quarta-feira, 27 de junho de 2007

Carlos Gardel

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Carlos Gardel

Foi incomum a popularidade conquistada por Cados Gardel na Europa, na primeira década do século XX, quando ajudou a difundir o tango argentino, sobretudo na França. Após sua morte precoce, converteu-se num mito da cultura popular argentina.
Carlos Gardés, conhecido como Carlos Gardel, nasceu em 11 de dezembro de 1890 em Toulouse, França, e sua mãe emigrou com o filho para a Argentina quando ele tinha três anos de idade. Iniciou a carreira artística ainda muito jovem, cantando sob o nome nome artístico de "El Morocho" nos cafés dos subúrbios de Buenos Aires. Em 1917, a atuação num teatro da capital lançou-o à fama, pela forma sensual e original de interpretar o tango e seu ritmo precursor, a milonga.
Principal intérprete das composições da chamada "nova guarda", estilo de tango que surgiu por volta de 1920, Gardel também compôs muitos tangos famosos, como Mi Buenos Aires querido, Melodía de Arrabal, Arrabal amargo e Volver.
Sua voz ficou imortalizada em discos que foram vendidos em quantidades inusitadas para a época. Estrelou também vários filmes realizados nos primeiros anos do cinema sonoro, como Luces de Buenos Aires (1931), El tango en Broadway (1934) e El día que me quieras (1935). Carlos Gardel morreu em 24 de junho de 1935, núm acidente de avião em Medellín, Colômbia.
Gardel, o mito
O nome do cantor confunde-se com o tango em todo o mundo. Mais do que uma lembrança, Gardel tornou-se uma lenda. Passados 64 anos de sua morte, poucos mitos tiveram a transcendência do cantor Carlos Gardel. Na Argentina, talvez, Evita Peron compare-se a ele.
O peronismo, porém, já perdeu muito de sua influência entre os argentinos. O mesmo não se pode falar do tango, que ainda hoje se confunde no mundo inteiro, incluindo o Brasil, com seu mais brilhante intérprete. O que pouca gente sabe é que Gardel teve como seu mais famoso parceiro um brasileiro, Alfredo Le Pera.
Gardel, que nasceu há 110 anos, em 11 de dezembro, não era argentino.Charles Romuald Gardés, como foi batizado, nasceu na cidade francesa de Toulouse, em 1890.
Três anos depois, sua mãe Berthe foi expulsa de casa pelos pais, e foi para Buenos Aires com o filho. O cantor nunca conheceu o pai. Enquanto não conheceu a glória, o pequeno Carlito – que logo teve seu nome trocado para Carlos Gardel – teve uma infância dura. Enquanto a mãe trabalhava em casas abastadas, ele vivia de pequenos furtos nas proximidades do mercado de Abasto. Daí, a origem de um de seus mais famosos apelidos, El Morocho (moreno) del Abasto. Gardel logo sumiu de casa para cantar em bares e cafés de categoria duvidosa.
Em 1915, tendo como parceiro o uruguaio José Razzano, viu a vida melhorar. Naquele ano, chegou a se apresentar no Teatro Municipal de São Paulo. Mas a dupla só começaria a conhecer fama em 1917, quando Gardel estourou com o tango “Mi Noche Triste”, no Teatro Esmeralda. Razzano teve má sorte.
Em 1925, após problemas nas cordas vocais, encerrou a carreira. Gardel começa então a viver uma vida de astro. Freqüentava as corridas de cavalo, virou padrão de beleza e charme, era assediado pelas mulheres. Por esta época, o cantor passou a estreitar relações com Alfredo Le Pera. Paulistano do Bexiga, e dez anos mais jovem que El Morocho, Le Pera foi levado com dois meses para Buenos Aires, pelos pais. Além de escritor sensível, o brasileiro conhecia teoria musical, fato que agradou a Gardel, um compositor de ouvido nato. A combinação mostrou-se perfeita, e gerou tangos antológicos, como “Mi Buenos Aires Querido”, “El día que me quieras” e “Arrabal Amargo”.
Le Pera também escreveria argumentos para filmes de Gardel na Europa, como Cuesta Abajo e Tango Bar, entre outros. A parceria de Gardel e Le Pera só foi interrompida pela tragédia. Esta aconteceu em 24 de junho de 1935, uma segunda-feira de São João, quando ambos deixavam Bogotá para se apresentar em Cali, na Colômbia. Após uma escala em Olaya Herrera, Medelin, o desastre. Ao ganhar velocidade para decolar, o trimotor F-31 da Sociedade Aérea Colombiana chocou-se com outro avião parado na pista, incendiando-se. Além da dupla, morreram no acidente outras 16 pessoas. Carbonizado, Gardel só teve seu corpo identificado pela pulseira que usava, gravada com seu nome.
Logo após o acidente, que levou algumas mulheres portenhas ao suicídio, Gardel virou personagem de lendas. Uma delas dizia que ele não morrera naquele acidente. Deformado por cicatrizes e muito vaidoso, o cantor teria se negado a aparecer em público. Por muitos anos, no entanto, há quem diga tê-lo visto cantando, solitário, pelas ruas de Buenos Aires. Le Pera acabou relegado a segundo plano, ofuscado pela fama do parceiro.
fontes: Cifrantiga - Cifras e História da MPB, Jornal da Tarde de 07/11/99.

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