quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Doces Bárbaros

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Doces Bárbaros

Doces Bárbaros - Caetano Veloso nasceu em Santo Amaro, Bahia, em 7 de agosto de 1942 e, ainda pequeno, mudou-se para Salvador e por ali ficou até ingressar na Universidade para concluir os estudos de Arte. Seu primeiro album, entitulado Caetano Veloso, teve um grande repercussão fora do Brasil e em 1968 conseguiu vários prêmios internacionais.

Em 1969 junto com seu amigo Gilberto Gil gravou um disco o qual recebeu o título de Barra 69. Os dois cantores tiveram que se exilar em Londres por causa da ditadura militar no Brasil e partiram para Londres na Inglaterra onde foram influenciados pelos rítmos que soavam pela Europa.

Dessa experiência, novos discos foram lançados com a colaboraçao de vários amigos como Chico Buarque, Gal Costa e sua irmã Maria Bethânia. Com estas duas cantoras e contando ainda com a participação de Gilberto Gil, - expoentes máximos do Tropicalismo (Movimento cultural do fim da década de 60 que, usando deboche, irreverência e improvisação, revoluciona a música popular brasileira) Caetano e os demais resolveram formar o grupo Doces Bárbaros em 1976, no Anhembi (São Paulo).

A turnê do espetáculo durou menos de um mês, já que Gil e o baterista Chiquinho Azevedo foram presos por porte de maconha, em Florianópolis. Pouco depois, o show foi retomado e bateu o recorde de bilheteria do Canecão (RJ), onde permaneceu por dois meses.

Em seguida, foi lançado o álbum Doces Bárbaros Ao Vivo, fortemente influenciado pela contemporânea fusão do jazz-funk, com um toque brasileiro. As letras, poéticas e cheia de paixão são um verdadeiro documento de uma era, escritas com maestria numa atmosfera pesada marcada pela ditadura militar.

Abílio Manoel

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Abílio Manoel

Abílio Manoel (Abílio Manoel Robalo Pedro), compositor e cantor, nasceu em Lisboa, Portugal, em 03/02/1947. Veio ainda criança para o Brasil. Trabalhava num banco em São Paulo SP e, em 1967, foi convidado a gravar um LP na Odeon (lançado em 1968), após o que viajou para o Chile, onde venceu o I Festival Latino-Americano da Canção Universitária, com sua música Minha rua.

Com a música Pena verde, grande sucesso em sua carreira, venceu em 1969 o II Festival Universitário da Música Popular Brasileira, promovido pela TV Tupi, de São Paulo. No mesmo ano e em 1970, 1971 e 1972, participou do FIC, da TV Globo, Rio de Janeiro. Seu segundo LP, Pena Verde, foi lançado pela Odeon ainda em 1970.

Viajou logo depois para o México, onde cantou em várias universidades, se apresentou na televisão e gravou um compacto simples na Capitol mexicana, com suas composições Andréia e Pena Verde.

Entre 1971 e 1975, lançou mais três LPs; um de seus maiores sucessos foi Tudo azul na América do Sul, com Antônio Carlos Carvalho, que, ao lado de Halter Maia, é um de seus parceiros mais freqüentes.

Em 1973 fundou o grupo Terra Livre. Entre 1977 e 1983 trabalhou na Rádio Bandeirantes FM e em 1984 na Rádio USP, no programa América do Sol. Nesse período gravou os LPS Becos e saídas (Som Livre, 1978) e Curso das águas (RCA, 1982) e compôs, em 1980, o tema musical do filme Pixote, de Hector Babenco.

Atua também como produtor musical em publicidade eshows, tendo produzido para os selos Band e Copacabana a série de LPs de música latino-americana América do Sol.

Obras

América Morena, 1976; Cata-vento, 1970; Chris, Christina, 1973; Minha rua, marcha-rancho, 1968; Pena verde, 1970; Tudo azul na América do Sul (c/Antônio Carlos Carvalho), 1971.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora - PubliFolha.

Sílvio César

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Silvio_Cesar_1968

Sílvio César (Sílvio Rodrigues Silva), cantor / compositor, nasceu em 14/8/1939 na cidade de Raul Soares, Minas Gerais. Começou a cantar profissionalmente em 1960, como crooner das Orquestras de Waldemar Spillman e Ed Lincoln. Neste ano lançou um compacto simples com as canções Máxima culpa (Sérgio Ricardo) e Manhã sem adeus (Luiz Bonfá).

No ano seguinte, gravou seu primeiro LP Amor demais, registrando sua parceria com Ed Lincoln nas canções O que eu gosto de você, Conselho a quem quiser voltar, Eu te agradeço e Saudade.

Em 1963, gravou o LP Sem carinho, não. Dois anos depois, lançou o LP Só tinha de ser..., com destaque para um de seus maiores sucessos, a canção Pra você, que viria a ser regravada inúmeras vezes, com grande repercussão.

Em 1966, gravou um compacto simples com as canções Mônica e Se tiver de ser, ambas com Ed Lincoln, incluídas na trilha sonora do filme Na onda do yé yé yé, de Renato Aragão. Dois anos depois, gravou o LP Silvio Cesar.

Em 1970, lançou um compacto simples contendo as canções A minha prece de amor e Maria, incluídas na trilha sonora da novela Simplesmente Maria (TV Globo). Ainda nesse ano, gravou o LP A minha prece de amor.

Em 1971, lançou o LP Silvio Cesar. No ano seguinte, registrou em compacto simples as canções Dois amigos, dividindo a faixa com o cantor Miltinho, e Não nasci pra jogador, tema da novela Bandeira 2 (TV Globo). Ainda em 1972, gravou o LP Silvio Cesar. Lançou, também nesse ano, um compacto simples contendo as canções Você não tá com nada, tema da novela Bandeira 2 e Perdido na noite.

Em 1973, lançou mais um compacto simples, registrando as canções O que passou, passou, tema do filme Mineirinho vivo ou morto, e Pra que tudo isso sem você?. No ano seguinte, gravou o LP Vamos dar as mãos.

Em 1975, lançou um compacto simples contendo Levante os olhos, tema da novela Duas vidas (TV Globo), e Eu estou bem. Dois anos depois, gravou o LP Som e palavras.

Em 1978, lançou um compacto simples com Agarre seu homem (c/ Ronaldo Bôscoli), tema da novela Te contei? (TV Globo), e Cego, surdo e mudo. Em 1981, gravou um compacto simples com Luiza (Tom Jobim) e A mais antiga profissão, tema da novela O jogo da vida (TV Globo).

Nas décadas de 1960 e 1970, atuou na programação musical das emissoras de TV, destacando-se os programas Jovem Guarda, Família Trapo, O fino da bossa, Essa noite se improvisa e Show do dia 7, entre outros. Atuou, também, no seriado Quartel do barulho, ao lado de Dedé Santana e Renato Aragão, embrião do futuro Os Trapalhões. Apresentou-se, ainda, no musical Alô Dolly, de Miéle e Bôscoli, na estréia da TV Globo. Representou o Brasil no Festival do Ano Internacional da Comunicação, realizado em Acapulco (México), com a canção Por que?, interpretada por Agnaldo Rayol.

Lançou, nos anos 1980, os LPs Silvio Cesar (1983) e Amor (1985), e, nos anos 1990, os CDs Aos mestres, com carinho (1992), Aos mestres, com carinho/vol. 2 (1995), Amigos da bossa (1997) e Pra você (CID).

No teatro, apresentou-se nos musicais Arco-Íris e O teu cabelo não nega, encenados no Teatro República (RJ), convidado por Abraão Medina e Carlos Machado. No cinema, atuou em Na onda do iê-iê-iê, ao lado de Dedé Santana e Renato Aragão, representando o papel principal, além de participar, em parceria com Ed Lincoln, da trilha sonora do filme.

Em abril de 2000, convidado pelo roteirista-diretor Ricardo Cravo Albin, estrelou o show Café Nice, ao lado da cantora Simone Moreno e do conjunto Água de Moringa, interpretando os grandes sucessos dos anos 30/40. Esse foi o segundo espetáculo de uma série de quatro, intitulados genericamente MPB, a história de um século, através dos quais o Centro Cultural Banco do Brasil (Ccbb/RJ) apresentava, em seu Centro III, toda a história da Música Popular Brasileira, para homenagear os 500 anos do Brasil.

Suas músicas foram gravadas por vários artistas, como Ângela Maria, Alcione, Claudette Soares, Os Cariocas, Cauby Peixoto, Dóris Monteiro, Elis Regina, Elizeth Cardoso, Emílio Santiago, Elza Soares, João Donato, Hermeto Pascoal, Leny Andrade, Jair Rodrigues, Nana Caymmi, Roberto Carlos e Sergio Mendes, entre outros.

Fonte: Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira

Orlandivo

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Orlandivo

Orlandivo (Orlandivo Honório de Sousa), compositor e cantor, nasceu em Itajaí, Santa Catarina, em 5/8/1937. Desde criança interessou-se por música, tocando gaita-de-boca aos seis anos. Passou a residir no Rio de Janeiro aos nove anos; aí serviu o Exército, conhecendo então Paulo Silvino Neto Filho, com quem compôs os primeiros sambas: Cinderela em 30, João e Maria e Saudade dói demais.

Em 1958 teve suas primeiras composições gravadas por Roberto Carreiras em selo Albatroz: Vem pro samba e H2O. Gravou, em 1961, um dos seus maiores sucessos, Samba toff, sendo também dessa época A chave do sucesso (ambos com Roberto Jorge), uma alusão à bossa com a qual fez sucesso: cantar sacudindo um molho de chaves para fazer o ritmo.

Entre suas composições destacaram-se Sambadinho (com Roberto Jorge), Bolinha de sabão (com Adílson Azevedo), Dias de verão (com Roberto Jorge) e Tamanco no samba (com Helton Meneses).

Os principais intérpretes de suas composições foram Ed Lincoln, Golden Boys, Conjunto Farroupilha e Humberto Garin. Gravou, entre outros, os LPs A chave do sucesso e Orlan Divo.

Obras

Bolinha de sabão (c/Adilson Azevedo), samba, 1964; A chave do sucesso (c/Roberto Jorge), 1961; Samba toff (c/Roberto Jorge), samba, 1961; Saudade em seu lugar (c/Roberto Jorge), samba, 1964; Tamanco no samba (c/Helton Meneses), samba, 1963.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora - PubliFolha.

Ed Lincoln

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Ed Lincoln (Eduardo Lincoln Barbosa Sabóia), instrumentista, compositor e arranjador, nasceu em Fortaleza (CE), em 31/5/1932. Em 1951, mudou-se para o Rio de Janeiro, iniciando a carreira artística como contrabaixista e depois passando para o piano e o orgão elétrico. Atuou na boate Plaza tocando baixo e piano ao lado de Luiz Eça e Johnny Alf, fazendo parte também do conjunto de Dick Farney.

Em 1955 formou seu próprio conjunto. No mesmo ano, gravou seu primeiro disco interpretando Amanhã eu vou, de Nilo Sérgio e Nunca mais, de sua autoria e Sílvio César. Entre 1955 e 1958, atuou na boate Drink, no Rio de Janeiro no conjunto de danças dirigido por Djalma Ferreira. Ainda no final dos anos 1950, acompanhou gravações do iniciantes Claudete Soares e Baden Powell.

Em 1961 gravou os LPs Ao teu ouvido e Ed Lincoln boate, que incluiu Saudade fez um samba, de Carlos Lyra e Ronaldo Bôscoli. Nessa época, exerceu a função de diretor musical da gravadora Musidisc. Durante os anos 1960 foi um dos mais requisitados animadores de bailes. Ficaram famosas as apresentações da Domingueira dançante no Clube Monte Líbano.

Em 1963, lançou o LP Ed Lincoln - Seu piano e seu órgão espetacular, que tinha como destaques as músicas Só danço samba, de Tom Jobim e Vinícius de Moraes; Influência do jazz, de Carlos Lyra; Vamos balançao, de Carlos Imperial, Balansamba, de Luiz Bandeira; Um samba gostoso, de sua autoria; Pra que?, de Silvio César; Tristeza, de sua autoria e Luiz Bandeira e Olhou pra mim, de sua parceria com Silvio César. No mesmo ano, sefreu um grave acidente de carro que o manteve afastado das atividades artísticas por sete meses, período no qual foi substituído nos bailes por Eumir deodato. No ano seguinte, lançou o LP A volta.

Em suas orquestras atuaram como crooners os cantores Orlandivo, Toni Tornado, Silvio César, Emílio Santiago, Humberto Garin e Pedrinho Rodrigues. Também atuaram em seus conjuntos diversos músicos consagrados, entre os quais Durval Ferreira, Marcio Montarroyos, Luis Alves, Wilson das Neves, Paulinho Trompete e Celinho.

Em 1965, gravou o LP Órgão espetacular, com destasque para Aquarela do Brasil, de Ary Barroso, Locomotion, de Joe Coco; Mulher de 30, de Luís Antônio; Teléco-teco nº 2, de Oldemar Magalhães e Nelsinho; O amor e a rosa, de Pernambuco e Antônio Maria e Vivendo e aprendendo, de sua autoria e Silvio César.

No ano seguinte lançou novo LP, que trazia entre outras É o Cid e Se eu tiver, de sua parceria com Silvio César, O ganso e O amor que eu guardei, de sua parceria com Orlandivo e Querida e Eu não vou mais, de Orlandivo e Durval Ferreira.

Em 1967, gravou O bêbado, Eu quero ir e Eu vou embora, de Orlandivo e Durval Ferreira; As gaivotas, de sua autoria e Se você quiser, de Orlandivo; Em 1968, fez os arranjos para o sucesso Anjo azul, gravado pela cantora Adriana. No mesmo ano, lançou um de seus LPs de maior prestígio e que trazia entre outros sucesso Zum, zum, zum, de Silva e Adamastot, Waldemar, de Orlandivo e Deval e Choro do bebê, de De Savoya, sendo considerado por muitos historiadores o primeiro LP independente brasileiro.

Em 1971, teve um de seus LPs, que trazia entre outras O bêbado, de Orlandivo e Durval Ferreira, Saci Pererê, de Mendes e Terra" e As gaivotas, de sua autoria, relançado pela gravadora CID. Por essa época, começou a se afastar os bailes e passou a atuar como músico de estúdio gravando gingles e trilhas sonoras além de lançar discos com coletâneas dançantes de sucessos nacionais e internacionais assinados com os mais diferentes pseudônimos, como: Glória Benson, Orquestra Los Angeles e Orquestra Romance Tropical. Foi um dos primeiros músicos brasileiros a se dedicar à música eletrônica e a fazer experiências com música através de computador.

Em 1988, gravou em um microcomputador Commodore 64 o LP Toque novo, lançado no ano seguinte. Em 1989, lançou pelo selo Elenco/PolyGram o LP Novo toque, com a regravação de antigos sucessos entre os quais Ai, que saudade dessa nega, de sua autoria.

Em 2000, fez participação especial na faixa Conversa mole, no CD do cantor Ed Mota. Por essa época, muitas de suas músicas, como Cochise e Se você quiser, passaram a ser presença frequente nas pistas de dança da Inglaterra, dando ensejo a uma onda de pirataria de seus discos fora de catálogo. Nessa mesma época teve a música É o Cid, parceria com Silvio César, regravada pela equipe de bailes Furacão 2000, considerada como o novo "Rei dos bailes" dos subúrbios do Rio de Janeiro.

Em 2001, teve a música Jogaram o caxangá relançada na coletânea Samba soul 70 - Rare groove party, do selo belga Ziriguiboom. Em 2002, o selo inglês Whatmusic.com relançou em Cd o LP que trazia entre outras Zum zum zum, Waldemar e O choro do bebê. Em 2003, apresentou-se com seu conjunto no projeto Sambalanço - A bossa que correu o mundo concebido pelo músico Henrique Cazes e apresentado no Centro Cultural Primeiro de Março. No mesmo ano, apresentou no Centro Cultural Banco do Brasil o show Saudade fez um samba, depois de 30 anos longe dos palcos.

Cerca de dois anos depois, teve problemas de saúde e teve que se afastar da carreira artística morando na cidade de Petrópolis. Em 2007, retomou as atividades gravando em órgão Hammond o samba "Sem compromisso", de Geraldo Pereira e Nelson Trigueiro para ser incluído no novo CD de Marcelinho da Lua.

Fonte: Dicionário Cravo Albin da MPB.