quarta-feira, 27 de junho de 2007

Alfredo Le Pera

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Alfredo Le Pera nasceu em São Paulo-SP no dia 7 de junho de 1900 e morreu junto a Gardel no acidente aéreo de Medellín (Colômbia), em 24 de junho de 1935. Seus pais, Alfonso Le Pera e María Sorrentino, eram imigrantes italianos que chegaram a Buenos Aires por volta de 1902. Nessa cidade, Alfredo cursou o Colegio Nacional Mariano Moreno.
Chegou a iniciar carreira em Medicina, porém logo a abandonou para dedicar-se exclusivamente ao jornalismo. Passou por diferentes meios gráficos enquanto escrevia e estreava sainetes e peças de revista que, segundo os entendidos, deixava muito a desejar.
Em 1928, depois de uma missão jornalística nos Estados Unidos e na Europa, vinculou-se à empresa Artistas Unidos, para cujos filmes escrevia legendas. Desta época é sua viagem ao Chile, como autor da companhia de revistas encabeçada por Enrique Santos Discépolo e Tania. Nessa época, assinou junto com Discépolo o tango “Carrillón de La Merced” que, interpretado triunfalmente por Tania, salvou uma temporada que ameaçava desmoronar.
É provável que Gardel e Le Pera tenham se conhecido em Buenos Aires, mas sem dúvida, sua amizade nasceu em Paris, em 1932, durante a terceira estada do zorzal naquela metrópole, num encontro promovido pela Paramount. Le Pera, freqüentador de sets, converteu-se em libretista do astro, revelando um formidável talento.
Le Pera converteu o Morocho del Abasto em uma mescla rara de malandro, playboy e cavaleiro andante de nobilíssimos sentimentos. Nos filmes de Le Pera, Gardel representa a si mesmo tal qual era na vida cotidiana, “esperto e meigo ao mesmo tempo, malandro e cavalheiro, arrebatado e honesto”, conforme descrição de José Gobello.
As letras das canções que Le Pera compôs para Gardel parecem feitas sob medida para o personagem. Gobello explica que mesmo sem os altos vôos de Manzi, nem a profundidade de Discépolo, nem a portenhidade de Romero, nem a vivência de Celedonio, é indiscutivel seu acerto com algumas frases proverbiais: “veinte años no es nada”, “siempre se vuelve al primer amor”, “la verguenza de haber sido y el dolor de ya no ser”.

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