domingo, 12 de agosto de 2007

Passarinho do Má

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Foi só o presidente Artur Bernardes, que governou o país sob estado de sítio de 1922 a 1926, deixar o Palácio do Catete para receber o troco. O "passarinho do mal", responsável por todos os males do mundo, não era outro senão o "Rolinha", apelido maldoso dado pelo povo a Bernardes. Ao final, registra-se a letra de três estrofes - bem mais pesadas - que não foram gravadas por Chico Alves.

Passarinho do Má (samba - 1926) - Antonio Lopes do Amorim Diniz (Duque)

Passarinho do má tava cá / Não havia maneira de enxotá (Bis)
Meu roçado de mio, secô / Meu cavalo de sela, mancô.
Meu cachorro de caça, danô / Minha sogra de longe, vortô.

Passarinho do má tava cá / Não havia maneira de enxotá (Bis)
A corrente de prata, partiu / O relógio na pedra, caiu.
O dinheiro no borso, sumiu / A muié que eu gostava, fugiu.

Passarinho do má tava cá / Não havia maneira de enxotá (Bis)
Água suja do monte, desceu / O riacho num instante, cresceu.
O porquinho que tinha, morreu / A muié a vergonha, perdeu.


As três estrofes que Francisco Alves não gravou são as seguintes:

A geada os legume secô / O alambique do monte, quebrô.
Vento sul deu nas cana, estragô / A cachaça na roça, acabô.

Estou vendo daqui toda gente / Com um sorriso feliz e contente.
Pois chegou ao Brasil finalmente / O Jahú(1), que é a glória da gente.

Passarinho do má já vuô / Ninguém sabe onde pousô
Passarinho do má se vortá / Espingarda taí pra matá.

(1) Nome do avião que, em 1927, realizou o primeiro vôo de travessia do Atlântico Sul pilotado por brasileiros .

Fonte: Franklin Martins - Site Oficial

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