Jair Amorim (Jair Pedrinha de Carvalho Amorim), compositor e jornalista, nasceu em Santa Leopoldina ES, em 18/7/1915 e faleceu em São José dos Campos SP, no dia 15/10/1993. Cursou o primário em Colatina ES e o ginasial em Petrópolis RJ, no internato do Colégio São Vicente de Paula, onde, aos 13 anos, já escrevia versos em português para músicas estrangeiras. Dois anos depois, com a morte do pai, foi obrigado a abandonar os estudos e trabalhar.
No Diário da Manhã, de Vitória ES, foi revisor, paginador, cronista social, crítico teatral e de cinema, passando depois para o diário capixaba A Gazeta, onde assinava a coluna social.
Em 1940, convidado para dirigir a Rádio Clube do Espírito Santo, produziu vários programas e estreou como locutor, lendo noticiário do governo estadual. Por essa época, fazia letras para músicas de blocos carnavalescos de clubes de Vitória e começou a escrever letras para as melodias da dupla Moacir Araújo e Clóvis Cruz.
Um ano mais tarde, mudou-se para o Rio de Janeiro RJ, onde, a princípio, escrevia crônicas de rádio para as revistas Carioca e Vamos Ler. Após ser aprovado num teste, foi contratado pela Rádio Clube do Brasil (hoje Mundial), onde tentou aproximar-se do pianista da rádio, José Maria de Abreu, que acabara de perder seu parceiro Francisco Matoso. Sua primeira oportunidade surgiu quando o cantor Arnaldo Amaral pediu uma letra em português para a música María Elena - do mexicano Lorenzo Barcelata, muito em moda na época. No mesmo dia, sua versão para Maria Elena - a primeira escrita profissionalmente - estava pronta e era imediatamente lançada por Arnaldo Amaral, em selo Continental. O sucesso despertou a atenção de José Maria de Abreu, que o procurou como parceiro para a composição Bem sei, de 1942.
Nos dez anos seguintes, a dupla produziu vários sucessos, como Um cantinho e você (1948), Ponto final (1949) e Alguém como tu (1952). Em 1944 entrou para o quadro de locutores da Agência Nacional, sendo o responsável pelas apresentações dos atos presidenciais. Transferiu-se da Rádio Mundial para a Mayrink Veiga em 1948, voltando para a primeira em 1952, onde lançou seu programa Discos na Vitrina.
Como secretário e diretor da UBC, conheceu Evaldo Gouveia, em 1958, que fora legalizar sua situação arrecadadora. No mesmo dia fizeram a primeira música em parceria, Conversa, gravada no ano por Alaíde Costa, na Victor. Desde então já compuseram mais de 150 Obras entre sambas-canções, boleros, valsas, marchas-ranchos, baladas. Em 1962 compuseram Poema do olhar, gravado por Miltinho, E a vida continua, gravado por Morgana. Em 1963, lançaram Samba sem pim-pom, O bilhete e Serenata da chuva.
A partir deste período, Altemar Dutra se tornou o principal intérprete de seus sambas no gênero dor-de-cotovelo, e dos boleros tristes e saudosistas. São de Altemar Dutra os lançamentos de: Tudo de mim (1963), Sentimental demais, Que queres tu de mim, O trovador, Somos iguais (todos de 1964). Outros sucessos da dupla foram Garota moderna, gravado por Wilson Simonal, em 1965, O conde, gravado por Jair Rodrigues em 1969; no ano seguinte, os dois parceiros lançaram a valsa Minha canção para você.
Algumas músicas
Alguém como tu, Alguém me disse, Ave Maria dos namorados, Brigas, Conceição, Conversa, E a vida continua, Garota moderna, Maldito, Maria dos meus pecados, O bilhete, O conde, O mundo melhor de Pixinguinha, O trovador, Poema do olhar, Que queres tu de mim, Se alguém telefonar, Sentimental demais, Serenata da chuva, Somos iguais, Tango pra Tereza, Tudo de mim
Obras
Alguém como tu (c/José Maria de Abreu), samba, 1952; Alguém me disse (c/Evaldo Gouveia), bolero, 1960; Aperta-me em teus braços (c/José Maria de Abreu), bolero, 1953; Baião das velhas cantigas, 1954; Bloco da solidão (c/Evaldo Gouveia), marcha-rancho, 1971; Brigamos outra vez (c/José Maria de Abreu), fox-canção, 1946; Cantiga de quem está só (c/Evaldo Gouveia), samba, 1960; Um cantinho e você (c/José Maria de Abreu), samba, 1948; Conceição (c/Dunga), samba, 1956; O conde (c/Evaldo Gouveia), samba, 1969; Garota moderna (c/Evaldo Gouveia), samba, 1965; Maria dos meus pecados (c/Dunga), samba, 1957; O mundo melhor de Pixinguinha (c/Evaldo Gouveia), samba-enredo, 1973; Não me pergunte (c/José Maria de Abreu), samba, 1949; Ninguém chora por mim (c/Evaldo Gouveia), samba, 1960; Poema do olhar (c/Evaldo Gouveia), samba, 1962; Que queres tu de mim (c/Evaldo Gouveia), bolero, 1964; Se alguém telefonar (c/Alcir Pires Vermelho), samba, 1957; Sentimental demais (c/Evaldo Gouveia), bolero, 1964; Serenata da chuva (c/Evaldo Gouveia), samba, 1963; O trovador (c/Evaldo Gouveia), marcha-rancho, 1965.
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