Antônio Gonçalves Sobral nasceu em Santana do Livramento, no Rio Grande do Sul, no dia 21 de junho de 1919. Logo depois, Nelson mudou-se com seus pais portugueses para o bairro do Brás, em São Paulo, onde foi criado. E para sobreviver, chegou a desempenhar as atividades mais diversas. Antes de trabalhar como garçom no bar de seu irmão na Avenida São João, em São Paulo, trabalhou como engraxate, mecânico e jornaleiro. Bastante impulsivo e violento, aos 16 anos, foi campeão paulista de box, na categoria de peso-médio. Depois, durante o tempo em que morou no Rio, após ser recusado em várias rádios, foi finalmente crooner do Cassino Copacabana Palace, alcançando então o início da tão sonhada glória nacional.
Grande ídolo na década de 50, apresentou-se em diversas capitais e cidades brasileiras. Fora do Brasil, no Uruguai, Argentina e nos Estados Unidos, onde apresentou-se, em 1961, no lendário Radio City Hall, de Nova York. No final dos anos 50, envolveu-se com cocaína. Em 1966, chegou a ser preso em flagrante, passando um mês na Casa de Detenção. Depois caiu num ostracismo que lhe custou muito sofrimento e trabalho para se reerguer.
Apesar da vida atribulada e do temperamento quente, Nelson Gonçalves dedicou mais de cinqüenta anos de sua vida à música. Durante sua carreira, gravou mais de 2.000 canções, 183 discos em 78 rpm, 128 álbuns e vendeu cerca de 78 milhões de discos, ganhou 38 discos de ouro e 20 de platina. Por seu último disco, "Ainda é Cedo" (1997), Nelson iria receber o disco de ouro.
A mais bem sucedida parceria de Nelson Gonçalves foi com o seu amigo de longa data,
Adelino Moreira, um dos maiores letristas e compositores do gênero samba-canção, que compôs para Nelson mais de 370 músicas. Adelino, que ajudou a cunhar definitivamente o estilo de Nelson, esteve presente no enterro do amigo, muito emocionado, cantando trechos da música "Lua Namoradeira", tema que estava terminando de compor para a voz de Nelson.
E foi exatamente dessa parceria, a partir dos anos 50, que nasceram alguns dos maiores sucessos de Nelson, como
A volta do boêmio,
Deusa do asfalto,
Fica comigo esta noite,
Êxtase e
Escultura. Eram temas românticos, em geral arrebatadores, de paixões perdidas ou imortais. E tudo devidamente embalado naquele maravilhoso vozeirão de grande extensão e muita emoção pura. E Nelson gabava-se de usar apenas um terço da potência de sua voz. A morte de Nelson Gonçalves, aos 78 anos, no sábado do dia 18 de abril de 1998, encerrou uma era na música brasileira.
Algumas músicas
A deusa da minha rua, A flor do meu bairro, A media luz (versão), A noite do meu bem, A saudade mata a gente, A volta do boêmio, A voz do violão, Adeus (Cinco letras que choram), As pastorinhas, As rosas não falam, Apelo, Aquela mulher, Argumento, Atiraste uma pedra, Boêmio demodê, Cabelos brancos, Cabelos cor de prata, Cadeira vazia, Caminhemos, Camisola do dia, Carlos Gardel, Chão de estrelas, Chore comigo, Ciclone, Como vai você, Com que roupa?.
Da cor do pecado, Depois de 2001, Deusa do asfalto, Deusa do Maracanã, Dolores Sierra, Dora, Dos meu braços não sairás, Ela disse-me assim, Ela me beijou, Errei, erramos, Escultura, Esse moços (Pobres moços), Estudante, Eu sei que vou te amar, Êxtase, Feitiço da Vila, Feitio de oração, Fica comigo esta noite, Fita amarela, Folha morta, Hoje quem paga sou eu.
Juramento falso, Lembranças, Mágoas de caboclo, Manias, Maria Bethânia, Marina, Mariposa, Matriz ou filial, Memórias do Café Nice, Meu dilema, Meu vício é você, Moça, Modinha, Mulher, Nada além, Naquela mesa, Nega manhosa, Negue, Nem às paredes confesso, Noite cheia de estrelas, Normalista, Nossos momentos, Número um, Nunca.
Onde anda você, Ouça, Palpite infeliz, Pensando em ti, Quando o samba acabou, Queixas, Quem há de dizer, Renúncia, Revolta, Risque, Ronda, Rosa, Se acaso você chegasse, Só nós dois, Somos iguais, Sorris da minha dor, Suas mãos, Três apitos, Último Desejo, Viagem.
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