domingo, 20 de maio de 2007

Isaura Garcia

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Isaura Garcia, cantora, nasceu em São Paulo-SP em 26/2/1919 e faleceu em 30/7/1993. Nasceu na rua da Alegria, no Brás. No final de 1936, com a mãe (Amélia, irmã do pintor José Pancetti), inscreveu-se no programa de calouros A Hora da Peneira Rhodine, da Rádio Cultura, de São Paulo, mas nenhuma das duas chegou a se classificar.
Um ano depois, porém, obteve o primeiro lugar em concurso do programa de calouros Clube Quá-Quá Quarenta, apresentado por Otávio Gabus Mendes, na Rádio Record, de São Paulo, com o samba Camisa listrada (Assis Valente). O êxito deu-lhe oportunidade de participar de um programa especial que reunia calouros selecionados.
Em 1938 foi contratada pela Rádio Record, na qual permaneceu durante toda a carreira. No início, formou dupla com o cantor Vassourinha, tambem da Record, para shows e apresentações em circos. Em seu repertório, predominavam criações de Carmen Miranda e Araci de Almeida, duas cantoras que influenciaram seu estilo. Sua primeira gravação, um jingle para o saponáceo Radium, despertou atenção para seu estilo de Cantar.
Na Columbia, do Rio de Janeiro, gravou em 1941 o primeiro disco, com Chega de tanto amor (Mário Lago) e Pode ser (Geraldo Pereira e Marino Pinto). No mesmo ano, lançou outros discos com A baratinha (Antônio Almeida), Eu não sou pano de prato (Mano Lago e Roberto Martins), Aproveita beleléu (Marino Pinto e Murilo Caldas) e O telefone esta chamando (Benedito Lacerda e Popeye do Pandeiro).
Em 1942, na Victor, obteve os primeiros sucessos em disco, com Aperto de mão (Meira, Dino e Augusto Mesquita) e Sorriso de Paulinho (Gastão Viana e Mário Rossi), lançados no ano seguinte. Ainda em 1943, gravou Duas mulheres e um homem (Ciro de Sousa e Jorge de Castro). Em 1945 lançou Barulho no morro (Roberto Martins) e, no ano seguinte, o samba de Aldo Cabral e Cícero Nunes Mensagem, que se tornaria um dos clássicos de seu repertório.
Em 1947 interpretou, com Os Namorados da Lua, o samba de Lúcio Alves e Haroldo Barbosa De conversa em conversa, outro grande êxito. Nessa época, tinha popularidade nacional e era uma das estrelas da Rádio Record. Costumava apresentar-se também no Copacabana Palace Hotel e no programa César de Alencar, da Rádio Nacional, do Rio de Janeiro, além de realizar excursões por outros Estados. Tambem grande era o êxito que alcançava com as gravações na Victor: a toada Marrequinha (Denis Brean e Raul Duarte), o choro Velho enferrujado (Gadé e Valfrido Silva) e o baião Pé de manacá (Hervé Cordovil e Marisa Pinto Coelho), cantado em dupla com Hervé, foram os sucessos de 1950.
Em 1953 foi eleita a primeira Rainha do Rádio Paulista. Continuou na Victor até 1956 e, nesse ano, transferiu-se para a Odeon, estreando com o samba Mocinho bonito, de Billy Blanco. No ano seguinte, gravou seu primeiro LP (10 polegadas), A personalíssima, com arranjos de Luís Arruda Pais; o título do LP aludia ao cognome que recebera de Blota Júnior, animador da Record. Entre outras faixas, estavam no LP Mocinho bonito (Billy Blanco), Deixa pra lá (Vinícius de Moraes), Contra senso (Antônio Bruno), Se Deus me desse (Alfredo Borba) e Contando estrelas (Alfredo Borba e Edson Borges).
Numa excursão a Recife PE, em meados da década de 1950, conheceu o organista Walter Wanderley, com quem se casou e gravou alguns LPs, entre eles Sempre personalíssima, com Feiúra nao é nada (Billy Blanco) e E daí (Miguel Gustavo); Saudade querida, que incluia Ninho do Nonô (Denis Brean) e Corcovado (Tom Jobim); A pedida é samba, com destaque para Palhaçada (Haroldo Barbosa e Luiz Reis) e Que é que eu faço (Ribamar e Dolores Duran); Sambas da madrugada, incluindo Ah! Se eu pudesse (Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli ); e Atualíssima, com Errinho à-toa (Ronaldo Bôscoli e Roberto Menescal), este de 1963.
Em 1969 gravou, na Continental, dois LPs: Martinho da Vila e Dolores Duran na voz de Isaura Garcia e Ary Barroso e Billy Blanco na voz de Isaura Garcia. Nesse ano participou do V FMPB, da TV Record, de São Paulo, defendendo a canção Primavera (Lupicínio Rodrigues e Hamilton Chaves). Em 1970 lançou Chico Buarque e Noel Rosa na voz de Isaura Garcia, e aposentou-se da Rádio Record.
Continuou a apresentar-se em shows na Igrejinha, na Casa de Badalação e no Tédio, em São Paulo. Em 1973 gravou para a Continental o LP Isaura Garcia, em que se destacavam as faixas Desmazelo (Antônio Carlos e Jocafi), De conversa em conversa e Mensagem, estas duas em sua terceira gravação. Sempre morou em São Paulo. CD: Mensagem — Isaura Garcia e Nelson Gonçalves, 1993, Revivendo CD-042.

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