David Nasser, letrista, jornalista e escritor, nasceu em Jaú SP, em 1/1/1917 e faleceu no Rio de Janeiro RJ em 10/12/1980. Passou a infância em São Lourenço MG, trabalhando como charreteiro e entregador de pão para pagar os estudos.
Aos 13 anos mudou-se para o Rio de Janeiro, passando a viver de sua féria como vendedor ambulante. Pouco depois começou a trabalhar em jornais. Aos 18 anos fez a primeira letra para um samba: Chorei quando o dia clareou (com Nelson Teixeira) gravado em 1939 por Araci de Almeida.
Plantonista do jornal O Globo, do Rio de Janeiro, entre 1935 e 1943, freqüentava muito a noite carioca, especialmente o Café Nice, ponto de encontro de compositores. Nessa época conheceu Alcir Pires Vermelho, com quem mais tarde faria várias músicas.
Em 1939 Carmen Miranda lançou pela Odeon o partido-alto Candeeiro (com Kid Pepe). No ano seguinte fez sucesso com Canta Brasil (com Alcir Pires Vermelho), gravado por Francisco Alves. A batucada Nega do cabelo duro (com Rubens Soares), considerada um dos clássicos da música popular brasileira, foi gravada em discos Columbia pelos Anjos do Inferno, para a Carnaval de 1942.
Durante toda a década de 1940 e parte da de 1950, destacou-se praticamente a cada ano com uma música de meio de ano ou de Carnaval: seus destaques em 1942 foram a marcha Alô, alô, América (com Haroldo Lobo) e o bolero Esmagando rosas (com Alcir Pires Vermelho), ambos gravados na Odeon por Francisco Alves.
Em 1943 compôs várias músicas com Custódio Mesquita, entre as quais A valsa de Maria; no mesmo ano o conjunto Quatro Ases e Um Curinga lançou a marcha Alô, Tio Sam (com Haroldo Lobo). Dois anos depois compôs com Roberto Martins o fox Tudo em vão. Em 1948 Francisco Alves gravou na Odeon sua marcha Rasguei meu pierrô. No ano seguinte Nelson Gonçalves gravou pela RCA-Victor Serpentina (com Haroldo Lobo) e Dircinha Batista lançou pela Odeon A Coroa do rei, que foi uma das músicas mais cantadas no Carnaval de 1950.
Em 1952 Francisco Alves lançou Confete (com Jota Júnior), marcha que teve inúmeras regravações. Em fins da década de 1940 e durante a de 50 tornou-se, ao lado de Jean Manzon, um dos mais bem sucedidos repórteres e articulistas políticos na revista O Cruzeiro. Marcou ainda sua presença como compositor com Normalista (com Benedito Lacerda), Hoje quem paga sou eu e Carlos Gardel (ambos com Herivelto Martins), todos gravados por Nelson Gonçalves.
Foram seus principais parceiros Alcir Pires Vermelho, Custódio Mesquita, Francisco Alves, Roberto Martins, Nelson Gonçalves, Herivelto Martins, Armando Cavalcanti, Klécius Caldas e Rubens Soares, entre outros. Publicou vários livros entre os quais, no campo da música: A vida trepidante de Carmen Miranda, Rio de Janeiro, 1966; Chico Viola, Rio de Janeiro, 1966; e Parceiro da Glória, Rio de Janeiro, 1983.
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