Castro Alves (Antônio de Castro Alves), poeta, nasceu em Muritiba (BA) em 14/03/1847 e faleceu em Salvador (BA), em 06/07/1871. Nasceu na fazenda de Cabeceiras da então freguesia de Muritiba. Poeta romântico, teve alguns de seus poemas musicados, como O adeus a Teresa, Boa-noite, A volta da primavera, O coração e Adormecida, por compositores desconhecidos, que os transformaram em modinhas.
O poema As duas flores foi musicado por Xisto Bahia, Gondoleiro do amor, por Salvador Fábregas. Seu poema Canção da boêmia teve duas músicas diferentes, uma feita na Paraíba e outra no Ceará, ambas no séc. XIX, com o título de Vamos, Eugênia, fugindo. A versão cearense foi gravada por Luís Heitor para o acervo da E.N.M.U.B., do Rio de Janeiro RJ, em 1943, com canto e acompanhamento de duas violas.
A paixão concreta e ardente pela atriz portuguesa Eugênia Câmara influenciou o poeta em sua visão poética do amor. Essa visão pode ser classificada não só como sentimental, mas também como sensual, entendida como uma poesia que apela aos sentidos (sensorial). É desse período o poema O Gondoleiro do Amor, em que a descrição da amada é carregada de uma sensualidade sem precedentes no Romantismo brasileiro.
Inspirado por Eugênia, Castro Alves escreveu seus mais belos poemas de esperança, euforia, desespero e saudade, como É Tarde. Pela primeira vez, a poesia é motivada pela paixão e pelo envolvimento amoroso, e a dor não se traduz em lamentos e queixas. Seu sentimentalismo amoroso é maduro, adulto e se realiza em sua plenitude carnal e emocional.
Gondoleiro do Amor - (Castro Alves e Salvador Fábregas) (clique para ouvir a música)
Teus olhos são negros, negros, como as noites sem luar ... / São ardentes, são profundos, como o negrume do mar... / Sobre o barco dos amores, da vida boiando à flor, / doiram teus olhos a fronte do Gondoleiro do amor... Tua voz é a cavatina dos palácios do Sorrento. / Quando a praia beija a vaga, / quando a vaga beija o vento. / E como em noites de Itália, ama um canto o pescador / Bebe a harmonia em teus cantos o Gondoleiro do Amor.
Teus olhos são negros, negros, como as noites sem luar ... / São ardentes, são profundos, como o negrume do mar... / Sobre o barco dos amores, da vida boiando à flor, / doiram teus olhos a fronte do Gondoleiro do amor... Tua voz é a cavatina dos palácios do Sorrento. / Quando a praia beija a vaga, / quando a vaga beija o vento. / E como em noites de Itália, ama um canto o pescador / Bebe a harmonia em teus cantos o Gondoleiro do Amor.
Teu amor na treva é um astro, no silêncio, uma canção / É brisa nas calmarias, é abrigo no tufão / Por isso eu te amo, querida, quer no prazer, quer na dor. / Rosa! Canto! Sombra! Estrela! do Gondoleiro do Amor.
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