perdida (Jeca Mineiro e Maria Terezinha),  Jamais te Esquecerei (Jeca Mineiro),  Lábios Doces (Jeca Mineiro e Zé Tapera),  Lembranças que o Tempo Não Apaga (Jeca Mineiro e Luiz de Castro),  Mãezinha Feliz (Jeca Mineiro e José Fortuna),  Mandamento Sagrado (Jeca Mineiro e Sebastião Vitor),  Meu Diário (Jeca Mineiro e Teixeira Filho),  Meu Sabiá (Jeca Mineiro e Atilio Versuti),  Meu Sistema (Jeca Mineiro),  Minas Gerais (Jeca Mineiro e Moreno),  Morrendo de Amor (Jeca Mineiro e Milton Cristofani),  Não Bebas Mais Não (Jeca Mineiro e Orlandinho),  Não Bebas por Mim (Jeca Mineiro),  Pé Vermelho (Jeca Mineiro), Perfume de Meu Bem (Jeca Mineiro),  Poema de Amor (Jeca Mineiro e Nascim Filho),  Por que Mentir? (Jeca Mineiro e Sertãozinho),  Quem é que Não Sente (Jeca Mineiro e José Russo),  Remorso (Jeca Mineiro e Benedito Seviero),  Romance Infeliz (Jeca Mineiro e Moreno),  Traidor (Jeca Mineiro e Piraci),  Vai com Deus (Jeca Mineiro e Labareda).

Fontes: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e PubliFolha - 2a. Edição - 1998; Recanto Caipira - Jeca Mineiro.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Índios Tabajaras

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Índios Tabajaras - Dupla formada pelos irmãos Antenor Moreira Lima (Tianguá CE) e Natalício Moreira Lima (Crato CE 1918—). Índios da tribo Tabajara, Muçaperê e Erundi (Terceiro e Quarto, em língua tupi) saíram de sua terra com a família em 1933, a pé, rumo do Rio de Janeiro RJ. Nos três anos de caminhada em que atravessaram o país, entraram em contato com violeiros e cantadores.

No Rio de Janeiro, por iniciativa do tenente Hildebrando Moreira Lima, registraram-se como cariocas: Muçaperê tornou-se Antenor e Erundi, Natalício. Por volta de 1945, cantaram pela primeira vez na Rádio Cruzeiro do Sul, do Rio de Janeiro, com o nome de Índios Tabajaras, assinando contrato com a emissora.

Doze anos depois excursionaram pela Argentina, Venezuela e México, onde estudaram música. Natalício compôs então uma série de músicas eruditas para violão.

Seguiram para os EUA, onde durante três anos se apresentaram em shows com repertório variado: de smoking, executavam obras eruditas, sobretudo Villa-Lobos; e com trajes indígenas, sambas e motivos folclóricos.

Voltaram ao Brasil em 1960, interrompendo a carreira por três anos, quando excursionaram novamente pelos EUA. Em meados da década de 1960 exibiram-se no Japão, Europa, China e outros países da Ásia, voltando ao Brasil em 1968, ano em que gravaram um disco com músicas havaianas.

Instalados em Nova York, EUA, lançaram em 1969-1970 um LP de músicas japonesas, onde se destaca Sakura-Sakura.

Gravaram 48 discos LP, que venderam milhões de cópias. O maior sucesso da dupla foi o fox Maria Helena, incluído em LP que vendeu um milhão e meio de exemplares.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha - 2a. Edição - 1998

Toninho Horta

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Toninho Horta
Toninho Horta (Antônio Maurício Horta de Melo), instrumentista e cantor, nasceu em Belo Horizonte, MG, em 2/12/1948. Sua primeira gravação foi no disco Clube da Esquina, tocando guitarra na faixa Trem azul.

Em 1970, fez parte como músico do espetáculo Tom & Elis, no Teatro Nacional, no Rio de Janeiro. Em 1973, gravou o disco Beto Guedes, Danilo Caymmi, Novelli e Toninho Horta, pela EMI. Nas décadas de 1970 e 1980, participou dos discos de Milton Nascimento, Maria Bethânia, Dori Caymmi, Nana Caymmi, Gal Costa, Joyce, Edu Lobo, entre outros.

Lançou seu primeiro LP solo em 1980, Terra dos pássaros (gravação independente), em 1995 lançado nos EUA pela WEA. Ainda em 1980, lançou pela EMI o LP Toninho Horta, lançado nos EUA. em 1990, pela Capitol Records.

Em 1981 apresentou- se no show Toninho Horta e Orquestra Fantasma, no Teatro Nacional de Brasília DF. Quatro anos depois, apresentou-se no II Free Jazz Festival ao lado de Toots Thielemans e Bob MacFerrin.

Em 1988, após oito anos sem gravar, lançou nos EUA o disco Diamond Land, e, no ano seguinte, Moonstone, ambos pela Polygram/Verve. Já radicado em New York, EUA, lançou em 1992, também pela Polygram/Verve, o disco Once I Loved. Ainda em 1992, apresentou-se em Londres, Inglaterra, no Royal Festival Hall, acompanhando Marisa Monte.

No ano seguinte, acompanhou Caetano Veloso no Festival Viva Brasil 93, no Palais de Beaux Arts, em Bruxelas, Bélgica; e participou do I Heineken in Concert, ao lado de Gary Peacock e Silly Higgins, no Rio de Janeiro.

Ainda em 1993, lançou o disco Durango Kid — Part I (Big World Music), e, no ano seguinte, os discos Live in Moscow (B&W Records), na Inglaterra, e Toninho Horta e Carlos Fernando (Dubas-WEA), no Brasil. Também em 1994, ao lado de Phillip Catherine, participou do Xl Martinique Carrefour Mondial de la Guitarre, organizado pelo violonista cubano Leo Brower.

Em 1995 lançou o disco Durango Kid—Part II (Big World Music), além de dois CDs no Japão: Foot on the Road (Polygram) e Toninho Horta e Joyce — Sem você (Shinsei Do). Nessa mesma época, apresentou-se no Japão e foi convidado para participar de um CD em auxílio às vítimas do terremoto em Kobe, ao lado de Herbie Hancock, Keith Jarret, Pat Metheny e Ryuchi Sakamoto.

Em dezembro de 1995, excursionou pelas principais capitais do Brasil. Outros CDs gravados: Diamond Land, Moonstone, Serenade, Flávio Venturini e Toninho Horta, 1997, Dubas, este referente ao show de 1989 apresentado no Circo Voador, com participação de Guilherme Arantes.

Obra

Afternoon in Thailand (c/E. Ki Ribas), 1995; Akiko’s Song, 1995; Beijo partido, 1980; Bons amigos (c/Ronaldo Bastos), 1980; Canário azul, 1973; Diana (c/Fernando Brant), 1980; Foot on the Road, 1995; Manuel o audaz (c/Fernando Brant), 1973; Mocidade, 1994; Nenel (c/Michael Colina), 1995; Party in Olinda, 1995; Tecno burguer (After rain), 1995; Viver de amor (c/Ronaldo Bastos), 1980.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha - 2a. Edição - 1998.

Natho Henn

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Nathalino Henn
Natho Henn (Nathalino Henn), compositor e pianista, nasceu em Quaraí, RS, em 26/12/1901, e faleceu em Porto Alegre, RS, em 1/8/1958. Iniciou-se no piano com a mãe aos cinco anos de idade.

Tendo estudado em Montevidéu, Uruguai, com Williams Kokler e Eduardo Fabini (1883—1950), retornou a Quaraí, onde lecionou piano e compôs músicas sobre temas folclóricos.

Mudou-se para Livramento RS e fundou um curso musical, que hoje tem seu nome. Em 1942 fixou-se em Porto Alegre.

A 18 de maio de 1946 realizou um concerto na Associação Brasileira de Imprensa, do Rio de Janeiro RJ, na segunda parte de uma conferência proferida pelo jornalista Paulo Antônio Moritz sobre o Rio Grande do Sul.

Obra

Música orquestral: Hino Glória ao Brasil, 1943/4. 

Música instrumental: A carreta, p/piano, c.1945; Feitiço, p/piano, c.1945; Imembuí, bailado p/piano, s.d.; Páginas do Sul, p/piano, c.1945; Pastoral, p/piano, c.1945; Procissão de Nossa Senhora dos Navegantes, bailado p/piano, 1955; Rolinha, p/piano, c.1945; Toada, p/piano, c.1945. 

Música vocal: Canção do baú, p/canto e piano, s.d.; Caravelas, p/canto e piano, s.d.; Trovas, p/canto e piano, 1943. 

 Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha - 2a. Edição - 1998.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Noel Guarany

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Noel Guarany (Noel Borges do Canto Fabrício da Silva), cantor, compositor, instrumentista e folclorista, nasceu em Bossoroca, distrito de São Luís Gonzaga, RS, em 26/12/1941, e faleceu na cidade de Santa Maria, RS, em 6/10/1998. Estreou como compositor em 1957, com a música Fandango na fronteira, inspirada em motivos folclóricos.

Aos 18 anos empreendeu viagem por vários países da América do Sul, cantando e tocando viola em troca de comida. Depois de um ano, voltou ao Brasil para cumprir o serviço militar; em seguida, viajou novamente, pesquisando as músicas dos países sul-americanos até 1964.

Em 1965 passou a dedicar-se à pesquisa da música rural gaúcha. Ainda em 1965 participou de um festival latino-americano de folclore em que desenvolveu trabalhos com Osvaldo Sousa e Aníbal Sampaio, duas das maiores autoridades sul-americanas em cancioneiro guarani.

Em 1971 lançou sua obra poética e musicada Filosofia de gaudério, gravando no mesmo ano seu primeiro LP no selo Premier. Em 1973 gravou na Phonogram o LP Destino missioneiro, e dois anos depois o LP Noel Guarany sem fronteiras, na Coronado, com as músicas Filosofia de gaudério e Chimarrita sem fronteira, entre outras.

LP Noel Guarany Sem Fronteira 1975
Participou do segundo volume da série Música popular do Sul, da Marcus Pereira, cantando, além de Filosofia de gaudério, Potro sem dono, de Paulo Portela Fagundes.

Gravou ainda os discos Alma, garra e melodia, em 1981, pela Marcus Pereira, e Noel Guarany e os missioneiros, em 1988, pela Discoteca.

Cada vez mais debilitado por uma doença degenerativa no cérebro, permaneceu recolhido em seu sítio na localidade de Vila Santos, na cidade de Santa Maria. Morreu no dia 06 de outubro de 1998, na Casa de Saúde de Santa Maria, tendo sido enterrado em Bossoroca, sua terra natal.

Playlist Noel Guarany - Sem Fronteira - 1975:





Fontes: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolhas - 2a. Edição - 1998; Música gaúcha para download - Noel Guarany.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Oscar Guanabarino

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Oscar Guanabarino
Oscar Guanabarino (Oscar Guanabarino de Sousa e Silva), pianista, compositor e crítico, nasceu em Niterói, RJ, em 29/11/1851, e faleceu na cidade do Rio de Janeiro, RJ, em 17/1/1937.

Aos seis anos iniciou-se no piano com Achille Arnaud, estreando como recitalista aos 15 anos de idade, em concerto realizado no Colégio Pedro II, do Rio de Janeiro.

Aperfeiçoou-se em harmonia com Gioacchino Giannini, tendo recebido lições de piano de Louis Moreau Gottschalk. Ainda jovem, escreveu a comédia As filhas da titia, encenada no Coliseu Teatro, do Rio de Janeiro, de propriedade de seu pai, o escritor, historiador, poeta e comediógrafo Joaquim Norberto de Sousa e Silva.

Manteve durante muito tempo curso de piano numa das salas do antigo Teatro Lírico e exerceu durante vinte anos a crítica musical no Jornal do Comércio, do Rio de Janeiro.

Publicou O professor de piano (coletânea de artigos para a Revista Musical), Rio de Janeiro, 1881.

Inimigos íntimos

Heitor Villa-Lobos sofreu ataques desde que começou a apresentar suas peças de vanguarda, no Rio, em 1918. Foi chamado de bárbaro, louco, petulante, autodidata. Esse professor de piano e folhetinista atuou como flagelo do modernismo e do nacionalismo.

Fã do canto lírico de Carlos Gomes, iniciou fama de mal-humorado por volta de 1890, ao atacar os primeiros músicos que usavam o folclore em suas peças. Quando Villa-Lobos apareceu com suas suítes sincopadas e dissonantes, o velho crítico fulminou-o com todo o seu arsenal de conceitos. Os dois chegaram a trocar bengaladas em um concerto nos anos 20. Guanabarino atacou-o até morrer.

Na coluna Pelo Mundo das Artes, do Jornal do Commercio (uma das últimas a levar a rubrica de 'folhetim'), em 1934, comentou uma festa orfeônica organizada pelo compositor informando que 'a concorrência foi diminutíssima - apenas 100 pessoas na platéia, se tanto, o que quer dizer que o público rejeita o sr. Villa-Lobos e a sua música, mesmo quando lhe é oferecida gratuitamente'.

Guanabarino inspirou novos rivais, como Gondim da Fonseca e Carlos Maul (1887-1971). Este último publicou, em 1962, o ensaio A Glória Escandalosa de Villa-Lobos. Ali, acusava o compositor de haver rapinado o folclore. Villa-Lobos achava graça das acusações. A posteridade não as levou a sério.

Fontes: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha- 2a. Edição - 1998; Revista Época on line.

Golpe de Estado

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Golpe de Estado - Grupo paulistano de hard-rock formado em fins de 1985 por Catalau (André Leandro Marechal, São Paulo SP 1959—), vocais; Hélcio Teixeira Aguirra (São Paulo 1959—), guitarra; Nelson Gomes Brito (São Paulo 1960—), contrabaixo; e Paulo Jorge Zinner (São Paulo 1959—), bateria.

Catalau havia integrado o Casa das Máquinas, Hélcio fora guitarrista do Harppia e Nelson e Paulo vinham de outros grupos, como o Fickle Pickle de André Christovam e Pepino Irritadiço. 

O grupo lançou seu primeiro LP, Golpe de Estado, em 1986 (selo Baratos Afins) e foi imediatamente aclamado como um dos melhores grupos de hard-rock nacional.

Seguiram- se os discos Forçando a barra (1988), Nem polícia nem bandido (Eldorado, 1989), Quarto Golpe (Eldorado, 1991) e Zumbi (Eldorado, 1995). O grupo abriu shows brasileiros dos grupos ingleses Jethro Tull (1990), Nazareth (1990) e Deep Purple (1991).

Catalau deixou o grupo em 1996, lançando em 1997 seu primeiro disco solo, Magos do som (pela Baratos Afins), com participação do guitarrista Lanny Gordin, e Paulo Zinner atuou como baterista no grupo de Rita Lee, além de gravar com o Fickle Pickle em 1994. O novo cantor do grupo passou a ser Rogério (Rogério Fernandes, São Paulo 1965—), exFickle Pickle e ex-Big Balls.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha -2a. Edição - 1998;

Belmácio Pousa Godinho

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Belmácio Pousa Godinho
Belmácio Pousa Godinho, compositor e instrumentista, nasceu em Piracicaba, SP, em 27/5/1892, e faleceu em Ribeirão Preto, SP, em 21/2/1980. Na escola, cedo revelou sua inteligência privilegiada e seu pendor para a música, que então se estudava no curso primário. Também nele se desenhava o futuro craque de futebol.

Como seresteiro, encheu de música as ruas quietas de Piracicaba do início do século. Tocou na Orquestra Lozano e também teve orquestras próprias, que se apresentavam em bailes familiares, convescotes, reuniões cívicas.

Compunha com facilidade, com singeleza e segurança, sobretudo valsas dolentes e melancólicas — primeira e segunda partes em tom menor e terceira em tom maior, no modelo primitivo.

Alguns de seus chorinhos, como Catando conchinhas, fizeram época. Produziu mais de 300 composições, muitas encontradas apenas em cadernos, copiadas pelos músicos seresteiros. Sua obra abrangeu formas musicais variadas: charleston, choro, fox-trot, hino, maxixe, mazurca, noturno, polca, quadrilha, ragtime, schottisch, tanguinho, tango, twostep e valsa.

Foram seus parceiros, como letristas: Américo Garrido, Angel Castroviejo, Angelino de Oliveira, Ariovaldo Pires, Arlindo Leal, Batista Júnior, Benedito Costa, Bento Tosca, Daniel Amaral Abreu, Duque de Abramonte, Felipe Tedesco, João Taful e Juvenal Guimarães.

Em O Malho, revista do Rio de Janeiro RJ, publicou, entre outras, a valsa E. C. XV de Novembro.

Formado em 1916 pela Escola Complementar, mudou-se no ano seguinte para Ribeirão Preto, onde passou a lecionar como professor primário e prosseguiu em sua movimentação artística e esportiva, neste último setor como presidente do Comercial Futebol Clube.

Obra

Adeus, escola (com Benedito Costa), 1967; Alma de caipira (com Benedito Costa), tanguinho, 1918; Alvorecer, 1972; O amor faz chorar, schottisch, 1914; Baile da saudade (c/Benedito Costa), valsa, 1943; Balada, 1971; Beijando flores, valsa, 1920; Brisas de maio, 1970; Catando conchinhas, tanguinho à carioca, s.d.; Chega pra cá (c/L. B.), tanguinho sertanejo, 1918; Conquistadô (c/Benedito Costa), tanguinho, 1919; Cristina, valsa, 1971; Elegia, 1966; Encanto, 1970; Enlevo (c/Benedito Costa), valsa, s.d.; Esporte Clube XV de Novembro, s.d.; Eu e ela, valsa, 1914; Fantasia, 1973; Flor de mi vida (c/Angel Castroviejo), tango, s.d.; Hino do Comercial Futebol Clube, s.d.; Humoresque, 1971; Imagem, 1971; Intuições poéticas, 1970; Jamais voltarei (com Benedito Costa), valsa, s.d.; O mulatinho (c/Felipe Tedesco), maxixe carioca, 1924; Never More, 1918; Pontevedra, valsa espanhola, 1967; Sinval, choro, s.d.; Um sonho, uma ilusão (c/Ariovaldo Pires), tango, 1943; Supremo adeus (c/Benedito Costa), valsa, 1917; Surpresa, tanguinho brasileiro, 1970; Suspiro dolente, valsa, 1913; Tango, 1961; Tango brasileiro, s.d.; Teu nome, valsa, 1913; Viola afamada (com J. Guimarães), tanguinho, s.d.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha - 2a. Edição - 1998.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Gilberto e Gilmar

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Gilberto e Gilmar - Dupla sertaneja formada pelos irmãos Gilberto Gomes de Almeida (Rinópolis SP 1955—) e Gilmar Gomes de Almeida (Rinópolis 1958—). Filhos de Manuel Gomes e sobrinhos de Joaquim Gomes, dois compositores sertanejos, desde cedo conviveram com esse gênero musical.

Estrearam profissionalmente em 1969, no programa de Sílvio Santos, em show para a seleção de calouros finalistas realizado no Ginásio do Pacaembu, São Paulo SP, e transmitido pela TV Globo. Foram imediatamente convidados por Tonico e Tinoco para representá-los ainda jovens, em gravação anônima, no LP Vinte e seis anos de glória, comemorativo da vida artística da dupla, interpretando Vem, morena, vem (Manuel Gomes).

Logo depois gravaram LP, pela Continental, em que se destacaram as músicas Atravessando Campinas (Manuel Gomes), Lirinha (Joaquim Gomes) e Mãe sertaneja (Tonico e Capitão Furtado). Obtendo sucesso, a dupla continuou a gravar, pela Continental, uma média de dois LPs por ano.

Entre suas interpretações de sucesso, sobressaem O menino de Ouro Fino (Everaldo Ferraz e Martins Neto), Santa mãezinha (Everaldo Ferraz e Nelson Gomes), Mulher ciumenta é zebra (Marino), O pedreiro joão-de-barro (Everaldo Ferraz e Martins Neto), Sonho de criança (Tupi e Tapuã) e Terra de pistoleiros (Everaldo Ferras e Piquerobi — Madalena Maria Pires), entre outras.

A dupla se apresentou em vários programas de rádio e televisão em São Paulo e Minas Gerais, além de promover shows, percorrendo cidades do interior.

Na década de 1980 continuaram fazendo sucesso com novas composições: Assino com X (Gilmar e Vadinho), em 1981; Capa de revista (Gilmar e José Homero)e Música da saudade (Gilmar e Osvaldo Gathardi), em 1983; Só mais uma vez (da dupla), em 1985.

Em 1988 apresentaram-se, aos domingos, em programa de televisão (SBT), ao lado de outras duplas sertanejas de sucesso. Em 1997, nos shows e nas rádios do interior do Estado, alcançaram grande êxito com a interpretação de O que é que é isso, gente.

Lançaram, no início de 1998, o vigésimo disco, CD com o arrasta-pé Nóis não vive sem muié (Bráulio Alberto Carvalho e Tarcísio Cardoso), o country Eu sou do meio (Joel Marques e Maracai), o balanço-forró Todo tempo é pouco pra te amar (Joel Marques), a canção Cana caiana (Elias Muniz e Carlos Colla) e a balada religiosa Jesus (Everaldo Ferraz e Mário Guerino).

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora - Publifolha - 2a. Edição - 1998.

Galdino Cavaquinho

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Galdino Cavaquinho (Galdino Barreto), instrumentista e compositor, fl. Rio de Janeiro, RJ, 1903.

Professor de cavaquinho de Mário Cavaquinho, foi contemporâneo dos grandes chorões do início do século XX. 

Participou da serenata que Eduardo das Neves promoveu para comemorar o retorno de Santos Dumont ao Brasil, em 1903.

"Mestre dos mestres, que se celebrizou com o seu aprendiz Mario, cujo discipulo venceu naquelle época todas difficuldades do instrumento transformando, a sua tonalidade de quatro cordas para cinco, emquanto isso Galdino, continuava com o seu cavaquinho de quatro cordas tirando infinidades de tons e combinações de acordes que me é aqui difficil de descrever, tal é a magia, e a convicção das notas vibradas pela palheta encantada de Galdino, este grande artista, inegualaval no meio dos chorões, aonde elle foi o unico educador deste instrumento que se chama cavaquinho (O choro - Reminiscências dos chorões antigos - Alexandre Gonçalves Pinto).

Obra

Fera, polca, s.d.; Flausina, polca, s.d.; Isaltina, valsa, s.d.; Me espere na saída, polca, s.d.; Na sombra da laranjeira, polca, s.d.; Os olhos dela, polca, s.d.; Recordação, valsa, s.d.; Ricardina, polca, s.d.; Saudades, polca, s.d.

Fontes: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha - 2a. Edição - 1998; O choro - Reminiscências dos Chorões Antigos - Alexandre Gonçalves Pinto - 1936.