Iniciou-se profissionalmente como compositor de teatro de revista, fazendo em 1926 a música para a peça carnavalesca Está na Hora, de Goulart de Andrade, levada no Teatro Glória. Ainda em 1926 apareceu regendo uma orquestra na revista Plus-ultra, no mesmo teatro. Sua primeira composição de sucesso foi Suçuarana (parceria com Luiz Peixoto), lançada em 1927.
Autor de mais de 100 canções, alcançou seu maior êxito com Casa de caboclo (com Luiz Peixoto), gravada em 1928 por Gastão Formenti na Parlophon, e no mesmo ano Eu ri da lagartixa foi lançada por Patrício Teixeira, naquela gravadora. Em 1927, para o Teatro de Brinquedo (idealizado por Álvaro Moreira e outros), que funcionava no subsolo do Teatro Cassino Beira-Mar, musicou a peça de estréia, sendo também o pianista desse espetáculo e de outros que se seguiram. Essa experiência de teatro ligeiro e elegante teve pouca duração, pois era ainda muito reduzido o público de alta classe média, para o qual eram dirigidos os espetáculos. Assim, ainda em 1927, o compositor se viu na contingência de voltar às revistas mais populares dos teatros da Praça Tiradentes.
Em 1933 Jorge Fernandes gravou, na Odeon, O que eu queria dizer ao teu ouvido (com Mendonça Júnior). Nesse início da década de 1930, fez ainda Favela) (com Joraci Camargo), Chove!... chuva!... (com Ascenso Ferreira), Bahia (com Álvaro Moreira), Banzo (com Murilo Araújo), Na minha terra tem (com Luís Peixoto), Felicidade (com Luís Peixoto), Guacyra (com Joraci Camargo), Leilão (com Joraci Camargo), lançada em 1933 por Jorge Fernandes, na Odeon, e Caboclo bom (com Raul Pederneiras), gravada na Columbia em 1942, por Jorge Fernandes etc.
Em 1935 fez sua primeira composição erudita, André de Leão e o demônio de cabelo encarnado, poema sinfônico baseado no poema de Cassiano Ricardo (1895-1974) e lançado em álbum, com libreto ilustrado pelo gravador Osvaldo Goeldi. Inspirando-se sempre na música regional, continuou a produzir no gênero erudito, editando suas obras por conta própria.
De 1949 a 1953 percorreu quase todo o Brasil, em missão especial do então Ministério da Educação e Saúde Pública, pesquisando motivos folclóricos que utilizaria em diversas obras, como no poema sinfônico O Anhangüera, para orquestra, coro misto, solistas e coros infantis (com argumento de sua esposa, Marta Dutra Tavares, e poemas de Murilo Araújo), composição em que utilizou instrumentos de percussão dos índios Tucuna, do alto Solimões, e o conhecido motivo indígena Canide ioune. Ainda com o material obtido na viagem, em 1955 fez Oração do guerreiro, para baixo profundo. Compôs ainda Concerto, para piano e orquestra; Concerto em formas brasileiras, p/violino e orquestra; O sapo domado e A lenda do gaúcho, fantasias infantis. Deixou inacabados: Rapsódia nordestina e Fantasia brasileira, ambas para piano e orquestra, e o drama folclórico Palmares.
Em 1996 Fernando de Bortoli escreveu Hekel Tavares - O mais lindo concerto para piano e orquestra, São Paulo, Edição do autor, onde incluiu listagem das obras, discografia e bibliografia sobre o compositor.
Obras
Azulão (c/Luís Peixoto), canção, 1929; Bahia (c/Álvaro Moreira), s.d.; Banzo (c/Murilo Araújo), canção, 1933; Biá-tá-tá (c/Jaime d'Altavitta), coco, 1934; Caboclo bom (c/Raul Pederneiras), canção, 1942; Casa de caboclo (c/Luís Peixoto), canção, 1928; Chove!... chuva!... (c/Ascenso Ferreira), canção, 1931; Engenho novo, folclore, 1929; Eu ri da lagartixa, cateretê, 1928; Favela (c/Joraci Camargo), canção, 1933; Felicidade (c/Luís Peixoto), s.d.; Funeral de um rei nagô, s.d.; Guacyra (c/Joraci Camargo), canção, 1933; Humaitá, coco, 1934; Leilão (c/Joraci Camargo), 1933; Moleque namorador, fox-trot, 1927; Na minha terra tem (c/Luís Peixoto), canção, 1929; O que eu queria dizer ao teu ouvido (c/Mendonça Júnior), s.d.; Sabiá, canção, 1927; Suçuarana (c/Luís Peixoto), toada sertaneja, 1927.
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