Participante ativo da comunidade baiana do Rio de Janeiro, Hilário Jovino Ferreira — na foto com seus filhos — na realidade era pernambucano, criado em Salvador. Líder nato, iria fixar-se já adulto no Rio e não demoraria a se envolver com as coisas da música, transmitindo sua experiência aos novos amigos do Morro da Conceição, onde se instalou. Aproximou-se do Rancho Dois de Ouro mas não gostou e fundou o Rei de Ouro, um dos muitos que criaria em sua vida de “ranchista”, dentro de moldes nordestinos e fez muito sucesso desde sua estréia, no Carnaval. Figura donjuanesca, indispôs-se com Tia Ciata por ter namorado sua filha Mariquita e fugido com Tia Amélia Kitundi, bonita mulata. amiga da baiana.
Hilário Jovino Ferreira, compositor, chegou ao Rio de Janeiro em 1872, trabalhando depois no Arsenal da Marinha, tendo comprado patente de tenente na Guarda Nacional. Morador do bairro da Saúde, reduto dos baianos no Rio de Janeiro, foi vizinho de Leôncio de Barros Lins, que fundara o Dois de Ouro, embrião de rancho.
Com a colaboração de Atanásio Calisto, Cleto Ribeiro Noela e Gracinda, fundou o Rei de Ouro, baseado na estrutura dos ranchos baianos. Foi ele quem sistematizou as figuras do mestre-sala e da porta-bandeira, adotadas depois pelas escolas de samba. Ajudou a fundar ainda o Rosa Branca e, mais tarde, o Botão de Rosa.
Freqüentador da casa de Tia Ciata, participou da formação do samba urbano, tendo entrado na famosa polêmica entre Sinhô e os baianos. Quando Sinhô escreveu Quem são eles?, respondeu com Não és tão falado assim; ao Fala meu louro, de Sinhô, retrucou com Entregue o samba a seus donos, pois considerava aquele samba ofensivo à Bahia, além de plágio.
Fontes: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora PubliFolha; História do Samba - Editora Globo.
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