Gilda de Abreu, cantora, compositora, escritora, cineasta e atriz nasceu em Paris, França (23/09/1904) e faleceu no Rio de Janeiro (04/06/1979). Filha da cantora Nícia Silva de Abreu, veio para o Brasil com quatro anos para ser batizada. Em 1914, com a Primeira Guerra Mundial, a mãe, que cumpria periodicamente contratos na Europa, instalou-se definitivamente no Rio de Janeiro. Aos 18 anos começou a estudar canto com a própria mãe, que se havia dedicado ao ensino, revelando-se excelente soprano ligeiro.
Principiou a cantar em festas de caridade e concertos, chegando a interpretar em 1920 (ano em que conheceu Vicente Celestino), no Teatro Municipal, do Rio de Janeiro, as óperas Les Contes d'Hoffmann, de Jacques Offenbach (1819-1880), Il Barbiere di Siviglia, de Gioacchino Rossini (1792-1868) e Lakmé, de Léo Delibes (1836-1891).
Em 1933 iniciou suas atividades no teatro musicado, participando da opereta A canção brasileira, de Luís Iglésias, Miguel Santos e Henrique Vogeler, trabalhando ao lado de Vicente Celestino, no Teatro Recreio, do Rio de Janeiro, com quem casou cinco meses após a estréia e passou a trabalhar em estreita colaboração. Ainda em 1933 escreveu todo um ato da opereta A princesa maltrapilha, levada à cena no mesmo ano.
Em 1935, estrelou o filme de Oduvaldo Viana Bonequinha de seda, baseado na valsa de mesmo nome, de sua autoria, um dos sucessos de Vicente Celestino. Nesse ano, compôs a opereta Aleluia, estreada em 1939, no Teatro Carlos Gomes, do Rio de Janeiro.
Em 1937 fez o filme Alegria, que não teve grande repercussão. Em 1942, escreveu a letra das canções Mestiça (música de Ary Barroso) e Ouvindo-te (música de Vicente Celestino). Até 1944, esteve ligada a uma companhia de operetas, da qual Vicente também fazia parte, que realizou excursões por todo o Brasil. Em 1946 escreveu o roteiro e dirigiu o filme O ébrio, também inspirado em outra composição de sucesso do marido, que atuava no papel-título.
Em 1949 escreveu o roteiro e dirigiu o filme Pinguinho de gente e, em 1951 escreveu o roteiro, dirigiu e interpretou o papel principal do filme Coração materno, título de outro grande sucesso de Vicente Celestino. Em 1950 compôs com Vicente Celestino e Ercole Varetto a opereta A patativa, e escreveu com Luís Iglésias o libreto da opereta Olhos de veludo (música de Vicente Celestino). Autora de vários livros infantis e romances, publicou também A vida de Vicente Celestino, São Paulo, 1946.
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