Nascido no bairro de Vila Isabel, Rio de Janeiro, Antônio Almeida (sem o "de" do título), compositor e cantor (26/08/1911 - 10/12/1985), desde a juventude freqüentou gafieiras, ranchos e blocos, chegando a conhecer Sinhô na sociedade carnavalesca Kanangas do Japão. Em 1932 estreou como cantor, apresentando-se no programa Horas do Outro Mundo, dirigido por Renato Murce, na Rádio Philips, do Rio de Janeiro. Freqüentador dos teatros da praça Tiradentes, compôs com o maestro Jerônimo Cabral diversos números para revistas musicais.
Um dos pioneiros do jingle radiofônico no Brasil, criou o anúncio da Drogaria Sul-Americana depois transformado na marchinha carnavalesca Ó! ó! não (com A. Godinho), que, gravada por Luís Barbosa na Victor, em 1935, seria um dos grandes sucessos do Carnaval de 1936 e marcaria sua estréia no disco.
Autor de vários números par shows dos cassinos da Urca (Rio de Janeiro) e de Icaraí (Niterói RJ), atuou como produtor do programa Trem da Alegria, na Rádio Mayrink Veiga, lançador dos primeiros concursos com distribuição de prêmios, que em 1946 promoveu um concurso para a escolha da mais bela mulata. Em homenagem à vencedora, compôs, em dupla com João de Barro, a marcha A mulata é a tal, sucesso no Carnaval de 1948 em gravação de Rui Rei na Continental. Com Haroldo Barbosa, foi o criador do personagem Barnabé, símbolo da vida apertada do funcionário público, cantado numa marchinha homônima de 1947, gravada por Emilinha Borba.
Diretor da gravadora Todamérica de 1949 a 1957, sua obra conta com mais de trezentas composições gravadas. Entre seus maiores sucessos estão Helena, Helena, com Secundino (Constantino Silva), samba gravado pelos Anjos do Inferno para o Carnaval de 1941; A saudade mata a gente (com João de Barro), samba-toada lançado por Dick Farney em 1948; Doralice (com Dorival Caymmi), samba lançado em 1945 pelos Anjos do Inferno e regravado no final da década de 1950 por João Gilberto; Recruta biruta, marchinha carnavalesca em dupla com Nássara e Alberto Ribeiro, lançada em 1950 pelos Garotos da Lua; Sereia da areia (com João de Barro e Nássara), marcha carnavalesca lançada por Marlene no Carnaval de 1951. É autor de diversas versões, como Luzes da ribalta (com João de Barro), 1953; Blue Gardenia (com João de Barro), fox gravado em 1954 por Caubi Peixoto.
Obra
Amanhã eu volto (c/ Roberto Martins), samba, 1942; Devagar com o andor (c/Nilo Barbosa), marcha, 1961; Dondoca, marcha, 1970; Doralice (c/Dorival Caymmi), samba, 1945; E o juiz apitou (c/Wilson Batista), samba, 1942; Felicidade (c/João de Barro), samba, 1953; Filomena, cadê o meu? (c/Wilson Batista), samba, 1950; Fita os olhos meus, samba, 1960; Helena, Helena (c/Secundino), samba, 1941; Juraci (c/Ciro de Sousa), samba, 1941; Louco (c/Wilson Batista), samba, 1943; Marcha do remador (c/0ldemar Magalhães), marcha, 1963; A mulata é a tal (c/João de Barro), marcha, 1948; Não faz marola (c/José Batista), marcha, 1958; 0 que é que eu dou? (c/Dorival Caymmi), batucada, 1947; Ó! ó! não (c/A. Godinho), marcha, 1935; A ordem do rei (c/Norival Reis), samba, 1957; Pelo amor que eu tenho a ela (c/Ataulfo Alves), samba, 1936; Perdão, Emília (c/André Filho), marcha, 1937; A saudade mata a gente (c/João de Barro), samba, 1948; Sereia da areia (c/João de Barro e Nássara), marcha, 1951; Vaca leiteira (c/Rui Rei), marcha, 1958; Vaca Vitória (c/Nilo Barbosa), marcha, 1961; Vem ver meu Rio de Janeiro, samba, 1958; Volta para casa, Emília (c/Wilson Batista), samba, 1966.
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