Emilinha Borba (Emília Savana da Silva Borba), cantora, nasceu no Rio de Janeiro RJ em 31/8/1923 e faleceu em 03/10/2005. Passou grande parte da infância em Mangueira, mudando-se depois com os pais e seis irmãos para o bairro de Jacarepaguá. Já então gostava de cantar, divertindo os colegas com suas imitações de Carmen Miranda. Passou a freqüentar programas de calouros, ganhando seu primeiro prêmio, com 14 anos, na Hora Juvenil, da Rádio Cruzeiro do Sul. Começou, a partir daí, a fazer parte do coro das gravações da Columbia. Ainda nesse programa, formou o duo As Moreninhas, com Bidu Reis, que durou cerca de um ano e meio.
Para o Carnaval de 1939, fez sua primeira gravação, na Columbia, a marcha Pirulito (João de Barro e Alberto Ribeiro), ao lado de Nilton Paz, mas seu nome não apareceu no selo do disco. Também em 1939, através de Carmen Miranda, conseguiu ser apresentada a Joaquim Rolas, proprietário do Cassino da Urca, que a contratou. Na Columbia até 1940, gravou mais quatro discos com quatro músicas, com destaque para os sambas O cachorro da lourinha e Meu mulato vai ao morro (ambos de Gomes Filho e Juraci Araújo). Ainda era chamada de Emília.
Em 1940 foi para a Rádio Mayrink Veiga. Nesse ano participou do filme Vamos cantar, de Leo Marten. Em 1941-1942, gravou dois discos na Odeon, como Emilinha, voltando em 1942 para a Columbia, já chamada Continental. Saiu do Cassino da Urca em agosto de 1943 e foi logo contratada pelo Cassino Atlântico, passando também a trabalhar, por um período de seis meses, na Rádio Nacional.
Em agosto de 1944 retornou ao elenco da Rádio Nacional, onde permaneceria por 27 anos ininterruptos, fase áurea dessa emissora e da carreira da cantora. Foi o primeiro grande cartaz dos programas de auditório lançados pela Rádio Nacional, a partir de 1945, e sua popularidade esteve diretamente ligada ao programa de César de Alencar, transmitido para todo o país.
Em 1947 fez enorme sucesso com as rumbas Escandalosa (Djalma Esteves e Moacir Silva), Rumba de Jacarepaguá (Haroldo Barbosa), Tico-tico na rumba... (Haroldo Barbosa e Peterpan) e o samba Se queres saber (Peterpan), gravados na Continental. Em 1948, seus destaques foram Já é de madrugada (Peterpan e Antônio Almeida), Telefonista (Peterpan e Augusto Monteiro), Esperar, por quê? (José Maria de Abreu e Alberto Ribeiro) e Quem quiser ver vá lá (Peterpan e René Bittencourt); para o Carnaval de 1949, gravou um de seus maiores sucessos, Chiquita Bacana (João de Barro e Alberto Ribeiro), além de Porta-bandeira (Nássara e Roberto Martins) e Tem marujo no samba (João de Barro), mas perdeu para a cantora Marlene o título de Rainha do Rádio daquele ano, gerando atritos entre os respectivos fãs-clubes. As duas, no entanto, surpreenderam o público no ano seguinte, gravando juntas, em dueto, Eu já vi tudo (Peterpan e Amadeu Veloso), Casca de arroz (Arlindo Marques Jr. e Roberto Roberti) e A bandinha do Irajá (Murilo Caldas).
Foto: Emilinha Borba quando eleita a "Rainha do Rádio" em 1953 (na foto com Mary Gonçalves, rainha de 1952).
No seu repertório de 1950, destacaram-se os baiões Baião de dois e Paraíba (ambos de Luiz Gonzaga e Humberto teixeira) e Tomara que chova (Paquito e Romeu Gentil), gravado para o Carnaval seguinte e que se transformou num dos marcos de sua carreira.
Participou de 34 filmes, destacando-se, nesse período: Poeira de estrelas (Moacir Fenelon, 1948), Estou aí (José Cajado Filho, 1949), Aviso aos navegantes (Watson Macedo, 1950) e Barnabé, tu és meu (José Carlos Burle,1952).
Durante a década de 1960 continuou a marcar sua presença nos Carnavais, lançando músicas bem populares como Pó de mico (1963), de Renato Araújo, Dora Lopes, Arildo de Sousa e Nilo Viana e Mulata iê-iê-iê (1965), de João Roberto Kelly.
De 1939 a 1964, gravou em 78 rotações cerca de 117 discos com 216 músicas. Na medida em que seu gênero musical - samba, marcha, rumba - foi cedendo lugar à música jovem, ela foi desaparecendo do cenário artístico até encerrar praticamente sua carreira em 1968, quando, operada de um edema nas cordas vocais, não conseguiu recuperar o timbre de voz. Em 20 anos de carreira, desde 1945, tornou-se, juntamente com sua "rival" Marlene, um dos primeiros produtos bem-sucedidos da eficiente máquina de criação e divulgação de ídolos, montada no rádio em torno dos programas de auditório, que se estendeu ao cinema através das chanchadas.
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