A primeira letra de sucesso de Assis Valente foi Tem francesa no morro, samba gravado por Araci Cortes, em 1932, em que satiriza a moda dos burgueses cariocas de infestarem suas falas de expressões francesas.
O compositor insurgiu-se, não contra os neologismos franceses, mas contra os modismos, frutos da pura exibição de quem queria mostrar que sabia francês: ''Donê muá si vu plé lonér de dancê aveque muá'', escreve ele, limitando-se a transcrever o francês falado pela gente fina e nobre.
Debochado, acrescentava o estribilho, repetido a cada dupla de versos do desjeitoso francês: ''Dance Iaiá, dance Ioiô''. ''Si vu frequentê macumbe entrê na virada e finí por sambá/ dance Iaiá, dance Ioiô''. ''Vian petite francesa, dancê lê classique em cime da mesa/ Quand la dance comece, on dance ici, on dance aculá''.
E terminava dizendo: ''si vu ne pa dancê, pardon, ma cherri, adie, je me vá''. Naturalmente, não era necessário, como não é ainda, nenhuma tradução. Aquele francês macarrônico era entendido por todos.
Donê muá si vu plé lonér de dancê aveque muá
Dance Ioiô / Dance Iaiá
Si vu frequenté macumbe entrê na virada e fini por sambá
Dance Ioiô / Dance Iaiá
Vian / Petite francesa
Dancê le classique / Em cime de mesa
Quand la dance comece on dance ici on dance aculá
Dance Ioiô / Dance Iaiá
Si vu nê vê pá dancê, pardon mon cherri, adie, je me vá
Dance Ioiô / Dance Iaiá
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