Maria da Graça Costa Pena Burgos, cantora, nasceu em Salvador BA em 26/9/1945. Criada no bairro da Graça, desde cedo se interessou por música. O pai tocava violão, e a família a incentivou a tornar-se cantora. Antes dos 15 anos começou a tocar e cantar, apresentando-se em festas escolares. Era a época da bossa nova, e seu estilo de interpretação recebeu influência de João Gilberto.
Através de Dedé, em 1963 conheceu Caetano Veloso e, no ano seguinte, foi convidada para participar do show Nós, por exemplo, encenado em junho de 1964 no Teatro Vila Velha, que marcou a estréia do grupo dos baianos (ela, ainda com o nome de Maria da Graça, mais Gilberto Gil, Maria Bethânia e Tom Zé). Juntos apresentaram-se em outros shows em Salvador, e em 1965, quando Maria Bethânia gravou seu primeiro LP, participou da faixa Sol negro (Caetano Veloso).
Já em São Paulo SP, no segundo semestre desse ano estreou no palco com Gilberto Gil, Caetano Veloso, Maria Bethânia e Tom Zé, no espetáculo Arena canta Bahia, dirigido por Augusto Boal no T.B.C., de São Paulo. Ainda em 1965, gravou um compacto interpretando Eu vim da Bahia (Gilberto Gil) e Sim, foi você (Caetano Veloso). No ano seguinte, no I FIC, da TV Rio, do Rio de Janeiro RJ, interpretou Minha senhora (Gilberto Gil e Torquato Neto) e, por sugestão de Guilherme Araújo, seu empresário, adotou o nome Gal Costa.
Em 1967, ao lado de Caetano Veloso, gravou o LP Domingo. Em 1968 gravou duas canções de Caetano Veloso no LP Tropicália ou Panis et circensis, Mamãe coragem e Baby, que se tornaram seus primeiros sucessos e marcas do movimento tropicalista. No mesmo ano, firmou-se como cantora junto ao grande público no IV FMPB, da TV Record, de São Paulo, ìnterpretando Divino maravilhoso (Gilberto Gil e Caetano Veloso), que alcançou o terceiro lugar. Seu primeiro LP individual foi lançado no ano seguinte pela Philips, e logo depois a cantora apresentou-se no Teatro de Arena, de São Paulo, em show produzido por Guilherme Araújo. Depois de uma temporada na boate Sucata, do Rio de Janeiro, realizou uma série de espetáculos em várias cidades do país.
Ainda em 1969, gravou na Philips o LP Meu nome é Gal e, no ano seguinte, esteve na Inglaterra. De volta ao Brasil, apresentou-se novamente na boate Sucata, lançando com grande sucesso a canção London, London (Caetano Veloso). Juntamente com o frevo-canção Deixa sangrar(Caetano Veloso), London, London foi destaque no LP Legal, gravado na volta de uma viagem da cantora a Portugal.
Em 1971 obteve êxito com o show Deixa sangrar, de Paulo Lima, Duda e Hélio Oiticica, estreado no Teatro Opinião, no Rio de Janeiro, e, depois, apresentado em São Paulo, no Teatro Vereda, e em outras capitais. Em 1971, quando João Gilberto visitou o Brasil, participou de programa com ele e Caetano Veloso, gravado pela TV Tupi, de São Paulo. O show seguinte, Gal a todo vapor, dirigido por Wally Sailormoon e gravado em álbum duplo pela Philips, lançado em 1972, marcou seu amadurecimento como cantora. Nesse ano, com a volta de Caetano Veloso e Gilberto Gil da Europa, os três participaram de espetáculos no Rio de Janeiro e em São Paulo.
Em 1973 foi a Cannes, França, com Gilberto Gil, apresentando-se no MIDEM. No mesmo ano, realizou o show Índia, estreado no TUCA, de São Paulo, e gravou o LP de mesmo nome. Em 1976 reencontrou Caetano, Gil e Bethânia no show e disco Doces bárbaros. Nesse ano, gravou canções de Dorival Caymmi no LP Gal canta Caymmi. Ainda na década de 1970, lançou pela Polygram Caras e bocas (1977), Água viva (1978), Gal tropical (1979) e Meu nome é Gal (1979).
Na década de 1980 consagrou-se como uma das maiores intérpretes da música brasileira, prosseguindo a carreira internacional. Entre os discos desse período destacam-se: Aquarela do Brasil (1980), Gal Costa (1981), que incluiu um dos maiores sucessos de sua carreira, Festa do interior (Morais Moreira e Abel Silva), Baby Gal (1983), Bem bom (1985).
O início dos anos de 1990, ampliou seu repertório com o disco e show Plural (BMG, 1990), que incluiu composições de Carlinhos Brown, Jorge Ben Jor e Cole Porter, além de clássicos como Noel Rosa. Em 1994 apresentou-se no polêmico espetáculo O sorriso do gato de Alice, dirigido por Gerald Thomas, que recebeu os prêmios Sharp e APCA do ano. Em 1995, lançou Mina d'água do meu canto, com oito músicas de Chico Buarque e oito de Caetano Veloso, além de uma parceria dos dois homenageando Tom Jobim. Foi lançado em 1996 o CD duplo Doces bárbaros.
Em 1997 comemorou 30 anos de carreira com o lançamento do CD e vídeo Acústico MTV (BMG), gravado em julho do mesmo ano no Memorial da América Latina, em São Paulo. Entre os pontos altos do espetáculo, estão os encontros com convidados como Luís Melodia (Pérola negra), Herbert Víana(Lanterna dos afogados) e as novas interpretações para Camisa amarela(Ary Barroso), Sua estupidez (Erasmo e Roberto Carlos) e Vapor barato (Jards Macalé). Em janeiro de 1998 a Polygram lançou a caixa-antologia 30 anos de barato, com 3 CDs incluindo gravações do período 1967-1983.
Algumas músicas
Acontece, Aquarela do Brasil, Arrastão, Assum preto, Até quem sabe, Atrás da porta, Baby, Bôto, Camisa amarela, Canto triste, Carolina, Como dois e dois, Coração vagabundo, Corcovado, Deixa sangrar, Dindi, É luxo só, Espinha de bacalhau, Eu te amo, Faceira, Falsa Baiana, Festa de rua, Flor de maracujá, Flor do cerrado, Folhetim, Força estranha, Inquietação, Já era tempo, Joana Francesa, João Valentão, Jogada pelo mundo, London, London, Modinha para Gabriela, Mucuripe, Na Baixa do Sapateiro, Na batucada da vida, Nada será como antes, Nem eu, Nova estação, O cantador, O ciúme, O que tinha de ser, Os argonautas, Paula e Bebeto, Pérola negra, Pra dizer adeus, Retrato em branco e preto, São Salvador, Sua estupidez, Tatuagem, Trem das onze, Vaca profana, Vapor barato, Você não entende nada, Volta.
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