Marino Pinto (Marino do Espírito Santo Pinto), compositor e jornalista, nasceu em Bom Jardim RJ, em 18/7/1916 e faleceu no Rio de Janeiro RJ, em 28/1/1965. Filho de Diogo Feliciano Pinto, barbeiro que tocava violão e cantava nas horas vagas, foi para o Rio de Janeiro, em 1927, morar com um tio. No ano seguinte, ingressou no Ginásio São Bento, onde conheceu o músico Plácido Oliveira, seu grande incentivador. Nessa época fez sua primeira composição, Ilka, dedicada à namorada.
Em 1929, freqüentando a Rádio Philips, tornou-se amigo do cantor Sílvio Caldas e da cantora Sônia Barreto. Em 1934 entrou na Faculdade de Direito, onde conheceu J. Maia, autor de teatro musicado, e o caricaturista Ozon, com os quais passou a freqüentar o meio jornalístico e o Café Nice, ponto de reunião dos artistas, tornando-se amigo dos grandes compositores da época, entre os quais Orestes Barbosa, Custódio Mesquita, Jorge Faraj e Mário Lago. Nessa época, trancou a matrícula na faculdade e começou a trabalhar no jornal Avante.
Em 1936, foi credenciado pelo jornal O Globo como seu representante na assembléia legislativa do Rio de Janeiro e, nessa função, conheceu o então interventor Ernâni do Amaral Peixoto, de quem se tornou amigo. Trabalhou depois nos jornais A Pátria, A Nação, O Mundo e A Nota e nas sucursais da Folha de S. Paulo.
Em 1939 fez a letra de Fale mal, mas fale de mim (com Ataulfo Alves), dedicado ao escritor teatral Paulo Magalhães e gravado por Araci de Almeida. No ano seguinte ainda com Ataulfo Alves, compôs Positivamente não e Continua, também gravados por Araci, na Victor. Ainda em 1940, fez Deus no céu e ela na terra (com Wilson Batista), gravado por Carlos Galhardo, e em 1941 compôs N-A-O-til, não (com Wilson Batista).
Em 1942 fez A morena que eu gosto (com Wilson Batista) e Aos pés da cruz (com Zé da Zilda), grande sucesso na voz de Orlando Silva. No ano seguinte, abandonou o jornalismo e passou a trabalhar como gerente da Casa Waldeck cujos vendedores eram Milton de Oliveira e Haroldo Lobo, o qual, mais tarde, seria seu parceiro no samba Por mais um pouco e na marcha Retrato do velho. Ainda em 1943, em parceria com Sílvio Caldas, compôs 50%, gravado por Araci de Almeida.
Deixando o emprego e dedicando-se somente à música, em 1945 compôs Ele disse adeus (com Claudionor Cruz), samba gravado por Araci de Almeida, na Odeon. Em 1946, com Nestor de Holanda e outros compositores, fundou a SBACEM. Nesse mesmo ano, compôs Eu, ele e você (com Luís Bittencourt), que foi gravado por Orlando Silva, na Odeon.
Em 1947 fez Cidade do interior (com Mário Rossi), lançado pela Odeon, na voz de Araci de Almeida. Ainda nesse ano, escreveu a segunda parte da letra de Segredo e Cabelos brancos, composições de Herivelto Martins que se tornaram grandes êxitos nas vozes de Dalva de Oliveira e dos Quatro Ases e Um Curinga, respectivamente. Também em 1947, compôs o samba Rei do circo (com José Roy e Mário Rossi), onde antecipava a candidatura de Getúlio Vargas à presidência da República.
No Carnaval de 1951 Vargas já era presidente, quando Francisco Alves lançou, com muito sucesso, a marcha Retrato do velho (com Haroldo Lobo). Nesse ano, foi nomeado censor do Departamento Federal de Segurança Pública e obteve novo sucesso com a gravação da música Se o tempo entendesse (com Mário Rossi), por Lúcio Alves.
Em 1957 e 1958 foi presidente do conselho deliberativo da SBACEM. Ainda em 1958, compôs Prece (com Vadico), gravado por Helena de Lima. Em 1959, foi eleito conselheiro vitalício da SBACEM e no ano seguinte tornou-se presidente da entidade. Ainda em 1960, Elizeth Cardoso lançou pela Copacabana o LP Magnífica, incluindo apenas composições dele com seus parceiros. Em 1962 e 1964 foi reeleito para a presidência da SBACEM.
De 1965 é sua última música, a valsa Minha cidade (com Mário Rossi). Deixou cerca de 300 composições, inclusive muitos sucessos de Carnaval, como Chega, já é demais (com Humberto Porto), gravado por Carlos Galhardo em 1940, e Jacarepaguá (com Paquito e Romeu Gentil), gravado pelos Vocalistas Tropicais em 1949.
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