quarta-feira, 4 de julho de 2007

Araci Cortes

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Araci Cortes (Zilda de Carvalho Espíndola), cantora e atriz, nasceu no Rio de Janeiro em 31/03/1904 e faleceu na mesma cidade em 08/01/1985. Filha do chorão Carlos Espíndola, até os 12 anos morou no bairro do Catumbi, onde foi vizinha de Pixinguinha. Após alguns anos vivendo com a madrinha, deixou a família aos 17 anos, passando a atuar em circos.

Cantava e dançava maxixes no Democrata Circo, da Praça da Bandeira, no Rio de Janeiro, quando foi descoberta por Luiz Peixoto e levada para fazer teatro de revista. Com o pseudônimo de Araci Cortes, que lhe foi dado por Mário Magalhães, crítico teatral do jornal A Noite, fez grande sucesso nas décadas de 1920 e 1930.

Foi a responsável pelo lançamento de diversos compositores em revistas da Praça Tiradentes, como Ary Barroso, Zé da Zilda, Benedito Lacerda e outros. Em 1923 já era intérprete consagrada, com o sucesso do samba Ai, madama, incluído na revista Que pedaço, de Sena Pinto, com música de Paulino Sacramento, no Teatro Recreio.

Em 1925 estreou em disco, com três gravações na Odeon, Serenata de Toselli, A casinha (motivo mexicano com versão de Luiz Peixoto, mais conhecida como A casinha da colina e Petropolitana (sem autor no disco).

Em 1928 atuou na revista Miss Brasil, de Luiz Peixoto e Marques Porto, cantando o samba-canção Iaiá (Linda flor), com música de Henrique Vogeler, e uma terceira letra, Iaiá, ioiô, já então de Luiz Peixoto. A peça foi sucesso em dezembro de 1928 e janeiro de 1929, e sua interpretação desta música, gravada na Parlophon, fez sucesso no Carnaval de 1929.

Ainda em 1928, na peça Microlândia, de Luiz Peixoto, Marques Porto e Afonso de Carvalho, com música de Serafim Rocha e Sinhô, fez com grande êxito o lançamento do samba amaxixado Jura (Sinhô), que teve duas gravações simultâneas, por ela e por Mário Reis. Na revista Laranja da China, de Olegário Mariano, com música de Júlio Cristóbal, Pedro Sá Pereira e Ary Barroso, encenada no Teatro Recreio, interpretou o samba Vamos deixar de intimidade, responsável pelo lançamento de Ary Barroso como compositor.

Em 1932, na revista Angu de caroço, de Carlos Bittencourt, Luís Iglésias e Jardel Jércolis, estreada no Teatro Carlos Gomes, apresentou-se com grande êxito, ao lado de Sílvio Caldas, interpretando o samba Mulato bamba (Noel Rosa). Em 1933 o empresário Jardel Jércolis realizou a primeira excursão de uma companhia brasileira de revistas à Europa, sendo ela a estrela.

De 1929 a 1935 lançou 32 discos, a maioria pela Odeon, registrando sua melhor fase como intérprete. Em 1930 lançou, na revista Diz isso cantando, a música No morro (Ary Barroso e Luís Iglésias), que oito anos mais tarde seria reescrita e se tornaria o sucesso Boneca de piche. Em 1939, novamente no Teatro Recreio, atuou na revista Entra na faixa, de Luís Iglésias e Ary Barroso, na qual lançou o samba-exaltação Aquarela do Brasil.

Foi em 1953 que gravou, pela Odeon, seus últimos três discos de 78 rpm; em seguida, afastou-se do meio artístico. Atuaria no teatro de revistas até 1961, sendo a última É por aqui Sinhô, no Teatro Zaqui Jorge, no bairro carioca de Madureira.

Em 1965 o poeta e compositor Hermínio Belo de Carvalho promoveu sua volta ao palco no show Rosa de ouro, no Teatro Jovem, do Rio de Janeiro, no qual se apresentou ao lado de Paulinho da Viola e Clementina de Jesus, entre outros. Deste espetáculo resultaram dois LPs lançados pela Odeon, Rosa de ouro 1 (1965) e Rosa de ouro 2 (1967), nos quais participou em várias faixas.

Em 1976 deu recitais no Teatro Glauce Rocha, e, em 1978, no Teatro Dulcina. Em 1984, em comemoração aos seus 80 anos, foi lançado o LP Araci Cortes, uma coletânea com depoimentos da cantora, e o livro Araci Cortes, de autoria de Roberto Ruiz, ambos pela Funarte. Entre os seus grandes sucessos como cantora, estão ainda Quem me compreende (Benedito Vivas e Ary Barroso), Tem francesa no morro, maxixe que marcou a estréia de Assis Valente como compositor, e Os quindins de Iaiá (Pedro de Sá Pereira e Cardoso de Meneses).

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