13 de novembro de 1889. Na presença do imperador D. Pedro II, da princesa Isabel e seu marido, o conde D’Eu, um de seus filhos, o príncipe do Grão-Pará, falou e o outro, o príncipe D. Pedro Augusto, solfejou. Era a primeira gravação de sons feita no Brasil, ao ser apresentado à Corte o grafofone (modelo mais avançado de Thomas Edison para seu gramofone). Portanto, D. Pedro Augusto foi o primeiro brasileiro a ter sua voz gravada, cantando.
O Brasil foi dos primeiros países a ter a novidade do final do século XIX – a máquina que aprisionava sons -, já que em 1878, um ano apenas depois de ter registrado sua invenção, Edison receberia autorização do imperador para comercializar a aparelho no país.
A princípio a coisa foi atração de feira, circense, teatral, sendo exibida por camelôs onde encontrassem espaço para reunir meia dúzia de embasbacados cidadãos dispostos a pagar um níquel para ver e ouvir aquela incrível máquina falante. Saída das páginas da ficção registraria poderosa influência na cultura de todos os povos.
No Brasil o primeiro a se interessar comercialmente pelas máquinas falantes foi o imigrante tchecoslovaco, de origem judaica, Frederico Figner. Menino, emigrou para os Estados Unidos e lá, já adulto, ao tomar conhecimento da invenção, que ainda funcionava de forma primitiva com rolos de cera e deixava de ser curiosidade para se transformar em atividade comercial, comprou um fonógrafo, com alguns rolos de cera, e saiu a exibi-los pelas Américas. De volta àquele país resolve explorar um mercado virgem e parte rumo ao Brasil, onde entra por Belém do Pará no final de 1891. Percebendo o sucesso de suas apresentações, envereda pelo Ceará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Bahia e dá com os costados no Rio de Janeiro, em abril de 1892. Instala-se na Rua do Ouvidor, 135, com sua “machina que falla”, como anunciavam os jornais, sem saber que iria interferir profundamente na cultura popular do país que escolhera ao acaso para ganhar dinheiro.
O Brasil foi dos primeiros países a ter a novidade do final do século XIX – a máquina que aprisionava sons -, já que em 1878, um ano apenas depois de ter registrado sua invenção, Edison receberia autorização do imperador para comercializar a aparelho no país.
A princípio a coisa foi atração de feira, circense, teatral, sendo exibida por camelôs onde encontrassem espaço para reunir meia dúzia de embasbacados cidadãos dispostos a pagar um níquel para ver e ouvir aquela incrível máquina falante. Saída das páginas da ficção registraria poderosa influência na cultura de todos os povos.
No Brasil o primeiro a se interessar comercialmente pelas máquinas falantes foi o imigrante tchecoslovaco, de origem judaica, Frederico Figner. Menino, emigrou para os Estados Unidos e lá, já adulto, ao tomar conhecimento da invenção, que ainda funcionava de forma primitiva com rolos de cera e deixava de ser curiosidade para se transformar em atividade comercial, comprou um fonógrafo, com alguns rolos de cera, e saiu a exibi-los pelas Américas. De volta àquele país resolve explorar um mercado virgem e parte rumo ao Brasil, onde entra por Belém do Pará no final de 1891. Percebendo o sucesso de suas apresentações, envereda pelo Ceará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Bahia e dá com os costados no Rio de Janeiro, em abril de 1892. Instala-se na Rua do Ouvidor, 135, com sua “machina que falla”, como anunciavam os jornais, sem saber que iria interferir profundamente na cultura popular do país que escolhera ao acaso para ganhar dinheiro.
Figura: Na abertura do século XX, Figner, já comerciante vitorioso, anunciava as últimas novidades em aparelhos sonoros.
Das sessões diárias para a apresentação da novidade até perceber a mina de ouro, Fred Figner – como se tornou conhecido – foi um passo. Importa e comercializa aparelhos e cilindros que vendem como água, pois eram encontrados com vários preços, acessíveis e sofisticados. Com a sua famosa Casa Edison era o dono absoluto do mercado.
Mas, nos últimos anos do século XIX, começa a enfrentar concorrência e sua criatividade é chamada para manter a liderança. Até então se vendiam cilindros de música estrangeira, importados. Fred convida os cantores Cadete (Antonio da Costa Moreira) e Bahiano (Manuel Pedro dos Santos) para gravar fonogramas brasileiros, ganhando um mil-réis por cilindro. Mais tarde o palhaço Eduardo das Neves (Dudu), famoso por seus lundus e canções, veio juntar-se à dupla. Com isso o pioneirismo foi acrescido à biografia de Fred Figner, o de profissionalizar a música popular no Brasil.
Mas, nos últimos anos do século XIX, começa a enfrentar concorrência e sua criatividade é chamada para manter a liderança. Até então se vendiam cilindros de música estrangeira, importados. Fred convida os cantores Cadete (Antonio da Costa Moreira) e Bahiano (Manuel Pedro dos Santos) para gravar fonogramas brasileiros, ganhando um mil-réis por cilindro. Mais tarde o palhaço Eduardo das Neves (Dudu), famoso por seus lundus e canções, veio juntar-se à dupla. Com isso o pioneirismo foi acrescido à biografia de Fred Figner, o de profissionalizar a música popular no Brasil.
Em 1904 entra no mercado o gramofone, com discos de cera cuja reprodução do som era feita através de uma agulha metálica presa a um diafragma de mica, que Émile Berliner lançara. Fred Figner garante para si, através de contrato com a International Zonophone Company, o direito de fabricação de chapas prensadas dos dois lados, o disco, que em muito pouco tempo eliminaria o sistema de gravações por cilindro. Surgem as séries Zon-O-Phone 10.000 e X-1000 que podem ser consideradas as primeiras do disco brasileiro (Figura ao lado: primeiro gramophone de Émile Berliner).
O sistema de gravação era mecânico, obrigando o intérprete a cantar gritado na boca de uma enorme corneta. O “técnico de som” tinha que empurra-lo à frente pelos ombros nas notas graves, ou puxa-lo para longe, nas notas agudas. Quando gravavam bandas ou conjuntos, os músicos se amontoavam na frente do “microfone”. Depois da gravação, a cera era enviada para a Alemanha e voltava transformada em disco seis meses mais tarde.
Figura: O anúncio da Casa Edison dá idéia do enorme repertório gravadol pelo seu maior astro, o cantor Bahiano.
Mais tarde Figner fundou filiais em São Paulo e Porto Alegre, montando um estúdio na capital gaúcha, onde registrou artistas locais como o cantor modinheiro Xiru e o grupo de choro Terror dos Facões.
Em 1911, associando-se à Odeon, pertencente à firma holandesa Transoceanic, Figner importa o equipamento da Alemanha e instala no Brasil a primeira fábrica de discos, a Odeon, no bairro da Tijuca, Rio de Janeiro, e mantém a liderança até 1924, quando a Victor Talking Machine cria o processo de gravação elétrica, do qual o cantor Francisco Alves seria o pioneiro no Brasil em 1927.
Em 1930, a Transoceanic obrigou Figner a vender todo o patrimônio da Casa Edison, dominando, a partir de então, o processo de gravação no Brasil, ao lado de outras multinacionais, como a Columbia e a RCA Victor. Com 40 mil títulos lançados ao longo de 28 anos, a Casa Edison marca a etapa heróica da gravação de discos no Brasil. A empresa funcionou até os anos 50, mas mudou de ramo: abandonando as máquinas falantes, passou a comercializar mimeógrafos e máquinas de escrever.
Fontes: Construindo o Som e História do Samba – Ed. Globo
Em 1911, associando-se à Odeon, pertencente à firma holandesa Transoceanic, Figner importa o equipamento da Alemanha e instala no Brasil a primeira fábrica de discos, a Odeon, no bairro da Tijuca, Rio de Janeiro, e mantém a liderança até 1924, quando a Victor Talking Machine cria o processo de gravação elétrica, do qual o cantor Francisco Alves seria o pioneiro no Brasil em 1927.
Em 1930, a Transoceanic obrigou Figner a vender todo o patrimônio da Casa Edison, dominando, a partir de então, o processo de gravação no Brasil, ao lado de outras multinacionais, como a Columbia e a RCA Victor. Com 40 mil títulos lançados ao longo de 28 anos, a Casa Edison marca a etapa heróica da gravação de discos no Brasil. A empresa funcionou até os anos 50, mas mudou de ramo: abandonando as máquinas falantes, passou a comercializar mimeógrafos e máquinas de escrever.
Fontes: Construindo o Som e História do Samba – Ed. Globo
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