quinta-feira, 17 de maio de 2007

Jackson do Pandeiro

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Primeiro grande artista paraibano, surgido em plena era do rádio, Jackson do Pandeiro nasceu José Gomes Filho em Alagoa Grande no dia 31 de agosto de 1919, filho de José Gomes e de Flora Maria da Conceição.
Cantava no interior da Paraíba desde sua adolescência e fez algumas duplas antes de sagrar-se como artista solo. Ainda como Jack do Pandeiro, montou primeiramente uma dupla com Zé Lacerda em Campina Grande.
Em 1947, às vésperas de começar a ganhar popularidade nas rádios locais, e de ser rebatizado artisticamente como Jackson do Pandeiro, formou a dupla Café com Leite com Rosil Cavalcanti em João Pessoa. A dupla durou apenas um ano, mas a amizade e a parceria refletiriam no início da carreira solo de Jackson.
Sebastiana fez sucesso no Carnaval de 1953 e Jackson foi contratado pela Rádio Jornal do Commercio, ganhando - já aos 34 anos de idade - uma notoriedade nacional que acabou despertando o interesse das gravadoras. É nessa época que conhece Luiz Gonzaga, que imediatamente propõe encaminhá-lo à diretoria da RCA (atual BMG Ariola) no Rio de Janeiro, mas Jackson - recém-casado com a cantora pernambucana Almira Castilho - acaba preferindo a Copacabana (atual EMI Music), por esta ter um escritório no Nordeste.
O cantor utiliza o estúdio da rádio para gravar dez faixas para a gravadora, que antes do Natal de 1953 colocou nas lojas um 78 rpm com Forró em Limoeiro e Sebastiana. Há 50 anos, começava o sucesso nacional de Jackson do Pandeiro, cujo primeiro disco ultrapassaria as 50 mil cópias vendidas antes do Carnaval de 1954.
Com a boa vendagem, Jackson é então contratado pela Copacabana por dois anos. Assustado com o sucesso, isola-se no Nordeste e, somente após o sucesso do segundo 78 rpm, 1 x 1 e Mulher do Aníbal, resolve visitar o Sudeste - mas de navio, já que tinha pavor da idéia de sequer embarcar num avião. Após três dias a bordo do lendário Vera Cruz, Jackson do Pandeiro e Almira Castilho chegaram ao Rio de Janeiro em 18 de abril de 1954.
A mídia encanta-se com os dois, que - apesar de já desfrutando de uma vida mais confortável - não abriam mão de residir no Nordeste. Passam alguns meses viajando, enquanto a gravadora fecha o restante do ano lançando mais 78 rpm´s - com as outras seis faixas gravadas inicialmente. Vou Gargalhar, lançada para o Carnaval de 1955, faz enorme sucesso e beira as 50 mil cópias vendidas em poucas semanas.
Somente depois do carnaval, Jackson entra finalmente em estúdio para novas gravações e Forró em Caruaru é lançada enquanto o artista negocia a liberação de seu contrato de exclusividade com a rádio nordestina, para com isso poder trabalhar melhor a mídia nacional.
Durante a passagem pelo Recife, Jackson e Almira acabam sendo agredidos fisicamente durante uma festa e resolvem finalmente mudar-se para o Rio de Janeiro. Estabelecem-se na Glória, a poucos minutos do centro do Rio, e Jackson lança seu primeiro LP de 10 polegadas, que rende diversas aparições na televisão e convites para participações em filmes.
Um segundo álbum de 8 faixas é lançado em 1956, trazendo pela primeira vez uma foto de Jackson e Almira na capa. Mesclando com sabedoria temas carnavalescos, juninos e até natalinos, os discos passariam a animar qualquer ocasião. Jackson faz enorme sucesso no eixo Rio-São Paulo e também em Minas Gerais, numa época em que O canto da ema não parava de tocar e já garantia seu posto como um dos grandes sucessos do artista.
Após lançar um terceiro LP em 1957, ao final de quatro anos de contrato com a Copacabana, Jackson anuncia sua decisão de assinar com a Columbia (atual Sony Music) - por onde passaria a lançar discos em 1958, tão logo a Copacabana terminasse de lançar o material recentemente gravado.
Jackson gravaria na nova gravadora por apenas dois anos, e a partir de 1960 desenvolveria uma carreira de cinco anos pela Philips (atual Universal) - onde efetivamente gravou diversos LPs e compactos. Nos anos 60 ainda gravou pela Continental e pela Cantagalo, e durante os anos 70 participou de diversos projetos.
Jackson do Pandeiro faleceu aos 63 anos no Hospital de Base de Brasília no dia 10 de julho de 1982, em decorrência de um coma diabético. Outros sucessos: Chiclete com banana, Falsa patroa e Cantiga do sapo.
Sua biografia “Jackson do Pandeiro, O Rei do Ritmo”, escrita por Fernando Moura e Antônio Vicente e lançada pela Editora 34 em 2001, é referência obrigatória. (Marcelo Fróes - Janeiro, 2004)

Fonte: EMI MUSIC

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